{"id":144813,"date":"2018-07-17T00:05:03","date_gmt":"2018-07-17T03:05:03","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=144813"},"modified":"2018-07-16T19:21:24","modified_gmt":"2018-07-16T22:21:24","slug":"entenda-a-controversia-do-novo-gasoduto-russia-alemanha","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/07\/17\/144813-entenda-a-controversia-do-novo-gasoduto-russia-alemanha.html","title":{"rendered":"Entenda a controv\u00e9rsia do novo gasoduto R\u00fassia-Alemanha"},"content":{"rendered":"
\"Obras<\/a>Com toda pol\u00eamica, obras do Nord Stream 2 j\u00e1 come\u00e7aram em maio de 2018<\/p>\n<\/div>\n
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O que \u00e9 Nord Stream 2?<\/p>\n

Para que serve: O Nord Stream 2 \u00e9 um gasoduto que permitiria \u00e0 Alemanha dobrar efetivamente o volume de g\u00e1s natural que importa da R\u00fassia. Em 2017, comprou um recorde de 53\u00a0bilh\u00f5es de metros c\u00fabicos do combust\u00edvel russo, cerca de 40% de seu consumo total. O sistema Nord Stream 2 \u00e9 projetado para transportar at\u00e9 55\u00a0bilh\u00f5es de metros c\u00fabicos por ano.<\/p>\n

Onde fica: Berlim e Moscou estabeleceram uma rota de 1.200 quil\u00f4metros, conectando a \u00e1rea de Ust-Luga, perto de S\u00e3o Petersburgo, a Greifswald, no nordeste alem\u00e3o. As tubula\u00e7\u00f5es passariam sob o Mar B\u00e1ltico, a maior parte seguindo a rota do j\u00e1 existente Nord Stream 1, operacional desde 2011.<\/p>\n

Quem paga: A gigante russa da energia Gazprom \u00e9 a \u00fanica acionista da Nord Stream 2 AG, a companhia encarregada de implementar o projeto de 9,5\u00a0bilh\u00f5es de euros. Ela tamb\u00e9m cobre a metade dos custos, o resto \u00e9 financiado por cinco empresas ocidentais: a Engie, OMV, Royal Dutch Shell, Uniper e Wintershall.<\/p>\n

\"Infografik<\/div>\n

Por que a controv\u00e9rsia?<\/p>\n

Pa\u00edses da Uni\u00e3o Europeia: A rota planejada passa ao largo de pa\u00edses da Europa Central e Oriental, como Eslov\u00e1quia e Pol\u00f4nia, impossibilitando-os de arrecadar as lucrativas taxas de tr\u00e2nsito de g\u00e1s. Al\u00e9m disso, podendo fornecer o produto diretamente a seu principal comprador, a Alemanha, ser\u00e1 mais f\u00e1cil o governo da R\u00fassia trancar os gasodutos existentes que atravessam o Leste Europeu, se quiser.<\/p>\n

O projeto tamb\u00e9m contraria os esfor\u00e7os de Bruxelas para cortar a depend\u00eancia europeia do g\u00e1s russo. Em abril de 2018, a Comiss\u00e3o Europeia se recusou a apoiar o projeto, alegando que ele n\u00e3o contribu\u00eda para as metas da comunidade de diversificar as reservas de g\u00e1s. Paralelamente, ambientalistas afirmam que o gasoduto \u00e9 nocivo para a flora e fauna do B\u00e1ltico.<\/p>\n

Ucr\u00e2nia: Moscou poderia facilmente suspender o fornecimento de g\u00e1s \u00e0 Ucr\u00e2nia, a fim de pressionar Kiev. O pa\u00eds fatura cerca de 1,7\u00a0bilh\u00e3o de euros por ano em taxas de tr\u00e2nsito do combust\u00edvel, que constituem uma fonte central de divisas. Sempre que a R\u00fassia fechou as torneiras nos \u00faltimos anos, a suspens\u00e3o de abastecimento prejudicou tanto a Gazprom quanto seus clientes em pa\u00edses ricos da Europa Ocidental, deixando todas as partes ansiosas para superar a crise.<\/p>\n

Estados Unidos: No palco global, os cr\u00edticos acusam Berlim de ignorar os interesses de seus aliados, ao encher os cofres russos num momento de conflito diplom\u00e1tico. O presidente americano, Donald Trump, censurou Berlim em julho de 2018, declarando-o “prisioneiro da R\u00fassia”, por sua pol\u00edtica energ\u00e9tica. “D\u00f3lares de gasoduto para a R\u00fassia n\u00e3o s\u00e3o aceit\u00e1veis!”, tuitou.<\/p>\n

Os EUA t\u00eam, ainda, uma raz\u00e3o pr\u00e1tica para se opor ao Nord Stream 2: as companhias do pa\u00eds j\u00e1 come\u00e7aram a vender para pa\u00edses europeus seu g\u00e1s obtido por fraturamento hidr\u00e1ulico (fracking<\/em>), respaldadas pelas autoridades americanas, segundo as quais a Europa deveria procurar alternativas para o produto russo. No entanto, o g\u00e1s dos EUA \u00e9 mais caro do que o dos gasodutos russos.<\/p>\n

Quais s\u00e3o as implica\u00e7\u00f5es pol\u00edticas do Nord Stream 2?<\/p>\n

O ponto de vista alem\u00e3o: Apesar das cr\u00edticas, at\u00e9 agora a Alemanha tem defendido sua posi\u00e7\u00e3o, apresentando o projeto como uma quest\u00e3o puramente econ\u00f4mica. Os pol\u00edticos favor\u00e1veis enfatizam que a Alemanha Ocidental comprava g\u00e1s da Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica mesmo durante a Guerra Fria, e que Moscou \u00e9 mais dependente das exporta\u00e7\u00f5es do que vice-versa. Al\u00e9m disso, com os campos de g\u00e1s natural europeus praticamente esgotados, e a Alemanha abandonando a energia nuclear, Berlim necessita de uma fonte confi\u00e1vel, a fim de possibilitar sua transi\u00e7\u00e3o duradoura para as fontes renov\u00e1veis.<\/p>\n

Pressionar Moscou em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 Ucr\u00e2nia: Ao mesmo tempo, a chanceler federal alem\u00e3, Angela Merkel, tentou aplacar os temores de Kiev no encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, em maio de 2018. “O ponto de vista alem\u00e3o \u00e9 que a Ucr\u00e2nia teria que manter seu papel como na\u00e7\u00e3o de tr\u00e2nsito, depois de o Nord Stream 2 ser conclu\u00eddo. \u00c9 uma quest\u00e3o de significado estrat\u00e9gico”, declarou a chefe de governo. Por sua vez, Putin apenas concedeu que o tr\u00e2nsito de g\u00e1s por territ\u00f3rio ucraniano n\u00e3o ser\u00e1 suspenso “enquanto for economicamente justificado”.<\/p>\n

Obras j\u00e1 come\u00e7aram<\/p>\n

As autoridades alem\u00e3s j\u00e1 forneceram todas as licen\u00e7as necess\u00e1rias, e em maio de 2018 come\u00e7ou oficialmente a constru\u00e7\u00e3o no extremo oeste do gasoduto, perto de Greifswald, no estado de Mecklemburgo-Pomer\u00e2nia Ocidental. Finl\u00e2ndia e Su\u00e9cia tamb\u00e9m aprovaram as obras, enquanto a Dinamarca ainda ret\u00e9m seu consentimento, por raz\u00f5es ambientais.<\/p>\n

Segundo os organizadores, contudo, mesmo com o veto dinamarqu\u00eas o gasoduto simplesmente tomar\u00e1 uma rota alternativa. Segundo o cronograma atual, os trabalhos de constru\u00e7\u00e3o dever\u00e3o estar conclu\u00eddos antes do fim de 2019.<\/p>\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"