{"id":145106,"date":"2018-07-31T00:03:50","date_gmt":"2018-07-31T03:03:50","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=145106"},"modified":"2018-07-30T20:06:02","modified_gmt":"2018-07-30T23:06:02","slug":"andromeda-a-galaxia-canibal-que-se-chocara-com-a-via-lactea","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/07\/31\/145106-andromeda-a-galaxia-canibal-que-se-chocara-com-a-via-lactea.html","title":{"rendered":"Andr\u00f4meda, a gal\u00e1xia canibal que se chocar\u00e1 com a Via L\u00e1ctea"},"content":{"rendered":"
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\"Representa\u00c3\u00a7\u00c3\u00a3o
Representa\u00e7\u00e3o art\u00edstica do c\u00e9u noturno dentro de quatro bilh\u00f5es de anos, quando Andr\u00f4meda se unir \u00e0 Via L\u00e1ctea. NASA<\/figcaption><\/figure>\n
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Daqui a quatro bilh\u00f5es de anos, Andr\u00f4meda vai colidir com a\u00a0Via L\u00e1ctea<\/a>. Modelos matem\u00e1ticos e imagens de telesc\u00f3pios como o\u00a0Hubble<\/a> preveem a fus\u00e3o entre as duas maiores gal\u00e1xias do Grupo Local, a grande fam\u00edlia gal\u00e1ctica que dominam com sua descomunal capacidade de atra\u00e7\u00e3o gravitacional. Apesar do que podem sugerir as imagens dos telesc\u00f3pios, as gal\u00e1xias n\u00e3o s\u00e3o bolas de luz hiperdensas. As estrelas dessas gal\u00e1xias, milh\u00f5es ao todo, est\u00e3o separadas entre si por dist\u00e2ncias inimagin\u00e1veis, e quando o choque acontecer n\u00e3o deve haver impactos entre seus mundos. Ser\u00e1 mais uma reorganiza\u00e7\u00e3o progressiva, que acabar\u00e1 por formar uma gigantesca gal\u00e1xia el\u00edptica e mandar\u00e1 o\u00a0Sistema Solar<\/a> para uma regi\u00e3o ainda mais perif\u00e9rica do que ocupa atualmente na Via L\u00e1ctea.<\/p>\n

Para saber o que acontecer\u00e1, pode ser \u00fatil olhar para o passado. Nesta semana, na revista\u00a0Nature Astronomy<\/em>, um grupo de cientistas publicou o que pode ser considerado um aut\u00eantico trabalho de detetive sobre o tempo profundo. Observando Andr\u00f4meda, conclu\u00edram que h\u00e1 dois bilh\u00f5es de anos ela cometeu um ato de canibalismo gal\u00e1ctico. Naquele tempo, al\u00e9m de Andr\u00f4meda e da Via L\u00e1ctea havia uma terceira grande gal\u00e1xia no Grupo Local.<\/p>\n

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Dentro de quatro bilh\u00f5es de anos, nossa gal\u00e1xia colidir\u00e1 com Andr\u00f4meda<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n

M32p \u2013 uma gal\u00e1xia com nome muito mais an\u00f3dino que suas companheiras vivas \u2013 foi despeda\u00e7ada por Andr\u00f4meda, mas deixou um rastro de pistas agora reconstru\u00eddo por astr\u00f4nomos da Universidade de Michigan (EUA). Segundo eles, existe em torno da gal\u00e1xia canibal um grande halo de estrelas que ocupam um espa\u00e7o maior que a pr\u00f3pria Andr\u00f4meda, e junto a ela uma estranha gal\u00e1xia extremamente compacta, com uma densidade de estrelas que n\u00e3o se encontra em quase nenhum outro lugar do universo. Tratar de explicar a origem deste objeto misterioso foi o in\u00edcio da investiga\u00e7\u00e3o. Os autores do trabalho publicado na\u00a0Nature Astronomy<\/em> afirmam que essa gal\u00e1xia sat\u00e9lite, conhecida como M32 e que poderia se confundir com uma pequena gal\u00e1xia el\u00edptica, \u00e9 na verdade o n\u00facleo da gal\u00e1xia apanhada por Andr\u00f4meda.<\/p>\n

Al\u00e9m do halo de estrelas com restos da antiga gal\u00e1xia e do engrossamento do disco de Andr\u00f4meda, os autores apontam entre os ind\u00edcios da fus\u00e3o um pico na forma\u00e7\u00e3o de novas estrelas que coincide com o per\u00edodo de dois bilh\u00f5es de anos atr\u00e1s, quando as duas gal\u00e1xias se encontraram.<\/p>\n

As fus\u00f5es entre\u00a0gal\u00e1xias<\/a> n\u00e3o s\u00e3o algo raro, mas o tamanho desta sim a torna excepcional. M32p era pelo menos 20 vezes maior do que qualquer gal\u00e1xia engolida pela Via L\u00e1ctea ao longo da sua hist\u00f3ria. Conforme explicava Eric Bell, pesquisador da Universidade de Michigan e coautor do trabalho, os astr\u00f4nomos se surpreenderam por saber que nossa gal\u00e1xia \u201ctinha um parente de grande tamanho do qual nunca t\u00ednhamos sabido nada\u201d. Estudos como esse tamb\u00e9m podem alterar a ideia sobre o que acontece quando duas gal\u00e1xias se unem. Entre outras coisas, observou-se que Andr\u00f4meda mant\u00e9m sua forma espiral, com os bra\u00e7os caracter\u00edsticos que nossa gal\u00e1xia tamb\u00e9m tem. Em princ\u00edpio, seria de se esperar que a colis\u00e3o tivesse produzido uma gal\u00e1xia el\u00edptica, com uma forma mais parecida com uma esfera, mas os bra\u00e7os de Andr\u00f4meda resistiram.<\/p>\n

A acumula\u00e7\u00e3o de dados sobre Andr\u00f4meda e sobre nossa pr\u00f3pria gal\u00e1xia est\u00e1 mudando tamb\u00e9m a ideia sobre o seu futuro. Ainda neste ano, acreditava-se que Andr\u00f4meda era muito maior que a Via L\u00e1ctea e\u00a0acabaria por absorv\u00ea-la quando chegasse o encontro<\/a>. Entretanto, um artigo publicado em fevereiro na\u00a0Monthly Notices of the Royal Astronomical Society<\/em> calculava que as dimens\u00f5es das duas gal\u00e1xias eram similares. Esta nova informa\u00e7\u00e3o nos leva a rever o que acontecer\u00e1 no momento desse choque que parece inevit\u00e1vel, dentro de quatro bilh\u00f5es de anos, mais ou menos o tempo de exist\u00eancia da Terra hoje em dia.<\/p>\n

Fonte: El Pa\u00eds<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"