{"id":142673,"date":"2018-03-28T00:02:55","date_gmt":"2018-03-28T03:02:55","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=142673"},"modified":"2018-03-27T22:12:08","modified_gmt":"2018-03-28T01:12:08","slug":"amazonia-pode-ter-sido-lar-de-um-milhao-de-pessoas-antes-de-1500","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/03\/28\/142673-amazonia-pode-ter-sido-lar-de-um-milhao-de-pessoas-antes-de-1500.html","title":{"rendered":"Amaz\u00f4nia pode ter sido lar de um milh\u00e3o de pessoas antes de 1500"},"content":{"rendered":"
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\u00c1reas da Amaz\u00f4nia que antes se acreditava terem sido desabitadas podem ter sido o lar de at\u00e9 um milh\u00e3o de pessoas nos s\u00e9culos anteriores \u00e0 chegada de Crist\u00f3v\u00e3o Colombo, segundo uma nova pesquisa arqueol\u00f3gica.<\/p>\n

Cientistas da Gr\u00e3-Bretanha e do Brasil descobriram evid\u00eancias de centenas de aldeias fortificadas na floresta tropical longe dos principais rios – \u00e1reas at\u00e9 ent\u00e3o consideradas intocadas pela civiliza\u00e7\u00e3o humana antes da chegada dos europeus, no final do s\u00e9culo XV.<\/p>\n<\/div>\n

As conclus\u00f5es, publicadas nesta ter\u00e7a-feira na revista cient\u00edfica Nature Communications, chegam ap\u00f3s a descoberta de extensas obras de terraplanagem e fortifica\u00e7\u00f5es em outra regi\u00e3o do Brasil, na fronteira com o Peru.<\/p>\n

Os pesquisadores agora acreditam que essas habita\u00e7\u00f5es pr\u00e9-colombianas podem se estender por uma \u00e1rea de 400.000 quil\u00f4metros quadrados, e podem ter sido o lar de 500.000 a um milh\u00e3o de pessoas.<\/p>\n

A descoberta de 81 novos s\u00edtios arqueol\u00f3gicos que datam de 1250-1500 – entre eles 104 grandes terraplanagens geom\u00e9tricas – foi baseada em parte em imagens de sat\u00e9lite.<\/p>\n

Escava\u00e7\u00f5es em 24 locais descobriram cer\u00e2micas, machados de pedra polida e amostras de solo fertilizado, assim como antigos po\u00e7os de lixo, chamados de sambaquis.<\/p>\n

Analisando os restos de carv\u00e3o e cer\u00e2mica escavada, os pesquisadores descobriram que um trecho de 1.800 quil\u00f4metros do sul da Amaz\u00f4nia esteve continuamente ocupado de 1250 at\u00e9 1500 por pessoas que viviam em aldeias fortificadas.<\/p>\n

– Rituais cerimoniais? –<\/p>\n

Com enormes extens\u00f5es da Amaz\u00f4nia ainda inexploradas por arque\u00f3logos, as descobertas desafiam a suposi\u00e7\u00e3o de que as comunidades antigas viviam necessariamente nas plan\u00edcies aluviais pr\u00f3ximas aos principais rios.<\/p>\n

“H\u00e1 um equ\u00edvoco comum de que a Amaz\u00f4nia \u00e9 uma paisagem intocada, lar de comunidades n\u00f4mades e dispersas”, disse Jonas Gregorio de Souza, pesquisador do departamento de arqueologia da Universidade de Exeter, na Gr\u00e3-Bretanha.<\/p>\n

“Este n\u00e3o \u00e9 o caso. Descobrimos que algumas popula\u00e7\u00f5es longe dos grandes rios s\u00e3o muito maiores do que se pensava anteriormente, e essas pessoas tiveram um impacto no meio ambiente que ainda podemos encontrar hoje”.<\/p>\n

Os pesquisadores acreditam que existiam entre 1.000 e 1.500 vilarejos fechados na \u00e1rea, com dois ter\u00e7os dos locais ainda a ser descobertos.<\/p>\n

Os locais variavam em tamanho, desde \u00e1reas cercadas por valas feitas pelo homem – tamb\u00e9m conhecidas como geoglifos – de 30 metros de di\u00e2metro, at\u00e9 estruturas de 400 metros de di\u00e2metro ao redor de uma pra\u00e7a circular que irradiava estradas afundadas.<\/p>\n

Ainda n\u00e3o est\u00e1 claro para que esses misteriosos geoglifos – quadrados, circulares ou hexagonais – eram usados.<\/p>\n

“\u00c9 poss\u00edvel que eles tenham sido usados \u200b\u200bcomo parte de rituais cerimoniais”, escreveram os pesquisadores.<\/p>\n

– Reavaliando a hist\u00f3ria –<\/p>\n

As aldeias eram encontradas frequentemente perto ou dentro dos 81 geoglifos pesquisados. As terraplanagens provavelmente foram feitas durante secas sazonais, permitindo que as \u00e1rvores fossem removidas da \u00e1rea, especula o estudo.<\/p>\n

“As \u00e1reas mais secas ainda tinham solos f\u00e9rteis, onde os agricultores teriam podido cultivar e plantar \u00e1rvores frut\u00edferas, como a de castanha-do-par\u00e1”, afirmou.<\/p>\n

Alguns geoglifos tamb\u00e9m eram interconectados atrav\u00e9s de uma rede de estradas constru\u00eddas ao longo de muitos anos.<\/p>\n

Pesquisas anteriores descobriram 450 geoglifos similares no estado do Acre, que faz fronteira com o Peru, no oeste da Amaz\u00f4nia, abrangendo 13.000 quil\u00f4metros quadrados, mas poucos artefatos foram encontrados.<\/p>\n

“Precisamos reavaliar a hist\u00f3ria da Amaz\u00f4nia”, disse o professor Jos\u00e9 Iriarte, tamb\u00e9m da Universidade de Exeter.<\/p>\n

“Certamente n\u00e3o era uma \u00e1rea habitada apenas perto das margens de grandes rios, e as pessoas que moravam l\u00e1 mudaram a paisagem. A \u00e1rea que pesquisamos tinha uma popula\u00e7\u00e3o de pelo menos dezenas de milhares”.<\/p>\n

Fonte: France Presse<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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