{"id":141854,"date":"2018-02-15T00:05:53","date_gmt":"2018-02-15T02:05:53","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=141854"},"modified":"2018-02-14T21:37:36","modified_gmt":"2018-02-14T23:37:36","slug":"incendios-florestais-dominam-as-emissoes-de-carbono-durante-secas-na-amazonia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/02\/15\/141854-incendios-florestais-dominam-as-emissoes-de-carbono-durante-secas-na-amazonia.html","title":{"rendered":"Inc\u00eandios florestais dominam as emiss\u00f5es de carbono durante secas na Amaz\u00f4nia"},"content":{"rendered":"
Artigo publicado na\u00a0Nature Communications<\/em>, nesta ter\u00e7a-feira (13\/02), revela que as emiss\u00f5es de carbono por inc\u00eandios florestais, durante secas extremas, est\u00e3o superando as emiss\u00f5es associadas ao processo de desmatamento na Amaz\u00f4nia.<\/p>\n \u201cAs secas recorrentes durante o s\u00e9culo XXI podem afetar o progresso dos esfor\u00e7os bem sucedidos em reduzir as emiss\u00f5es de carbono provenientes do desmatamento na regi\u00e3o\u201d, alerta Luiz Arag\u00e3o, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), principal autor do artigo\u00a0Century drought-related fires counteract the decline of Amazon deforestation carbon emissions<\/em>.<\/p>\n Arag\u00e3o e seus colaboradores utilizaram dados de sat\u00e9lite e invent\u00e1rios de gases de efeito estufa para quantificar os impactos de secas amaz\u00f4nicas na incid\u00eancia de queimadas e nas emiss\u00f5es associadas a este processo no per\u00edodo de 2003 a 2015. Apesar de uma redu\u00e7\u00e3o de 76% nas taxas de desmatamento nos \u00faltimos 13 anos, a incid\u00eancia de fogo aumentou em 36% durante a seca de 2015, quando comparada \u00e0 m\u00e9dia dos 12 anos precedentes ao evento.<\/p>\n \u201cInc\u00eandios florestais durante anos de seca, sozinhos, contribuem com emiss\u00f5es anuais equivalentes a um bilh\u00e3o de toneladas de CO2 para atmosfera, que correspondem a mais da metade das emiss\u00f5es associadas ao desmatamento\u201d, explica o pesquisador do INPE.<\/p>\n Esta foi a primeira vez que cientistas puderam claramente demonstrar como os inc\u00eandios florestais podem se espalhar extensivamente durante secas recentes e quanto este processo pode influenciar as emiss\u00f5es de carbono na Amaz\u00f4nia na escala decenal.<\/p>\n O conjunto de sat\u00e9lites atualmente em opera\u00e7\u00e3o permite a aquisi\u00e7\u00e3o de dados sobre o clima atual, o conte\u00fado de carbono atmosf\u00e9rico e a qualidade dos ecossistemas terrestres. O INPE est\u00e1 desenvolvendo metodologias robustas para entender e contabilizar as emiss\u00f5es de carbono relativas ao processo de degrada\u00e7\u00e3o florestal, um dos gargalos para o monitoramento, verifica\u00e7\u00e3o e relato do balan\u00e7o de carbono amaz\u00f4nico com exatid\u00e3o.<\/p>\n O Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que colaborou com o estudo do INPE, ressalta que algumas observa\u00e7\u00f5es e modelos indicam que a intensidade e frequ\u00eancia de secas na Amaz\u00f4nia podem aumentar como consequ\u00eancia das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e do desmatamento.<\/p>\n As tr\u00eas \u201csecas do s\u00e9culo\u201d, que ocorreram na regi\u00e3o em 2005, 2010 e 2015\/2016, foram consequ\u00eancia do aquecimento do oceano Atl\u00e2ntico tropical norte e do El Nino. A intensifica\u00e7\u00e3o destes fen\u00f4menos no futuro favorece o aumento de secas. Para os pesquisadores, \u201cse as mudan\u00e7as do clima em um futuro pr\u00f3ximo forem consistentes com os resultados dos modelos e a\u00e7\u00f5es pol\u00edticas n\u00e3o forem implantadas para prever e evitar eficientemente a ocorr\u00eancia de inc\u00eandios, \u00e9 esperado que as emiss\u00f5es de carbono associadas aos inc\u00eandios florestais sejam sustentadas de forma an\u00e1loga ao que foi demonstrado no estudo\u201d.<\/p>\n O artigo destaca que o Brasil conseguiu avan\u00e7os substancias referentes ao relato das emiss\u00f5es por desmatamento, no entanto, baseado nos resultados obtidos, o Pa\u00eds precisa urgentemente incorporar em suas estimativas as perdas de CO2 associadas \u00e0s queimadas n\u00e3o relacionadas com o processo de desmatamento. Os autores alertam que os governos precisam conhecer estes n\u00fameros para propor solu\u00e7\u00f5es pragm\u00e1ticas e efetivas para manter as baixas taxas de desmatamento, encontrar novas pr\u00e1ticas de manejo da terra e restringir a incid\u00eancia de fogo. Estas a\u00e7\u00f5es ser\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para reduzir futuras emiss\u00f5es de carbono na Amaz\u00f4nia Brasileira.<\/p>\n O estudo conclui que a continuidade de atividades associadas ao uso da terra e a intensifica\u00e7\u00e3o de secas extremas t\u00eam o potencial de aumentar as emiss\u00f5es por fogo n\u00e3o relacionadas ao desmatamento. Este cen\u00e1rio pode comprometer a estabilidade dos estoques de carbono florestal e reduzir os benef\u00edcios associados \u00e0 biodiversidade que podem ser obtidos com os esquemas de conserva\u00e7\u00e3o de carbono, como os de redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es por desmatamento e degrada\u00e7\u00e3o florestal (REDD+).<\/p>\n Confira aqui o artigo publicado na\u00a0Nature Communications<\/em><\/a><\/p>\n Fonte: Inpe<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Artigo publicado na Nature Communications, nesta ter\u00e7a-feira (13\/02), revela que as emiss\u00f5es de carbono por inc\u00eandios florestais, durante secas extremas, est\u00e3o superando as emiss\u00f5es associadas ao processo de desmatamento na Amaz\u00f4nia.
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