{"id":144844,"date":"2018-07-18T00:03:31","date_gmt":"2018-07-18T03:03:31","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=144844"},"modified":"2018-07-17T20:19:06","modified_gmt":"2018-07-17T23:19:06","slug":"caminhoes-e-onibus-respondem-por-metade-da-poluicao-do-ar-em-sao-paulo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/07\/18\/144844-caminhoes-e-onibus-respondem-por-metade-da-poluicao-do-ar-em-sao-paulo.html","title":{"rendered":"Caminh\u00f5es e \u00f4nibus respondem por metade da polui\u00e7\u00e3o do ar em S\u00e3o Paulo"},"content":{"rendered":"

Um novo estudo coordenado por f\u00edsicos da Universidade de S\u00e3o Paulo (USP) calculou que ve\u00edculos movidos a diesel, como caminh\u00f5es e \u00f4nibus, s\u00e3o respons\u00e1veis por cerca da metade da concentra\u00e7\u00e3o de compostos t\u00f3xicos na atmosfera, tais como benzeno, tolueno e material particulado.<\/p>\n

Os pesquisadores destacam que \u00e9 um valor muito alto, uma vez que \u00f4nibus e caminh\u00f5es representam somente 5% da frota veicular. A Regi\u00e3o Metropolitana de S\u00e3o Paulo tem mais de 7 milh\u00f5es de ve\u00edculos. O estudo foi publicado nesta segunda-feira (16\/07) na revista\u00a0Scientific Reports<\/em> do grupo Nature.<\/p>\n

\u201cA estimativa da emiss\u00e3o de poluentes de cada tipo de ve\u00edculo \u00e9 feita geralmente baseada em valores medidos em laborat\u00f3rio e multiplicados pelo n\u00famero de ve\u00edculos nas ruas\u201d, disse\u00a0Paulo Artaxo<\/a><\/strong>, professor do Instituto de F\u00edsica da USP e um dos autores do estudo.<\/p>\n

O problema dessa metodologia, segundo ele, \u00e9 que n\u00e3o leva em conta necessariamente condi\u00e7\u00f5es reais de condu\u00e7\u00e3o e manuten\u00e7\u00e3o dos ve\u00edculos, aspectos fundamentais para a emiss\u00e3o de poluentes. O estudo publicado agora foi realizado em condi\u00e7\u00f5es reais.<\/p>\n

\u201cUm dos aspectos inovadores desse estudo foi utilizar o etanol na atmosfera, que \u00e9 emitido somente por carros e motos. Com isso, pudemos separar a contribui\u00e7\u00e3o real de ve\u00edculos leves, que emitem etanol, dos pesados, movidos a diesel e que n\u00e3o emitem etanol\u201d, disse Artaxo, que \u00e9 membro da coordena\u00e7\u00e3o do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas Globais.<\/p>\n

Na regi\u00e3o metropolitana de S\u00e3o Paulo h\u00e1 100 ve\u00edculos de passageiros para cada \u00f4nibus e 30 para cada caminh\u00e3o. Em 2013, ano em que forma feitas as medidas usadas no estudo, o consumo m\u00e9dio por ve\u00edculos de passageiros era de 55% de gasolina para 45% de etanol. A mistura de gasolina e etanol \u00e9 usada basicamente por ve\u00edculos leves, sejam do tipo flex ou que usem um dos dois combust\u00edveis.\u00a0Outros estudos ao redor do mundo t\u00eam focado no papel do uso de biocombust\u00edveis como etanol na redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00e3o de poluentes.<\/p>\n

\u201cO grande diferencial da nova an\u00e1lise foi o foco n\u00e3o no efeito do etanol em si, mas no seu uso como um tra\u00e7ador de poluentes, permitindo separar pela primeira vez fontes veiculares distintas\u201d, disse o l\u00edder do estudo\u00a0Joel Ferreira de Brito<\/a><\/strong>, cujo p\u00f3s-doutorado no Instituto de F\u00edsica da USP, com\u00a0Bolsa da FAPESP<\/a><\/strong>, levou a esses resultados.<\/p>\n

Luciana Rizzo<\/a><\/strong>, professora da Universidade Federal de S\u00e3o Paulo, que tamb\u00e9m integrou a equipe, ressalta que uma das for\u00e7as do estudo foi conseguir incluir um grande conjunto de poluentes, inclusive de reconhecido impacto na sa\u00fade humana e no clima, atualmente n\u00e3o regulamentados.<\/p>\n

\u00c9 o caso, segundo Rizzo, de part\u00edculas de escalas nanom\u00e9tricas, oz\u00f4nio, acetalde\u00eddo, benzeno, tolueno e o carbono negro, composto emitido por combust\u00e3o e respons\u00e1vel pela fuma\u00e7a preta observada em escapamentos.<\/p>\n

\u201cPelos resultados obtidos, certamente uma redu\u00e7\u00e3o de uso de ve\u00edculos na cidade de S\u00e3o Paulo, aliada \u00e0 expans\u00e3o da linha de metr\u00f4, por exemplo, \u00e9 o primeiro e mais eficaz modo de minimizar a polui\u00e7\u00e3o na cidade. Um \u00f3timo custo-benef\u00edcio pode tamb\u00e9m ser obtido diminuindo as emiss\u00f5es de poluentes pelos \u00f4nibus\u201d, disse Brito.<\/p>\n

O pesquisador ressalta que existem filtros que eliminam 95% das emiss\u00f5es de \u00f4nibus, \u201ce \u00e9 muito importante que essas novas tecnologias, dispon\u00edveis e baratas, sejam efetivamente implementadas em S\u00e3o Paulo e nas grandes cidades brasileiras\u201d.<\/p>\n

Esses resultados foram obtidos durante tr\u00eas meses de medida no centro de S\u00e3o Paulo, na primavera, um per\u00edodo relativamente chuvoso e de pouca polui\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\u201cOutros estudos mais extensos, inclusive no inverno, com ac\u00famulo de poluentes na atmosfera, deve ampliar nossa compreens\u00e3o do impacto dos ve\u00edculos na atmosfera de S\u00e3o Paulo e na sua popula\u00e7\u00e3o\u201d, disse.<\/p>\n

O artigo\u00a0Disentangling vehicular emission impact in urban air pollution using etanol as a tracer<\/em> (doi: 10.1038\/s41598-018-29138-7), de Joel Brito, Samara Carbone, Djacinto A. Monteiro dos Santos, Pamela Dominutti, Nilmara de Oliveira Alves, Luciana V. Rizzo e Paulo Artaxo, est\u00e1 publicado em:\u00a0www.nature.com\/articles\/s41598-018-29138-7<\/a><\/strong>.<\/p>\n

Fonte: FAPESP<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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