{"id":141989,"date":"2018-02-22T00:03:01","date_gmt":"2018-02-22T03:03:01","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=141989"},"modified":"2018-02-21T23:03:05","modified_gmt":"2018-02-22T02:03:05","slug":"sobre-a-aceleracao-do-aumento-do-nivel-do-mar-e-o-conceito-de-talanoa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/02\/22\/141989-sobre-a-aceleracao-do-aumento-do-nivel-do-mar-e-o-conceito-de-talanoa.html","title":{"rendered":"Sobre a acelera\u00e7\u00e3o do aumento do n\u00edvel do mar e o conceito de Talanoa"},"content":{"rendered":"
Daqui a uma semana, no dia 28 de fevereiro, v\u00e1rios cientistas\u00a0v\u00e3o come\u00e7ar uma viagem,<\/a>liderada pela\u00a0bi\u00f3loga marinha Katrin Linse, pelas Ilhas Malvinas.\u00a0O destino \u00e9 o maior iceberg do mundo, formado em julho do ano passado, quando parte da prateleira de gelo Larsen C se separou, formando um peda\u00e7o de gelo que \u00e9 quatro vezes maior do que Londres. Com isso, a vida marinha debaixo de camadas de gelo da Ant\u00e1rtida se mostram pela primeira vez. Como n\u00e3o poderia deixar de ser, os cientistas n\u00e3o v\u00e3o perder essa oportunidade para pesquisar e tentar responder a mais quest\u00f5es fundamentais sobre o impacto das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas nas regi\u00f5es polares.<\/p>\n Ao jornal brit\u00e2nico\u00a0\u201cThe Guardian\u201d, <\/a>a bi\u00f3loga disse que \u00e9 muito importante chegar l\u00e1 rapidamente, antes de o ambiente submarino mudar, o que pode come\u00e7ar a acontecer \u00e0 medida que a luz solar entrar na \u00e1gua e novas esp\u00e9cies come\u00e7arem a colonizar.<\/p>\n Que sejam mesmo r\u00e1pidos e eficazes. E, se as pesquisas que come\u00e7am a implementar contribu\u00edrem para que as pessoas comuns possam refletir, mudar seus h\u00e1bitos e ajudar a desacelerar o aumento do n\u00edvel dos oceanos, ser\u00e1 uma expedi\u00e7\u00e3o muito bem-vinda. At\u00e9 porque, h\u00e1 uma semana, novos dados de sat\u00e9lites mostraram que o derretimento de len\u00e7\u00f3is de gelo na Groenl\u00e2ndia e na Ant\u00e1rtica est\u00e1 acelerando o ritmo do aumento do n\u00edvel do mar.<\/p>\n S\u00e3o registros que foram publicados na semana passada pela\u00a0Academia Nacional de Ci\u00eancias dos Estados Unidos <\/a>(NAS na sigla em ingl\u00eas). Uma equipe de pesquisadores liderada por Steve Nerem, professor de engenharia aeroespacial na Universidade do Colorado, contou com informa\u00e7\u00f5es coletadas por sat\u00e9lites durante mais de duas d\u00e9cadas.<\/p>\n \u201cA pesquisa da equipe mostra que o aumento do n\u00edvel do mar devido ao derretimento de len\u00e7\u00f3is de gelo j\u00e1 \u00e9 respons\u00e1vel por metade do aumento de 7 cent\u00edmetros observado desde 1993. O aumento do n\u00edvel dos oceanos, que neste momento \u00e9 de aproximadamente 3 mil\u00edmetros por ano, pode triplicar at\u00e9 dez mil\u00edmetros adicionais por ano at\u00e9 2100. Isso significaria que o n\u00edvel do mar poderia aumentar em 65 cent\u00edmetros at\u00e9 o final do s\u00e9culo, uma figura em conson\u00e2ncia com as estimativas do Painel Intergovernamental das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas\u201d, diz o texto do site da ONU.<\/p>\n Para quem mora em cidades costeiras ao redor do mundo, esta n\u00e3o \u00e9 uma boa not\u00edcia. E isso \u00e9 s\u00e9rio. Pense em comprar um apartamento em alguma avenida costeira, depois pense no que pode acontecer no futuro com seu patrim\u00f4nio, quando o mar come\u00e7ar a invadir e a abalar as estruturas de pr\u00e9dios erguidos perto do mar.\u00a0\u00a0Aqui no Brasil, temos um caso emblem\u00e1tico sobre a necessidade de se levar a s\u00e9rio esse tipo de advert\u00eancia dos cientistas.\u00a0Vimos um grande trecho da constru\u00e7\u00e3o \u00e0 beira-mar na cidade do Rio de Janeiro, a ciclovia Tim Maia, ruir em abril de 2016, por causa da ressaca do mar, deixando dois mortos.\u00a0H\u00e1 seis dias, outro trecho desabou.<\/a><\/p>\n Foi um caso cl\u00e1ssico. Agora, imaginem isto acontecendo com territ\u00f3rios maiores em todo um pa\u00eds. \u00c9 esta a preocupa\u00e7\u00e3o dos pa\u00edses costeiros do Oceano Pac\u00edfico. Por conta disso, em 1990 eles se uniram numa associa\u00e7\u00e3o, chamada\u00a0Alliance of Small Island States (Aosis) <\/a>ou Alian\u00e7a de Pequenos Pa\u00edses-Ilhas (em tradu\u00e7\u00e3o literal), numa tentativa de chamar a aten\u00e7\u00e3o do mundo para o constante perigo que correm. Precisam e pedem dinheiro aos pa\u00edses ricos, n\u00e3o s\u00f3 para lidar com os problemas causados pelos eventos extremos que t\u00eam enfrentado, como tamb\u00e9m para tentar evit\u00e1-los. Afinal, como os dados cient\u00edficos demonstram, o uso abusivo de combust\u00edveis f\u00f3sseis, sobretudo no mundo dos mais abastados, \u00e9 que tem causado o sofrimento dos mais pobres e que emitem menos gases poluentes.<\/p>\n Entre outras coisas, Fiji pa\u00eds que assumiu a presid\u00eancia da confer\u00eancia da ONU sobre mudan\u00e7as clim\u00e1ticas (COP23) no ano passado, criou um processo \u00fanico chamado Di\u00e1logo Talanoa, para ajudar a alcan\u00e7ar os objetivos do Acordo de Paris, conseguido ao final da COP21. Trata-se de um compromisso que os pa\u00edses das Na\u00e7\u00f5es Unidas assumiram para tentar, pelo menos, que o aquecimento do planeta n\u00e3o exceda 1,5\u00baC at\u00e9 o fim do s\u00e9culo, marca que j\u00e1 vai trazer problemas para as na\u00e7\u00f5es-ilha.<\/p>\n Talanoa \u00e9 uma palavra usada tradicionalmente pelos habitantes de Fiji e de todas as ilhas do Pac\u00edfico. Reflete um processo\u00a0de di\u00e1logo inclusivo, participativo e transparente.<\/p>\n \u201cO prop\u00f3sito de Talanoa \u00e9 compartilhar hist\u00f3rias, construir empatia e tomar decis\u00f5es s\u00e1bias para o bem coletivo. O processo de Talanoa envolve o compartilhamento de ideias, habilidades e experi\u00eancias atrav\u00e9s da narra\u00e7\u00e3o de hist\u00f3rias.Durante este processo, os participantes criam confian\u00e7a e promovem o conhecimento atrav\u00e9s da empatia e da compreens\u00e3o.\u00a0Culpar os outros e fazer observa\u00e7\u00f5es cr\u00edticas s\u00e3o atitudes inconsistentes com a constru\u00e7\u00e3o de confian\u00e7a e respeito m\u00fatuos e, portanto, inconsistentes com o conceito de Talanoa\u201d, explica o texto no\u00a0site da ONU <\/a>sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas.<\/p>\n Gostei disso. E acho que esse mundo, do jeito que est\u00e1, t\u00e3o polarizado, poderia prestar mais aten\u00e7\u00e3o ao conceito de Talanoa.\u00a0\u00a0N\u00e3o custa nada tentar.<\/p>\n Fonte: Amelia Gonzalez, G1 Ao jornal brit\u00e2nico \u201cThe Guardian\u201d, a bi\u00f3loga disse que \u00e9 muito importante chegar l\u00e1 rapidamente, antes de o ambiente submarino mudar, o que pode come\u00e7ar a acontecer \u00e0 medida que a luz solar entrar na \u00e1gua e novas esp\u00e9cies come\u00e7arem a colonizar.<\/p>\n
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