{"id":142974,"date":"2018-04-10T00:05:57","date_gmt":"2018-04-10T03:05:57","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=142974"},"modified":"2018-04-09T20:19:49","modified_gmt":"2018-04-09T23:19:49","slug":"antartica-perde-area-submersa-do-tamanho-de-londres-desde-2010","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/04\/10\/142974-antartica-perde-area-submersa-do-tamanho-de-londres-desde-2010.html","title":{"rendered":"Ant\u00e1rtica perde \u00e1rea submersa do tamanho de Londres desde 2010"},"content":{"rendered":"
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\"Ilustra\u00e7\u00e3o<\/div>\n<\/div>\n
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Ilustra\u00e7\u00e3o mostra as taxas de migra\u00e7\u00e3o nas linhas de aterramento (Foto: ESA)<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n

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H\u00e1 tempos cientistas mant\u00e9m ligado o sinal de alerta para a progress\u00e3o do derretimento ao redor do Polo Norte. O \u00c1rtico pode ficar completamente sem gelo por volta de 2040 devido \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. Mas a Ant\u00e1rtica, a regi\u00e3o ao redor do Polo Sul, do outro lado do globo terrestre, era at\u00e9 ent\u00e3o considerada mais est\u00e1vel, j\u00e1 que seu gelo enfrenta um derretimento mais lento e num padr\u00e3o menos regular.<\/p>\n<\/div>\n

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Um novo estudo cient\u00edfico que examinou o estado atual da camada de gelo da Ant\u00e1rtica mostrou que as geleiras est\u00e3o recuando rapidamente e, consequentemente, contribuindo para o aumento do n\u00edvel do mar. Na verdade, a Ant\u00e1rtica poder\u00e1 em breve ultrapassar a Groenl\u00e2ndia e se tornar a maior fonte respons\u00e1vel pelo aumento do n\u00edvel do mar.<\/p>\n<\/div>\n

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At\u00e9 agora, o recuo dos glaciares era determinado principalmente pela observa\u00e7\u00e3o de cima da extens\u00e3o da massa de gelo nos dois polos. Mas as geleiras est\u00e3o retrocedendo tamb\u00e9m abaixo da \u00e1gua.<\/p>\n<\/div>\n

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Parte do gelo na Ant\u00e1rtica se estende at\u00e9 dois quil\u00f4metros de profundidade. E o derretimento da camada submersa \u00e9 especialmente perigoso. Pense nos glaciares como gigantescos cubos de gelo que ficam abaixo da superf\u00edcie do oceano, com apenas uma pequena parte acima do n\u00edvel da \u00e1gua.<\/p>\n<\/div>\n

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O limite entre a placa de gelo flutuante e o gelo ancorado abaixo dela \u00e9 chamado de linha de aterramento \u2013 e esse \u00e9 o par\u00e2metro que precisa ser examinado ao estabelecer quanto e qu\u00e3o rapidamente os n\u00edveis do mar est\u00e3o realmente aumentando.<\/p>\n<\/div>\n

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O encolhimento das geleiras abaixo da linha de aterramento pode ocorrer por derretimento ou ao se desprender do fundo do mar ou do leito rochoso do continente por serem finas demais. Isso aumenta o n\u00edvel do mar, e com o recuo da linha de aterramento \u00e9 diminu\u00edda a capacidade da camada de gelo da Ant\u00e1rtica de bloquear a \u00e1gua doce dos oceanos e a consequente limita\u00e7\u00e3o na eleva\u00e7\u00e3o das \u00e1guas.<\/p>\n<\/div>\n

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Recuo mais r\u00e1pido de geleiras<\/h2>\n<\/div>\n<\/div>\n
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Por essa raz\u00e3o, os cientistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido, criaram um mapa subaqu\u00e1tico da Ant\u00e1rtica com base em sete anos de dados de sat\u00e9lite e de conhecimento sobre a geometria da camada de gelo.<\/p>\n<\/div>\n

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“Criamos um novo m\u00e9todo que nos permite mapear linhas de aterramento e estudar seu recuo em toda a Ant\u00e1rtica”, diz o autor principal do estudo, Hannes Konrad.<\/p><\/blockquote>\n<\/div>\n

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O cientista e seus colegas examinaram o quanto do gelo abaixo da superf\u00edcie do mar tem diminu\u00eddo devido \u00e0 mudan\u00e7a clim\u00e1tica e em qual velocidade. E ficaram chocados com as descobertas.<\/p>\n<\/div>\n

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O aquecimento das \u00e1guas fez com que a base de gelo perto do fundo do mar diminu\u00edsse significativamente. Segundo os pesquisadores, uma \u00e1rea de gelo submerso do tamanho da regi\u00e3o metropolitana de Londres se tornou consideravelmente mais fina em apenas cinco anos e, consequentemente, descolou-se da bacia oce\u00e2nica. Ou o gelo j\u00e1 derreteu debaixo d’\u00e1gua ou est\u00e1 se movendo mais rapidamente em dire\u00e7\u00e3o ao oceano, onde os icebergs se rompem.<\/p>\n<\/div>\n

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Isso ocorreu em meados de 2017, quando um iceberg com sete vezes o tamanho de Berlim se separou da plataforma de gelo Larsen C. Dois meses depois, a geleira Pine Island, no oeste da Ant\u00e1rtica, perdeu um iceberg quatro vezes do tamanho de Manhattan.<\/p>\n<\/div>\n

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Uma imensa rachadura na plataforma de gelo Larsen C \u00e9 vista em imagem a\u00e9rea feita em novembro de 2016. A rachadura cresceu de tal forma em dezembro que agora apenas 20 km de gelo impedem o imenso bloco de 5 mil km\u00b2 (o equivalente a 500 mil campos de futebol, ou \u00e0 \u00e1rea do DF) de se soltar, como aponta um estudo divulgado nesta sexta-feira (6) (Foto: John Sonntag\/Nasa)<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n

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Uma vez desprendidos, os icebergs deixam plataformas de gelo mais fracas para tr\u00e1s, levando a um fluxo mais veloz de geleiras do continente e, desta forma, a um aceleramento do aumento dos n\u00edveis do mar.<\/p>\n<\/div>\n

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Os cientistas agora tamb\u00e9m s\u00e3o capazes de colocar o derretimento das geleiras num contexto mais amplo. Eles descobriram que quase um quarto das geleiras da Ant\u00e1rtica Ocidental est\u00e1 recuando atualmente mais r\u00e1pido do que a corrente m\u00e9dia de gelo no final da \u00faltima era glacial, h\u00e1 cerca de 20 mil anos, quando os n\u00edveis do mar ainda estavam 120 metros mais baixos do que est\u00e3o hoje em dia.<\/p>\n<\/div>\n

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“Isso \u00e9 bastante alarmante, especialmente para as pessoas que vivem em \u00e1reas costeiras”, diz Konrad.<\/p><\/blockquote>\n<\/div>\n

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Amea\u00e7a para ilhas e cidades costeiras<\/h2>\n<\/div>\n<\/div>\n
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A Ant\u00e1rtica \u00e9 o maior reservat\u00f3rio de \u00e1gua doce do planeta e tem o potencial de elevar significativamente os n\u00edveis do mar em todo o mundo. Um perigo real para pa\u00edses insulares e cidades costeiras, que poderiam ser inundadas.<\/p>\n<\/div>\n

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Estudos anteriores mostraram que o glaciar Thwaites, por exemplo, uma das geleiras mais importantes da Ant\u00e1rtica e sob amea\u00e7a do aquecimento dos oceanos, est\u00e1 regredindo cerca de 400 metros por ano nas \u00faltimas d\u00e9cadas. “Confirmamos que esta taxa ainda est\u00e1 atualizada”, afirma Konrad.<\/p>\n<\/div>\n

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H\u00e1 ind\u00edcios de que a geleira pode entrar em colapso nos pr\u00f3ximos 500 a mil anos, segundo o cientista. “Se isso ocorrer, elevar\u00e1 em cerca de dois metros o n\u00edvel de nossos oceanos”, segundo Konrad.<\/p>\n<\/div>\n

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“O problema \u00e9 que, mesmo que consigamos parar o aquecimento dos oceanos ou at\u00e9 resfria-los novamente, n\u00e3o h\u00e1 como a geleira se estabilizar novamente. Isso significa que certas ilhas deixar\u00e3o de existir.”<\/p><\/blockquote>\n<\/div>\n

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De acordo com Konrad, a Ant\u00e1rtica dever\u00e1 ultrapassar a Groenl\u00e2ndia e se tornar o principal impulsionador do aumento do n\u00edvel do mar no pr\u00f3ximo s\u00e9culo.<\/p>\n<\/div>\n

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“A Ant\u00e1rtica Ocidental pode adicionar 4,5 metros ao n\u00edvel do mar nos oceanos, ent\u00e3o imagine o que acontecer\u00e1 a uma cidade como Londres, que fica a exatamente essa altitude do n\u00edvel do mar”, diz Konrad.<\/p><\/blockquote>\n<\/div>\n

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“Isso n\u00e3o ocorrer\u00e1 imediatamente, ent\u00e3o ainda h\u00e1 tempo para se ajustar, mas isso vai acontecer e temos que nos preparar e agir.”<\/p><\/blockquote>\n<\/div>\n

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Outras pesquisas confirmam o motivo de preocupa\u00e7\u00e3o. Anders Levermann, do Instituto para Pesquisa sobre o Impacto Clim\u00e1tico (PIK, na sigla em alem\u00e3o), em Potsdam, publicou um estudo semelhante em 2017. A pesquisa observou que as plataformas de gelo derretidas na Ant\u00e1rtica podem ter um efeito sobre os fluxos de gelo e, consequentemente, acelerar o derretimento de gelo terrestre e elevar o n\u00edvel mar\u00edtimo.<\/p>\n<\/div>\n

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“Isso mostra os riscos que corremos na Ant\u00e1rtica, se n\u00e3o limitarmos o aquecimento do nosso planeta”, afirmou Levermann ap\u00f3s a publica\u00e7\u00e3o de seu estudo. “Limitar o aquecimento global \u00e9 necess\u00e1rio para estabilizar as massas de gelo da Ant\u00e1rtica, evitar muitos metros de aumento adicional do n\u00edvel do mar e, portanto, proteger cidades como Nova York, Hamburgo, Mumbai e Xangai.”<\/p>\n

Fonte: G1<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"