{"id":145097,"date":"2018-07-31T00:03:16","date_gmt":"2018-07-31T03:03:16","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=145097"},"modified":"2018-07-30T19:50:26","modified_gmt":"2018-07-30T22:50:26","slug":"carro-hibrido-uma-esperanca-em-meio-a-um-mar-de-poluentes","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/07\/31\/145097-carro-hibrido-uma-esperanca-em-meio-a-um-mar-de-poluentes.html","title":{"rendered":"Carro h\u00edbrido. Uma esperan\u00e7a em meio a um mar de poluentes"},"content":{"rendered":"
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Tiago est\u00e1 satisfeito com seu carro h\u00edbrido por conta do custo-benef\u00edcio. Foto: Breno Esaki\/Jornal de Bras\u00edlia<\/figcaption><\/figure>\n

Uma gota de esperan\u00e7a em meio a um mar de poluentes. A busca por sustentabilidade \u00e9 um longo caminho no Distrito Federal quando se olha para o tr\u00e2nsito. Dos 1,7 milh\u00e3o de ve\u00edculos que circulam com placa do DF, uma minoria n\u00e3o emite poluentes, ou ao menos o faz em menor quantidade. At\u00e9 abril, eram apenas 426 ve\u00edculos registrados na frota da capital como el\u00e9tricos ou h\u00edbridos \u2013 ou seja, combinam energia el\u00e9trica ao combust\u00edvel usual.<\/p>\n

No Brasil, os carros el\u00e9tricos e h\u00edbridos come\u00e7aram a ser vendidos em 2006. Naquele ano, foram apenas tr\u00eas. Dez anos depois, o n\u00famero de vendas subiu para 1.091 e, em 2017, a quantidade passou para 3.296. J\u00e1 neste ano at\u00e9 abril, foram comercializados 1.260 ve\u00edculos el\u00e9tricos e h\u00edbridos. Os dados s\u00e3o da Associa\u00e7\u00e3o Nacional dos Fabricantes de Ve\u00edculos Automotores (Anfavea).<\/p>\n

A procura ainda \u00e9 pequena se comparada aos carros convencionais, mas o setor est\u00e1 otimista. Gerente comercial de concession\u00e1ria, Charles Torres conta que a busca cresceu neste ano. \u201cAno passado a procura m\u00e9dia era de oito pessoas por m\u00eas. Neste ano subiu para dez\u201d, calcula o profissional da Toyota Kyoto, localizada no Setor de Ind\u00fastria e Abastecimento (SIA).<\/p>\n

Para Torres, a tecnologia ainda \u00e9 t\u00edmida em Bras\u00edlia, mas bem difundida em outras cidades. \u201cInclusive, h\u00e1 pa\u00edses que oferecem incentivos fiscais. No Brasil h\u00e1 previs\u00e3o de redu\u00e7\u00e3o do IPI (imposto sobre produtos industrializados)\u201d, lembra. A medida do governo deve come\u00e7ar em novembro.<\/p>\n

Popular, mas nem tanto<\/p>\n

Entre os poucos modelos h\u00edbridos \u00e0 venda no Pa\u00eds, o Toyota Prius \u00e9 o mais popular. \u201cUma vantagem deste ve\u00edculo \u00e9 o fato de o pr\u00f3prio sistema recarregar as baterias el\u00e9tricas. \u00c9 um carro que faz uma gest\u00e3o inteligente do combust\u00edvel de acordo com a necessidade\u201d, afirma o gerente Charles Torres.<\/p>\n

O carro possui dois motores: um el\u00e9trico e outro a combust\u00e3o. O que recarrega a parte el\u00e9trica \u00e9 a in\u00e9rcia do ve\u00edculo: \u201cQuando o motorista est\u00e1 no tr\u00e2nsito e tira o p\u00e9 do acelerador, o ve\u00edculo gera uma energia que \u00e9 rearmazenada e convertida para um sistema el\u00e9trico. Quando se freia, a energia tamb\u00e9m \u00e9 armazenada e convertida, recarregando as baterias\u201d. Por esse motivo, o carro tem maior efici\u00eancia e economia na cidade do que na estrada.<\/p>\n

Apesar da economia no abastecimento, o carro h\u00edbrido sai em desvantagem no pre\u00e7o. O Prius na vers\u00e3o sed\u00e3 (m\u00e9dio) custa R$ 125 mil, cerca de 15% mais caro que um concorrente convencional.<\/p>\n

Diferen\u00e7a de tecnologias<\/p>\n

Para o professor dos cursos de engenharia da Universidade de Bras\u00edlia Rudi Van Els, o carro el\u00e9trico \u00e9 mais vi\u00e1vel e vantajoso que os modelos h\u00edbridos e convencionais a combust\u00e3o. \u201cMotor h\u00edbrido \u00e9 uma solu\u00e7\u00e3o intermedi\u00e1ria\u201d, aponta.<\/p>\n

Em contrapartida existe o custo alto do investimento: \u201cUm carro el\u00e9trico \u00e9 mais caro que outros com motor a gasolina ou \u00e1lcool. A maioria dos carros que est\u00e3o hoje no mercado \u00e9 importada, sofisticada e com pre\u00e7os salgados\u201d, analisa o docente.<\/p>\n

Para recarregar os carros el\u00e9tricos, basta apenas ter um ponto de eletricidade para plug\u00e1-lo. Por isso, o professor ressalta que isso torna o abastecimento muito mais pr\u00e1tico. Por\u00e9m, na vis\u00e3o de Van Els, falta incentivo para que os carros el\u00e9tricos rodem nas ruas.<\/p>\n

\u201c\u00c9 preciso haver pol\u00edticas p\u00fablicas para definir o modelo de transporte e incentivos para direcionar a ind\u00fastria a investir neste ramo\u201d, pondera.
\nO professor acrescenta que o metr\u00f4, transporte el\u00e9trico de massa e mais eficiente que os \u00f4nibus, ainda n\u00e3o atende a toda a popula\u00e7\u00e3o do Distrito Federal.<\/p>\n

Dono compara<\/p>\n

Para o representante comercial Tiago Baldez Soares Felizardo, 31 anos, pagar a mais pelo carro h\u00edbrido compensa. H\u00e1 mais de um ano a bordo de um ve\u00edculo com essa tecnologia, ele aponta o bom custo-benef\u00edcio.
\n\u201cMeu \u00faltimo carro rodava em torno de 12 km com um litro de gasolina. O Prius faz uma m\u00e9dia de 30 km\u201d, calcula. Apesar disso, ele n\u00e3o tem a inten\u00e7\u00e3o de trocar seu carro por outro 100% el\u00e9trico, pois considera que ter de recarreg\u00e1-lo n\u00e3o \u00e9 um fator vi\u00e1vel.<\/p>\n

Tamb\u00e9m da Toyota, o Corolla ser\u00e1 lan\u00e7ado com motor h\u00edbrido a partir do ano que vem. \u201c\u00c9 uma evolu\u00e7\u00e3o do sistema e uma confian\u00e7a de que esse nicho dos carros h\u00edbridos vai se consolidar\u201d, aponta o gerente comercial Charles Torres. Ele observa que a maior parte dos clientes interessados nesse tipo de carro j\u00e1 obteve a experi\u00eancia no exterior, ou demonstra preocupa\u00e7\u00e3o com o meio ambiente.<\/p>\n

Ponto de vista<\/p>\n

Arc\u00e9lio Junior, vice-presidente do Sindicato dos Concession\u00e1rios e Distribuidores de Ve\u00edculos do Distrito Federal (Sincodiv-DF), afirma que as vendas dos carros el\u00e9tricos e h\u00edbridos s\u00e3o baixas, j\u00e1 que possuem elevado custo de aquisi\u00e7\u00e3o. Por esse motivo existe uma quantidade \u00ednfima de carros que disp\u00f5em desta tecnologia na capital federal. \u201cA venda ainda \u00e9 muito baixa. H\u00e1 inclusive carros usados, mas em quantidade bastante reduzida\u201d, define.<\/p>\n

Engenheiro do DF converte motor de Gol<\/p>\n

Em 2007, o engenheiro militar Elifas Gurgel observava o mercado internacional dos ve\u00edculos quando tamb\u00e9m se convenceu de que os modelos el\u00e9tricos seriam a melhor solu\u00e7\u00e3o para rodar nas ruas. Em vez de comprar um exemplar, ele mesmo colocou a m\u00e3o na massa.<\/p>\n

\u201cEu tinha duas op\u00e7\u00f5es para construir um ve\u00edculo el\u00e9trico. Ou partiria do zero, ou utilizaria uma estrutura existente e faria a convers\u00e3o de um ve\u00edculo a combust\u00e3o para um el\u00e9trico, aproveitando toda a engenharia j\u00e1 desenvolvida\u201d<\/p><\/blockquote>\n

Foi a\u00ed que, no ano seguinte, ap\u00f3s muita pesquisa, Gurgel come\u00e7ou a desenvolver a convers\u00e3o de seu carro, um VW Gol G4. \u201cAo mesmo tempo em que fiz a transforma\u00e7\u00e3o, eu pensava na quest\u00e3o regulat\u00f3ria. Porque n\u00e3o adiantava transformar um carro sem documenta\u00e7\u00e3o para rodar em via p\u00fablica\u201d, ressalta.<\/p>\n

O militar foi ao Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito (Denatran) e pediu para apresentar o projeto \u00e0 C\u00e2mara Tem\u00e1tica de Assuntos Veiculares. Mas apenas em 2010 o colegiado aprovou uma legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica que permite a transforma\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos a combust\u00e3o para el\u00e9tricos.<\/p>\n

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Elifas Gurgel colocou a m\u00e3o na massa. Foto: Breno Esaki\/Jornal de Bras\u00edlia<\/figcaption><\/figure>\n

Economia<\/p>\n

O ve\u00edculo de Elifas j\u00e1 rodou mais de 93 mil quil\u00f4metros e \u00e9 o carro do dia a dia do engenheiro. Segundo ele, a economia \u00e9 bastante significativa.<\/p>\n

\u201cPara cada R$ 100 que eu colocaria de gasolina, eu gasto apenas R$ 30 de energia el\u00e9trica para percorrer a mesma dist\u00e2ncia. A autonomia do carro \u00e9 de 150 km, o que atende a maioria das pessoas para um deslocamento urbano\u201d, analisa.<\/p>\n

O carro \u00e9 100% el\u00e9trico. Elifas lembra que, com o carro movido a energia el\u00e9trica, \u201co meio ambiente se livra da polui\u00e7\u00e3o do ar, que provoca gases de efeito estufa. Al\u00e9m disso, a polui\u00e7\u00e3o sonora \u00e9 inexistente\u201d.<\/p>\n

\u00d4nibus el\u00e9trico<\/p>\n

Em\u00a0mar\u00e7o deste ano, foi entregue o primeiro \u00f4nibus 100% el\u00e9trico do Distrito Federal<\/a>. De acordo com a Secretaria de Mobilidade (Semob), o ve\u00edculo opera na linha 110, da Universidade de Bras\u00edlia (UnB). A previs\u00e3o \u00e9 de que mais um ve\u00edculo el\u00e9trico fa\u00e7a parte da frota at\u00e9 o fim do ano. O \u00f4nibus el\u00e9trico poupa 46,8 toneladas de Co2, o que representa o plantio de 343 \u00e1rvores\/ano.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, no ano passado, nove coletivos movidos a biodiesel B20 passaram a circular pela capital federal. Com a implementa\u00e7\u00e3o deste, \u00e9 poss\u00edvel evitar a emiss\u00e3o de 18 toneladas de CO2 anualmente, por \u00f4nibus. Isso representa o plantio de 132 \u00e1rvores\/ano por \u00f4nibus.<\/p>\n

Os ve\u00edculos el\u00e9tricos possuem emiss\u00e3o zero poluentes, de acordo com a Semob. Os \u00f4nibus s\u00e3o equipados com ar- condicionado, piso baixo e acessibilidade, trazendo mais conforto para os usu\u00e1rios do sistema de transporte p\u00fablico do DF.<\/p>\n

Fonte: Jornal de Brasilia<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"