Ilustra\u00e7\u00e3o de trilobitas em livro de 1851.\u00a0(Syst\u00e8me silurien du centre de la Boh\u00eame\/Wikimedia Commons)<\/figcaption><\/figure>\n<\/div>\n<\/div>\nOutro grupo interessante que n\u00e3o viveu para contar a hist\u00f3ria foram os euript\u00e9ridos, ou escorpi\u00f5es-marinhos. Ao contr\u00e1rio do que nome d\u00e1 a entender, eles viviam majoritariamente em \u00e1gua doce \u2013 e n\u00e3o t\u00eam nada a ver com os escorpi\u00f5es contempor\u00e2neos, que s\u00e3o parentes das aranhas. Um das esp\u00e9cies mais famosas \u00e9 o P. decorahensis\u00a0\u2013 que uma crian\u00e7a descreveria (com raz\u00e3o) como uma lagosta diab\u00f3lica de quase dois metros de comprimento.<\/p>\n
Algumas an\u00e1lises, inclusive, indicam que o dom\u00ednio dos dinossauros sobre o planeta s\u00f3 foi poss\u00edvel por que a grande extin\u00e7\u00e3o do Permiano tirou criaturas como os trilobites e euript\u00e9ridos do caminho.<\/p>\n
Mais ou menos como a nossa esp\u00e9cie, inclusive \u2013 todo o estrago propagado pelo meteoro, destruindo os monstrossauros manda-chuvas da \u00e9poca, foi essencial para que os mam\u00edferos finalmente sa\u00edssem da toca e tomassem conta do planeta. Esse processo acabaria dando origem a animais como n\u00f3s, as girafas e os elefantes.<\/p>\n
Pesquisadores liderados por\u00a0Michael Broadley, da Universidade de Manchester, deram um passo importante para compreender a transi\u00e7\u00e3o entre a era dos trilobites e a dos tiranossauros. Em um artigo cient\u00edfico publicado na \u00faltima segunda (27), eles descobriram que um \u201cdil\u00favio bas\u00e1ltico\u201d na Sib\u00e9ria destruiu a camada de oz\u00f4nio \u2013 e, somado \u00e0 extin\u00e7\u00e3o em massa, bateu mais um prego caix\u00e3o do Permiano.<\/p>\n
Antes que voc\u00ea pergunte, um dil\u00favio bas\u00e1ltico n\u00e3o tem nada a ver com a B\u00edblia. N\u00e3o \u00e9 chuva \u2013 \u00e9 lava.<\/p>\n
Os ge\u00f3logos d\u00e3o esse nome a um tipo de erup\u00e7\u00e3o vulc\u00e2nica muito espec\u00edfico, que ocorre no meio de uma placa tect\u00f4nica. Ao contr\u00e1rio das erup\u00e7\u00f5es cinematogr\u00e1ficas, que s\u00e3o aquela explos\u00e3o toda, nessas a lava vai saindo aos poucos, devagarzinho \u2013 e por muito, muito tempo.<\/p>\n
O\u00a0dil\u00favio bas\u00e1ltico siberiano durou 1 milh\u00e3o de anos \u2013 quatro vezes mais tempo do que a exist\u00eancia da esp\u00e9cie humana. Foi tanta lava derramada na superf\u00edcie que as rochas formadas por sua solidifica\u00e7\u00e3o hoje ocupam 7\u00a0milh\u00f5es de km2<\/sup>\u00a0\u2013 mais de um ter\u00e7o do territ\u00f3rio russo.<\/p>\nAntes da erup\u00e7\u00e3o, a crosta terrestre na regi\u00e3o da Sib\u00e9ria continha grandes quantidades de elementos como cloro, iodo e bromo. Eles foram arrastados pela lava para a superf\u00edcie e liberados na atmosfera \u2013 onde permitiram rea\u00e7\u00f5es qu\u00edmicas que destru\u00edram o oz\u00f4nio, parecidas com as causadas pelos CFCs (as subst\u00e2ncias que foram proibidas pelo protocolo de Montreal na d\u00e9cada de 1980, e que eram muito comuns em produtos com aerosol naquela \u00e9poca).<\/p>\n
Com os danos \u00e0 camada de oz\u00f4nio, a atmosfera ficou liberada para passagens de radia\u00e7\u00e3o ultravioleta, que \u00e9, ali\u00e1s, craque em promover muta\u00e7\u00f5es danosas ao DNA \u2013 e a Terra se tornou um ambiente ainda mais in\u00f3spito para a vida.<\/p>\n
\u201cO tamanho dessa extin\u00e7\u00e3o \u00e9 t\u00e3o inacredit\u00e1vel que os cientistas passaram muito tempo se perguntando o que tornou os dil\u00favios bas\u00e1lticos siberianos t\u00e3o mais letais que outras erup\u00e7\u00f5es similares\u201d, afirmou Broadley em comunicado. \u201cN\u00f3s conclu\u00edmos que os hal\u00f3genos [os elementos do 17\u00ba grupo da tabela peri\u00f3dica<\/em>] que estavam armazenados na litosfera da Sib\u00e9ria foram injetados na atmosfera terrestre durante a explos\u00e3o vulc\u00e2nica, destruindo a camada de oz\u00f4nio e colaborando com a extin\u00e7\u00e3o em massa.\u201d<\/p>\nFonte: Super Interessante<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Cientistas d\u00e3o mais um passo para desvendar a grande extin\u00e7\u00e3o do Permiano \u2013 que eliminou 70% dos animais terrestres e abriu caminho para os dinossauros <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":145887,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[294,761,2866],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/145886"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=145886"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/145886\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":145888,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/145886\/revisions\/145888"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/145887"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=145886"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=145886"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=145886"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}