{"id":141662,"date":"2018-02-05T00:05:55","date_gmt":"2018-02-05T02:05:55","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=141662"},"modified":"2018-02-04T21:28:43","modified_gmt":"2018-02-04T23:28:43","slug":"megalopole-maia-em-plena-selva-e-descoberta-com-nova-tecnologia-a-laser","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/02\/05\/141662-megalopole-maia-em-plena-selva-e-descoberta-com-nova-tecnologia-a-laser.html","title":{"rendered":"‘Megal\u00f3pole’ maia em plena selva \u00e9 descoberta com nova tecnologia a laser"},"content":{"rendered":"

A tecnologia Lidar – abrevia\u00e7\u00e3o, em ingl\u00eas, de “detec\u00e7\u00e3o e alcance da luz” (Laser Imaging Detection and Ranging<\/em>) – foi usada para mapear digitalmente sob a cobertura florestal, revelando uma “megal\u00f3pole” de casas, pal\u00e1cios, vias elevadas e fortalezas.<\/p>\n

As pesquisas cobriram at\u00e9 agora mais de 2,1 mil quil\u00f4metros quadrados na cidade de Pet\u00e9n, no norte guatemalteco. A \u00e1rea, identificada perto de cidades maias j\u00e1 conhecidas, provavelmente abrigou milh\u00f5es de pessoas a mais do que pesquisas pr\u00e9vias sugeriam.<\/p>\n

Arque\u00f3logos acreditam que a tecnologia de ponta vai mudar a forma como o mundo enxerga a antiga civiliza\u00e7\u00e3o centro-americana.<\/p>\n

“Acho que ser\u00e1 um dos grandes avan\u00e7os em mais de 150 anos de (pesquisa) arqueol\u00f3gica maia”, diz \u00e0 BBC Stephen Houston, professor de Arqueologia e Antropologia da Universidade Brown, no EUA.<\/p>\n

Com d\u00e9cadas de experi\u00eancia nesse ramo, ele achou as descobertas “de tirar o f\u00f4lego”.<\/p>\n

“Quando vi as imagens, fiquei com l\u00e1grimas nos olhos.”<\/p>\n

A emo\u00e7\u00e3o se deve aos indicativos de que os maias faziam parte de uma civiliza\u00e7\u00e3o de avan\u00e7os equivalentes, \u00e0 \u00e9poca, aos vistos em culturas tidas como sofisticadas, como a da Gr\u00e9cia Antiga e da China.<\/p>\n

“Tudo virou de cabe\u00e7a para baixo”, diz o arque\u00f3logo Thomas Garrison, do Ithaca College (EUA) e parte do cons\u00f3rcio de pesquisadores envolvidos no estudo.<\/p>\n

Ele acredita que a escala e a densidade da popula\u00e7\u00e3o maia vinham sendo “bastante subestimadas e podem ser, na verdade, tr\u00eas ou quatro vezes maior do que se pensava anteriormente”.<\/p>\n

Tecnologia<\/h2>\n

Os pesquisadores usaram a tecnologia Lidar para remover digitalmente a densa cobertura florestal guatemalteca – em uma regi\u00e3o atualmente desabitada – e criar um mapa do que esteve sob a superf\u00edcie na \u00e9poca maia.<\/p>\n

A Lidar \u00e9 descrita como “m\u00e1gica” por alguns arque\u00f3logos por revelar coisas praticamente invis\u00edveis ao olho nu e jamais observadas at\u00e9 ent\u00e3o.<\/p>\n

Usa-se o laser para mapear a superf\u00edcie da Terra, com milh\u00f5es de disparos de laser no solo, feitos a partir de um avi\u00e3o ou helic\u00f3ptero.<\/p>\n

Os comprimentos de onda s\u00e3o medidos ao baterem no solo e voltarem – m\u00e9todo semelhante ao usado por morcegos para ca\u00e7ar suas presas \u00e0 noite.<\/p>\n

As medi\u00e7\u00f5es, de alta precis\u00e3o, s\u00e3o ent\u00e3o usadas para produzir uma detalhada imagem tridimensional da topografia. A mesma t\u00e9cnica j\u00e1 fora usada para revelar cidades at\u00e9 ent\u00e3o ocultas sob o antigo templo de Angkor Wat, no Camboja.<\/p>\n

“Essa tecnologia est\u00e1 revolucionando a arqueologia da mesma forma que o telesc\u00f3pio espacial Hubble revolucionou a astronomia”, afirma Francisco Estrada-Belli, arque\u00f3logo da Universidade Tulane \u00e0 revista National Geographic. “Precisaremos de cem anos para esmiu\u00e7ar os dados e realmente entender o que estamos vendo.”<\/p>\n

“A quest\u00e3o espinhosa \u00e9 que a Lidar nos d\u00e1 imagens comprimidas de 3 mil anos de civiliza\u00e7\u00e3o maia na \u00e1rea”, explica Garrison. “\u00c9 um \u00f3timo problema, porque nos traz mais desafios \u00e0 medida que aprendemos mais.”<\/p>\n

Descobertas<\/h2>\n

A civiliza\u00e7\u00e3o maia, que teve seu auge h\u00e1 1,5 mil anos, ocupava uma \u00e1rea estimada em duas vezes maior do que a Inglaterra medieval e abrigava uma popula\u00e7\u00e3o que, at\u00e9 agora, os cientistas calculavam em 5 milh\u00f5es.<\/p>\n

“Com os novos dados, j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 insensato pensar que havia ali de 10 a 15 milh\u00f5es de pessoas, incluindo moradores de \u00e1reas baixas e pantanosas que muitos de n\u00f3s consider\u00e1vamos inabit\u00e1veis”, argumenta Estrada-Belli.<\/p>\n

Os arque\u00f3logos tamb\u00e9m se surpreenderam com as “incr\u00edveis estruturas defensivas” da megal\u00f3pole rec\u00e9m-descoberta, como muralhas e fortalezas, que mostram que os maias investiam mais recursos em defesa do que se imaginava.<\/p>\n

Outra descoberta \u00e9 uma pir\u00e2mide de sete n\u00edveis, que estava t\u00e3o coberta pela vegeta\u00e7\u00e3o que praticamente desaparecia na selva.<\/p>\n

Havia ainda uma complexa rede de vias elevadas interligando as cidades maias, permitindo o deslocamento at\u00e9 mesmo durante as temporadas de chuvas. A largura das estradas sugere que elas eram amplas o bastante para comportar grande movimento de pessoas e bens de com\u00e9rcio.<\/p>\n

A pesquisa \u00e9 a primeira parte de um projeto de tr\u00eas anos que visa promover a preserva\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica da Guatemala. O objetivo \u00e9 mapear 14 mil quil\u00f4metros quadrados de territ\u00f3rio.<\/p>\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"