{"id":142615,"date":"2018-03-26T00:04:13","date_gmt":"2018-03-26T03:04:13","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=142615"},"modified":"2018-03-25T20:30:09","modified_gmt":"2018-03-25T23:30:09","slug":"area-de-conservacao-da-caatinga-revela-maior-concentracao-de-sitios-arqueologicos-do-brasil","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/03\/26\/142615-area-de-conservacao-da-caatinga-revela-maior-concentracao-de-sitios-arqueologicos-do-brasil.html","title":{"rendered":"\u00c1rea de conserva\u00e7\u00e3o da Caatinga revela maior concentra\u00e7\u00e3o de s\u00edtios arqueol\u00f3gicos do Brasil"},"content":{"rendered":"

S\u00e3o cerca de 3 mil s\u00edtios em rochas de boqueir\u00f5es e grotas, onde pinturas rupestres revelam, segundo arque\u00f3logos, um homem pr\u00e9-hist\u00f3rico de “mente aberta” e “avesso a r\u00f3tulos”, que teria vivido h\u00e1 16 mil anos e era coletor, ca\u00e7ador, pescador e agricultor.<\/p>\n

Chamado de “\u00edndio Tapuia” (etnia usada para denominar todo \u00edndio que n\u00e3o era Tupi Guarani), esse homem, que \u00e9 uma mistura de v\u00e1rias etnias e ra\u00e7as, foi a base para a forma\u00e7\u00e3o do povo sertanejo. Ele chegou \u00e0 Am\u00e9rica do Sul pelo oceano Pac\u00edfico, vindo de locais ainda incertos para a arqueologia.<\/p>\n

Entre seus habitats estava o Vale do S\u00e3o Francisco, com concentra\u00e7\u00e3o no territ\u00f3rio do munic\u00edpio baiano de Sento S\u00e9. O “\u00edndio” foi miscigenado com outras ra\u00e7as ap\u00f3s a coloniza\u00e7\u00e3o portuguesa, h\u00e1 pouco mais de 500 anos, indicam arque\u00f3logos.<\/p>\n

Os pesquisadores tamb\u00e9m encontraram na regi\u00e3o ossos de animais pr\u00e9-hist\u00f3ricos, como a pregui\u00e7a-gigante, de 6 metros de altura, e do tatu-gigante, do tamanho de um Fusca.<\/p>\n

A descoberta dos s\u00edtios t\u00eam empolgado n\u00e3o s\u00f3 pesquisadores, mas tamb\u00e9m o setor tur\u00edstico, que v\u00ea a riqueza arqueol\u00f3gica local com forte potencial para atrair turistas, a exemplo do que ocorre no Parque Nacional da Serra da Capivara (Piau\u00ed) – onde mais de 1,3 mil s\u00edtios arqueol\u00f3gicos j\u00e1 foram descobertos em mais de 40 anos de pesquisa.<\/p>\n

No sert\u00e3o da Bahia, os s\u00edtios est\u00e3o numa regi\u00e3o conhecida como Boqueir\u00e3o da On\u00e7a, que h\u00e1 d\u00e9cadas tamb\u00e9m chama a aten\u00e7\u00e3o de pesquisadores pela fauna e flora do bioma Caatinga. Recentemente, ap\u00f3s 16 anos de estudos, o Minist\u00e9rio do Meio Ambiente concluiu uma proposta para a cria\u00e7\u00e3o das unidades de conserva\u00e7\u00e3o na regi\u00e3o.<\/p>\n

A proposta \u00e9 um parque nacional de 345,3 mil hectares para prote\u00e7\u00e3o integral do bioma e uma APA (\u00e1rea de prote\u00e7\u00e3o ambiental) de 505,6 mil hectares, onde ser\u00e1 poss\u00edvel o uso sustent\u00e1vel dos recursos naturais. A \u00e1rea total abrange os munic\u00edpios baianos de Sento S\u00e9, Campo Formoso, Sobradinho, Juazeiro e Umburanas.<\/p>\n

A finaliza\u00e7\u00e3o da proposta, com o envio \u00e0 Casa Civil da Presid\u00eancia de documentos pendentes, ocorreu nesta ter\u00e7a-feira (13). N\u00e3o h\u00e1 prazo para ela ser analisada pela pasta, mas isso “deve ser realizado em tempo curto”, informou a Casa Civil. Depois, a cria\u00e7\u00e3o do parque nacional e da APA devem virar decreto presidencial.<\/p>\n

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Image captionA proposta do Minist\u00e9rio do Meio Ambiente \u00e9 criar um parque nacional de mais de 345 mil hectares | Foto: Rog\u00e9rio Cunha<\/p>\n

Como dentro do parque nacional n\u00e3o h\u00e1 comunidades ou empreendimentos, n\u00e3o ser\u00e1 necess\u00e1rio gasto p\u00fablico com indeniza\u00e7\u00f5es. Dentro da APA, por\u00e9m, vivem cerca de 250 fam\u00edlias em 27 comunidades de fundos de pasto e quilombolas. H\u00e1 ainda empreendimentos de energia e\u00f3lica que ocupam cerca de 30% do territ\u00f3rio da \u00e1rea de prote\u00e7\u00e3o a ser criada.<\/p>\n

‘Homem metaf\u00f3rico’<\/h2>\n

Os s\u00edtios arqueol\u00f3gicos est\u00e3o dentro da \u00e1rea onde ser\u00e1 o parque nacional. Eles come\u00e7aram a ser estudados na d\u00e9cada de 1970, durante a constru\u00e7\u00e3o da barragem de Sobradinho. Na \u00e9poca, o arque\u00f3logo espanhol Valentim Calder\u00f3n coordenou o Projeto Sobradinho de Salvamento Arqueol\u00f3gico numa \u00e1rea de 4.214 km\u00b2.<\/p>\n

O trabalho de Calder\u00f3n nos territ\u00f3rios de Casa Nova, Remanso, Pil\u00e3o Arcado (\u00e0 margem esquerda do rio S\u00e3o Francisco) e de Juazeiro, Sento S\u00e9 e Xique-xique (margem direita) identificou os primeiros s\u00edtios rupestres da regi\u00e3o.<\/p>\n

As pinturas foram definidas por ele como arte parietal (de homens que viveram na Idade das Renas, entre 15000 a.C. e 9000 a.C), divididas em pictografias (representa\u00e7\u00e3o de ideias por meio de desenhos) e petroglifos (escultura bruta em pedra).<\/p>\n

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Image captionProjeto de parque e \u00e1rea de prote\u00e7\u00e3o ambiental ainda precisa de aval da Presid\u00eancia da Rep\u00fablica | Foto: Rog\u00e9rio Cunha<\/p>\n

Ap\u00f3s o Projeto de Salvamento Arqueol\u00f3gico, as pesquisas s\u00f3 voltaram a ocorrer na regi\u00e3o na d\u00e9cada de 1990, com o arque\u00f3logo Celito Kestering, disc\u00edpulo de Calder\u00f3n e hoje doutor em Arqueologia na \u00e1rea de pinturas rupestres.<\/p>\n

O arque\u00f3logo \u00e9 professor aposentado da Univasf (Universidade Federal do Vale do S\u00e3o Francisco), em Petrolina (PE), e pesquisa os s\u00edtios arqueol\u00f3gicos de Sento S\u00e9 desde 1993. Ele os classifica como “metaf\u00f3ricos”, enquanto que os da Serra da Capivara, onde tamb\u00e9m realizou estudos, seriam “meton\u00edmicos”.<\/p>\n

Para ele, “o metaf\u00f3rico tem o conceito de bem sem precisar ter a representa\u00e7\u00e3o da imagem de um Deus macho, pai, castigador, como tem o meton\u00edmico, que incorpora um conceito cujo horizonte n\u00e3o vai al\u00e9m da figura rupestre.”<\/p>\n

“Os que moravam na beira do Rio S\u00e3o Francisco eram coletores, ca\u00e7adores, pescadores e agricultores. Os meton\u00edmicos se orientam s\u00f3 pelo espa\u00e7o, n\u00e3o t\u00eam a dimens\u00e3o do tempo. Os metaf\u00f3ricos se orientam muito mais pelo tempo do que pelo espa\u00e7o”, diz Kestering.<\/p>\n

Potencial tur\u00edstico<\/h2>\n

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Image captionPrefeituras da regi\u00e3o est\u00e3o tentando potencializar o turismo em \u00e1reas com s\u00edtios arqueol\u00f3gicos | Foto: Rog\u00e9rio Cunha<\/p>\n

Mesmo que ainda n\u00e3o esteja regularizada, a visita\u00e7\u00e3o tur\u00edstica j\u00e1 vem ocorrendo na regi\u00e3o de Sento S\u00e9 por causa dos s\u00edtios arqueol\u00f3gicos, tendo sido esse, inclusive, um dos motivos de o munic\u00edpio ser elevado de categoria no novo Mapa do Turismo, divulgado h\u00e1 cerca de um m\u00eas pelo Minist\u00e9rio do Turismo.<\/p>\n

O mapa elevou Sento S\u00e9 da categoria E para a D, numa escala que vai de E at\u00e9 A. Assim, a cidade passou a ter direito a pedir ao minist\u00e9rio R$ 150 mil por ano para realiza\u00e7\u00e3o de um \u00fanico evento tur\u00edstico. A Secretaria Municipal de Turismo de Sento S\u00e9 informou que busca recursos com governos para poder criar meios de organizar as visitas aos s\u00edtios e divulg\u00e1-los.<\/p>\n

“Temos um potencial grande para isso e queremos aproveitar, mas com cuidado”, comenta Mariluze Amaral, chefe do Departamento de Turismo. A ideia \u00e9 promover o ecoturismo em trilhas nos circuitos arqueol\u00f3gicos, com passagens por caminhos percorridos pelo sertanista e explorador de ouro Rom\u00e3o Gramacho, o cangaceiro Lampi\u00e3o e a Coluna de Carlos Prestes.<\/p>\n

Por se tratar de algo ainda n\u00e3o regulamentado, a Prefeitura de Sento S\u00e9 diz n\u00e3o dispor de informa\u00e7\u00f5es sobre a quantidade de turistas que tem ido aos s\u00edtios, mas diz que tem buscado conversar com guias locais para fazerem um trabalho mais qualificado.<\/p>\n

Um dos que atuam com turismo na regi\u00e3o \u00e9 o empres\u00e1rio Bruno Kestering, filho do arque\u00f3logo Celito. As visitas aos s\u00edtios, segundo ele, “s\u00e3o realizadas mais por escolas da regi\u00e3o, que costumam ir em grupo de 50 pessoas”.<\/p>\n

\"Caatiga,<\/p>\n

Image captionOs s\u00edtios arqueol\u00f3gicos de Sento S\u00e9 fazem parte de um bioma ainda desprotegido pelo poder p\u00fablico | Foto: Rog\u00e9rio Cunha<\/p>\n

Devido \u00e0 proximidade com as principais cidades da regi\u00e3o do Vale do S\u00e3o Francisco – a baiana Juazeiro e pernambucana Petrolina, separadas pelo rio -, os s\u00edtios mais frequentados s\u00e3o os de Sobradinho, onde foram realizados os estudos iniciais pelo arque\u00f3logo espanhol Valentin Calder\u00f3n.<\/p>\n

Alvandyr Dantas Bezerra, pesquisador do Instituto Habilis e do Grupo de Pesquisa Bahia Arqueol\u00f3gica, realizou em 2017 levantamento de s\u00edtios arqueol\u00f3gicos na regi\u00e3o de Sento S\u00e9 com vistas \u00e0 cria\u00e7\u00e3o de um circuito de turismo, a pedido da prefeitura local.<\/p>\n

“O potencial tur\u00edstico l\u00e1 \u00e9 enorme. O que deu para perceber, de in\u00edcio, \u00e9 que muitos (s\u00edtios) ter\u00e3o de ficar dispon\u00edveis para visita\u00e7\u00e3o, e outros para pesquisa cient\u00edfica”, contou. Na Serra da Capivara, por exemplo, a visita\u00e7\u00e3o \u00e9 aberta em 173 s\u00edtios.<\/p>\n

Bezerra estima que, saindo o decreto presidencial que criar\u00e1 o Parque Nacional do Boqueir\u00e3o da On\u00e7a, o projeto de visita\u00e7\u00e3o inicial dos s\u00edtios pode ficar pronto em dois anos – com o tempo mais locais podem ser liberados para visitas. Mas isso depende ainda da elabora\u00e7\u00e3o do plano de manejo pelo Minist\u00e9rio do Meio Ambiente.<\/p>\n

“Com o decreto, vamos dar in\u00edcio \u00e0 elabora\u00e7\u00e3o desse plano e liberar locais onde possa ocorrer a visita\u00e7\u00e3o tur\u00edstica. Em vez de fazer um plano de manejo completo, que contemple tudo, vamos fazer aos poucos para que as visitas possam ocorrer, tanto nos s\u00edtios arqueol\u00f3gicos quanto na \u00e1rea da Caatinga”, diz Moara Menta Giasson, diretora de \u00e1reas protegidas da Secretaria de Biodiversidade do minist\u00e9rio.<\/p>\n

On\u00e7a em extin\u00e7\u00e3o<\/h2>\n

\"Forma\u00e7\u00f5es<\/p>\n

Image captionPara pesquisadores, potencial tur\u00edstico da \u00e1rea \u00e9 ‘enorme’ | Foto: Rog\u00e9rio Cunha<\/p>\n

Os s\u00edtios arqueol\u00f3gicos de Sento S\u00e9 fazem parte de um bioma ainda desprotegido pelo poder p\u00fablico. E n\u00e3o s\u00f3 eles est\u00e3o nesta situa\u00e7\u00e3o, como tamb\u00e9m cerca de 30 on\u00e7as pintadas e 120 pardas, dentre outros mam\u00edferos, aves e plantas diversas que habitam exclusivamente o bioma Caatinga.<\/p>\n

Entre outros representantes da fauna em extin\u00e7\u00e3o no Boqueir\u00e3o da On\u00e7a est\u00e3o o tamandu\u00e1 bandeira, o tatu-bola, o gato mourisco e o gato-do-mato. Entre as aves em risco est\u00e3o a arara-azul-de-lear e o jacu estalo.<\/p>\n

R\u00e9pteis, anf\u00edbios e insetos ainda a serem estudados completam o quadro da fauna selvagem do Boqueir\u00e3o, onde est\u00e1 tamb\u00e9m a maior caverna do Brasil, a Toca da Boa Vista, com 93,7 km de extens\u00e3o – e alvo de pesquisas cient\u00edficas.<\/p>\n

A flora nativa apresenta grande diversidade – recentemente, 97 novas esp\u00e9cies foram catalogadas. O Boqueir\u00e3o da On\u00e7a \u00e9 “a \u00faltima grande \u00e1rea selvagem de todas as caatingas do Nordeste brasileiro”, destaca o pesquisador Jos\u00e9 Alves Siqueira, doutor em biologia vegetal pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e autor do livro\u00a0Flora das Caatingas do Rio S\u00e3o Francisco: hist\u00f3ria natural e conserva\u00e7\u00e3o.<\/em><\/p>\n

“Pesquisas iniciadas em 2006 apresentam uma flora rica, com mais de 900 esp\u00e9cies de plantas reunidas em 120 fam\u00edlias bot\u00e2nicas, com esp\u00e9cies end\u00eamicas da Caatinga, amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o e at\u00e9 novas esp\u00e9cies que ser\u00e3o apresentadas brevemente \u00e0 comunidade cient\u00edfica e que j\u00e1 se encontram no limiar da extin\u00e7\u00e3o”, informa.<\/p>\n

As discuss\u00f5es sobre a prote\u00e7\u00e3o da \u00e1rea com a cria\u00e7\u00e3o de um parque nacional come\u00e7aram em 2001. A ideia inicial era proteger um territ\u00f3rio de cerca de 900 mil hectares, mas interesses econ\u00f4micos de mineradoras que buscavam as pedras de ametistas da regi\u00e3o e empresas de energia e\u00f3lica provocaram o atraso na defini\u00e7\u00e3o de como seria o parque.<\/p>\n

Em 2017, o Boqueir\u00e3o da On\u00e7a ganhou destaque com a descoberta de uma jazida de ametista que provocou uma corrida com cerca de 20 mil garimpeiros de todo o Brasil. As comunidades locais reclamam de abusos e viol\u00eancia, al\u00e9m da extra\u00e7\u00e3o de madeira, ca\u00e7a de animais silvestres e furto dos rebanhos.<\/p>\n

\"Boqueir\u00e3o<\/p>\n

Image captionO Boqueir\u00e3o da On\u00e7a ganhou destaque com a descoberta de uma jazida de ametista que provocou uma corrida de milhares de garimpeiros | Foto: Rog\u00e9rio Cunha<\/p>\n

A defini\u00e7\u00e3o s\u00f3 veio em 2017, quando se decidiu criar um parque nacional numa parte do bioma e a APA na outra. A diferen\u00e7a crucial entre as duas \u00e9 que, diferente do parque nacional, na APA pode haver atividades econ\u00f4micas, desde que respeite as regras do decreto que cria a \u00e1rea de prote\u00e7\u00e3o ambiental. A \u00e1rea do garimpo, contudo, ficou de fora das duas \u00e1reas.<\/p>\n

“Assim, as atividades de energia e\u00f3lica v\u00e3o poder continuar sem problemas, e ela tamb\u00e9m \u00e9 incentivada por n\u00f3s por ser uma fonte de energia limpa. A regi\u00e3o do Vale do Boqueir\u00e3o da On\u00e7a \u00e9 uma das que tem mais potencial para a gera\u00e7\u00e3o desse tipo de energia”, diz Andr\u00e9 Lu\u00eds Luma, coordenador-geral de Pol\u00edticas para \u00c1reas Protegidas do Minist\u00e9rio do Meio Ambiente.<\/p>\n

Maior felino das Am\u00e9ricas, a on\u00e7a pintada tem na regi\u00e3o um dos principais ref\u00fagios em \u00e1rea natural. A esp\u00e9cie j\u00e1 perdeu 55% da \u00e1rea de sua distribui\u00e7\u00e3o original e, atualmente, a maior parte de suas subpopula\u00e7\u00f5es est\u00e1 amea\u00e7ada de extin\u00e7\u00e3o. No Brasil, a on\u00e7a pintada est\u00e1 criticamente amea\u00e7ada na Caatinga e na Mata Atl\u00e2ntica.<\/p>\n

Projetos tamb\u00e9m est\u00e3o sendo desenvolvidos com vistas \u00e0 prote\u00e7\u00e3o animal, com foco nas on\u00e7as, v\u00edtimas criadores de animais da regi\u00e3o, sobretudo ovinos e caprinos, fonte de alimento das on\u00e7as, ao lado de outros mam\u00edferos, como as capivaras.<\/p>\n

“Estamos incentivando os produtores a construir currais para guardar os animais \u00e0 noite, pois os deixam soltos e a\u00ed as on\u00e7as atacam. \u00c9 dif\u00edcil elas virem at\u00e9 os currais e atacar durante o dia”, diz Rog\u00e9rio Cunha de Paula, coordenador substituto do Cenap (Centro Nacional de Pesquisa e Conserva\u00e7\u00e3o de Mam\u00edferos Carn\u00edvoros), ligado ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade).<\/p>\n

O Boqueir\u00e3o tamb\u00e9m tem papel-chave na seguran\u00e7a h\u00eddrica na regi\u00e3o. Importantes nascentes localizadas nos planos mais altos irrigam o solo seco do sert\u00e3o, garantindo condi\u00e7\u00f5es de vida para comunidades urbanas e rurais.<\/p>\n

Algumas dessas nascentes foram inclu\u00eddas nos limites do futuro parque nacional, cuja cria\u00e7\u00e3o \u00e9 esperada tamb\u00e9m por entidades internacionais de prote\u00e7\u00e3o ambiental, como a WWF.<\/p>\n

“Hoje, dos 11% restantes da vegeta\u00e7\u00e3o original da Caatinga, apenas 2% \u00e9 legalmente protegida. Ent\u00e3o, qualquer iniciativa de conserva\u00e7\u00e3o na Caatinga \u00e9 bem-vinda”, diz Jaime Gesisky, especialista em Pol\u00edticas P\u00fablicas da ONG WWF-Brasil.<\/p>\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A proposta de cria\u00e7\u00e3o de um mosaico de unidades de conserva\u00e7\u00e3o dos \u00faltimos remanescentes em \u00e1rea cont\u00ednua do bioma Caatinga no Brasil, do tamanho de 850 mil campos de futebol, no sert\u00e3o da Bahia, abriu as portas para a descoberta do que pesquisadores chamam de a maior concentra\u00e7\u00e3o de s\u00edtios arqueol\u00f3gicos do pa\u00eds. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[405,27,85],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/142615"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=142615"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/142615\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":142616,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/142615\/revisions\/142616"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=142615"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=142615"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=142615"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}