{"id":144273,"date":"2018-06-19T00:03:45","date_gmt":"2018-06-19T03:03:45","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=144273"},"modified":"2018-06-18T19:51:43","modified_gmt":"2018-06-18T22:51:43","slug":"descobertas-novas-especies-de-cobras-que-sugam-caramujos-de-suas-cascas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/06\/19\/144273-descobertas-novas-especies-de-cobras-que-sugam-caramujos-de-suas-cascas.html","title":{"rendered":"Descobertas novas esp\u00e9cies de cobras que sugam caramujos de suas cascas"},"content":{"rendered":"
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Com olhos azuis, a equipe de pesquisa diz que Sibon bevridgelyi \u00e9 a sugadora de caramujos mais bonita de todas.<\/div>\n
FOTO DE\u00a0ALEJANDRO ARTEAGA<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n
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Depois de uma noite de busca por cobras no Equador, Alejandro Arteaga e sua equipe de pesquisadores estavam prontos para parar. Na excurs\u00e3o noturna, em uma regi\u00e3o alagada da floresta tropical, n\u00e3o tinham encontrado nenhuma cobra da esp\u00e9cie que procuravam.<\/p>\n

Mas como come\u00e7ou a chover quando eles voltavam para o acampamento, Arteaga, estudante de Ph.D. no Museu de Hist\u00f3ria Natural de Nova Iorque, decidiu fazer uma \u00faltima parada.<\/p>\n

\u201cA estrada estava t\u00e3o densamente coberta de vegeta\u00e7\u00e3o que voc\u00ea podia colocar a m\u00e3o para fora da janela e pegar folhas, ent\u00e3o eu decidi ligar minha lanterna e come\u00e7ar a procurar\u201d, relembra Arteaga. \u201cFoi quando eu vi a primeira\u201d.<\/p>\n

Deslizando sobre a vegeta\u00e7\u00e3o coberta de chuva, Arteaga avistou uma pequena e colorida cobra. Era magra, o corpo amarelo claro estava coberto por manchas pretas e cor de ferrugem. Olhos azuis brilhavam em sua pequena cabe\u00e7a.<\/p>\n

Depois, Arteaga viu uma segunda cobra parecida e levou o esp\u00e9cime para o laborat\u00f3rio. Depois de comparar a cobra \u00e0s esp\u00e9cies parecidas e conduzir um teste gen\u00e9tico extenso, Arteaga confirmou que tinha descoberto uma nova esp\u00e9cie.<\/p>\n

Essa criatura seria nomeada\u00a0Sibon bevridgelyi<\/em>, e \u00e9 uma das cinco cobras que comem caramujos que Arteaga e sua iniciativa de conserva\u00e7\u00e3o, Tropical Herping,\u00a0descobriram em expedi\u00e7\u00f5es ao Equador em 2013 e 2017. Um artigo que fala sobre seus achados foi publicado na revista ZooKeys.<\/p>\n<\/div>\n

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A nova esp\u00e9cie Dipsas bobridgelyi foi nomeada em homenagem a um ornit\u00f3logo e conservacionista americano.<\/div>\n
FOTO DE\u00a0ALEJANDRO ARTEAGA<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n
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Apesar das cobras terem sido descobertas agora, Arteaga diz que quatro das cinco esp\u00e9cies j\u00e1 est\u00e3o em risco de extin\u00e7\u00e3o devido ao desflorestamento e \u00e0 interven\u00e7\u00e3o humana.<\/p>\n

Duas expedi\u00e7\u00f5es, cinco descobertas<\/strong><\/h3>\n

Para descrever o que encontraram, a equipe passou meses contando escamas e tirando medidas de mais de 200 esp\u00e9cimes do museu, e extra\u00edram DNA de quase 100 tipos de cobras para comparar com as esp\u00e9cies rec\u00e9m encontradas.<\/p>\n

Todas as novas serpentes pertencem ao g\u00eanero Dispas <\/em>ou\u00a0Sibon<\/em>, que s\u00e3o venenosas, sobem em \u00e1rvores e comem caramujos, encontradas na Am\u00e9rica do Sul.<\/p>\n

Enquanto outras cobras arb\u00f3reas se alimentam de mam\u00edferos arb\u00f3reos e aves, as pequenas esp\u00e9cies que Arteaga e equipe descobriram se alimentam de caramujos e de lesmas. Suas cabe\u00e7as chatas e mand\u00edbulas flex\u00edveis s\u00e3o especialmente adaptadas para cavar as cascas e sugar os caramujos.<\/p>\n

Quando elas atacam, uma cobra que come caramujos toma o corpo do caramujo com seus dentes longos e delicados. Depois, ela come\u00e7a a mastigar o gastr\u00f3pode, usando seus dentes para tirar o caramujo de sua casca conforme o maxilar se retrai.<\/p>\n

A cobra move cada parte do [dente] para dentro da casca at\u00e9 que atinja a parte carnuda\u201d, diz Arteaga. \u201cIsso acontece em quest\u00e3o de minutos\u201d.<\/p>\n

H\u00e1 atualmente 70 esp\u00e9cies reconhecidas de comedoras de caramujos e elas est\u00e3o no grupo diverso de cobras arb\u00f3reas. Especialistas dizem que a dieta incomum \u00e9 uma adapta\u00e7\u00e3o de seu nicho ecol\u00f3gico espec\u00edfico em florestas onde caramujos s\u00e3o comuns.<\/p>\n

Os nomes das cobras foram leiloados para angariar fundos para conserva\u00e7\u00e3o. As duas chamadas de\u00a0Dipsas bobridgelyi<\/em> e\u00a0Sibon bevridgelyi<\/em>, em homenagem ao ornit\u00f3logo e conservacionista americano Robert<\/p>\n

Ridgley e seu falecido pai, Beverly, foram encontradas nas florestas secas do Equador.<\/p>\n

Arteaga diz que sua cobra favorita dessas expedi\u00e7\u00f5es \u00e9 a\u00a0S. bevridgelyi<\/em>, de olhos azuis. \u201cNa primeira vez que a vi, achei t\u00e3o diferente\u201d, diz Arteaga. \u201cEu pensei que definitivamente tinha que ser algo novo.<\/p>\n

Outras cobras identificadas pela equipe tinham olhos vermelhos, pretos ou castanhos.<\/p>\n

A equipe encontrou as cobras que seriam depois nomeadas\u00a0Dipsas klebbai<\/em> e\u00a0Dipsas oswadobaezi<\/em> nas florestas tropicais do Equador, e elas s\u00e3o homenagens aos patronos Casey Klebba e Oswando B\u00e1ez. Tamb\u00e9m foi encontrada nessa floresta a\u00a0D. georgejetti<\/em>, que foi nomeada em homenagem ao membro da Rainforest Trust\u00a0\u00a0e fot\u00f3grafo George Jett.<\/p>\n

Chegando ao p\u00fablico<\/strong><\/h3>\n

A Floresta Amaz\u00f4nica \u00e9 t\u00e3o biodiversa que uma nova esp\u00e9cie \u00e9 descoberta l\u00e1 mais ou menos a cada dois dias.\u00a0Mas a destrui\u00e7\u00e3o e degrada\u00e7\u00e3o de florestas tropicais levam a extin\u00e7\u00f5es e amea\u00e7am as plantas e animais que vivem l\u00e1.<\/p>\n

Ao inv\u00e9s de nomear as cobras eles mesmos, a equipe de pesquisa escolheu leiloar os nomes para divulgar essas novas esp\u00e9cies e fazer as pessoas entenderem melhor a amea\u00e7a que elas enfrentam.<\/p>\n

\u201cN\u00f3s percebemos que, no geral, n\u00e3o h\u00e1 uma grande conex\u00e3o entre o mundo da ci\u00eancia e o p\u00fablico geral\u201d, diz Lucas Bustamante, um bi\u00f3logo e diretor de fotografia do Tropical Herping. Os patronos que contribu\u00edram para o leil\u00e3o simplesmente descobriram o projeto de conserva\u00e7\u00e3o e decidiram apoi\u00e1-lo.<\/p>\n

Todo o dinheiro obtido no leil\u00e3o foi destinado para a conserva\u00e7\u00e3o. A equipe usou metade dos fundos para comprar um lote de 72 hectares onde vivem duas das cinco esp\u00e9cies, que a ONGFundaci\u00f3n Jocotoco\u00a0vai adicionar \u00e0 reserva Buenaventura. A outra metade vai financiar expedi\u00e7\u00f5es cient\u00edficas para o Equador.<\/p>\n

Leiloar os nomes das cobras n\u00e3o foi a primeira tentativa da equipe de chamar a aten\u00e7\u00e3o das pessoas para a conserva\u00e7\u00e3o. Quase uma d\u00e9cada atr\u00e1s, Bustamante e Arteaga cofundaram Tropical Herping, uma organiza\u00e7\u00e3o que junta fotografia, turismo, educa\u00e7\u00e3o e pesquisa, para preservar r\u00e9pteis e anf\u00edbios tropicais.<\/p>\n

\u201cEstamos tentando fazer um tipo diferente de ci\u00eancia [que faz] pessoas se envolverem mais\u201d, diz Bustamante.<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n

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Fonte: National Geographic<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"