{"id":142167,"date":"2018-03-05T00:05:42","date_gmt":"2018-03-05T03:05:42","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=142167"},"modified":"2018-03-04T21:37:51","modified_gmt":"2018-03-05T00:37:51","slug":"como-o-aquecimento-global-esta-afastando-filhotes-de-pinguim-de-seu-alimento-vital","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/03\/05\/142167-como-o-aquecimento-global-esta-afastando-filhotes-de-pinguim-de-seu-alimento-vital.html","title":{"rendered":"Como o aquecimento global est\u00e1 afastando filhotes de pinguim de seu alimento vital"},"content":{"rendered":"
Segundo cientistas, alguns dos redutos dos pinguins-reis no oceano Ant\u00e1rtico podem se tornar insustent\u00e1veis para a vida desses animais. O problema \u00e9 o distanciamento cont\u00ednuo entre as \u00e1reas de reprodu\u00e7\u00e3o e as de alimenta\u00e7\u00e3o. Ou seja, \u00e0 medida que as temperaturas aumentam, a comida fica mais longe do local onde ficam as crias.<\/p>\n
“Nossa pesquisa mostra que quase 70% dos pinguins-rei – cerca de 1,1 milh\u00e3o de casais – ter\u00e3o que se realocar ou desaparecer\u00e3o antes do final do s\u00e9culo, devido \u00e0 emiss\u00e3o de gases de efeito estufa”, disse C\u00e9line Le Bohec, do Centro Nacional Franc\u00eas de Pesquisa Cient\u00edfica e da Universidade de Estrasburgo.<\/p>\n
Le Bohec e sua equipe estudaram quais podem ser os poss\u00edveis impactos do aquecimento global no acasalamento de pinguins-rei na Ant\u00e1rtida nas pr\u00f3ximas d\u00e9cadas. Al\u00e9m de modelagem clim\u00e1tica, os pesquisadores fizeram an\u00e1lise gen\u00e9tica para descobrir o hist\u00f3rico da esp\u00e9cie. As descobertas foram publicadas na revista cient\u00edfica Nature Climate Change.<\/p>\n
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Image captionNo final do s\u00e9culo 19 ou no in\u00edcio do s\u00e9culo 20, os pinguins foram ca\u00e7ados por causa da sua carne, ovos e pele \/ Foto: CNRS<\/p>\n
Os pinguins-rei s\u00e3o a segunda maior esp\u00e9cie de pinguins no mundo, em n\u00famero de animais. Exigentes na escolha do local para criar os filhotes, preferem ilhas sem gelo marinho e que tenham areia fofa ou praia de seixo (uma esp\u00e9cie de cascalho).<\/p>\n
Mas tamb\u00e9m precisam de um bom suprimento de peixes e lulas. No oceano Ant\u00e1rtico, isso pode ser encontrado ao longo de uma faixa conhecida como Frente Polar Ant\u00e1rtica. S\u00e3o \u00e1guas ricas em nutrientes, que abrigam grande quantidade de presas.<\/p>\n
A quest\u00e3o \u00e9 que a Frente Polar Ant\u00e1rtica est\u00e1 se movendo em dire\u00e7\u00e3o ao polo. E, caso as temperaturas globais continuem a aumentar, como \u00e9 esperado, a Frente pode se afastar do alcance de muitos pinguins, sugere a pesquisa. Setecentos quil\u00f4metros s\u00e3o o limite que as aves podem viajar sem expor suas crias ao risco de morrer de fome nos seus ninhos.<\/p>\n
“As ilhas Marion e Princ\u00edpe Edward e a ilha Crozet enfrentar\u00e3o as maiores dificuldades nos pr\u00f3ximos 50 anos. Esses s\u00e3o os maiores redutos de popula\u00e7\u00e3o (de pinguim-rei)”, afirma Le Bohec. “Se n\u00f3s continuarmos a emitir gases de efeito estufa, as ilhas Kerguelen, Falkland e Terra do Fogo tamb\u00e9m v\u00e3o enfrentar dificuldades”.<\/p>\n
A an\u00e1lise gen\u00e9tica relevou que o pinguim-rei j\u00e1 sofreu perdas populacionais no passado, sobretudo cerca de 20 mil anos atr\u00e1s, quando temperaturas mais frias expandiram a faixa de gelo do mar. Sendo assim, h\u00e1 evid\u00eancias de que os p\u00e1ssaros podem se recuperar.<\/p>\n
“O problema \u00e9 a velocidade dessa mudan\u00e7a. \u00c9 realmente muito r\u00e1pido. E isso vai dificultar que os pinguins se adaptem”, afirmou Le Bohec.<\/p>\n
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Image caption700 quil\u00f4metros \u00e9 o limite que as aves podem buscar comida sem expor os filhotes ao risco de morrer de fome \/ Foto: CNRS<\/p>\n
Norman Ratcliffe, da Pesquisa Brit\u00e2nica sobre a Ant\u00e1rtida, confirmou que a movimenta\u00e7\u00e3o na Frente Polar Ant\u00e1rtica \u00e9 um fator muito importante para os pinguins-rei. An\u00e1lises independentes de dados de reprodu\u00e7\u00e3o nas ilhas Crozet e Kerguelen mostraram que as aves n\u00e3o conseguiram se alimentar nos anos em que a frente se moveu temporariamente para muito longe do sul.<\/p>\n
“A redu\u00e7\u00e3o do acesso a locais com alimentos pode provocar a perda de col\u00f4nias de pinguins-rei no futuro, mas n\u00e3o h\u00e1 evid\u00eancia de que n\u00f3s tenhamos atingido um ponto sem volta”, afirma. “Por enquanto, as popula\u00e7\u00f5es de pinguins-rei ainda est\u00e3o aumentando, provavelmente devido \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o da press\u00e3o provocada pela ca\u00e7a no passado”.<\/p>\n
Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"