{"id":142619,"date":"2018-03-26T00:00:35","date_gmt":"2018-03-26T03:00:35","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=142619"},"modified":"2018-03-25T20:36:52","modified_gmt":"2018-03-25T23:36:52","slug":"comunidades-de-caxias-recebem-o-car","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/03\/26\/142619-comunidades-de-caxias-recebem-o-car.html","title":{"rendered":"Comunidades de Caxias recebem o CAR"},"content":{"rendered":"

Mais de 600 representantes de comunidades tradicionais, entre quilombolas, quebradeiras de coco e agricultores participaram, nesta sexta-feira, de evento no Quilombo Soledade em Caxias (MA) para a entrega de certificados do Cadastro Ambiental Rural \u2013 CAR. O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, comemorou o resultado do trabalho, coordenado pelo Servi\u00e7o Florestal Brasileiro (SBF), realizado durante um ano e meio, que foi desenvolvido em vinte e tr\u00eas munic\u00edpios do estado do Maranh\u00e3o. Foram cadastradas 8,5 mil fam\u00edlias nessa primeira etapa.<\/p>\n

\u201cO programa mostra a import\u00e2ncia que foi dada em minha gest\u00e3o \u00e0s popula\u00e7\u00f5es tradicionais, que considero como verdadeiras guardi\u00e3s do meio ambiente\u201d, afirmou o ministro. Ele defendeu a necessidade de outros programas, al\u00e9m do CAR,\u00a0como cursos de capacita\u00e7\u00e3o\u00a0de apoio t\u00e9cnico a essas comunidades, para que os jovens n\u00e3o abandonem as suas regi\u00f5es em busca de emprego nas cidades.<\/p>\n

O ministro disse, ainda, que o CAR \u00e9 um instrumento de organiza\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria, podendo ajudar as popula\u00e7\u00f5es que vivem sob press\u00e3o em suas terras. \u201cEle desburocratiza o processo de regulariza\u00e7\u00e3o\u201d, explicou.<\/p>\n

Participaram do evento o prefeito de Caxias, Fabio Gentil, vereadores, prefeito de Apicum-A\u00e7u, Claudio Cunha, o presidente do sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias, Jos\u00e9 Wilton Neto, vereadores e lideran\u00e7as pol\u00edticas.<\/p>\n

O PROJETO<\/strong><\/p>\n

O FIP-CAR:\u00a0Regulariza\u00e7\u00e3o Ambiental de Im\u00f3veis Rurais na Amaz\u00f4nia e em \u00c1reas de Transi\u00e7\u00e3o para o Cerrado, do qual o Servi\u00e7o Florestal Brasileiro e o MMA fazem parte, busca contribuir para gest\u00e3o ambiental dos im\u00f3veis rurais nos nove estados contemplados (MT, GO, SP, MG, MA, MS, TO, DF, PR), auxiliando na regulariza\u00e7\u00e3o ambiental de pequenos agricultores e de povos e comunidades tradicionais, al\u00e9m de buscar a valoriza\u00e7\u00e3o da vegeta\u00e7\u00e3o nativa e dos povos do Cerrado.<\/p>\n

A iniciativa conta com recursos do Reino Unido, aplicados por meio do Banco Mundial. A representante da embaixada brit\u00e2nica no Brasil, Ana Gutierrez, disse que o seu\u00a0pa\u00eds acredita nos bons resultados de programas que promovam as popula\u00e7\u00f5es tradicionais. \u201cNosso objetivo \u00e9 expandir projetos como este, visando apoiar os biomas do Cerrado e tamb\u00e9m da Caatinga\u201d, informou.<\/p>\n

O diretor-geral do SFB, Raimundo Deusdar\u00e1, explicou que\u00a0o CAR \u201crepresenta a porta de entrada\u201d para o cr\u00e9dito agr\u00edcola. \u201cO sucesso do CAR \u00e9 baseado no interesse dessas comunidades poderem mostrar ao Maranh\u00e3o e ao Brasil que a terra pode ser usada, sem que se agrida o meio ambiente\u201d, disse Desudar\u00e1. O cadastro, um documento georreferrenciado, aponta as \u00e1reas que podem ser exploradas e aquelas que devem ser preservadas, seguindo as regras do C\u00f3digo Florestal.<\/p>\n

Deusdar\u00e1 afirmou, tamb\u00e9m, que at\u00e9 2016 o CAR estava direcionado para as grandes propriedades, mas \u201cpor orienta\u00e7\u00e3o do ministro\u00a0Sarney Filho, passamos a dar aten\u00e7\u00e3o \u00e0 agricultura familiar, e outras popula\u00e7\u00f5es tradicionais\u201d. A forte ades\u00e3o desses segmentos ao CAR, prosseguiu o diretor-geral, \u201cdeve-se ao fato deles serem\u00a0os primeiros impactados pelas agress\u00f5es ao meio ambiente\u201d<\/p>\n

LUTA <\/strong><\/p>\n

Receber o registro no CAR, para os moradores do Quilombo Soledade, \u00e9 mais um passo para a regulariza\u00e7\u00e3o das terras onde vivem desde a d\u00e9cada de 1980. Claudiane Silva, presidente da Associa\u00e7\u00e3o dos Agricultores do quilombo, afirma que conseguiram a certifica\u00e7\u00e3o da Funda\u00e7\u00e3o Palmares como \u00e1rea quilombola em 2012, mas o processo ainda n\u00e3o foi conclu\u00eddo pelo Incra.<\/p>\n

\u201cS\u00f3 assim, quando recebermos o registro de nossa terra teremos seguran\u00e7a. Enquanto isso n\u00e3o ocorre, as pessoas invadem, retiram areia e pi\u00e7arra perto dos c\u00f3rregos e desmatam a regi\u00e3o\u201d, conta Claudiene, que entregou um documento ao ministro pedindo o apoio do MMA para acelerar o processo de desapropria\u00e7\u00e3o da \u00e1rea.<\/p>\n

Os moradores falam do preconceito que sofrem e pela press\u00e3o sobre suas terras. O mais velho do Quilombo, Ant\u00f4nio Silva, conhecido com Ant\u00f4nio Paca, teve uma vida que se mistura com a de milhares de\u00a0descendentes de escravos da regi\u00e3o de Caxias, que durante d\u00e9cadas lutam por um peda\u00e7o de terra, depois de serem expulsos de outras \u00e1reas. \u201cChegamos aqui h\u00e1 quase 40 anos, e aqui constru\u00edmos a nossa comunidade. Muitos desistiram, diante da inseguran\u00e7a, mas n\u00f3s continuamos nessa luta e acreditamos que iremos conseguir o documento\u201d, afirmou.<\/p>\n

Zenaide Souza Lima mostra com orgulho os produtos que a comunidade planta e consome, como milho, maxixe, vinagreira, mandioca, quiabo e feij\u00e3o. E agora, com o dinheiro de pe\u00e7as de artesanato, um grupo de mulheres est\u00e1 construindo A Casa de Educa\u00e7\u00e3o Ambiental de Soledade. No encontro, os moradores denunciaram ao ministro os desmatamentos ao longo dos c\u00f3rregos da regi\u00e3o que amea\u00e7am as nascentes do rio Ihamun.<\/p>\n

Fonte: MMA<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Ministro entrega documento de regulariza\u00e7\u00e3o ambiental rural a quilombolas, agricultores familiares e quebradeiras de coco da regi\u00e3o.<\/p>\n

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