{"id":142356,"date":"2018-03-14T00:02:59","date_gmt":"2018-03-14T03:02:59","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=142356"},"modified":"2018-03-13T20:56:09","modified_gmt":"2018-03-13T23:56:09","slug":"nova-guerra-do-gas-entre-ucrania-e-russia-ameaca-europa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/03\/14\/142356-nova-guerra-do-gas-entre-ucrania-e-russia-ameaca-europa.html","title":{"rendered":"Nova guerra do g\u00e1s entre Ucr\u00e2nia e R\u00fassia amea\u00e7a Europa"},"content":{"rendered":"

A nova briga entre a R\u00fassia e Ucr\u00e2nia por causa de g\u00e1s est\u00e1 preocupando a Uni\u00e3o Europeia (UE). Com base na experi\u00eancia de conflitos semelhantes, em 2006 e 2009, quando o g\u00e1s deixou de fluir atrav\u00e9s da Ucr\u00e2nia, Bruxelas se ofereceu para ajudar na solu\u00e7\u00e3o da disputa. H\u00e1 preocupa\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m em Berlim. “\u00c9 do interesse da UE, assim como da R\u00fassia e da Ucr\u00e2nia, que estes dois pa\u00edses se revelem parceiros confi\u00e1veis \u200b\u200bno fornecimento do g\u00e1s europeu e que a seguran\u00e7a do fornecimento permane\u00e7a sem interrup\u00e7\u00e3o”, disse o porta-voz do governo alem\u00e3o, Steffen Seibert.<\/p>\n

No final de fevereiro, o tribunal de arbitragem da C\u00e2mara de Com\u00e9rcio de Estocolmo determinou que a gigante do g\u00e1s russa Gazprom pague\u00a0\u00e0 companhia ucraniana Naftogaz uma compensa\u00e7\u00e3o de 2,56 bilh\u00f5es de d\u00f3lares\u00a0porque a R\u00fassia enviou menos g\u00e1s atrav\u00e9s do gasoduto ucraniano do que o acertado contratualmente. As autoridades ucranianas j\u00e1 come\u00e7aram a confiscar ativos da Gazprom na Ucr\u00e2nia.<\/p>\n

A Gazprom anunciou que recorrer\u00e1 do veredicto. Antes, o grupo russo havia anunciado a rescis\u00e3o de todos os contratos com a Naftogaz. O lado ucraniano respondeu que a Gazprom n\u00e3o pode rescindir o fornecimento e o tr\u00e2nsito de g\u00e1s antes de 2019.<\/p>\n

Alemanha n\u00e3o est\u00e1 amea\u00e7ada<\/p>\n

A R\u00fassia reagiu muito rapidamente \u00e0 senten\u00e7a do tribunal de Estocolmo, amea\u00e7ando\u00a0parar o fornecimento de g\u00e1s, segundo a especialista alem\u00e3 em energia Claudia Kemfert. “Certamente h\u00e1 tamb\u00e9m motivos pol\u00edticos. Mais uma vez, o g\u00e1s \u00e9 usado como arma pol\u00edtica, algo que j\u00e1 vimos h\u00e1 muitos anos”, lamenta\u00a0Kemfert.<\/p>\n

O analista J\u00f6rg Forbrig, do German Marshall Fund of the United States (GMF), enfatiza, nesse contexto, que ningu\u00e9m est\u00e1 interessado em outro conflito entre a Ucr\u00e2nia e a R\u00fassia. “A guerra da R\u00fassia contra a Ucr\u00e2nia ainda n\u00e3o foi resolvida, apesar de todos os esfor\u00e7os da Alemanha. O que Berlim menos precisa agora \u00e9 que esse conflito se espalhe para o setor de energia e afete diretamente a Europa”, afirma Forbrig.<\/p>\n

O g\u00e1s russo \u00e9 muito importante para a Alemanha. Mas a maioria do fornecimento para o pa\u00eds n\u00e3o chega atrav\u00e9s de gasodutos ucranianos. Nos \u00faltimos anos, a maior parte do g\u00e1s consumido na Alemanha foi fornecida pelos gasodutos Nord Stream, do B\u00e1ltico, e Yamal-Europa, atrav\u00e9s da Bielorr\u00fassia e da Pol\u00f4nia. “A linha atrav\u00e9s da Ucr\u00e2nia tem um papel secund\u00e1rio, pelo menos para os consumidores e o mercado alem\u00e3es”, explica Forbrig.<\/p>\n

No ano passado, a Alemanha consumiu um recorde de 53 bilh\u00f5es de metros c\u00fabicos de g\u00e1s russo. O g\u00e1s russo tem uma participa\u00e7\u00e3o de 40% da quantidade consumida. Segundo Forbrig, uma parte consider\u00e1vel dessa demanda \u00e9 coberta tamb\u00e9m com\u00a0fornecimentos da Noruega e da Holanda.<\/p>\n

B\u00e1lc\u00e3s<\/p>\n

Gra\u00e7as \u00e0 diversifica\u00e7\u00e3o do fornecimento de g\u00e1s e \u00e0s instala\u00e7\u00f5es de armazenamento existentes, uma suspens\u00e3o do fornecimento vindo atrav\u00e9s da Ucr\u00e2nia n\u00e3o atingiria a Alemanha. Conflitos anteriores de g\u00e1s entre a Ucr\u00e2nia e a R\u00fassia mostraram que os pa\u00edses dos B\u00e1lc\u00e3s \u00e9 que s\u00e3o os mais afetados: Bulg\u00e1ria, Rom\u00eania, S\u00e9rvia, B\u00f3snia-Herzegovina e Maced\u00f4nia. “Esses pa\u00edses s\u00e3o quase que completamente abastecidos com o g\u00e1s russo que \u00e9 fornecido atrav\u00e9s da Ucr\u00e2nia”, diz Forbrig. E esses pa\u00edses n\u00e3o possuem outros meios para obter g\u00e1s russo.<\/p>\n

A Eslov\u00e1quia tamb\u00e9m \u00e9 fortemente dependente do oleoduto ucraniano, de acordo com Forbrig. Mas na Europa Central, as linhas est\u00e3o agora bem interligadas. “A Eslov\u00e1quia e tamb\u00e9m a \u00c1ustria podem obter o g\u00e1s russo ou outro g\u00e1s de outros lugares da regi\u00e3o. Existem formas de compartilhar g\u00e1s”, diz Forbrig.<\/p>\n

Risco para a Gazprom<\/p>\n

Especialistas ucranianos est\u00e3o convencidos de que uma nova guerra de g\u00e1s entre Kiev e Moscou n\u00e3o causaria nenhum problema para a popula\u00e7\u00e3o da UE. “Apenas cerca de metade do escoamento do g\u00e1s russo ocorre pela Ucr\u00e2nia”, afirma o especialista Oleksandr Khartshenko, do Centro de Pesquisa de Energia da Ucr\u00e2nia.<\/p>\n

Ele avalia\u00a0que outros fornecedores de g\u00e1s e linhas conectadas poderiam salvar os pa\u00edses da Europa Oriental e do Sudeste Europeu de alguns inconvenientes por alguns meses. “As recentes medidas tomadas pela Gazprom mostraram aos europeus que os esfor\u00e7os deles, realizados\u00a0desde 2009, para diversificar o fornecimento de g\u00e1s para a UE n\u00e3o foram em v\u00e3o”, diz Khartshenko.<\/p>\n

Mykhajlo Hontshar, do centro de estudos globais Strategy 21, de Kiev, acredita que as tentativas de se parar o escoamento de g\u00e1s pela Ucr\u00e2nia, apesar das obriga\u00e7\u00f5es contratuais, s\u00f3 prejudicariam a Gazprom, porque n\u00e3o h\u00e1 alternativas suficientes ao gasoduto ucraniano. Por isso, apesar do desejo de se punir a Naftogaz, n\u00e3o haver\u00e1 uma nova guerra do g\u00e1s, afirma o especialista, acrescentando que Moscou sabe que isso prejudicaria a credibilidade da Gazprom como um fornecedor confi\u00e1vel de g\u00e1s natural perante seus clientes europeus. “E o Minist\u00e9rio da Energia russo tamb\u00e9m sabe disso”, diz Hontshar.<\/p>\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Disputa envolvendo contratos de distribui\u00e7\u00e3o pode vir a prejudicar fornecimento a pa\u00edses europeus. Na\u00e7\u00f5es dos B\u00e1lc\u00e3s seriam as principais afetadas, afirmam especialistas. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[2328,443],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/142356"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=142356"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/142356\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":142357,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/142356\/revisions\/142357"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=142356"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=142356"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=142356"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}