{"id":146661,"date":"2018-09-20T11:30:42","date_gmt":"2018-09-20T14:30:42","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=146661"},"modified":"2019-02-13T21:11:20","modified_gmt":"2019-02-13T23:11:20","slug":"desafios-da-pesquisa-em-aquicultura-e-tema-no-penultimo-dia-do-aquaciencia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/divulgacao\/2018\/09\/20\/146661-desafios-da-pesquisa-em-aquicultura-e-tema-no-penultimo-dia-do-aquaciencia.html","title":{"rendered":"Desafios da pesquisa em aquicultura \u00e9 tema no pen\u00faltimo dia do AquaCi\u00eancia"},"content":{"rendered":"
Como as universidades e institutos de pesquisa podem superar as enormes limita\u00e7\u00f5es impostas pela escassez de recursos para atender \u00e0s in\u00fameras demandas de um setor t\u00e3o carente de solu\u00e7\u00f5es tecnol\u00f3gicas? Essa pergunta permeou o debate “Os Novos Caminhos da Pesquisa na Aquicultura”, um dos temas abordados no pen\u00faltimo dia do Congresso Brasileiro de Aquicultura e Biologia Aqu\u00e1tica (AquaCi\u00eancia 2018), em Natal-RN. O evento, que come\u00e7ou na \u00faltima segunda-feira, chega ao seu fim amanh\u00e3 ap\u00f3s reunir durante cinco dias alguns dos maiores cientistas do pa\u00eds e representantes do setor.<\/p>\n
“Vivemos o desafio de superar a pulveriza\u00e7\u00e3o de recursos financeiros para a pesquisa e o distanciamento do que se produz na academia com o que o setor produtivo espera em novas tecnologias e inova\u00e7\u00f5es para impulsionar a aquicultura brasileira”, atesta a professora da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Maria Celia Portella.<\/p>\n
Segundo ela, o retorno econ\u00f4mico do investimento em pesquisa \u00e9 alto. Dados dos EUA apontam que na agricultura, a m\u00e9dia \u00e9 de 44%; na aquicultura, 37% do valor aplicado. Na Europa, a professora conta, houve uma parceria de empresas e governo para incrementar a pesquisa aqu\u00edcola. “Com o objetivo de promover o desenvolvimento na \u00e1rea, representantes da ind\u00fastria da aquicultura reuniram-se para identificar lacunas e necessidades de conhecimento, tecnologia, processos e pol\u00edticas para o setor”, afirma. A inova\u00e7\u00e3o foi reconhecida como a dimens\u00e3o-chave e o foco da Plataforma Europeia de Tecnologia e Inova\u00e7\u00e3o na Aquicultura, EATiP. Com isso, foram elencadas sete \u00e1reas tem\u00e1ticas de atua\u00e7\u00e3o da plataforma, tais como seguran\u00e7a do consumidor; tecnologia; manejos dos ciclos biol\u00f3gicos de vida; produ\u00e7\u00e3o de dietas sustent\u00e1veis; integra\u00e7\u00e3o com o meio ambiente; sa\u00fade dos animais aqu\u00e1ticos; socioeconomia, administra\u00e7\u00e3o e governan\u00e7a. S\u00e3o membros da plataforma empresas, institui\u00e7\u00f5es, universidades, associa\u00e7\u00f5es, federa\u00e7\u00f5es, organiza\u00e7\u00f5es e observadores com um interesse no desenvolvimento sustent\u00e1vel da aquicultura europeia.<\/p>\n
Patentes demoram dez anos:\u00a0<\/strong>Voltando para a realidade brasileira, os desafios s\u00e3o enormes. Na \u00e1rea de propriedade intelectual, por exemplo, o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) pode levar at\u00e9 dez anos para concluir o pedido de patente. “A disparidade \u00e9 gigantesca. Enquanto temos 300 examinadores de patentes, a China possui 11 mil, a Europa e os Estados Unidos t\u00eam 8 mil cada. Isso \u00e9 um grande entrave para agilizarmos os processos no Brasil”, calcula Alexandre Guimar\u00e3es Vasconcelos, do INPI, tamb\u00e9m presente no congresso.<\/p>\n Para Eric Routledge, chefe de P&D da Embrapa Pesca e Aquicultura, a sa\u00edda passa pelo fortalecimento e\u00a0organiza\u00e7\u00e3o do setor produtivo, para que a pesquisa consiga mais financiamento. “A demanda por recursos \u00e9 enorme e a pesquisa ainda precisa atuar antes que o problema aconte\u00e7a. \u00c9 o caso das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, por exemplo. Ser\u00e1 que nossos sistemas de produ\u00e7\u00e3o est\u00e3o preparados para as grandes altera\u00e7\u00f5es do clima que est\u00e3o previstas? E a til\u00e1pia, ser\u00e1 que ela vai resistir a um aumento de seis graus da \u00e1gua?”, questiona ele.<\/p>\n Routledge destaca que altera\u00e7\u00f5es do ecossistema j\u00e1 est\u00e3o provocando deslocamentos humanos que podem gerar novos desequil\u00edbrios. \u00c9 o caso do polo do Castanh\u00e3o, no Cear\u00e1, que produzia milhares de toneladas de til\u00e1pia e um dia secou, provocando a dispers\u00e3o dos produtores para novas regi\u00f5es, aumentando a demanda de oxig\u00eanio de outros reservat\u00f3rios para a cria\u00e7\u00e3o de til\u00e1pia. “Vamos ter que aprender a produzir com menos \u00e1gua, assim como descobrir como lidar com futuras doen\u00e7as e poss\u00edveis dificuldades de reprodu\u00e7\u00e3o advindas do aumento da temperatura”, sentencia.<\/p>\n Al\u00e9m dos desafios ligados t\u00e9cnicos, a pesquisa, segundo o chefe de P&D, ainda tem a miss\u00e3o de municiar os respons\u00e1veis pela elabora\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas p\u00fablicas. “O que estamos fazendo para subsidiar as pol\u00edticas de licenciamento ambiental, que \u00e9 outro grande gargalo do setor? Acho que os \u00f3rg\u00e3os ambientais tamb\u00e9m poderiam contribuir,\u00a0 colocando-se um pouco no lugar do produtor para eles serem mais propositivos “, diz.<\/p>\n Por fim o chefe de P&D destacou a import\u00e2ncia de haver uma maior integra\u00e7\u00e3o entre os pesquisadores e a import\u00e2ncia dos professores na forma\u00e7\u00e3o desses futuros profissionais que precisam trabalhar em equipe. Para ele, a uni\u00e3o de for\u00e7as e o equil\u00edbrio na defini\u00e7\u00e3o de prioridades \u00e9 o caminho para a supera\u00e7\u00e3o de tantos desafios que a aquicultura apresenta.<\/p>\n Fonte: Embrapa<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O evento, que come\u00e7ou na \u00faltima segunda-feira, chega ao seu fim amanh\u00e3 ap\u00f3s reunir durante cinco dias alguns dos maiores cientistas do pa\u00eds e representantes do setor. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":8,"featured_media":146662,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[147],"tags":[481,534,264,93],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/146661"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/8"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=146661"}],"version-history":[{"count":4,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/146661\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":150428,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/146661\/revisions\/150428"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/146662"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=146661"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=146661"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=146661"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}