{"id":145144,"date":"2018-08-01T00:02:59","date_gmt":"2018-08-01T03:02:59","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=145144"},"modified":"2018-07-31T22:10:10","modified_gmt":"2018-08-01T01:10:10","slug":"abc-perde-area-verde-de-12-campos-de-futebol-desmate-foi-autorizado-pela-cetesb","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/08\/01\/145144-abc-perde-area-verde-de-12-campos-de-futebol-desmate-foi-autorizado-pela-cetesb.html","title":{"rendered":"ABC perde \u00e1rea verde de 12 campos de futebol; desmate foi autorizado pela Cetesb"},"content":{"rendered":"
\"ABC
\u201cFalta um estudo de impacto ambiental para o local.<\/figcaption><\/figure>\n

Uma \u00e1rea verde de 11,8 hectares, equivalente a aproximadamente 12 campos de futebol, foi desmatada para a constru\u00e7\u00e3o de galp\u00f5es de log\u00edstica na divisa de Santo Andr\u00e9 e Mau\u00e1. O terreno est\u00e1 localizado na estrada Guaraciaba, em \u00e1rea pr\u00f3xima ao acesso de Mau\u00e1 ao trecho sul do Rodoanel.<\/p>\n

A floresta suprimida faz parte de um corredor verde que engloba o Parque Municipal do Pedroso e o Parque Guaraciaba, em Santo Andr\u00e9. A \u00e1rea \u00e9 vizinha tamb\u00e9m de zona industrial na Vila Carlina, em Mau\u00e1.<\/p>\n

A Secretaria de Meio Ambiente do estado, que emitiu autoriza\u00e7\u00e3o para o desmate, afirma que a vegeta\u00e7\u00e3o no terreno estava em \u201cest\u00e1gio inicial de regenera\u00e7\u00e3o\u201d. De acordo com o \u00f3rg\u00e3o, o corte para este tipo de mata \u00e9 liberado pela Lei da Mata Atl\u00e2ntica, de 2006.<\/p>\n

A norma citada pela secretaria autoriza o desmate em casos de \u201cutilidade p\u00fablica e interesse social\u201d, para est\u00e1gios m\u00e9dio e avan\u00e7ado de regenera\u00e7\u00e3o. As regras para fases iniciais, como \u00e9 o caso de Mau\u00e1, seguem as de est\u00e1gio m\u00e9dio. Mas, para regi\u00f5es urbanas, s\u00e3o permitidos empreendimentos que garantam a preserva\u00e7\u00e3o de vegeta\u00e7\u00e3o nativa em est\u00e1gio m\u00e9dio de regenera\u00e7\u00e3o em no m\u00ednimo 30% da \u00e1rea total coberta por esta vegeta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, a autoriza\u00e7\u00e3o teve como condicionante o comprometimento da empresa de que 5,07 hectares de \u00e1rea verde seriam preservados dentro do im\u00f3vel.<\/p>\n

A pasta do verde diz ainda que n\u00e3o houve necessidade de audi\u00eancia p\u00fablica porque o procedimento \u00e9 exigido apenas para casos de empreendimentos de impacto ambiental significativo, licenciados por meio de Eia Rima (Estudo de Impacto Ambiental).<\/p>\n

A Prefeitura de Mau\u00e1 informou que a \u00e1rea apresenta vegeta\u00e7\u00e3o nativa em est\u00e1gio secund\u00e1rio inicial, \u201ccom cobertura vegetal predominantemente fechada, apresentando esp\u00e9cies arbustivas e arb\u00f3reas\u201d. Por conta das caracter\u00edsticas, as autoriza\u00e7\u00f5es dependem exclusivamente da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de S\u00e3o Paulo), ligada a Secretaria de Meio Ambiente, diz o munic\u00edpio.<\/p>\n

O nome da empresa n\u00e3o foi revelado pelo estado nem pela prefeitura.<\/p>\n

Uma placa com os n\u00fameros de autoriza\u00e7\u00e3o da obra, instalada no local, indica que a permiss\u00e3o foi realizada em junho de 2016 e tem validade at\u00e9 junho deste ano.<\/p>\n

Para ambientalistas, faltou transpar\u00eancia no processo<\/strong>
\nO advogado especialista em direito ambiental e presidente do MDV (Movimento em Defesa \u00e0 Vida) no ABC, Virg\u00edlio Alcides de Farias, afirma que faltou transpar\u00eancia no processo de licenciamento da obra na estrada Guaraciaba. Ele conta que soube do desmate apenas quando passou pela \u00e1rea.<\/p>\n

\u201c\u00c9 uma cena muito triste. Lamento que a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de S\u00e3o Paulo) se sinta no direito de decidir em casos que precisam de audi\u00eancia para se apresentar ao p\u00fablico, para que se veja se o empreendimento realmente atende ou n\u00e3o legisla\u00e7\u00e3o ambiental.\u201d<\/p>\n

Para Farias, faltou tamb\u00e9m atua\u00e7\u00e3o da prefeitura, j\u00e1 que a cidade deveria contar com Conselho de Meio Ambiente.<\/p>\n

\u201cFalta um estudo de impacto ambiental para o local. A \u00e1rea est\u00e1 inserida em corredor ecol\u00f3gico entre o Pedroso e o Guaraciaba, com passagem inclusive de fauna.\u201d<\/p>\n

A ambientalista e professora da USCS (Universidade Municipal de S\u00e3o Caetano) Marta Marcondes explica que a mata estar em est\u00e1gio de regenera\u00e7\u00e3o indica que havia esperan\u00e7a que ela se consolidasse. \u201c\u00c9 um absurdo o que aconteceu. Faltam muitas explica\u00e7\u00f5es sobre a situa\u00e7\u00e3o da \u00e1rea. E, sem d\u00favidas, n\u00e3o \u00e9 correto o desmatamento pelas caracter\u00edsticas biol\u00f3gicas do local.\u201d<\/p>\n

Fonte: Metro Jornal<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"