{"id":140684,"date":"2017-12-09T00:00:06","date_gmt":"2017-12-09T02:00:06","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=140684"},"modified":"2017-12-08T22:27:41","modified_gmt":"2017-12-09T00:27:41","slug":"resgatada-loba-guara-volta-a-natureza","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2017\/12\/09\/140684-resgatada-loba-guara-volta-a-natureza.html","title":{"rendered":"Resgatada, loba-guar\u00e1 volta \u00e0 natureza"},"content":{"rendered":"

Depois de mais de um ano vivendo em um semicativeiro nas imedia\u00e7\u00f5es do\u00a0Parque Nacional da Serra da Canastra<\/a>, em Minas Gerais, os pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conserva\u00e7\u00e3o da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Pr\u00f3-Carn\u00edvoros e a Universidade de Franca (SP) soltaram a loba-guar\u00e1. O animal foi resgatado ainda filhote depois que os pais desapareceram em meio a uma queimada em um canavial no interior de S\u00e3o Paulo em agosto do ano passado.<\/p>\n

Assim, come\u00e7ou a hist\u00f3ria da lobinha, como chamam os pesquisadores, que ficou \u00f3rf\u00e3. Eles resolveram cuidar do animal para que pudesse retornar \u00e0 natureza. No per\u00edodo de semicativeiro, recebeu comida, treinamento para ca\u00e7ar e acompanhamento de sa\u00fade. E ainda, segundo os pesquisadores, a visita de muitos lobos que circulavam pelo local.<\/p>\n

“No dia 2 de dezembro abrimos o port\u00e3o do recinto de treinamento, com a certeza de que a lobinha atendeu todas as marcas esperadas para ganhar sua liberdade. Seu comportamento de ca\u00e7a \u00e9 impec\u00e1vel, sua sa\u00fade \u00e9 perfeita. Os quase 2.600 metros quadrados j\u00e1 estavam pequenos para ela. Foi um dia para ficar na hist\u00f3ria”, declarou emocionado o pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa e Conserva\u00e7\u00e3o de Mam\u00edferos Carn\u00edvoros (Cenap) do ICMBio, Rog\u00e9rio Cunha de Paula.<\/p>\n

Mesmo solta, ela ainda est\u00e1 sendo monitorada para se conhecer melhor sobre seus h\u00e1bitos durante o per\u00edodo de adapta\u00e7\u00e3o \u00e0 nova vida. Segundo Rog\u00e9rio, a coleira de monitoramento mostrou que, no in\u00edcio da noite em que foi solta, ela ficou pertinho da sua antiga casa, mas logo se distanciou. “Ela est\u00e1 perto do cativeiro, aos poucos ela vai ganhando o mundo, entendendo que tem a Serra da Canastra toda para ela”, afirma. Rog\u00e9rio conta que o sucesso do projeto \u00e9 que a loba consiga estabelecer seu territ\u00f3rio, achar um parceiro e reproduzir.<\/p>\n

Segundo Rog\u00e9rio, o trabalho foi conduzido com extremo rigor t\u00e9cnico, aproveitando dados cient\u00edficos existentes para reabilita\u00e7\u00e3o comportamental e informa\u00e7\u00f5es coletadas a partir de lobos monitorados na regi\u00e3o. “A partir de tudo que foi aprendido e constru\u00eddo nesse ano na Serra da Canastra, ser\u00e1 estruturado um protocolo de reabilita\u00e7\u00e3o de lobo-guar\u00e1 para subsidiar a\u00e7\u00f5es de manejo de diversas institui\u00e7\u00f5es, quando essas forem necess\u00e1rias. Espera-se que este projeto de pesquisa seja um piloto para a\u00e7\u00f5es a partir do resgate de filhotes”, ressalta o pesquisador.\u00a0 Segundo ele, deve-se sempre buscar em primeiro lugar reduzir as amea\u00e7as que fazem com que os lobos, filhotes ou n\u00e3o, acabem nas m\u00e3os do ser humano. “E sempre avaliar se a reposi\u00e7\u00e3o de animais reabilitados n\u00e3o trar\u00e1 mais preju\u00edzos \u00e0s popula\u00e7\u00f5es locais. Ou seja, uma an\u00e1lise maior deve ser conduzida a evitar maiores danos ao indiv\u00edduos soltos e aos residentes”, finaliza.<\/p>\n

Extin\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

O lobo guar\u00e1 \u00e9 encontrado principalmente no bioma Cerrado, e est\u00e1 na lista dos animais em extin\u00e7\u00e3o. A maior amea\u00e7a para a esp\u00e9cie \u00e9 a perda de habitat em raz\u00e3o da expans\u00e3o agr\u00edcola. Os pesquisadores do ICMBio desenvolvem a\u00e7\u00f5es, com v\u00e1rios parceiros, para a conserva\u00e7\u00e3o do lobo-guar\u00e1, seguindo as diretrizes do Plano Nacional (PAN) Lobo-guar\u00e1. Em 2004, 10 institui\u00e7\u00f5es parceiras moldaram a base para o Programa de Conserva\u00e7\u00e3o do Lobo-Guar\u00e1, conduzido pelo Cenap e Instituto Pr\u00f3-Carn\u00edvoros. Eles levantam informa\u00e7\u00f5es sobre a estimativa populacional, dispers\u00e3o de jovens, sa\u00fade, gen\u00e9tica, comportamentos e dieta.<\/p>\n

Juntos ainda executam a\u00e7\u00f5es de educa\u00e7\u00e3o ambiental e implementam estrat\u00e9gias pr\u00e1ticas de conserva\u00e7\u00e3o como a constru\u00e7\u00e3o de galinheiros para prevenir os ataques de lobos e outros carn\u00edvoros \u00e0 cria\u00e7\u00e3o dom\u00e9stica. O programa \u00e9 considerado um exemplo mundial de sucesso na \u00e1rea de conserva\u00e7\u00e3o. Pelas a\u00e7\u00f5es executadas com o lobo-guar\u00e1, em 2012, o pesquisador do Cenap Rog\u00e9rio Cunha de Paula, foi um dos 40 estudiosos do mundo selecionados ao t\u00edtulo de \u201cHer\u00f3i da Vida Selvagem\u201d em uma publica\u00e7\u00e3o norte-americana (wildlifeheroes.org).
\nFonte: ICMBio<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Ela ficou mais de um ano vivendo em um cativeiro em uma \u00e1rea natural na Serra da Canastra sendo acompanhada e treinada pelos pesquisadores
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