{"id":145789,"date":"2018-08-27T15:59:00","date_gmt":"2018-08-27T18:59:00","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=145789"},"modified":"2018-08-27T21:02:14","modified_gmt":"2018-08-28T00:02:14","slug":"as-quatro-especies-de-animais-que-tambem-tem-menopausa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/08\/27\/145789-as-quatro-especies-de-animais-que-tambem-tem-menopausa.html","title":{"rendered":"As quatro esp\u00e9cies de animais que tamb\u00e9m t\u00eam menopausa"},"content":{"rendered":"
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Uma beluga e sua cria em aqu\u00e1rio de Vancouver, Canad\u00e1 TONY FOX<\/figcaption><\/figure>\n

Uma das particularidades de nossa esp\u00e9cie \u00e9 a\u00a0menopausa<\/a>. Entre nossos parentes primatas, as f\u00eameas continuam reproduzindo-se at\u00e9 pouco antes de morrer. As f\u00eameas humanas, no entanto, experimentam mudan\u00e7as hormonais entre os 45 e os 55 anos e deixam de ter filhos. Este fen\u00f4meno n\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil de explicar do\u00a0ponto de vista evolutivo<\/a>. Por que um animal viveria mais da metade de sua vida adulta sem poder passar seus genes \u00e0 gera\u00e7\u00e3o seguinte?<\/p>\n

Para tentar compreender esta particularidade, alguns cientistas est\u00e3o analisando os poucos animais que a compartilham. Nesta semana, pesquisadores das Universidades de Exeter e York, no Reino Unido, e do Centro para a Investiga\u00e7\u00e3o das Baleias no Estado de Washington (EUA), acrescentam duas novas esp\u00e9cies ao clube da menopausa, a beluga e o narval. Ao todo, segundo um\u00a0artigo publicado no Scientific\u00a0Reports<\/em><\/a>, s\u00e3o cinco, com os dois cet\u00e1ceos dentados, a orca e a baleia-piloto tropical, e os humanos.<\/p>\n

\u201cPara que a menopausa fa\u00e7a sentido em termos evolutivos, uma esp\u00e9cie precisa uma raz\u00e3o para deixar de se reproduzir e uma raz\u00e3o para seguir vivendo ap\u00f3s o fazer\u201d, afirmou o pesquisador da Universidade de Exeter Sam Ellis em um comunicado. \u201cEntre as\u00a0orcas<\/a>, a raz\u00e3o para deixarem de se reproduzir \u00e9 que tanto seus filhos como suas filhas permanecem com a m\u00e3e durante toda a vida. Por isso, quanto mais velha \u00e9 a f\u00eamea, mais filhos e mais netos seus h\u00e1 no grupo\u201d, acrescenta. \u201cEstas rela\u00e7\u00f5es t\u00e3o estreitas significam que, se ela segue tendo crian\u00e7as, vai competir com seus pr\u00f3prios descendentes por recursos como a comida\u201d, prossegue.<\/p>\n

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As orcas idosas ajudam o grupo com seu conhecimento sobre os melhores locais para se encontrar salm\u00f5es<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/section>\n

Em um artigo publicado na Current\u00a0Biology<\/em>, os mesmos autores\u00a0sugeriram um motivo pelo qual as orcas viviam tanto tempo<\/a>\u00a0ap\u00f3s deixarem de se reproduzir. Segundo observaram, as f\u00eameas na menopausa eram as encarregadas de guiar o grupo familiar quando iam ca\u00e7ar salm\u00f5es, um alimento chave para a sobreviv\u00eancia das orcas. A sabedoria das idosas ajudaria, assim, a conservar os genes de sua fam\u00edlia. Al\u00e9m disso, a equipe da Universidade de Exeter, com um ‘follow up’ que remonta a 1973, comprovou que quando uma orca e sua filha d\u00e3o cria no mesmo ano ou no ano seguinte, a crian\u00e7a da primeira tem 1,67 vez mais probabilidade de morrer antes dos 15 anos. Isto n\u00e3o acontece quando a orca madura se reproduz em per\u00edodos em que sua filha n\u00e3o o faz.<\/p>\n

\u201cAs f\u00eameas de muitas esp\u00e9cies continuam sendo l\u00edderes at\u00e9 o final de seus dias, mas seguem\u00a0reproduzindo-se<\/a>. Este novo trabalho revela que as f\u00eameas mais velhas chegam \u00e0 menopausa porque perdem a competi\u00e7\u00e3o reprodutiva com suas pr\u00f3prias filhas”, acrescentava ent\u00e3o Darren Croft, autor principal do trabalho.<\/p>\n

Embora com os narvais ou as belugas n\u00e3o tenham sido realizados acompanhamentos t\u00e3o prolongados como com as orcas, os autores do artigo publicado agora no Scientific\u00a0Reports<\/em>\u00a0recolheram informa\u00e7\u00e3o de baleias mortas de 16 esp\u00e9cies e encontraram ov\u00e1rios inativos em f\u00eameas de narval e beluga. Com estes dados, os pesquisadores sugerem que esses animais ter\u00e3o estruturas sociais similares \u00e0 das orcas, ou seja, em que as f\u00eameas t\u00eam cada vez mais parentes pr\u00f3ximos vivendo ao seu redor conforme ficam mais velhas.<\/p>\n

Os respons\u00e1veis pelo trabalho defendem que nossos ancestrais tamb\u00e9m viveram circunst\u00e2ncias similares, em que as humanas, como acontece com as orcas, seguiriam contribuindo com a sobreviv\u00eancia de todo o grupo embora j\u00e1 n\u00e3o se reproduzissem. \u201c\u00c9 dif\u00edcil estudar o comportamento humano no mundo moderno porque est\u00e1 bem longe das condi\u00e7\u00f5es em que viveram nossos ancestrais\u201d, assinala Croft. \u201cObservar esp\u00e9cies como essas baleias pode nos ajudar a reconstruir como uma rara estrat\u00e9gia reprodutiva evoluiu [na qual a menopausa \u00e9 inclu\u00edda]\u201d, afirma.<\/p>\n

Fonte: El Pa\u00eds<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"