{"id":145112,"date":"2018-07-31T00:03:04","date_gmt":"2018-07-31T03:03:04","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=145112"},"modified":"2018-07-30T20:28:31","modified_gmt":"2018-07-30T23:28:31","slug":"descoberta-mais-antiga-evidencia-de-vida-em-terra-no-planeta","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/07\/31\/145112-descoberta-mais-antiga-evidencia-de-vida-em-terra-no-planeta.html","title":{"rendered":"Descoberta mais antiga evid\u00eancia de vida em terra no planeta"},"content":{"rendered":"

Cientistas encontraram evid\u00eancias de vida microbiana vivendo em terra cerca de 3,22 bilh\u00f5es de anos atr\u00e1s. A descoberta foi feita no Cintur\u00e3o de Pedras de Barberton, na \u00c1frica do Sul, onde algumas das rochas mais antigas da Terra est\u00e3o preservadas. Essa \u00e9 a evid\u00eancia f\u00f3ssil mais antiga de seres vivos vivendo em terra, e n\u00e3o na \u00e1gua, em nosso planeta, superando em cerca de 500 milh\u00f5es de anos as provas anteriores \u2013 restos fossilizados de micr\u00f3bios encontrados d\u00e9cadas atr\u00e1s na \u00c1frica do Sul e na Austr\u00e1lia.<\/p>\n

Evid\u00eancias geol\u00f3gicas indicam que a vida existia nos oceanos h\u00e1 3,8 bilh\u00f5es de anos, mas os sinais de vida terrestre s\u00e3o mais raros. Os cientistas acreditam que isso acontece porque a maior parte do planeta estaria submersa at\u00e9 3 bilh\u00f5es de anos atr\u00e1s.<\/p>\n

Os pesquisadores, liderados por Martin Homann, sedimentologista do Instituto Europeu de Estudos Marinhos, descobriram os micr\u00f3bios fossilizados ao lado de um penhasco rochoso nas montanhas Barberton Makhonjwa, no leste da \u00c1frica do Sul. \u201cOs f\u00f3sseis s\u00e3o parte de um peda\u00e7o de rocha chamado Moodies Group, que representa uma das costas mais antigas do mundo\u201d, diz Stefan Lalonde, geoqu\u00edmico do Instituto Europeu de Estudos do Mar na Fran\u00e7a e coautor do estudo, ao site Live Science.<\/p>\n

A ideia de que a vida chegou \u00e0 terra t\u00e3o cedo na hist\u00f3ria do planeta existe h\u00e1 d\u00e9cadas, diz na mesma mat\u00e9ria Hugo Beraldi Campesi, geobi\u00f3logo da Universidade Nacional Aut\u00f4noma do M\u00e9xico. \u201cO problema sempre foi a falta de provas concretas \u2013 at\u00e9 agora. A nova descoberta aumenta o crescente corpo de evid\u00eancias de que os continentes abrigaram a vida por um longo tempo\u201d, acrescenta.<\/p>\n

\u201cEste \u00e9 o trabalho mais antigo e menos amb\u00edguo que temos at\u00e9 agora que mostra que a vida existia em terra j\u00e1 3,2 bilh\u00f5es de anos atr\u00e1s\u201d, diz Kurt Konhauser, professor de ci\u00eancias da terra e da atmosfera na Universidade de Alberta, no Canad\u00e1, em mat\u00e9ria sobre a descoberta publicada no portal The Scientist.<\/p>\n

Fonte de energia<\/h2>\n

Os micr\u00f3bios encontrados est\u00e3o extremamente bem preservados, em grossas camadas que se acumulam em seixos, pedras desgastadas pela a\u00e7\u00e3o da \u00e1gua ou da areia, um sinal de que os seres viviam em um antigo leito de rio. \u201cEste \u00e9 essencialmente o leito do rio mais antigo da Terra\u201d, diz Lalonde ao Live Science.<\/p>\n

Ao contr\u00e1rio de outras evid\u00eancias da vida terrestre, como as estruturas fossilizadas constru\u00eddas por bact\u00e9rias, os f\u00f3sseis rec\u00e9m-descobertos s\u00e3o os pr\u00f3prios micr\u00f3bios preservados. Os f\u00f3sseis se formaram quando uma camada de sedimento cobriu uma camada de micr\u00f3bios. Depois disso, outra camada de micr\u00f3bios cresceu em cima. Com o passar do tempo, camadas de micr\u00f3bios e sedimentos se empilharam umas sobre as outras e se preservaram. Os f\u00f3sseis cont\u00eam at\u00e9 mesmo mat\u00e9ria org\u00e2nica, como \u00e1tomos de carbono e nitrog\u00eanio que faziam parte dos organismos.<\/p>\n

Os pesquisadores analisaram estes is\u00f3topos de carbono e nitrog\u00eanio e os compararam com is\u00f3topos extra\u00eddos de camadas microbianas marinhas fossilizadas pr\u00f3ximas. Ambos os valores de is\u00f3topos de carbono e nitrog\u00eanio das amostras terrestres e marinhas eram \u00fanicos, sugerindo que havia diferen\u00e7as no metabolismo de micr\u00f3bios no oceano em compara\u00e7\u00e3o com aqueles em terra.<\/p>\n

\u201cUma an\u00e1lise do tipo de \u00e1tomos de nitrog\u00eanio presentes nos f\u00f3sseis sugere que os micr\u00f3bios antigos prosperaram consumindo nitrato, ou um \u00e1tomo de nitrog\u00eanio ligado a tr\u00eas \u00e1tomos de oxig\u00eanio\u201d, sugere Lalonde. Quando esses micr\u00f3bios viveram, durante a era arqueana, que durou entre 4 bilh\u00f5es a 2,5 bilh\u00f5es de anos atr\u00e1s, a atmosfera da Terra n\u00e3o tinha muito oxig\u00eanio. Mas um metabolismo baseado em nitrato \u00e9 o tipo de metabolismo mais eficiente em termos energ\u00e9ticos depois de um baseado em oxig\u00eanio. O nitrato teria dado aos micr\u00f3bios muita energia, segundo Lalonde.<\/p>\n

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Konhauser sugere que os pesquisadores se concentrem na fonte do nitrato nas amostras, para descobrir se elas vieram da atmosfera ou atrav\u00e9s da gera\u00e7\u00e3o de oxig\u00eanio de bact\u00e9rias fotossint\u00e9ticas ancestrais. \u201cAs estruturas e composi\u00e7\u00e3o isot\u00f3pica dos tapetes microbianos certamente parecem sugerir a presen\u00e7a de micr\u00f3bios fotossint\u00e9ticos j\u00e1 existentes em terra. Se os nitratos foram de fato formados pelos micr\u00f3bios nestes tapetes, ent\u00e3o talvez cianobact\u00e9rias produtoras de oxig\u00eanio estivessem por a\u00ed neste est\u00e1gio inicial da hist\u00f3ria da Terra\u201d, sugere ao The Scientist.<\/p>\n

\u201cA vida poderia n\u00e3o ter sido t\u00e3o dif\u00edcil no Arqueano se voc\u00ea estivesse em terra\u201d, acredita Lalonde. O estudo sugere que a paisagem da Terra poderia j\u00e1 estar cheia de vida na \u00e9poca. \u201cIsso confirma que os continentes terrestres estavam totalmente desenvolvidos\u201d, complementa Campesi.<\/p>\n

Fonte: Hypescience<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"