{"id":145974,"date":"2018-09-04T06:30:26","date_gmt":"2018-09-04T09:30:26","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=145974"},"modified":"2018-09-04T00:51:25","modified_gmt":"2018-09-04T03:51:25","slug":"corte-controlado-de-madeira-mantem-floresta-de-pe","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/09\/04\/145974-corte-controlado-de-madeira-mantem-floresta-de-pe.html","title":{"rendered":"Corte controlado de madeira mant\u00e9m floresta de p\u00e9"},"content":{"rendered":"
\"Homem
Mais de 32 mil \u00e1rvores foram cortadas na \u00faltima d\u00e9cada na Floresta do Jamari<\/figcaption><\/figure>\n

Antes de ligar a motosserra, dentro da Floresta Nacional do Jamari, em Rond\u00f4nia, Wanderson Mendes confere no mapa que tem nas m\u00e3os se est\u00e1 diante da \u00e1rvore certa. Com um ajudante, ele repassa os cortes que ser\u00e3o feitos no caule e a rota de fuga quando a embireira, de 40 metros de altura, cair.<\/p>\n

“Antes, eu entrava na mata e cortava qualquer \u00e1rvore. Era tudo na ilegalidade. H\u00e1 seis anos trabalho como motosserrista profissional”, diz Mendes, depois de a copa da \u00e1rvore tombar.<\/p>\n

Neste trecho da Amaz\u00f4nia, a extra\u00e7\u00e3o da madeira n\u00e3o ocorre \u00e0s escondidas. A \u00e1rea dentro da unidade de conserva\u00e7\u00e3o foi a primeira no pa\u00eds a receber autoriza\u00e7\u00e3o do governo, h\u00e1 dez anos, para esse tipo de atividade de manejo florestal. Depois de mais de 32 mil \u00e1rvores cortadas na \u00faltima d\u00e9cada, a floresta continua de p\u00e9.<\/p>\n

“Tem uma ci\u00eancia por tr\u00e1s disso”, pontua Maur\u00edcio Sacramento, do Servi\u00e7o Florestal Brasileiro, que supervisiona o manejo florestal em terras p\u00fablicas. “A floresta, mesmo com essa interven\u00e7\u00e3o, permanece com a estrutura firme. Ela mant\u00e9m suas fun\u00e7\u00f5es, afirma o chefe da unidade Purus Madeira, que abrange Rond\u00f4nia, Acre e sudoeste do Amazonas.<\/p>\n

De toda a \u00e1rea da Floresta Nacional do Jamari, cerca de 31% t\u00eam manejo florestal. Duas empresas ganhadoras do contrato, de 40 anos, operam no local. A retirada de cada \u00e1rvore \u00e9 planejada com um ano de anteced\u00eancia e recebe a aprova\u00e7\u00e3o do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov\u00e1veis (Ibama).<\/p>\n

“Os dados mostram que, com essa forma de explora\u00e7\u00e3o, os danos causados na floresta s\u00e3o praticamente impercept\u00edveis\u201d, diz Marta Sccoti, pesquisadora da Universidade Federal de Rond\u00f4nia (Unir).<\/p>\n

Desde 2012, a cientista analisa a recupera\u00e7\u00e3o das \u00e1reas exploradas. “Nossos estudos mostram que depois de 3, 4 anos, a biomassa cresce. Ou seja, floresta responde em curto prazo”, destaca.<\/p>\n

Licen\u00e7a para cortar madeira<\/strong><\/h3>\n

As regras do manejo florestal em terras p\u00fablicas da Amaz\u00f4nia s\u00e3o estritas. A legisla\u00e7\u00e3o permite que numa \u00e1rea equivalente a um campo de futebol coberto por floresta, onde cabem aproximadamente 700 \u00e1rvores, cinco sejam retiradas. Mas, no Jamari, duas s\u00e3o colhidas.<\/p>\n

Cada trecho de floresta concedido foi dividido em 25 unidades. Por ano, apenas uma delas \u00e9 explorada por cada empresa. Quando as atividades na unidade cessam, a terra descansa pelos pr\u00f3ximos 25 anos. \u00c9 o tempo em que, acredita-se, a vegeta\u00e7\u00e3o voltar\u00e1 ao estado pr\u00e9vio.<\/p>\n

\"Troncos
Regras do manejo florestal em terras p\u00fablicas da Amaz\u00f4nia s\u00e3o estritas<\/dd>\n
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Causar baixo impacto na floresta, por outro lado, custa caro. “No in\u00edcio, o investimento \u00e9 muito alto com compra de equipamentos, abertura de estradas. A gente est\u00e1 falando de milh\u00f5es de reais”, afirma Luisinho Sousa, gerente de opera\u00e7\u00f5es da Amata, uma das concession\u00e1rias. As contas da empresa devem entrar em equil\u00edbrio a partir deste ano, complementa Sousa.<\/p>\n

At\u00e9 70% da madeira que sai do Jamari seguem para o mercado externo. “Para manter a concess\u00e3o, tem que andar 100% certo. \u00c9 diferente do mercado ilegal”, comenta Jonas Perutti, da Madeflona, primeira a assinar o contrato de concess\u00e3o no Jamari.<\/p>\n

“A gente aposta que o momento da madeira ilegal esteja diminuindo\u00a0para termos uma competi\u00e7\u00e3o mais confort\u00e1vel”, diz.<\/p>\n

Modelo de manejo florestal<\/strong><\/h3>\n

Em rela\u00e7\u00e3o\u00a0ao territ\u00f3rio, o estado de Rond\u00f4nia \u00e9 um dos que mais perderam Floresta Amaz\u00f4nica. Dos 213 mil quil\u00f4metros quadrados originais, 92 mil quil\u00f4metros quadrados desapareceram, ou seja, cerca 42% da mata nativa.<\/p>\n

“Em Rond\u00f4nia, as \u00e1reas mais preservadas est\u00e3o dentro de unidades de conserva\u00e7\u00e3o. S\u00e3o florestas nacionais, terras ind\u00edgenas. As \u00e1reas que est\u00e3o fora desse per\u00edmetro j\u00e1 est\u00e3o ocupadas, sem floresta”, afirma Cl\u00e1udio Almeida, pesquisador do\u00a0Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora o desmatamento com a ajuda de sat\u00e9lites.<\/p>\n

Para Sacramento, o caso do Jamari indica que o manejo florestal \u00e9 uma estrat\u00e9gia eficiente para manter a biodiversidade. “O sistema nacional de unidade de conserva\u00e7\u00e3o diz que a floresta nacional \u00e9 um dos instrumentos para conserva\u00e7\u00e3o”, argumenta.<\/p>\n

Para o pesquisador Antonio Laffayete da Silveira, da Unir, o Jamari se tornou um grande laborat\u00f3rio para testar modelos de concess\u00e3o.<\/p>\n

“Consideramos um caso bem-sucedido. Se o mesmo tivesse sido feito em outras \u00e1reas, como a Floresta Nacional do Bom Futuro, talvez ela ainda estivesse l\u00e1. Mas foi tudo invadido”, diz Silveira, referindo-se \u00e0 unidade de conserva\u00e7\u00e3o localizada\u00a0a 180 quil\u00f4metros de Porto Velho, capital de Rond\u00f4nia.<\/p>\n

O rastro desde a floresta<\/strong><\/h3>\n

Desde as primeiras concess\u00f5es, o Servi\u00e7o Florestal criou um sistema especial para fiscalizar o que sai das florestas. Chamado de cadeia de cust\u00f3dia, ele permite que a madeira vendida pelas empresas seja rastreada at\u00e9 a \u00e1rvore de origem.<\/p>\n

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“H\u00e1 gramado em vez do verde escuro da floresta”, diz astronauta sobre a Amaz\u00f4nia<\/h3>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n

“A capacidade de recupera\u00e7\u00e3o da floresta tem muito a ver com a intensidade de explora\u00e7\u00e3o. Se a gente negligencia a informa\u00e7\u00e3o de n\u00famero de \u00e1rvores cortadas dessa floresta e permite que, eventualmente, o concession\u00e1rio explore al\u00e9m dos limites, a gente vai interferir na capacidade de recupera\u00e7\u00e3o e prejudicar os ciclos futuros”, justifica Jos\u00e9 Humberto Chaves, gerente de monitoramento.<\/p>\n

Com a ajuda da tecnologia, as informa\u00e7\u00f5es ficam dispon\u00edveis tamb\u00e9m num aplicativo, que qualquer pessoa pode acessar. “\u00c9 para mostrar que a madeira vinda de uma concess\u00e3o florestal \u00e9 segura, porque temos um processo de controle tanto do Ibama quanto do Instituto Chico Mendes, que \u00e9 o gestor da unidade de conserva\u00e7\u00e3o de onde a madeira est\u00e1 saindo”, complementa Chaves.<\/p>\n

Desde 2010, o governo brasileiro arrecadou 44 milh\u00f5es de reais com as florestas p\u00fablicas sob concess\u00e3o \u2013 s\u00e3o sete atualmente. Parte do dinheiro, 10 milh\u00f5es, retornou para os estados e munic\u00edpios da regi\u00e3o onde as empresas operam, aponta o levantamento do Servi\u00e7o Florestal Brasileiro.<\/p>\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Floresta Nacional do Jamari, em Rond\u00f4nia, foi a primeira no pa\u00eds a ser concedida \u00e0 iniciativa privada. Em dez anos de manejo florestal, mata conserva sua estrutura e pode servir de modelo no pa\u00eds. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":145975,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,509,126],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/145974"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=145974"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/145974\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":145976,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/145974\/revisions\/145976"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/145975"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=145974"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=145974"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=145974"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}