{"id":146623,"date":"2018-09-21T00:19:26","date_gmt":"2018-09-21T03:19:26","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=146623"},"modified":"2018-09-20T22:19:43","modified_gmt":"2018-09-21T01:19:43","slug":"o-pais-que-conseguiu-recuperar-um-mar-que-havia-sido-extinto","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/09\/21\/146623-o-pais-que-conseguiu-recuperar-um-mar-que-havia-sido-extinto.html","title":{"rendered":"O pa\u00eds que conseguiu recuperar um ‘mar’ que havia sido extinto"},"content":{"rendered":"
\"Mar
O Mar de Aral est\u00e1 trazendo novas riquezas para vilarejos de pescadores no Cazaquist\u00e3o, mas, na costa oposta, no Uzbequist\u00e3o, a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 bem diferente (Cr\u00e9dito: Taylor Weidman)<\/figcaption><\/figure>\n

“Costum\u00e1vamos fazer nossos pr\u00f3prios anz\u00f3is e depois fic\u00e1vamos pescando \u00e0 beira mar”, relembra Zhasekenov, atualmente com 58 anos. “Pesc\u00e1vamos peixes pequenos e grandes; aliment\u00e1vamos gatos e cachorros para nos divertir”, completa.<\/p>\n

Mas, quando Zhasekenov tinha 17 anos, uma trag\u00e9dia aconteceu. Os n\u00edveis de \u00e1gua do Mar de Aral come\u00e7aram a cair, enquanto a salinidade subiu rapidamente. Como resultado, todos os peixes que viviam ali morreram.<\/p>\n

Ele lembra que um dos momentos mais dif\u00edceis foi quando teve de passar a comprar peixe para as refei\u00e7\u00f5es di\u00e1rias de sua fam\u00edlia.<\/p>\n

“N\u00e3o sab\u00edamos como comprar peixe porque t\u00ednhamos nos habituado a pesc\u00e1-los”, diz. “Na primeira vez que fui ao mercado para compr\u00e1-lo, fiquei com uma sensa\u00e7\u00e3o muito ruim.”<\/p>\n

No extremo oposto dali, no Uzbequist\u00e3o, Marat Allakuatov, 47 anos, diz que tinha cinco ou seis anos quando viu navios no mar pela \u00faltima vez.<\/p>\n

Allakuatov morava em Moynaq, uma movimentada cidade na parte sul do Mar de Aral. Ali, o fundo do mar secou completamente. S\u00f3 restam agora imensos dep\u00f3sitos de sal e redes de pesca abandonadas. A economia local evaporou junto com a \u00e1gua.<\/p>\n

“Como o mar desapareceu, as pessoas que permaneceram l\u00e1 ficaram desempregadas”, diz Allakuatov. Ele agora trabalha em um hotel em Nukus, capital da rep\u00fablica do Caracalpaquist\u00e3o, uma regi\u00e3o aut\u00f4noma do Uzbequist\u00e3o que engloba Moynaq. “A gera\u00e7\u00e3o mais velha perdeu as esperan\u00e7as no futuro.”<\/p>\n

\"Destro\u00c3\u00a7os
N\u00e3o h\u00e1 mais \u00e1gua na parte sul do Mar de Aral, no Uzbequist\u00e3o; apenas destro\u00e7os de navios (Cr\u00e9dito: Taylor Weidman) N\u00e3o h\u00e1 mais \u00e1gua na parte sul do Mar de Aral, no Uzbequist\u00e3o; apenas destro\u00e7os de navios (Cr\u00e9dito: Taylor Weidman)<\/figcaption><\/figure>\n
\n

Sem qualquer fonte de sustento, as comunidades das quais esses dois homens fizeram parte em extremos opostos do mar enfrentaram trag\u00e9dias parecidas nos anos 90.<\/p>\n

Mas, duas d\u00e9cadas depois, hoje se encontram em situa\u00e7\u00f5es completamente diferentes. O Mar do Norte de Aral, no Cazaquist\u00e3o, foi revitalizado. Junto com a \u00e1gua, veio o desenvolvimento econ\u00f4mico em Aralsk.<\/p>\n

J\u00e1 o Mar do Sul de Aral, no Uzbequist\u00e3o, est\u00e1 praticamente seco.<\/p>\n

Mas como as duas cidades tiveram destinos t\u00e3o diferentes?<\/p>\n

\"Antiga
Antiga f\u00e1brica de conservas de peixe em Moynaq, anteriormente pr\u00f3spero centro de pesca, em ru\u00ednas (Cr\u00e9dito: Taylor Weidman)<\/figcaption><\/figure>\n

Renascimento das \u00e1guas<\/h2>\n

Estendendo-se por mais de 67 mil km\u00b2, o Mar de Aral j\u00e1 foi o quarto maior lago de \u00e1gua doce do mundo.<\/p>\n

Mas as pol\u00edticas agr\u00edcolas imprudentes da Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica nos anos 50 levaram a \u00e1gua de dois rios – o Amu Darya e o Syr Darya – a ser desviada para irrigar as estepes do deserto da \u00c1sia Central.<\/p>\n

O objetivo era aumentar a produ\u00e7\u00e3o de algod\u00e3o. Como consequ\u00eancia, os n\u00edveis de \u00e1gua ca\u00edram e as popula\u00e7\u00f5es de sargos, carpas e outros peixes de \u00e1gua doce, outrora abundantes, foram dizimadas.<\/p>\n

Hoje, o mar \u00e9 um d\u00e9cimo do seu tamanho original e quase se dividiu em dois. Imitando a forma de um n\u00famero oito fragmentado, o Mar do Norte de Aral – a metade superior do corpo de \u00e1gua – fica no Cazaquist\u00e3o. J\u00e1 o Mar do Sul de Aral, que consiste em uma faixa de \u00e1gua no oeste e uma bacia seca no leste, se localiza no Uzbequist\u00e3o.<\/p>\n

\"Aralsk,
Do outro lado do mesmo mar, cidade cazaque de Aralsk passou por destino muito diferente (Cr\u00e9dito: Taylor Weidman)<\/figcaption><\/figure>\n

Na d\u00e9cada de 1990, os dois corpos de \u00e1gua pareciam fadados a destinos semelhantes. Mas isso mudou quando o Banco Mundial entrou em cena com um projeto de resgate de US$ 87 milh\u00f5es (R$ 355 milh\u00f5es em valores atuais) no Cazaquist\u00e3o.<\/p>\n

O plano incluiu a constru\u00e7\u00e3o de um dique de 12 km de comprimento ao longo do canal estreito que liga as duas partes, com o objetivo de reduzir a quantidade de \u00e1gua que jorra para o Mar do Sul. Melhorias nos canais existentes do rio Syr Darya, que corre para o norte a partir das montanhas Tian Shan, no Cazaquist\u00e3o, tamb\u00e9m ajudaram a impulsionar o fluxo de \u00e1gua para o Mar do Norte de Aral.<\/p>\n

Conclu\u00edda no ver\u00e3o de 2005, a barragem de Kokaral – como o dique \u00e9 conhecido – superou as expectativas do Banco Mundial, levando a um aumento de 3,3 m nos n\u00edveis de \u00e1gua em apenas sete meses, contra os dez anos calculados anteriormente por especialistas.<\/p>\n

“Naquela \u00e9poca, n\u00e3o esper\u00e1vamos um fluxo de \u00e1gua t\u00e3o grande. Foi surpreendente”, diz Masood Ahmad, l\u00edder da equipe do Banco Mundial que preparou e avaliou o projeto em 2001.<\/p>\n

O renascimento do Mar do Norte de Aral impulsionou o retorno da ind\u00fastria pesqueira em Aralsk. Em 2006, a produ\u00e7\u00e3o anual de peixe totalizou 1.360 toneladas, principalmente solhas – uma esp\u00e9cie de \u00e1gua salgada de que os cazaques n\u00e3o gostam.<\/p>\n

Em 2016, a Unidade de Inspe\u00e7\u00e3o de Peixes de Aralsk registrou 7.106 toneladas de peixes \u00e0 medida que as esp\u00e9cies de \u00e1gua doce retornaram, incluindo o l\u00facio – valioso para os pescadores locais – sargos e bagres.<\/p>\n

Talvez surpreendentemente, o governo cazaque tenha desempenhado um papel fundamental nesse processo de recupera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

“A maioria dos governos costuma priorizar a gera\u00e7\u00e3o de renda, como melhorar a irriga\u00e7\u00e3o para aumentar a produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola ou o manejo da \u00e1gua, de forma a abastecer as cidades”, diz Ahmad.<\/p>\n

“Melhorias ambientais e ecol\u00f3gicas s\u00e3o a \u00faltima coisa a que os governos d\u00e3o prioridade, mas os cazaques fizeram isso”, acrescenta.<\/p>\n

\"Dique\"
O dique de 12 km do Cazaquist\u00e3o salvou parte do Mar do Norte de Aral – conectando-o ao Mar do Sul de Aral (Cr\u00e9dito: Taylor Weidman)<\/figcaption><\/figure>\n

Mudan\u00e7a de carreira<\/h2>\n

Para Aldanbek Kerinov, de 27 anos, o retorno da pesca ao Mar do Norte de Aral permitiu-lhe mudar de carreira. Taxista havia sete anos, ele ganhava cerca de 3 mil a 5 mil tengues (moeda do Cazaquist\u00e3o) por dia (de R$ 32 a R$ 54).<\/p>\n

Agora, ele trabalha com seus dois irm\u00e3os no lago. Durante o inverno, em fevereiro, eles pescam cerca de 20 kg di\u00e1rios de l\u00facio-poleiro com suas redes submersas sob a superf\u00edcie congelada do Mar de Aral. Extremamente popular entre os cazaques, o peixe \u00e9 vendido por cerca de 650 tengues (R$ 7) o quilo para processadoras de alimentos e outros compradores.<\/p>\n

“No inverno, \u00e0s vezes, pescamos o equivalente a 50 mil tengues (R$ 533,70) por pessoa”, explica Kerinov. “Ou seja, 150 mil tengues (R$ 1,6 mil) para n\u00f3s tr\u00eas. Preferimos pescar do que dirigir o t\u00e1xi”, destaca.<\/p>\n

Kerinov era muito novo para ter visto a \u00e1gua do mar batendo contra o deque do porto de Aralsk. A costa se localiza a cerca de 20 km da cidade, ou duas horas de carro atrav\u00e9s da neve espessa do inverno.<\/p>\n

“Sonhamos com o dia em que o mar chegar\u00e1 a Aralsk, da\u00ed n\u00e3o precisaremos dirigir tanto”, diz Kerinov. “Todos os dias, pescar\u00edamos apenas da porta da nossa casa.”<\/p>\n

Segundo Ahmad, essa \u00e9 uma possibilidade real. Devido \u00e0 melhoria do fluxo de \u00e1gua no rio Syr Darya, cerca de 2,7 bilh\u00f5es de metros c\u00fabicos de \u00e1gua por ano transbordam da barragem de Kokaral e jorram para a parte sul do mar.<\/p>\n

\"Oper\u00c3\u00a1ria
Gra\u00e7as \u00e0 revitaliza\u00e7\u00e3o do Mar do Norte, o setor de pesca de Aralsk renasceu (Cr\u00e9dito: Taylor Weidman)<\/figcaption><\/figure>\n

“Mas esse volume excedente que transborda evapora e se perde”, diz ele. “N\u00e3o tem tanto valor ecol\u00f3gico ou benef\u00edcio. Desde que a represa de Kokaral foi constru\u00edda em 2005, mais de 30 bilh\u00f5es de metros c\u00fabicos jorraram do norte do Mar de Aral para o sul.”<\/p>\n

Aumentar o tamanho dos diques em mais quatro metros ajudaria a manter mais 15 bilh\u00f5es de metros c\u00fabicos de \u00e1gua no Mar do Norte de Aral, acrescentou ele. Isso estenderia a \u00e1rea coberta pelo mar, atualmente em 800 km\u00b2, por outros 400 km\u00b2.<\/p>\n

“Aumentaria em 50%”, diz Ahmad. “Isso levar\u00e1 cerca de quatro, cinco anos.”<\/p>\n

Tal projeto foi apresentado como parte de uma segunda fase do plano do Banco Mundial, mas est\u00e1 engavetado. Segundo o Banco Mundial, ainda falta a aprova\u00e7\u00e3o do governo do Cazaquist\u00e3o.<\/p>\n

Do outro lado da fronteira no Uzbequist\u00e3o, a hist\u00f3ria \u00e9 muito diferente.<\/p>\n

Embora o Banco Mundial tenha trabalhado em alguns projetos para restaurar os lagos existentes ao redor do Mar do Sul de Aral, como o Lago Sudoche, o sucesso foi menor.<\/p>\n

\"Peixes\"
Produ\u00e7\u00e3o de peixes aumentou em Aralsk<\/figcaption><\/figure>\n

O principal obst\u00e1culo parece ser a demanda dos uzbeques por \u00e1gua, j\u00e1 que o rio Amu Darya \u00e9 usado para fins agr\u00edcolas e, por essa raz\u00e3o, n\u00e3o tem fluxo suficiente para encher o Mar do Sul de Aral.<\/p>\n

A crescente depend\u00eancia da produ\u00e7\u00e3o de algod\u00e3o para movimentar a economia local tamb\u00e9m prejudicou as tentativas de recupera\u00e7\u00e3o. De 1930 a 1990, o Uzbequist\u00e3o forneceu mais de dois ter\u00e7os do algod\u00e3o produzido na Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica. O pa\u00eds ocupava o quinto lugar entre os 90 maiores produtores de algod\u00e3o do mundo e foi o segundo maior exportador de fibra dessa mat\u00e9ria-prima para os EUA.<\/p>\n

Hoje, o Uzbequist\u00e3o ainda \u00e9 o quinto maior exportador de algod\u00e3o do mundo depois de EUA, \u00cdndia, Brasil e Austr\u00e1lia.<\/p>\n

\"Pescador
\u00c1gua voltou ao Mar de Aral, mas pescadores ainda t\u00eam de dirigir 20 km para trabalhar (Cr\u00e9dito: Taylor Weidman)<\/figcaption><\/figure>\n

“O governo poderia ter recuperado o Mar de Aral do Sul, mas, para isso, acabaria desempregando milhares de agricultores”, diz Ahmad. “Voc\u00ea n\u00e3o pode abrir m\u00e3o do que gera renda para o seu pa\u00eds”, acrescenta.<\/p>\n

Em 2015, a bacia oriental do Mar do Sul de Aral secou completamente e a \u00e1gua nunca retornou.<\/p>\n

“\u00c9 uma pena”, lamenta Allakuatov. “Acho que a situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica \u00e9 mais priorit\u00e1ria agora do que manter a \u00e1gua, a natureza ou o meio ambiente”.<\/p>\n

\"Moynaq
Em Moynaq, no Uzbequist\u00e3o, que j\u00e1 teve uma pr\u00f3spera ind\u00fastria pesqueira, a hist\u00f3ria tem sido muito diferente (Cr\u00e9dito: Taylor Weidman)<\/figcaption><\/figure>\n

Tempestades de sal<\/h2>\n

Ainda h\u00e1 empregos dispon\u00edveis em Moynaq. O leito oce\u00e2nico seco proporcionou novas oportunidades para as empresas de g\u00e1s natural que esperam explorar os recursos localizados no subsolo.<\/p>\n

Mas, embora a situa\u00e7\u00e3o tenha permitido a essa nova ind\u00fastria manter o desemprego sob controle, tamb\u00e9m gerou novos temores entre os moradores da cidade.<\/p>\n

A falta de \u00e1gua afetou o clima da regi\u00e3o, alterando a temperatura e o regime de chuvas. O leito marinho exposto tamb\u00e9m cont\u00e9m muito sal e sedimentos, enquanto o uso de fertilizantes pelos produtores de algod\u00e3o ao longo das d\u00e9cadas fez com que subst\u00e2ncias qu\u00edmicas nocivas se concentrassem no solo.<\/p>\n

\"Mar
Revitaliza\u00e7\u00e3o da parte sul do Mar de Aral tem sido complicada por causa de necessidade da \u00e1gua para irriga\u00e7\u00e3o de algod\u00e3o (Cr\u00e9dito: Taylor Weidman)<\/figcaption><\/figure>\n

Em dias de ventos fortes, tempestades de poeira sufocantes se formam, atingindo vilarejos do entorno. Estudos associaram a exposi\u00e7\u00e3o regular a essa poeira ao aumento de doen\u00e7as respirat\u00f3rias em pessoas que moram nas proximidades.<\/p>\n

“H\u00e1 poeira saindo do leito do Mar de Aral, ent\u00e3o, esse sal est\u00e1 se espalhando por toda parte – n\u00e3o apenas no territ\u00f3rio de Caracalpaquist\u00e3o, mas tamb\u00e9m no noroeste do Turcomenist\u00e3o”, diz Allakuatov. “As pessoas est\u00e3o sofrendo por causa desse excesso de sal.”<\/p>\n

Do outro lado da fronteira, em Aralsk, o mar continua tendo papel central na vida de Zhasekenov. Como diretor do Museu Regional de Aralsk e do Museu dos Pescadores – posto que herdou de seu falecido pai – Zhasekenov conhece toda a hist\u00f3ria do mar e sonha com o retorno da \u00e1gua ao antigo porto, onde seu museu est\u00e1 localizado.<\/p>\n

\"Mar
Poeira, sal e produtos qu\u00edmicos que brotam do leito oce\u00e2nico seco do Mar de Aral est\u00e3o causando problemas de sa\u00fade para os moradores locais (Cr\u00e9dito: Taylor Weidman)<\/figcaption><\/figure>\n

Por enquanto, ele diz estar feliz porque o regresso do Mar do Norte de Aral lhe permitiu reviver alguns de seus antigos passatempos. E permanece otimista de que o mar voltar\u00e1 \u00e0 gl\u00f3ria de outrora.<\/p>\n

“Hoje, se pegar um atalho, o mar est\u00e1 a apenas 14 km de dist\u00e2ncia e poderei chegar na casa de alguns pescadores. L\u00e1, os eles nos dar\u00e3o alguns peixes. Isso me faz lembrar da minha inf\u00e2ncia”, diz.<\/p>\n

“Acredito que vou ver a \u00e1gua no porto novamente”, conclui.<\/p>\n

Fonte:\u00a0 BBC<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Para Madi Zhasekenov, o ver\u00e3o na costa do Mar de Aral traz lembran\u00e7as nost\u00e1lgicas. Quando ainda estava na escola, ele passava seus tr\u00eas meses de f\u00e9rias no porto perto de sua casa em Aralsk, no sudoeste do Cazaquist\u00e3o, conversando com os pescadores enquanto os peixes do dia eram descarregados. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":146625,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[752,722,1120,627,3550],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/146623"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=146623"}],"version-history":[{"count":2,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/146623\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":146626,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/146623\/revisions\/146626"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/146625"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=146623"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=146623"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=146623"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}