{"id":142722,"date":"2018-03-30T00:00:30","date_gmt":"2018-03-30T03:00:30","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=142722"},"modified":"2018-03-29T21:01:52","modified_gmt":"2018-03-30T00:01:52","slug":"licenciamento-ambiental-federal-o-bordado-como-ferramenta-de-educacao-e-participacao-social","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/03\/30\/142722-licenciamento-ambiental-federal-o-bordado-como-ferramenta-de-educacao-e-participacao-social.html","title":{"rendered":"Licenciamento Ambiental Federal: o bordado como ferramenta de educa\u00e7\u00e3o e participa\u00e7\u00e3o social"},"content":{"rendered":"

Dois programas de educa\u00e7\u00e3o ambiental exigidos pelo Ibama no licenciamento da Linha de Transmiss\u00e3o Porto Velho-Araraquara 2 usam o bordado para difundir conceitos ambientais, mobilizar grupos em busca de interesses comuns e promover a inclus\u00e3o socioprodutiva das popula\u00e7\u00f5es de 11 munic\u00edpios impactados pelo empreendimento nos estados de Goi\u00e1s, Mato Grosso, Minas Gerais, Rond\u00f4nia e S\u00e3o Paulo.<\/p>\n

\"\"<\/a>O Projeto Entre Rios, que estimula a reflex\u00e3o sobre o uso sustent\u00e1vel dos recursos h\u00eddricos, capacita 262 bordadeiras em 9 munic\u00edpios (Acorizal, Chapada dos Guimar\u00e3es e Jaciara, em Mato Grosso; Ca\u00e7u e Santa Rita do Araguaia, em Goi\u00e1s; Iturama, em Minas Gerais; e Ibir\u00e1, Fernand\u00f3polis e Potirendaba, em S\u00e3o Paulo). Al\u00e9m de possibilitar a mobiliza\u00e7\u00e3o e a comunica\u00e7\u00e3o de riscos relacionados a cursos d\u2019\u00e1gua e nascentes a comunidades ribeirinhas, o programa promove a internaliza\u00e7\u00e3o de valores ambientais por moradores da \u00e1rea de influ\u00eancia da linha de transmiss\u00e3o e a valoriza\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio cultural da regi\u00e3o. As participantes bordam o cotidiano e as tradi\u00e7\u00f5es locais.<\/p>\n

O Projeto Quintais, desenvolvido em Candeias do Jamari (RO) e Gavi\u00e3o Peixoto (SP), realizou o manejo de 60 quintais que ofereciam riscos \u00e0 sa\u00fade, com a retirada de lixo, entulho e \u00e1gua empo\u00e7ada, eliminando ambientes favor\u00e1veis para vetores de doen\u00e7as. A iniciativa tamb\u00e9m promove a produ\u00e7\u00e3o org\u00e2nica em 56 quintais e 4 escolas p\u00fablicas, realizou oficinas de agroecologia para 60 pessoas, distribuiu mudas e adubo org\u00e2nico e ofereceu assessoria t\u00e9cnica para plantio, al\u00e9m de capacitar 8 monitores para dar suporte \u00e0 comunidade. O bordado complementa o aprendizado ao estimular uma interpreta\u00e7\u00e3o art\u00edstica da rela\u00e7\u00e3o entre moradores e quintais da regi\u00e3o.<\/p>\n

\"\"<\/a>Ao promover a educa\u00e7\u00e3o ambiental nos munic\u00edpios atingidos pelo empreendimento, os projetos Entre Rios e Quintais tamb\u00e9m possibilitam resgatar a autoestima das comunidades e fazer do bordado uma fonte de renda.<\/p>\n

Para a aposentada Delice da Silva, moradora da Chapada dos Guimar\u00e3es (MT) h\u00e1 cinco anos, o bordado traz alegria e for\u00e7a. \u201cAcabou com a depress\u00e3o, com a tristeza, com a ins\u00f4nia e com a ang\u00fastia. Eu vivia fazendo exames que davam anemia, bursite, tendinite. Acabou! E eu tomei alguma coisa? N\u00e3o, eu almocei, jantei e merendei bordado. Hoje eu sou presidente do bairro P\u00f4r do Sol, onde eu moro, e tamb\u00e9m sou presidente do Conselho Deliberativo Quilombola daqui de Chapada dos Guimar\u00e3es. Na semana passada eu estive em Bras\u00edlia, na Funda\u00e7\u00e3o Palmares. A minha vida, que estava totalmente destru\u00edda e apagada, renasceu\u201d, diz Delice.<\/p>\n

\"\"<\/a>Celene Rorigues, uma das monitoras volunt\u00e1rias do Projeto Entre Rios, borda desde os 17 anos. Ela conta que quando era adolescente o bordado era obrigat\u00f3rio e a professora, exigente. \u201cEu, a Aurora, a Ana e a Paula montamos um grupo de bordadeiras l\u00e1 num bairro carente que se chama Kubstein (na Chapada dos Guimar\u00e3es – MT). Ficamos tr\u00eas meses e j\u00e1 t\u00ednhamos 15 bordadeiras. Sa\u00edmos de l\u00e1 porque na frente tinha um bar. Havia umas pessoas que ficavam b\u00eabadas e vinham afrontar as meninas. Nesse meio tempo, duas amigas me disseram \u2018Celene, n\u00f3s temos um grupo aqui no Sol Nascente e esse bairro \u00e9 t\u00e3o carente quanto o Kubstein, at\u00e9 mais\u2019. A\u00ed trocamos de bairro, come\u00e7amos a ensinar bordado toda quinta-feira, das cinco e meia, porque as m\u00e3es s\u00e3o trabalhadeiras e as meninas v\u00e3o para a escola, at\u00e9 as oito e meia. Em setembro, eu estava no Rio Grande do Sul e a Paula come\u00e7ou o curso com as Dumond (integrantes da equipe t\u00e9cnica do Projeto Entre Rios). Quando n\u00f3s entramos aqui (no Projeto), trouxemos todas as nossas alunas\u201d, explica Celene.<\/p>\n

\"\"<\/a>Moradora da zona rural do munic\u00edpio de Acorizal (MT), a agente de sa\u00fade Regina Leite v\u00ea no bordado a renda a mais que todo mundo precisa. \u201cQuando eu cheguei aqui n\u00e3o sabia um ponto. Esse encontro de bordadeiras me fez ter um novo olhar para as coisas. Nos primeiros bordados eu usava cor \u00fanica. Tudo meu era verde. A\u00ed me disseram \u2018Use matizado. Cada galho de uma cor. Observe a natureza.\u2019 Quando eu vejo uma \u00e1rvore j\u00e1 vou pensando no meu bordado. O caju me chamou muita aten\u00e7\u00e3o. Posso fazer alaranjadinho, puxado para o amarelo, mescladinho. A gente tem que ter paci\u00eancia e dedica\u00e7\u00e3o\u201d, diz Regina.<\/p>\n

A exposi\u00e7\u00e3o Entre Rios Entre N\u00f3s, em exibi\u00e7\u00e3o desde 22 de fevereiro na Galeria T\u00e9rreo do Museu Nacional da Rep\u00fablica, em Bras\u00edlia, apresenta pe\u00e7as produzidas pelas bordadeiras capacitadas nos projetos de educa\u00e7\u00e3o ambiental do Ibama. Os trabalhos permanecem expostos at\u00e9 5 de abril.<\/p>\n

\"\"<\/a>Representantes de grupos de bordado em atividade nos munic\u00edpios atingidos pela Linha de Transmiss\u00e3o Porto Velho \u2013 Araraquara 2 tamb\u00e9m participaram do F\u00f3rum Mundial da \u00c1gua. Na ocasi\u00e3o, foram recebidas na sede do Ibama pela presidente do Instituto, Suely Ara\u00fajo, e pela Diretora de Licenciamento Ambiental, Larissa Amorim.<\/p>\n

Fonte: Ibama<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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