{"id":145088,"date":"2018-07-31T00:03:06","date_gmt":"2018-07-31T03:03:06","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=145088"},"modified":"2018-07-30T19:37:45","modified_gmt":"2018-07-30T22:37:45","slug":"alemanha-teme-o-verao-do-seculo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/07\/31\/145088-alemanha-teme-o-verao-do-seculo.html","title":{"rendered":"Alemanha teme o ver\u00e3o do s\u00e9culo"},"content":{"rendered":"
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Cen\u00e1rio des\u00e9rtico: as margens secas do rio Reno na altura de D\u00fcsseldorf<\/figcaption><\/figure>\n
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A paisagem do norte alem\u00e3o como se conhece n\u00e3o existe mais, escreve nesta segunda-feira (30\/07) o tradicional jornal FAZ. Planta\u00e7\u00f5es perdidas; relvas em tom amarronzado que mais lembram uma estepe ib\u00e9rica; rios secos como gera\u00e7\u00f5es inteiras nunca viram; preju\u00edzos\u00a0bilion\u00e1rios\u00a0na agricultura.<\/p>\n

A Alemanha teme em 2018 o ver\u00e3o do s\u00e9culo. As temperaturas, sobretudo no norte, est\u00e3o entre tr\u00eas e seis graus acima da m\u00e9dia, desde o in\u00edcio da primavera praticamente n\u00e3o chove. De t\u00e3o secas, \u00e1rvores perdem folhas como no outono, h\u00e1 planta\u00e7\u00f5es que foram completamente perdidas.<\/p>\n

“Chegamos a um ponto aqui na Alemanha em que estamos falando de um desastre natural, que amea\u00e7a nosso modo de vida”, diz Juliane Stein, do conglomerado agricultor Agro B\u00f6rdegr\u00fcn, do leste alem\u00e3o.<\/p>\n

A Alemanha declara desastre natural durante uma estiagem quando 30% do que \u00e9 cultivado no pa\u00eds s\u00e3o perdidos. Ainda n\u00e3o h\u00e1 uma estimativa clara neste ano, mas a Associa\u00e7\u00e3o de Agricultores Alem\u00e3es (DBV) j\u00e1 fala em bilh\u00f5es em perdas. At\u00e9 aqui, a colheita de gr\u00e3os est\u00e1 18% menor que a m\u00e9dia \u2013 um preju\u00edzo de 1,4 bilh\u00e3o de euros.<\/p>\n

“O governo tem que declarar estado de emerg\u00eancia, para que os agricultores em \u00e1reas atingidas pela estiagem possam receber ajuda financeira”, diz Joachim Rukwied, presidente da DBV. O norte \u00e9 a regi\u00e3o mais atingida, mas o oeste e o leste do pa\u00eds tamb\u00e9m est\u00e3o sofrendo graves efeitos da falta de chuva.<\/p>\n

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Agricultores estimam perdas de at\u00e9 1 bilh\u00e3o de euros devido \u00e0 estiagem<\/figcaption><\/figure>\n

Se por um lado os dias de sol t\u00eam proporcionado frutas maiores e mais doces, planta\u00e7\u00f5es de beterraba, colza, batata e milho foram praticamente dizimadas e for\u00e7aram agricultores a antecipar a colheita em at\u00e9 tr\u00eas semanas.<\/p>\n

“Este ver\u00e3o est\u00e1 sendo de fato extraordin\u00e1rio”, diz o meteorologista Thomas Ranft ao portal de not\u00edcias Tagesschau. “E parece que vai continuar assim. Este ano pode marcar um recorde.”<\/p>\n

O ano mais quente da hist\u00f3ria da Alemanha foi 2003, mas na \u00e9poca o epicentro da onda de calor era o sul e n\u00e3o o norte, como agora. A m\u00e9dia foi sete graus mais quente, com temperaturas assim alcan\u00e7adas apenas na Andaluzia.<\/p>\n

Se comparadas as m\u00e9dias de temperatura entre mar\u00e7o e julho de 2003 e 2018, este ano fica atr\u00e1s \u2013 ainda que por alguns d\u00e9cimos. Mas a estiagem de 2013, dizem especialistas, j\u00e1 supera de longe a de 15 anos atr\u00e1s.<\/p>\n

A situa\u00e7\u00e3o se repete em outros pa\u00edses do norte europeu. Mais grave s\u00e3o os casos de Let\u00f4nia e Su\u00e9cia, que lutam contra inc\u00eandios florestais. Em Riga, n\u00e3o chove de forma consistente desde 26 de abril.<\/p>\n

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Inc\u00eandio florestal nos arredores de Berlim<\/figcaption><\/figure>\n<\/div>\n
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Cerca de 70 inc\u00eandios chegaram a estar ativos ao mesmo tempo na Su\u00e9cia, alguns de grandes dimens\u00f5es, que obrigaram \u00e0 evacua\u00e7\u00e3o de v\u00e1rias localidades, depois de semanas sem chuva e com altas temperaturas.<\/p>\n

Na regi\u00e3o central de J\u00e4mtland foi declarado o maior inc\u00eandio florestal, que durante uma semana queimou 20 mil hectares, apesar dos esfor\u00e7os conjuntos de seis pa\u00edses europeus no combate \u00e0s chamas.<\/p>\n

J\u00e1 na B\u00e9lgica, a aus\u00eancia de chuva e as temperaturas superiores a 35 graus motivaram cortes de \u00e1gua em v\u00e1rios munic\u00edpios. Os centros de crise na Val\u00f4nia e em Flandres decretaram o n\u00edvel laranja depois de registrarem durante v\u00e1rios dias consecutivos temperaturas que excediam os 33 graus, alertando tamb\u00e9m para os bosques “extremamente secos”.<\/p>\n

As zonas do pa\u00eds predominantemente rurais, como as Ardenas, foram consideradas “altamente inflam\u00e1veis”, segundo os bombeiros de Li\u00e8ge.\u00a0 A situa\u00e7\u00e3o \u00e9 parecida na Holanda, que vive o seu m\u00eas mais seco desde o in\u00edcio dos registos, em 1901.<\/p>\n

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Na Franc\u00f4nia, produtores sofrem para manter vinhedos irrigados<\/figcaption><\/figure>\n

O calor e a estiagem das \u00faltimas semanas reduziram os n\u00edveis de \u00e1gua, o que causou a morte de v\u00e1rias esp\u00e9cies marinhas, um problema que o Reino Unido e a Irlanda tamb\u00e9m est\u00e3o tendo e que j\u00e1 levou, em ambos os pa\u00edses, \u00e0 proibi\u00e7\u00e3o de utiliza\u00e7\u00e3o de mangueiras.<\/p>\n

A Alemanha decretou alerta m\u00e1ximo de inc\u00eandios a leste da regi\u00e3o de Frankfurt e a sudoeste de Berlim.<\/p>\n

“Para muitos moradores de Berlim e Brandemburgo, o calor, aos poucos, est\u00e1 se tornando insuport\u00e1vel”, escreve o di\u00e1rio\u00a0Berliner Kurier<\/em>. Na regi\u00e3o, os term\u00f4metros amea\u00e7am se aproximar dos 40 graus nos pr\u00f3ximos dias.<\/p>\n

Especialistas do instituto UFZ, que monitora as estiagens na Alemanha, dizem que a atual \u00e9 extraordin\u00e1ria. No mapa de calor divulgado diariamente, s\u00e3o cada vez mais frequ\u00eantes as \u00e1reas marcadas em vermelho (estiagem extrema) e vermelho escuro (estiagem extraordin\u00e1ria).<\/p>\n

“As mudan\u00e7as clim\u00e1ticas s\u00e3o um processo que se estender\u00e1 pelas pr\u00f3ximas d\u00e9cadas, que se desenvolve pouco a pouco. Haver\u00e1 cada vez mais estiagens, e eventos extremos, em algum momento, n\u00e3o ser\u00e3o mais avaliados como extremos”, diz Stephan Thober,especialista do UFZ.<\/p>\n<\/div>\n

Fonte: Deutsche Welle<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"