{"id":143931,"date":"2018-06-01T00:05:18","date_gmt":"2018-06-01T03:05:18","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=143931"},"modified":"2018-05-31T18:43:34","modified_gmt":"2018-05-31T21:43:34","slug":"segredos-da-antartida-pesquisadores-descobrem-tres-canions-escondidos-sob-o-gelo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/06\/01\/143931-segredos-da-antartida-pesquisadores-descobrem-tres-canions-escondidos-sob-o-gelo.html","title":{"rendered":"Segredos da Ant\u00e1rtida, pesquisadores descobrem tr\u00eas c\u00e2nions escondidos sob o gelo"},"content":{"rendered":"

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Seja no fundo do mar ou mesmo na superf\u00edcie da Terra, existem\u00a0v\u00e1rios lugares e seres vivos do nosso planeta ainda desconhecidos por n\u00f3s<\/a>. V\u00e1rios destes lugares est\u00e3o escondidos na Ant\u00e1rtida. Sob o seu manto de gelo, o continente mais meridional da Terra esconde paisagens nunca vistas pelo ser humano, mas aos poucos n\u00f3s vamos descobrindo o que h\u00e1 por baixo de todo o gelo. A descoberta da vez s\u00e3o tr\u00eas c\u00e2nions gigantescos que se escondiam por baixo do manto gelado do continente. Segundo os pesquisadores, a descoberta vital para entender o que acontecer\u00e1 com o gelo da Ant\u00e1rtica \u00e0 medida que ele derrete.<\/p>\n

Entender a topografia da regi\u00e3o \u00e9 importante porque pode dizer aos pesquisadores como as camadas de gelo da Ant\u00e1rtica Ocidental e Oriental \u2013 as duas principais reservas de gelo do continente \u2013 interagem umas com as outras e como a taxa de gelo fluindo para as margens pode mudar. Isso \u00e9 particularmente importante na Ant\u00e1rtida Ocidental, onde algumas geleiras costeiras podem entrar em um estado extremamente inst\u00e1vel, aumentando o risco de um aumento catastr\u00f3fico do n\u00edvel do mar.<\/p>\n

Para estudar esta terra escondida sob o gelo, os cientistas voaram em um avi\u00e3o com radar sobre o p\u00f3lo sul. Os resultados, publicados este m\u00eas na revista Geophysical Research Letters, mostram que, al\u00e9m das montanhas que os pesquisadores esperavam encontrar, h\u00e1 tr\u00eas c\u00e2nions abertos entre elas, dos quais dois nunca haviam sido observados antes.<\/p>\n

\u201cEsper\u00e1vamos encontrar uma topografia subglacial montanhosa, mas o tamanho dos vales foi uma surpresa, porque n\u00e3o t\u00ednhamos nenhuma indica\u00e7\u00e3o de que eles estavam l\u00e1\u201d, disse Kate Winter, pesquisadora da Northumbria University, no Reino Unido, que liderou o estudo.<\/p>\n

O maior dos vales \u2013 chamado Foundation Trough \u2013 tem 350 quil\u00f4metros de extens\u00e3o, at\u00e9 35 quil\u00f4metros de largura e 2.000 metros de profundidade. Ele tem um tamanho equipar\u00e1vel ao do famoso Grand Canyon, que percorre 446 quil\u00f4metros de comprimento e atinge o m\u00e1ximo de 28,8 quil\u00f4metros de largura e 1.829 metros de profundidade.<\/p>\n

Os outros dois desfiladeiros \u2013 chamados de Calha Patuxent e Bacia Offset Rift \u2013 tamb\u00e9m s\u00e3o impressionantes em escala, tornando esta uma das mais excitantes descobertas na Ant\u00e1rtida em algum tempo. \u201cAinda \u00e9 espantoso que existam peda\u00e7os do planeta que nem sequer sabemos como \u00e9 a topografia\u201d, surpreende-se Robin Bell, especialista em Ant\u00e1rtida da Universidade de Col\u00fambia, nos EUA. Abaixo \u00e9 poss\u00edvel ver uma representa\u00e7\u00e3o dos c\u00e2nions e das montanhas da regi\u00e3o:<\/p>\n

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Futuro do gelo<\/h2>\n

O principal benef\u00edcio do estudo \u00e9 apontar quais os caminhos do futuro do gelo da Ant\u00e1rtida. Os canyons est\u00e3o perto de uma grande divis\u00e3o que separa a Ant\u00e1rtica Oriental e Ocidental. Compreender a topografia deste lugar espec\u00edfico pode informar os cientistas sobre como as mudan\u00e7as em ambos os lados do continente podem afetar o outro.<\/p>\n

A Ant\u00e1rtida Ocidental, em particular, tem sido uma \u00e1rea de constante preocupa\u00e7\u00e3o para os cientistas. \u00c1gua morna tem banhado suas bordas, criando condi\u00e7\u00f5es mais inst\u00e1veis \u200b\u200bpara o gelo que ainda resta. Pesquisas j\u00e1 sugeriram que isso poderia eventualmente criar condi\u00e7\u00f5es para o colapso das geleiras costeiras que seguram a maior camada de gelo. Isso poderia fazer com que os mares subissem pelo menos tr\u00eas metros.<\/p>\n

Isso n\u00e3o acontecer\u00e1 de uma vez, \u00e9 claro, e a nova pesquisa \u00e9 uma maneira de os pesquisadores entenderem quanto tempo isso pode levar. Ao olhar para o que est\u00e1 nas camadas de gelo, Winter disse que o gelo em torno da divis\u00e3o provavelmente est\u00e1 est\u00e1vel h\u00e1 mil\u00eanios. A topografia tamb\u00e9m mostra que \u00e9 improv\u00e1vel que o gelo da Ant\u00e1rtica Oriental possa come\u00e7ar a fluir em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 Ant\u00e1rtida Ocidental se essa regi\u00e3o entrar em colapso total, mas os c\u00e2nions poderiam acelerar o colapso em si.<\/p>\n

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\u201cSe a camada de gelo da Ant\u00e1rtica Ocidental come\u00e7ar a diminuir e encolher de tamanho, um aumento na velocidade com que o gelo flui atrav\u00e9s desses canais pode levar \u00e0 divis\u00e3o do gelo e aumentar a taxa na qual o gelo flui do centro da Ant\u00e1rtica Ocidental para suas bordas\u201d, explica Winter.<\/p>\n

O pr\u00f3ximo passo \u00e9 descobrir os detalhes de como esses processos podem se desenrolar, algo que Winter disse que ela e os outros pesquisadores no plano de estudo devem fazer trabalhando com modeladores de gelo. \u201cSaber de onde o gelo pode vir nos ajuda a entender como o gelo vai mudar no futuro\u201d, aponta Bell. [Earther<\/a>]<\/p>\n

Fonte: J\u00e9ssica Maes, HypeScience<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"