{"id":145698,"date":"2018-08-23T17:31:54","date_gmt":"2018-08-23T20:31:54","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=145698"},"modified":"2018-08-23T21:36:35","modified_gmt":"2018-08-24T00:36:35","slug":"gelo-mais-espesso-do-artico-se-rompe-pela-primeira-vez-2","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/08\/23\/145698-gelo-mais-espesso-do-artico-se-rompe-pela-primeira-vez-2.html","title":{"rendered":"Gelo mais espesso do \u00c1rtico se rompe pela primeira vez"},"content":{"rendered":"

Derretimento em regi\u00e3o ao norte da Groenl\u00e2ndia com a camada de gelo mais antiga do Hemisf\u00e9rio Norte assusta comunidade cient\u00edfica. Acreditava-se que o local fosse ser o \u00faltimo a sucumbir ao aquecimento global.<\/p>\n

A recente onda de calor no Hemisf\u00e9rio Norte resultou no rompimento da camada de gelo mais antiga e espessa do \u00c1rtico, abrindo passagens ao norte da Groenl\u00e2ndia que costumam estar congeladas mesmo durante as esta\u00e7\u00f5es mais quentes do ano.<\/p>\n

At\u00e9 agora, os cientistas presumiam que essa regi\u00e3o fosse ser a \u00faltima ao norte do globo que iria sucumbir aos efeitos do aquecimento global, motivo pelo qual ela ficou conhecida como a “\u00faltima \u00e1rea de gelo”. O fen\u00f4meno in\u00e9dito ocorreu duas vezes neste ano devido aos ventos de ar quente e ondas de calor desviadas para o norte do hemisf\u00e9rio em raz\u00e3o das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, aponta reportagem do jornal brit\u00e2nico\u00a0The Guardian<\/em>.<\/p>\n

Temperaturas acima do normal foram registradas na regi\u00e3o em fevereiro e no in\u00edcio deste m\u00eas, deixando a regi\u00e3o vulner\u00e1vel \u00e0s massas de ar quente, que aumentaram a press\u00e3o sobre o gelo em locais mais distantes da costa desde o in\u00edcio dos registros de sat\u00e9lite nos anos 1970.<\/p>\n

Nos meses de fevereiro, costumam-se registrar -20\u00baC na regi\u00e3o, mas este ano, as temperaturas se mantiveram durante dez dias acima da temperatura de congelamento, o que, juntamente com ventos quentes, fez com que o gelo se desprendesse da costa.<\/p>\n

Na semana passada, foi registrada brevemente uma temperatura recorde de 17\u00baC, com ventos fortes de at\u00e9 20 quil\u00f4metros por hora vindos do sul. Especialistas acreditam a regi\u00e3o dever\u00e1 voltar a se congelar, ainda que num per\u00edodo mais tardio do que o normal. A tend\u00eancia de aquecimento na regi\u00e3o vem acelerando nos \u00faltimos 15 anos.<\/p>\n

“O afinamento do gelo atinge at\u00e9 a parte mais fria do \u00c1rtico, de gelo mais espesso. Esta \u00e9 uma indica\u00e7\u00e3o dram\u00e1tica da transforma\u00e7\u00e3o no gelo e do clima no Mar do \u00c1rtico”, afirmou Walt Meie, pesquisador do Centro Nacional de Dados sobre Gelo e Neve dos Estados Unidos, ao\u00a0The Guardian<\/em>.<\/p>\n

 <\/p>\n

\n
<\/picture>\n

\"\"
Foto: Climatempo<\/figcaption><\/figure><\/figure>\n<\/div>\n

O afinamento do gelo atinge at\u00e9 a parte mais fria do \u00c1rtico, de gelo mais espesso.\u00a0<\/em><\/p>\n

O cientista Thomas Lavergne, do Instituto Meteorol\u00f3gico Noruegu\u00eas, afirmou que a vis\u00e3o da \u00e1gua penetrando no gelo e expondo a costa da Groenl\u00e2ndia \u00e9 algo “assustador”. Na regi\u00e3o, o gelo tem, em m\u00e9dia, 4 metros de espessura e pode se acumular em montes de gelo compacto de 20 metros de altura ou mais, dif\u00edceis de serem quebrados.<\/p>\n

“Quase todo o gelo ao norte da Groenl\u00e2ndia est\u00e1 bastante estilha\u00e7ado ou quebrado e, portanto, mais m\u00f3vel”, afirmou a meteorologista Ruth Mottran, do Instituto Meteorol\u00f3gico Dinamarqu\u00eas. “Passagens na \u00e1gua na costa norte da Groenl\u00e2ndia s\u00e3o incomuns”, disse, acrescentando que o degelo sugere que a “\u00faltima \u00e1rea de gelo” deve estar localizada mais a oeste.<\/p>\n

Dados recentes do Servi\u00e7o Noruegu\u00eas do Gelo indicam que a cobertura de gelo no arquip\u00e9lago de Svalbard, ao norte do pa\u00eds, est\u00e1 40% abaixo da m\u00e9dia hist\u00f3rica para esta \u00e9poca do ano. Esses n\u00fameros podem refor\u00e7ar a previs\u00e3o de que o Oceano \u00c1rtico passar\u00e1 a n\u00e3o ter mais gelo durante o ver\u00e3o em algum momento entre os anos 2030 e 2050.<\/p>\n

Peter Wadhams, f\u00edsico da Universidade de Cambridge, alertou \u00e0 emissora Sky News que o derretimento do gelo poder\u00e1 causar impactos severos para a popula\u00e7\u00e3o de ursos polares.<\/p>\n

“A costa norte da Groenl\u00e2ndia, com seus penhascos bastante \u00edngremes, \u00e9 uma \u00e1rea de ref\u00fagio para ursos polares. Eles cavam buracos na neve, de onde saem na primavera para ca\u00e7ar”, afirmou. “Mas se a camada de gelo se move para fora da costa, eles acabam ficando sem uma \u00e1rea de ca\u00e7a quando voltam da hiberna\u00e7\u00e3o”, alertou, acrescentando que os ursos polares n\u00e3o conseguem nadar grandes dist\u00e2ncias.<\/p>\n

Fonte: Climatempo<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"