{"id":145843,"date":"2018-08-29T17:58:35","date_gmt":"2018-08-29T20:58:35","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=145843"},"modified":"2018-08-29T19:51:30","modified_gmt":"2018-08-29T22:51:30","slug":"mudancas-climaticas-ameacam-valor-nutricional-de-alimentos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/08\/29\/145843-mudancas-climaticas-ameacam-valor-nutricional-de-alimentos.html","title":{"rendered":"Mudan\u00e7as clim\u00e1ticas amea\u00e7am valor nutricional de alimentos"},"content":{"rendered":"
\"Planta\u00c3\u00a7\u00c3\u00a3o
Mais de 3 bilh\u00f5es de pessoas em todo o mundo dependem de culturas b\u00e1sicas como o arroz<\/figcaption><\/figure>\n

Centenas de milh\u00f5es de pessoas podem vir a\u00a0desenvolver defici\u00eancias nutricionais devido ao aumento dos n\u00edveis de CO2 na atmosfera, aponta um estudo publicado nesta semana pela\u00a0revista\u00a0Nature Climate Change<\/em>.<\/p>\n

Pesquisadores da Escola de Sa\u00fade P\u00fablica T.H. Chan, de Harvard, estimam que, a menos que as emiss\u00f5es de carbono sejam drasticamente reduzidas nas pr\u00f3ximas d\u00e9cadas,\u00a0175 milh\u00f5es de pessoas podem adquirir defici\u00eancia de zinco e 122 milh\u00f5es de prote\u00edna at\u00e9 2050.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, 1,4 bilh\u00e3o de mulheres em idade f\u00e9rtil e crian\u00e7as menores de cinco anos podem perder 4% de sua ingest\u00e3o de ferro, o que eleva o risco de anemia.<\/p>\n

O estudo soma-se a um crescente n\u00famero de artigos que mostram que mudan\u00e7as ambientais, como a escassez de \u00e1gua e o aumento de temperaturas e de n\u00edveis de di\u00f3xido de carbono, est\u00e3o afetando a qualidade nutricional e a produ\u00e7\u00e3o de legumes, verduras\u00a0e arroz.<\/p>\n

Pesquisas mostraram que as concentra\u00e7\u00f5es de prote\u00edna, ferro e zinco s\u00e3o significativamente mais baixas em culturas mantidas em ambientes onde os n\u00edveis de CO2 s\u00e3o maiores que os de\u00a0culturas cultivadas sob as condi\u00e7\u00f5es atmosf\u00e9ricas atuais. Cientistas do clima preveem que, se n\u00e3o restringirmos nossas emiss\u00f5es, a concentra\u00e7\u00e3o de CO2 pode mais que dobrar at\u00e9 2100.<\/p>\n

Com base em um banco de dados GENuS (Global Expanded Nutrient Supply), que estima o impacto de uma menor ingest\u00e3o de nutrientes na sa\u00fade de habitantes de 151 pa\u00edses diferentes, os autores do estudo divulgado nesta semana examinaram quais regi\u00f5es do mundo sofrer\u00e3o o impacto da perda de nutrientes em culturas b\u00e1sicas, como arroz, trigo e batatas.<\/p>\n

Os mais prejudicados, assim como na maioria dos aspectos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, s\u00e3o\u00a0os pa\u00edses de baixa renda, diz Samuel Myers, coautor do estudo e diretor da Planetary Health Alliance, em Harvard.<\/p>\n

“A descoberta \u00e9 mais importante para quem est\u00e1 pr\u00f3ximo de um limiar de defici\u00eancia nutricional e conta com tais culturas alimentares para obter uma parte significativa de um nutriente espec\u00edfico de sua dieta”, afirma Myers.<\/p>\n

Culturas como arroz e trigo s\u00e3o a principal fonte de alimento para mais de 3 bilh\u00f5es de pessoas em todo o mundo. Muitos que n\u00e3o t\u00eam condi\u00e7\u00f5es de pagar por uma dieta diversificada dependem desses gr\u00e3os b\u00e1sicos para a maioria de suas calorias.<\/p>\n

S\u00e3o essas pessoas, com “baixa diversidade alimentar” e “pouca comida de origem animal” \u2013 muitas vezes ricas em zinco, ferro e prote\u00edna \u2013 que sofrer\u00e3o mais com o decl\u00ednio da nutri\u00e7\u00e3o das safras, completa Myers.<\/p>\n

O pa\u00eds que dever\u00e1 arcar com o maior fardo \u00e9 a \u00cdndia, que, segundo os pesquisadores, ter\u00e1 um adicional de 50 milh\u00f5es de pessoas com defici\u00eancia de zinco; 38 milh\u00f5es, de prote\u00ednas, e 502 milh\u00f5es de mulheres e crian\u00e7as vulner\u00e1veis a doen\u00e7as associadas \u00e0 defici\u00eancia de ferro at\u00e9 meados do s\u00e9culo.<\/p>\n

CO2 e crescimento das plantas<\/strong><\/p>\n

O di\u00f3xido de carbono \u00e9 essencial para o crescimento das plantas, mas, em excesso, pode ser problem\u00e1tico. Embora a ci\u00eancia por tr\u00e1s da fisiologia vegetal seja “complexa”, segundo Myers, acredita-se que concentra\u00e7\u00f5es mais altas de di\u00f3xido de carbono possam fazer com que gr\u00e3os como trigo e arroz produzam mais carboidratos, como amidos e glicose, \u00e0 custa de nutrientes como prote\u00edna, zinco e ferro.<\/p>\n

“Ainda n\u00e3o entendemos realmente por que isso est\u00e1 acontecendo, mas achamos que \u00e9 muito mais complicado do que um simples ‘efeito de dilui\u00e7\u00e3o de carboidratos’. O que sabemos \u00e9 que, em condi\u00e7\u00f5es de concentra\u00e7\u00f5es mais altas de CO2, as safras se tornam menos nutritivas”, diz Myers.<\/p>\n

Problema em todo o mundo<\/strong><\/p>\n

Atualmente, cerca de 2 bilh\u00f5es de pessoas j\u00e1 vivem com defici\u00eancias nutricionais no mundo todo. Isso, al\u00e9m dos aproximadamente 815 milh\u00f5es que n\u00e3o t\u00eam acesso a alimentos nutritivos o suficiente\u00a0e das 1,5 milh\u00e3o de mortes a cada ano ligadas \u00e0 baixa ingest\u00e3o de vegetais.<\/p>\n

Se nada for feito, uma redu\u00e7\u00e3o nos nutrientes devido \u00e0 mudan\u00e7a clim\u00e1tica pode intensificar um “problema j\u00e1 grave” de desnutri\u00e7\u00e3o, afirma Kristie Ebi, professora de sa\u00fade global da Universidade de Washington.<\/p>\n

A falta de ferro pode resultar em anemia por defici\u00eancia de ferro, o que, segundo Ebi, “pode levar a complica\u00e7\u00f5es graves, como insufici\u00eancia card\u00edaca e atrasos no desenvolvimento de crian\u00e7as”. J\u00e1 a defici\u00eancia de zinco pode levar a “uma perda de apetite e do olfato, problemas de cicatriza\u00e7\u00e3o e danos ao sistema imunol\u00f3gico”.<\/p>\n

“O zinco tamb\u00e9m ajuda no crescimento e no desenvolvimento, e \u00e9 por isso que a ingest\u00e3o suficiente de alimentos \u00e9 importante para mulheres gr\u00e1vidas e crian\u00e7as em fase de crescimento”, aponta Ebi.<\/p>\n

Segundo\u00a0cientistas,\u00a0n\u00e3o \u00e9 apenas o mundo em desenvolvimento que sofrer\u00e1 as consequ\u00eancias de uma redu\u00e7\u00e3o no valor nutricional dos alimentos b\u00e1sicos. Os resultados do estudo divulgado nesta semana trazem implica\u00e7\u00f5es alarmantes para a sa\u00fade p\u00fablica e a seguran\u00e7a alimentar em todo o mundo. De acordo com Ebi, as mudan\u00e7as t\u00eam o “potencial de afetar a todos”.<\/p>\n

Uma dieta diversificada, que inclua carne, gr\u00e3os, frutas e verduras, geralmente \u00e9 suficiente para fornecer vitaminas, micronutrientes e prote\u00ednas. Mas, como Ebi aponta, “tal dieta pode estar fora do alcance das popula\u00e7\u00f5es pobres em todos os pa\u00edses”.<\/p>\n

Decis\u00f5es di\u00e1rias, enfatiza Myers, como a forma\u00a0como aquecemos nossas casas, o que comemos, como nos movimentamos, o que escolhemos comprar, est\u00e3o, na verdade, tornando nossos alimentos menos nutritivos e tendo um impacto sobre a sa\u00fade de outras popula\u00e7\u00f5es e de gera\u00e7\u00f5es futuras.<\/p>\n

“Precisamos entender que nossas a\u00e7\u00f5es est\u00e3o colocando as pessoas mais vulner\u00e1veis do mundo em perigo”, conclui.<\/p>\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Aumento dos n\u00edveis de CO2 na atmosfera alteram composi\u00e7\u00e3o de alimentos como arroz e trigo e deixam milh\u00f5es de pessoas suscet\u00edveis \u00e0 desnutri\u00e7\u00e3o, aponta novo estudo. Mais pobres devem ser os mais afetados. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":145844,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[292,1309,2679],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/145843"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=145843"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/145843\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":145845,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/145843\/revisions\/145845"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/145844"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=145843"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=145843"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=145843"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}