{"id":142486,"date":"2018-03-20T00:03:24","date_gmt":"2018-03-20T03:03:24","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=142486"},"modified":"2018-03-19T22:02:29","modified_gmt":"2018-03-20T01:02:29","slug":"relatorio-da-unesco-sobre-agua-propoe-solucoes-baseadas-na-natureza","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/03\/20\/142486-relatorio-da-unesco-sobre-agua-propoe-solucoes-baseadas-na-natureza.html","title":{"rendered":"Relat\u00f3rio da Unesco sobre \u00e1gua prop\u00f5e solu\u00e7\u00f5es baseadas na natureza"},"content":{"rendered":"

A Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a Educa\u00e7\u00e3o, a Ci\u00eancia e a Cultura (Unesco) lan\u00e7a nesta segunda-feira (19) o Relat\u00f3rio Mundial das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos H\u00eddricos 2018, durante a abertura oficial do F\u00f3rum Mundial da \u00c1gua, em Bras\u00edlia. A edi\u00e7\u00e3o incentiva a busca por solu\u00e7\u00f5es baseadas na natureza (SbN), que usam ou simulam processos naturais para contribuir com o aperfei\u00e7oamento da gest\u00e3o da \u00e1gua no mundo.<\/p>\n

O documento mostra que apesar da dissemina\u00e7\u00e3o das tecnologias que envolvem a conserva\u00e7\u00e3o ou a reabilita\u00e7\u00e3o de ecossistemas naturais, esses processos correspondem a menos de 1% do investimento total em infraestrutura para a gest\u00e3o dos recursos h\u00eddricos. Segundo a oficial do Programa Mundial de Avalia\u00e7\u00e3o de Recursos H\u00eddricos da Unesco, Angela Ortigara, o objetivo da publica\u00e7\u00e3o \u00e9 incentivar a ado\u00e7\u00e3o de solu\u00e7\u00f5es baseadas na natureza para que sejam sejam efetivamente consideradas na gest\u00e3o da \u00e1gua.<\/p>\n

\u201cO que acontece,\u00a0 muitas vezes, \u00e9 que, por facilidade, praticidade ou falta de conhecimento, ningu\u00e9m pensa que se pode utilizar a natureza para gerenciar, por exemplo, enchentes ou prevenir um caso de seca. E, no entanto, o que a gente quer nesse relat\u00f3rio \u00e9 mostrar que n\u00e3o \u00e9 preciso necessariamente construir grandes obras de infraestrutura para melhorar a gest\u00e3o da \u00e1gua\u201d, afirmou Angela, em entrevista exclusiva aos ve\u00edculos da Empresa Brasil de Comunica\u00e7\u00e3o (EBC).<\/p>\n

O relat\u00f3rio da Unesco ressalta que abordagens tradicionais n\u00e3o permitem que a seguran\u00e7a h\u00eddrica sustent\u00e1vel seja alcan\u00e7ada. J\u00e1 as solu\u00e7\u00f5es baseadas na natureza trabalham diretamente com a natureza, n\u00e3o contra ela e por isso oferecem meios essenciais para ir al\u00e9m das abordagens tradicionais, de modo a aumentar os ganhos em efici\u00eancia social, econ\u00f4mica e hidrol\u00f3gica no que diz respeito \u00e0 gest\u00e3o da \u00e1gua. \u201cAs SbN s\u00e3o especialmente promissoras na obten\u00e7\u00e3o de progressos em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 produ\u00e7\u00e3o alimentar sustent\u00e1vel, \u00e0 melhora dos assentamentos humanos, ao acesso ao fornecimento de \u00e1gua pot\u00e1vel e aos servi\u00e7os de saneamento, e \u00e0 redu\u00e7\u00e3o de riscos de desastres relacionados \u00e0 \u00e1gua. Elas tamb\u00e9m podem ajudar na resposta aos impactos causados pela mudan\u00e7a clim\u00e1tica sobre os recursos h\u00eddricos\u201d, diz a publica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\u201cO relat\u00f3rio quer que as pessoas abram os olhos para solu\u00e7\u00f5es que talvez n\u00e3o estejam t\u00e3o claras do ponto de vista de engenharia, n\u00e3o sejam t\u00e3o conhecidas, mas que podem trazer solu\u00e7\u00f5es que n\u00e3o s\u00e3o banais. Se decidir reflorestar uma \u00e1rea, a primeira coisa que vai pensar \u00e9: essa \u00e1rea estar\u00e1 coberta, ter\u00e1 animais, mas tamb\u00e9m ajudar\u00e1 a recarregar a \u00e1gua subterr\u00e2nea, os aqu\u00edferos\u201d, disse a oficial da Unesco. \u201cH\u00e1 uma s\u00e9rie de benef\u00edcios que s\u00e3o dif\u00edceis de ser quantificados economicamente e talvez essa seja uma das raz\u00f5es pelas quais essas solu\u00e7\u00f5es n\u00e3o venham sendo utilizadas. No entanto, s\u00e3o benef\u00edcios que t\u00eam que ser considerados se pensarmos em longo prazo\u201d, completou Angela.<\/p>\n

Entre os exemplos dados pela publica\u00e7\u00e3o est\u00e1 a amplia\u00e7\u00e3o de banheiros secos, aqueles que evitam o lan\u00e7amento de dejetos em tubula\u00e7\u00f5es ligadas a centros de tratamento de \u00e1gua ou em rios. Esse tipo de banheiro tamb\u00e9m permite a produ\u00e7\u00e3o de composto org\u00e2nico ao final do processo. Em uma proposta de solu\u00e7\u00e3o mais ampla, o relat\u00f3rio apresenta a experi\u00eancia das cidades-esponjas, na China, em que constru\u00e7\u00f5es absorvem \u00e1gua da chuva de forma r\u00e1pida e segura.<\/p>\n

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Economia<\/div>\n<\/div>\n

De acordo com o relat\u00f3rio, as solu\u00e7\u00f5es baseadas na natureza apoiam a \u201ceconomia circular\u201d, aquela considerada restauradora e regenerativa, que busca reduzir os desperd\u00edcios e evitar a polui\u00e7\u00e3o, inclusive por meio do re\u00faso e da reciclagem. Al\u00e9m disso, a tecnologia apoia os conceitos de crescimento verde e de economia verde, que\u00a0 promovem o uso sustent\u00e1vel dos recursos naturais e aproveitam os processos naturais como fundamento das economias. \u201cEssa utiliza\u00e7\u00e3o das SbN no setor h\u00eddrico tamb\u00e9m gera benef\u00edcios no campo social, econ\u00f4mico e ambiental, incluindo a melhoria da sa\u00fade humana e dos meios de subsist\u00eancia, o crescimento econ\u00f4mico sustent\u00e1vel, empregos dignos, a reabilita\u00e7\u00e3o e a manuten\u00e7\u00e3o de ecossistemas, e a prote\u00e7\u00e3o\/desenvolvimento da biodiversidade\u201d, ressalta a publica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

O relat\u00f3rio diz que a demanda mundial por \u00e1gua tem aumentado a uma taxa de aproximadamente 1% ao ano, devido ao crescimento populacional, ao desenvolvimento econ\u00f4mico e \u00e0s mudan\u00e7as nos padr\u00f5es de consumo, entre outros fatores, e continuar\u00e1 a aumentar de forma significativa durante as pr\u00f3ximas duas d\u00e9cadas. No entanto, ao mesmo tempo, o ciclo h\u00eddrico mundial est\u00e1 se intensificando devido \u00e0 mudan\u00e7a clim\u00e1tica, com a tend\u00eancia de regi\u00f5es j\u00e1 \u00famidas ou secas apresentarem situa\u00e7\u00f5es cada vez mais extremas.<\/p>\n

Atualmente, estima-se que 3,6 bilh\u00f5es de pessoas (quase metade da popula\u00e7\u00e3o mundial) vivem em \u00e1reas que apresentam potencial escassez de \u00e1gua de, pelo menos, um m\u00eas por ano. A expectativa, segundo a publica\u00e7\u00e3o, \u00e9 de que essa popula\u00e7\u00e3o poder\u00e1 aumentar para algo entre 4,8 bilh\u00f5es e 5,7 bilh\u00f5es at\u00e9 2050.<\/p>\n

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Desafios<\/div>\n<\/div>\n

De acordo com o relat\u00f3rio da Unesco, a degrada\u00e7\u00e3o dos ecossistemas \u00e9 uma das principais causas dos desafios relativos \u00e0 gest\u00e3o da \u00e1gua. A publica\u00e7\u00e3o estima que, desde 1900, entre 64% e 71% das zonas \u00famidas de todo o mundo foram perdidas devido \u00e0s atividades humanas. Todas essas mudan\u00e7as t\u00eam gerado impactos negativos na hidrologia, desde a escala local at\u00e9 a escala regional e mundial.<\/p>\n

Outro desafio mostrado pela publica\u00e7\u00e3o \u00e9 a qualidade da \u00e1gua. Desde a d\u00e9cada de 1990, a polui\u00e7\u00e3o h\u00eddrica piorou em quase todos os rios da Am\u00e9rica Latina, da \u00c1frica e da \u00c1sia. O documento prev\u00ea que a deteriora\u00e7\u00e3o da qualidade da \u00e1gua se ampliar\u00e1 ainda mais durante as pr\u00f3ximas d\u00e9cadas, o que aumentar\u00e1 as amea\u00e7as \u00e0 sa\u00fade humana, ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustent\u00e1vel.<\/p>\n

O relat\u00f3rio prev\u00ea ainda que o aumento de exposi\u00e7\u00e3o a subst\u00e2ncias poluentes ser\u00e1 maior em pa\u00edses de renda baixa e m\u00e9dia-baixa, principalmente devido ao crescimento populacional e econ\u00f4mico e \u00e0 aus\u00eancia de sistemas de gest\u00e3o das \u00e1guas residuais.<\/p>\n

A publica\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m estima que o n\u00famero de pessoas que se encontram em situa\u00e7\u00e3o de risco de inunda\u00e7\u00f5es aumentar\u00e1 do atual 1,2 bilh\u00e3o, para cerca de 1,6 bilh\u00e3o, em 2050 \u2013 o correspondente a aproximadamente 20% da popula\u00e7\u00e3o mundial. A popula\u00e7\u00e3o atualmente afetada pela degrada\u00e7\u00e3o e\/ou pela desertifica\u00e7\u00e3o e pelas secas \u00e9 estimada em 1,8 bilh\u00e3o de pessoas, o que torna essa categoria de \u201cdesastres naturais\u201d a mais significativa, com base na mortalidade e no impacto socioecon\u00f4mico relativo ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita.<\/p>\n

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Uso do solo<\/div>\n<\/div>\n

De acordo com o documento, os ecossistemas exercem importante influ\u00eancia no ciclo das chuvas, em escala local e continental. Em vez de ser considerada uma \u201cconsumidora\u201d de \u00e1gua, a publica\u00e7\u00e3o ressalta que a vegeta\u00e7\u00e3o deve ser vista como uma \u201crecicladora\u201d de \u00e1gua. Em \u00e2mbito mundial, at\u00e9 40% da precipita\u00e7\u00e3o terrestre s\u00e3o gerados pela transpira\u00e7\u00e3o vegetal e pela evapora\u00e7\u00e3o do solo, tamb\u00e9m respons\u00e1veis pela maior parte das precipita\u00e7\u00f5es em algumas regi\u00f5es.<\/p>\n

\u201cPortanto, as decis\u00f5es relativas ao uso do solo em um determinado lugar podem ter consequ\u00eancias significativas para os recursos h\u00eddricos, as pessoas, a economia e o meio ambiente em lugares distantes \u2013 o que indica as limita\u00e7\u00f5es das bacias de drenagem (em oposi\u00e7\u00e3o \u00e0s \u201cbacias de precipita\u00e7\u00e3o\u201d) em servir como bases para o gerenciamento da \u00e1gua\u201d, diz o texto.<\/p>\n

Como alternativa, o relat\u00f3rio indica a parceria entre a tecnologia tradicional com o uso de infraestrutura verde, voltada para os recursos h\u00eddricos, que usa sistemas naturais ou seminaturais para oferecer op\u00e7\u00f5es de gest\u00e3o da \u00e1gua, com benef\u00edcios equivalentes ou similares \u00e0 tradicional infraestrutura h\u00eddrica cinza (constru\u00edda\/f\u00edsica).<\/p>\n

\u201cEm algumas situa\u00e7\u00f5es, as abordagens baseadas na natureza podem oferecer a principal ou a \u00fanica solu\u00e7\u00e3o vi\u00e1vel (por exemplo, a recupera\u00e7\u00e3o de paisagens para combater a degrada\u00e7\u00e3o do solo e a desertifica\u00e7\u00e3o), ao passo que para outras finalidades apenas uma infraestrutura cinza funcionaria (por exemplo, o fornecimento de \u00e1gua para uma casa por meio de canos e torneiras). Contudo, na maioria dos casos, as infraestruturas verdes e as infraestruturas cinzas podem e devem trabalhar em conjunto\u201d, acrescenta a publica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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Riscos relacionados \u00e0 \u00e1gua<\/div>\n<\/div>\n

Atualmente, o mundo todo tem presenciado os riscos de desastres relacionados \u00e0 \u00e1gua, como inunda\u00e7\u00f5es e secas associadas a uma crescente mudan\u00e7a tempor\u00e1ria de recursos h\u00eddricos em virtude de altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Segundo o relat\u00f3rio, cerca de 30% da popula\u00e7\u00e3o mundial vive em \u00e1reas e regi\u00f5es afetadas rotineiramente por inunda\u00e7\u00f5es e secas. A degrada\u00e7\u00e3o dos ecossistemas \u00e9 a principal causa dos crescentes riscos e eventos extremos relacionados \u00e0 \u00e1gua e, al\u00e9m disso, ela reduz a capacidade de aproveitar plenamente o potencial das solu\u00e7\u00f5es baseadas na natureza.<\/p>\n

\u201cVemos que cada vez mais est\u00e3o se intensificando os eventos extremos, desastres naturais, justamente nas \u00e1reas que j\u00e1 est\u00e3o sujeitas a esses desastres. Onde h\u00e1 seca, em zonas extremamente \u00e1ridas, haver\u00e1 cada vez mais secas, com cada vez mais impactos. Onde h\u00e1 inunda\u00e7\u00f5es, vai ter cada vez mais inunda\u00e7\u00f5es. O que vai acontecer \u00e9 que \u00e1reas que nunca vivenciaram desastres naturais tamb\u00e9m poder\u00e3o viver esses fen\u00f4menos. Isso \u00e9 o principal desafio, que em parte pode ser controlado, mas grande parte, n\u00e3o\u201d, afirmou o oficial de projetos de Meio Ambiente da Unesco, Massimiliano Lombardo.<\/p>\n

Para a Unesco, a infraestrutura verde \u00e9 capaz de desempenhar importantes fun\u00e7\u00f5es relacionadas \u00e0 redu\u00e7\u00e3o de riscos. A combina\u00e7\u00e3o de abordagens de infraestrutura verde e cinza pode levar \u00e0 redu\u00e7\u00e3o de custos e a uma redu\u00e7\u00e3o geral dos riscos. \u201cAs SbN podem melhorar a seguran\u00e7a h\u00eddrica geral, aumentando a disponibilidade e a qualidade da \u00e1gua e, ao mesmo tempo, reduzindo os riscos de desastres relacionados \u00e0 \u00e1gua e gerando cobenef\u00edcios sociais, econ\u00f4micos e ambientais. Elas permitem a identifica\u00e7\u00e3o de resultados positivos para todos os setores\u201d, diz o texto.<\/p>\n

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In\u00e9rcia pol\u00edtica<\/div>\n<\/div>\n

De acordo com o relat\u00f3rio, ainda existe uma in\u00e9rcia hist\u00f3rica contra as solu\u00e7\u00f5es baseadas na natureza, devido ao predom\u00ednio cont\u00ednuo de solu\u00e7\u00f5es de infraestrutura cinza nos atuais instrumentos dos pa\u00edses em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s pol\u00edticas p\u00fablicas, aos c\u00f3digos e normas de constru\u00e7\u00e3o. A consequ\u00eancia disso, em conjunto com outros fatores, \u00e9 a frequente percep\u00e7\u00e3o de que as solu\u00e7\u00f5es baseadas na natureza s\u00e3o percebidas como menos eficientes, ou mais arriscadas do que os sistemas constru\u00eddos (com infraestrutura cinza).<\/p>\n

\u201cMuitas vezes, as SbN exigem coopera\u00e7\u00e3o entre as v\u00e1rias partes e institui\u00e7\u00f5es interessadas, o que pode ser dif\u00edcil de alcan\u00e7ar. Os arranjos institucionais atuais n\u00e3o evolu\u00edram, levando em considera\u00e7\u00e3o a coopera\u00e7\u00e3o no que diz respeito \u00e0s SbN. Faltam conscientiza\u00e7\u00e3o, comunica\u00e7\u00e3o e conhecimento em todos os \u00e2mbitos, das comunidades aos planejadores regionais aos formuladores de pol\u00edticas nacionais, sobre o que as SbN realmente podem oferecer\u201d.<\/p>\n

\u201cContinuam a existir mitos e\/ ou incertezas sobre o funcionamento da infraestrutura natural ou verde, assim como sobre o que significam os servi\u00e7os ecossist\u00eamicos, em termos pr\u00e1ticos. Tamb\u00e9m n\u00e3o \u00e9 totalmente claro, \u00e0s vezes, o que constitui uma SbN. Faltam orienta\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica, ferramentas e abordagens para determinar a combina\u00e7\u00e3o correta de op\u00e7\u00f5es de SbN e infraestrutura cinza\u201d, adverte o documento.<\/p>\n

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Limites<\/div>\n<\/div>\n

O relat\u00f3rio alerta que \u00e9 necess\u00e1rio reconhecer os limites da capacidade de suporte dos ecossistemas e determinar os valores a partir dos quais press\u00f5es adicionais causar\u00e3o danos irrevers\u00edveis aos pr\u00f3prios ecossistemas. \u201cH\u00e1 limites ao que os ecossistemas s\u00e3o capazes de alcan\u00e7ar, e esses limites devem ser identificados com maior precis\u00e3o. Por exemplo, os \u201cpontos cr\u00edticos\u201d, al\u00e9m dos quais as mudan\u00e7as negativas nos ecossistemas se tornam irrevers\u00edveis, s\u00e3o bem estudados na teoria, mas raramente s\u00e3o quantificados\u201d, indica a publica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Segundo o documento as solu\u00e7\u00f5es baseadas na natureza n\u00e3o necessariamente exigem recursos financeiros adicionais, mas normalmente envolvem o seu redirecionamento, ou o uso mais efetivo dos financiamentos j\u00e1 existentes. \u201cInvestimentos em infraestrutura verde est\u00e3o sendo mobilizados gra\u00e7as ao crescente reconhecimento do potencial dos servi\u00e7os ecossist\u00eamicos em oferecer solu\u00e7\u00f5es que tornam os investimentos mais sustent\u00e1veis e mais custo-efetivo no longo prazo\u201d.<\/p>\n

\u201cO investimento nas solu\u00e7\u00f5es verdes \u00e9 ainda muito baixo. Se voc\u00ea tiver que tomar uma decis\u00e3o para o gerenciamento da \u00e1gua, eu diria: por favor, considere coisas que s\u00e3o diferentes das usuais. Pense em solu\u00e7\u00f5es mais verdes, que possam trazer benef\u00edcios n\u00e3o s\u00f3 para levar \u00e1gua do ponto A para o ponto B, mas para que nesse caminho possa gerar benef\u00edcios para o meio ambiente\u201d, avaliou Angela Ortigara. \u201c\u00c9 necess\u00e1rio, principalmente para um pa\u00eds grande como o Brasil, em que a gente sempre pensa que tem muita \u00e1gua, suficiente para tudo, e acontece como em 2015, a seca em S\u00e3o Paulo, e a gente n\u00e3o sabe por qu\u00ea\u201d, completou.<\/p>\n

O documento apoia ainda a incorpora\u00e7\u00e3o de conhecimentos e pr\u00e1ticas tradicionais \u00e0s j\u00e1 consolidadas por comunidades locais sobre o funcionamento dos ecossistemas e a intera\u00e7\u00e3o natureza-sociedade. Nesse sentido, a publica\u00e7\u00e3o sugere que devem ser feitas melhorias quanto \u00e0 incorpora\u00e7\u00e3o desses conhecimentos nas avalia\u00e7\u00f5es e no processo decis\u00f3rio.<\/p>\n

\u201cO relat\u00f3rio demonstra que o ser humano pode fazer uma parceria com a natureza, em vez de lutar e querer que ela se conforme com as nossas necessidades, \u00e9 [importante] tentar acomodar a necessidade da natureza, no caso da \u00e1gua, de se espalhar, inundar uma plan\u00edcie, porque isso \u00e9 importante para preservar a qualidade e a quantidade da \u00e1gua que, depois, o ser humano vai utilizar\u201d, concluiu o oficial de projetos Massimiliano Lombardo.<\/p>\n

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Publica\u00e7\u00e3o<\/div>\n<\/div>\n

O Relat\u00f3rio Mundial das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos H\u00eddricos (World Water Development Report \u2013 WWDR) \u00e9 publicado anualmente, com foco em quest\u00f5es estrat\u00e9gicas sobre a \u00e1gua. O documento oferece um quadro geral do estado dos recursos de \u00e1gua pot\u00e1vel no mundo e visa a proporcionar as ferramentas sustent\u00e1veis a serem utilizadas pelos tomadores de decis\u00f5es.<\/p>\n

Fonte: Ag\u00eancia Brasil<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"