{"id":144173,"date":"2018-06-13T00:04:03","date_gmt":"2018-06-13T03:04:03","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=144173"},"modified":"2018-06-12T22:07:29","modified_gmt":"2018-06-13T01:07:29","slug":"o-que-aconteceria-se-o-sol-fosse-substituido-por-um-buraco-negro","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/06\/13\/144173-o-que-aconteceria-se-o-sol-fosse-substituido-por-um-buraco-negro.html","title":{"rendered":"O que aconteceria se o sol fosse substitu\u00eddo por um buraco negro"},"content":{"rendered":"

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De acordo com o astrof\u00edsico Sean Raymond, do Observat\u00f3rio de Bordeaux, na Fran\u00e7a, um buraco negro supermassivo poderia, teoricamente, ter at\u00e9 um milh\u00e3o de planetas potencialmente capazes de suportar a vida orbitando suas proximidades.<\/p>\n

Raymond calculou a possibilidade de diferentes sistemas habit\u00e1veis existirem em torno de diferentes buracos negros.<\/p>\n

\u201cAcho que podemos aprender com os extremos. Eles s\u00e3o basicamente os limites da caixa em que estamos procurando. Este sistema [de um milh\u00e3o de planetas habit\u00e1veis] \u00e9 um extremo \u2013 o mais cheio de recursos imagin\u00e1veis. \u00c9 uma mistura divertida de imagina\u00e7\u00e3o e ci\u00eancia\u201d, disse o astrof\u00edsico ao portal Space.com.<\/p>\n

Entendendo os componentes dessa mistura<\/h2>\n

\u00c1gua l\u00edquida na superf\u00edcie de um planeta \u00e9 geralmente considerada pelos astr\u00f4nomos como um fator essencial para que ele evolua vida como a conhecemos. Apenas um planeta habita a \u201czona habit\u00e1vel\u201d do nosso sol e, portanto, possui \u00e1gua l\u00edquida em sua superf\u00edcie: a Terra. A hist\u00f3ria pode ser diferente para outros sistemas estelares, contudo. Por exemplo, o sistema TRAPPIST-1 possui tr\u00eas planetas do tamanho da Terra dentro de sua zona habit\u00e1vel.<\/p>\n

Existem atualmente dois tipos de buracos negros que os cientistas conhecem melhor: os buracos negros de massa estelar, que s\u00e3o iguais em massa a alguns s\u00f3is e se formam quando estrelas gigantes morrem e colapsam em si mesmas, e buracos negros supermassivos. Estes possuem milh\u00f5es a bilh\u00f5es de vezes a massa do nosso sol, e devem existir nos centros da maioria das gal\u00e1xias, se n\u00e3o em todas.<\/p>\n

Buracos negros s\u00e3o extremamente compactos. Um buraco negro com a mesma massa do sol teria cerca de 6 km de largura. Em compara\u00e7\u00e3o, Sagittarius A*, o buraco negro supermassivo que vive no cora\u00e7\u00e3o da Via L\u00e1ctea, tem uma massa de cerca de 4 milh\u00f5es de s\u00f3is e um di\u00e2metro de cerca de 23,6 milh\u00f5es de quil\u00f4metros, ou pouco mais de 40% do tamanho da \u00f3rbita de Merc\u00fario ao redor do sol.<\/p>\n

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Um exerc\u00edcio te\u00f3rico comum \u00e9 imaginar o que mudaria se o sol fosse substitu\u00eddo por um buraco negro de mesma massa no nosso sistema solar. A resposta \u00e9 que nada mudaria em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s \u00f3rbitas dos planetas \u2013 elas permaneceriam as mesmas, mas a vida na Terra obviamente sofreria com a falta de luz e calor em tal cen\u00e1rio.<\/p>\n

Se, no entanto, o buraco negro tivesse uma estrela companheira, as coisas j\u00e1 seriam diferentes e a vida poderia existir pr\u00f3xima a ele. Confira as v\u00e1rias possibilidades de sistemas com buracos negros.<\/p>\n

Com um buraco negro de massa estelar<\/h2>\n

Caso nosso sol tivesse um buraco negro companheiro de massa igual orbitando pr\u00f3ximo a ele \u2013 digamos, a um d\u00e9cimo de uma unidade astron\u00f4mica (UA) -, as \u00f3rbitas dos planetas do sistema solar n\u00e3o mudariam muito. Uma UA \u00e9 a dist\u00e2ncia entre a Terra e o sol, ou cerca de 150 milh\u00f5es de quil\u00f4metros.<\/p>\n

Mas a atra\u00e7\u00e3o gravitacional do sol e seu buraco negro parceiro levaria os planetas a completar suas \u00f3rbitas um pouco mais rapidamente, com o ano da Terra diminuindo de 365 dias para 258 dias, conforme explica Raymond.<\/p>\n

No cen\u00e1rio acima, o sol e o buraco negro completariam uma \u00f3rbita ao redor um do outro a cada 2,9 dias. Isso significa que a quantidade de energia que a Terra receberia do sol flutuaria entre 90% e 110% de sua m\u00e9dia atual.<\/p>\n

Com um buraco negro supermassivo<\/h2>\n

Al\u00e9m de imaginar a vida em torno de um buraco negro de massa estelar, Raymond tamb\u00e9m calculou quantos planetas potencialmente habit\u00e1veis poderiam caber em torno de um buraco negro supermassivo com um milh\u00e3o de vezes a massa do sol.<\/p>\n

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Isso \u00e9 quase t\u00e3o grande quanto o buraco negro do centro da Via L\u00e1ctea. Tal objeto teria o di\u00e2metro do nosso sol. Se o sol fosse substitu\u00eddo por ele, 550 planetas com a massa da Terra poderiam se encaixar em \u00f3rbitas conc\u00eantricas est\u00e1veis ao seu redor.<\/p>\n

Isso porque a imensa for\u00e7a gravitacional do buraco negro puxaria mais fortemente o lado de cada planeta que estivesse mais pr\u00f3ximo dele. Isso estenderia a zona habit\u00e1vel ao seu redor, mas n\u00e3o destruiria os planetas, porque eles n\u00e3o estariam perto o suficiente do objeto para tanto.<\/p>\n

Uma maneira de criar uma zona habit\u00e1vel em torno de tal buraco negro supermassivo \u00e9 colocar estrelas entre ele e os planetas. Um anel de nove estrelas semelhantes ao sol a 0,5 UA do buraco negro faria com que cada um dos 550 planetas nesse cen\u00e1rio fosse potencialmente habit\u00e1vel.<\/p>\n

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Como seria a vida em tal sistema?<\/h2>\n

\u201cSeria muito interessante viver em um planeta neste sistema\u201d, observou Raymond. \u201cLevaria apenas alguns dias para completar uma \u00f3rbita ao redor do buraco negro \u2013 cerca de 1,6 dias na borda interna da zona habit\u00e1vel e 4,6 dias na borda externa\u201d.<\/p>\n

A menor dist\u00e2ncia entre dois desses planetas seria cerca de duas vezes a dist\u00e2ncia entre a Terra e a lua. O vizinho planet\u00e1rio mais pr\u00f3ximo pareceria ter o dobro do tamanho da lua cheia no c\u00e9u. A cada poucos dias, por conta das \u00f3rbitas dos objetos, mais mundos apareceriam no c\u00e9u de cada planeta.<\/p>\n

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Os nove s\u00f3is tamb\u00e9m seriam um espet\u00e1culo interessante. Cada um completaria sua \u00f3rbita ao redor do buraco negro a cada 3 horas. \u201cIsso significa que, a cada 20 minutos, um dos s\u00f3is passaria por tr\u00e1s do buraco negro. Quando isso acontece, a gravidade do buraco negro pode dobrar sua luz e agir como uma lente\u201d, explica Raymond. Isso faria com que os s\u00f3is parecessem an\u00e9is de luz no c\u00e9u.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, a luz das estrelas seria esticada pela gravidade do buraco negro. \u201cAs estrelas mais pr\u00f3ximas pareceriam mais vermelhas, e as mais distantes mais azuis\u201d, disse Raymond.<\/p>\n

O cen\u00e1rio mais \u201clotado\u201d<\/p>\n

No cen\u00e1rio anterior, cada planeta est\u00e1 sozinho em sua \u00f3rbita ao redor do buraco negro supermassivo. Raymond tamb\u00e9m modelou o que aconteceria se m\u00faltiplos planetas compartilhassem uma \u00f3rbita ao redor de um buraco negro com a massa de um milh\u00e3o de s\u00f3is e um anel orbital de nove estrelas parecidas com o sol.<\/p>\n

Neste caso, um milh\u00e3o de planetas com a massa da Terra poderiam orbitar dentro da zona habit\u00e1vel em 400 an\u00e9is, cada um com 2.500 planetas espa\u00e7ados \u00e0 mesma dist\u00e2ncia entre a Terra e a lua. Novamente, os planetas levariam de 1,6 a 4,6 dias para completar uma \u00f3rbita.<\/p>\n

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Em vez de colocar nove estrelas parecidas com o sol entre o buraco negro e os planetas, Raymond tamb\u00e9m sugeriu que poderia haver 36 estrelas parecidas com o sol em um anel de 6 UA de largura. Neste panorama, \u201ccada planeta \u00e9 banhado pela luz do sol de todos os lados \u2013 n\u00e3o h\u00e1 lado noturno. Voc\u00ea nunca se sentiria sozinho nesses sistemas \u2013 os outros planetas pareceriam enormes no c\u00e9u\u201d, acrescentou Raymond.<\/p>\n

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Os planetas vizinhos seriam cerca de 10 vezes mais pr\u00f3ximos do que a lua \u00e9 para a Terra, o que significa que pareceriam \u201ccerca de 40 vezes maiores no c\u00e9u do que a lua cheia, aproximadamente o tamanho de um laptop mantido ao alcance do bra\u00e7o\u201d.<\/p>\n

Tamb\u00e9m, os planetas estariam muito mais pr\u00f3ximos do buraco negro, cada um completando uma \u00f3rbita em apenas cerca de 9 horas. Isso significa que eles orbitariam a velocidades extraordin\u00e1rias \u2013 cerca de 10% a da luz. De acordo com a teoria da relatividade de Einstein, o tempo parece mover-se visivelmente mais devagar quanto mais pr\u00f3ximos estamos da velocidade da luz, ent\u00e3o dois beb\u00eas nascidos no mesmo instante em an\u00e9is diferentes envelheceriam a taxas ligeiramente diferentes.<\/p>\n

Viagem interestelar<\/h2>\n

Neste \u00faltimo cen\u00e1rio, as diferen\u00e7as de velocidade entre os an\u00e9is seriam grandes o suficiente para tornar imposs\u00edvel que uma nave viajasse de um anel para outro com qualquer tecnologia atual.<\/p>\n

No entanto, cada mundo compartilharia seu anel com milhares de outros, e a velocidade relativa entre os planetas vizinhos seria quase zero. \u201cUm elevador espacial poderia conectar tais planetas\u201d, disse Raymond.<\/p>\n

Se cada par de planetas vizinhos ao longo de um determinado anel fosse conectado, isso se pareceria com o \u201cRingworld\u201d, a gigantesca megacultura alien\u00edgena do romance de fic\u00e7\u00e3o cient\u00edfica de Larry Niven.<\/p>\n

Por que teorizar sobre isso?<\/h2>\n

Segundo Raymond, \u00e9 \u00fatil pensarmos sobre todos os sistemas planet\u00e1rios poss\u00edveis que podem existir l\u00e1 fora.<\/p>\n

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\u201cAlgumas descobertas poderiam ter sido antecipadas se imagin\u00e1ssemos possibilidades que est\u00e3o muito al\u00e9m da norma. Esses sistemas s\u00e3o uma combina\u00e7\u00e3o de fic\u00e7\u00e3o cient\u00edfica e \u2018c\u00e1lculo\u2019 nesse sentido. O que desejo \u00e9 simplesmente tentar for\u00e7ar os limites do que achamos ser poss\u00edvel\u201d, concluiu o cientista.<\/p>\n

Fonte: Natasha Romanzori, Hypescience<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

De acordo com o astrof\u00edsico Sean Raymond, do Observat\u00f3rio de Bordeaux, na Fran\u00e7a, um buraco negro supermassivo poderia, teoricamente, ter at\u00e9 um milh\u00e3o de planetas potencialmente capazes de suportar a vida orbitando suas proximidades. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[1702,1701,2178],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/144173"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=144173"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/144173\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":144174,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/144173\/revisions\/144174"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=144173"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=144173"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=144173"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}