{"id":143919,"date":"2018-05-30T00:04:33","date_gmt":"2018-05-30T03:04:33","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=143919"},"modified":"2018-05-29T21:26:01","modified_gmt":"2018-05-30T00:26:01","slug":"encontrada-arvore-mais-antiga-da-europa-e-ela-esta-tendo-um-estirao-de-crescimento","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/05\/30\/143919-encontrada-arvore-mais-antiga-da-europa-e-ela-esta-tendo-um-estirao-de-crescimento.html","title":{"rendered":"Encontrada \u00e1rvore mais antiga da Europa, e ela est\u00e1 tendo um estir\u00e3o de crescimento"},"content":{"rendered":"
\n
\n

\n
\n
\n
\"\"<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/h2>\n<\/div>\n<\/div>\n
\n
\n
Cientistas determinaram a idade deste pinheiro de Heldreich, de 1.230 anos, apelidado de Italus, usando uma nova combina\u00e7\u00e3o de an\u00e1lise dos an\u00e9is da \u00e1rvore e data\u00e7\u00e3o por radiocarbono.<\/div>\n
FOTO DE\u00a0GIANLUCA PIOVESAN<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n
\n
\n
\n

Um pinheiro que cresce no sul da It\u00e1lia tem 1.230 anos, o que o faz\u00a0a \u00e1rvore mais antiga da Europa<\/a> cientificamente datada.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, o antigo pinheiro parece estar vivendo muito bem sua velhice, segundo o que pesquisadores relataram na semana passada na publica\u00e7\u00e3o\u00a0Ecology<\/em>. Exames mostram que a \u00e1rvore teve um estir\u00e3o de crescimento nas \u00faltimas d\u00e9cadas, quando an\u00e9is maiores surgiram em seu tronco, apesar de\u00a0muitas \u00e1rvores na regi\u00e3o do Mediterr\u00e2neo estarem vivendo um decl\u00ednio de crescimento <\/a>.<\/p>\n

A descoberta mostra que algumas \u00e1rvores podem sobreviver por s\u00e9culos, mesmo quando submetidas a mudan\u00e7as clim\u00e1ticas extremas. Este antigo pinheiro, por exemplo, foi germinado em um per\u00edodo frio durante a \u00e9poca medieval e, em seguida, viveu temperaturas muito mais quentes, incluindo per\u00edodos de seca.<\/p>\n

Analisar esse crescimento durante tantos anos de mudan\u00e7as nas condi\u00e7\u00f5es ambientais pode ajudar os cientistas a entender melhor como florestas, em geral, podem responder \u00e0s modernas mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, diz a equipe de estudo.<\/p>\n

\u201cEstudar \u00e1rvores multicenten\u00e1rias \u00e9 altamente valioso para prever melhor o impacto futuro das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas nos ecossistemas florestais,\u201d diz\u00a0Maxime Cailleret<\/a>, do Instituto Federal Su\u00ed\u00e7o de Pesquisas de Florestas, Neve e Paisagens, que estuda a mortalidade de \u00e1rvores.<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n

\n
\n
\n
\"\"<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n
\n
\n

Transformado em poeira<\/strong><\/h3>\n

Gianluca Piovesan, da Universidade de Tuscia, e seus colegas se depararam com o velho\u00a0pinheiro de Heldreich<\/a> em uma \u00edngreme encosta rochosa no alto das montanhas do Parque Nacional de Pollino. Embora a \u00e1rvore parecesse muito antiga, a equipe logo percebeu que determinar sua verdadeira idade n\u00e3o seria t\u00e3o simples quanto datar seus an\u00e9is. A parte central da \u00e1rvore, que conteria os an\u00e9is mais antigos, estava faltando.<\/p>\n

\u201cA parte interna do tronco era como poeira \u2013 nunca vimos nada parecido\u201d, diz o membro da equipe Alfredo Di Filippo. \u201cHavia pelo menos 20 cent\u00edmetros de madeira faltando, o que representa muitos anos\u201d.<\/p>\n

As ra\u00edzes da \u00e1rvore estavam com apar\u00eancia melhor, ent\u00e3o a equipe decidiu ver se conseguiria descobrir a idade usando um m\u00e9todo novo que combina algumas t\u00e9cnicas j\u00e1 existentes.<\/p>\n

Embora tanto o tronco como as ra\u00edzes de uma \u00e1rvore produzam an\u00e9is anuais, eles podem se desenvolver em velocidades diferentes, de modo que n\u00e3o \u00e9 simples correlacionar os crescimentos. No entanto, as amostras de data\u00e7\u00e3o por radiocarbono das ra\u00edzes expostas permitiram que os pesquisadores determinassem quando a \u00e1rvore foi germinada. A equipe ent\u00e3o foi capaz de cruzar o crescimento do anel em amostras de raiz e tronco para revelar os anos que faltavam no tronco.<\/p>\n

\u201cAo unir esses dois m\u00e9todos, conseguimos estabelecer o per\u00edodo com muito mais precis\u00e3o\u201d, diz Piovesan.<\/p>\n

A idade da \u00e1rvore \u00e9 impressionante, considerando a densa popula\u00e7\u00e3o humana que se formou na regi\u00e3o nos \u00faltimos mil\u00eanios, diz\u00a0Oliver Konter<\/a>, da Universidade de Mainz, na Alemanha. Ele encontrou um pinheiro de 1.075 anos no norte da Gr\u00e9cia que at\u00e9 ent\u00e3o era o mais antigo da Europa.<\/p>\n

\u00c1reas florestais t\u00eam sido profundamente exploradas pelos humanos neste per\u00edodo, uma vez que a terra foi transformada para a agricultura e as cidades cresceram. No entanto, \u00e1reas remotas, como a casa do velho pinheiro, foram poupadas, uma vez que o local \u00e9 de dif\u00edcil acesso. Embora o parque seja o lar de milhares de pinheiros de Heldreich, a maioria tem entre 500 e 600 anos. A equipe identificou apenas outros tr\u00eas que provavelmente ter\u00e3o mais de um mil\u00eanio de idade.<\/p>\n

Amada mortal<\/strong><\/h3>\n

A equipe observa que o recente aquecimento global tamb\u00e9m n\u00e3o foi um rev\u00e9s para as antigas \u00e1rvores. Embora partes de florestas caducif\u00f3lias da regi\u00e3o tenham morrido devido a condi\u00e7\u00f5es \u00e1ridas e ondas de calor, Piovesan e seus colegas descobriram que o velho pinheiro prosperou. A an\u00e1lise dos an\u00e9is revelou que, depois de exibir an\u00e9is menores por alguns s\u00e9culos, an\u00e9is mais amplos cresceram nas \u00faltimas d\u00e9cadas, o que indica melhores condi\u00e7\u00f5es ambientais.<\/p>\n

As raz\u00f5es para o crescimento favor\u00e1vel s\u00e3o provavelmente complexas. Em parte, as altas montanhas t\u00eam seu pr\u00f3prio microclima, onde as temperaturas permanecem mais frias. Piovesan e sua equipe tamb\u00e9m acham que uma diminui\u00e7\u00e3o na polui\u00e7\u00e3o devido \u00e0s recentes leis europeias e os esfor\u00e7os de renaturaliza\u00e7\u00e3o tiveram um papel importante.<\/p>\n

\u201c\u00c9 dif\u00edcil, porque h\u00e1 poucos estudos sobre o impacto dos per\u00edodos quentes nos ecossistemas boreais do Mediterr\u00e2neo,\u201d diz Piovesan.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, a biologia singular das \u00e1rvores pode estar ajudando o pinheiro a sobreviver. Diferente dos animais, o envelhecimento n\u00e3o \u00e9 programado em \u00e1rvores, por isso elas s\u00e3o, efetivamente, imortais.<\/p>\n

Sequoias que crescem em paisagens inalteradas nos EUA, por exemplo, podem, \u00e0s vezes, ter milhares de anos de idade<\/a>. Con\u00edferas, que s\u00e3o de crescimento lento, s\u00e3o conhecidas por viverem mais tempo, em parte porque permanecem menores por per\u00edodos mais longos de suas vidas, o que as tornam menos vulner\u00e1veis a eventos extremos como secas e tempestades.<\/p>\n

\u201c\u00c1rvores antigas geralmente acabam morrendo por causa de perturba\u00e7\u00f5es externas, como um vento forte\u201d, diz Di Filippo.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, \u00e1rvores antigas podem ser consideradas vivas quando apenas pequenas partes delas est\u00e3o realmente vivendo. No caso do antigo pinheiro, a maior parte de sua coroa morreu, mas ele pode continuar vivendo neste estado por mais alguns s\u00e9culos.<\/p>\n

Fonte: National Geographic<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"