{"id":146827,"date":"2018-09-27T03:33:39","date_gmt":"2018-09-27T06:33:39","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=146827"},"modified":"2018-09-26T20:34:14","modified_gmt":"2018-09-26T23:34:14","slug":"ocupacao-na-mata-atlantica-fez-sumir-metade-das-populacoes-de-mamiferos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/09\/27\/146827-ocupacao-na-mata-atlantica-fez-sumir-metade-das-populacoes-de-mamiferos.html","title":{"rendered":"Ocupa\u00e7\u00e3o na Mata Atl\u00e2ntica fez sumir metade das popula\u00e7\u00f5es de mam\u00edferos"},"content":{"rendered":"
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A vegeta\u00e7\u00e3o que cobria toda a costa brasileira hoje est\u00e1 restrita a pouco mais de 12% do seu tamanho original (Roberto Loffel\/VEJA)<\/figcaption><\/figure>\n

Pelo menos metade dos grupos de mam\u00edferos da\u00a0Mata Atl\u00e2ntica j\u00e1 se encontra, em m\u00e9dia, extinta localmente em v\u00e1rios pontos do bioma. \u00c9 o que mostra um levantamento que analisou pela primeira vez 500 comunidades desses animais ao longo de toda a Mata Atl\u00e2ntica e os impactos nelas provocados por dist\u00farbios humanos desde a chegada dos portugueses ao Brasil.<\/p>\n

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A vegeta\u00e7\u00e3o que cobria toda a costa brasileira hoje est\u00e1 restrita a pouco mais de 12% do seu tamanho original, e v\u00e1rios estudos j\u00e1 haviam documentado a perda de esp\u00e9cies. O novo trabalho, no entanto, publicado nesta ter\u00e7a-feira, 25, na revista PLoS ONE, inova na escala geogr\u00e1fica, ao estimar a situa\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies de m\u00e9dios e grandes mam\u00edferos de norte a sul do bioma de modo comparativo, mostrando onde a situa\u00e7\u00e3o est\u00e1 pior e melhor \u2013 ou menos pior.<\/p>\n

\u201cN\u00e3o estamos documentando nenhuma extin\u00e7\u00e3o em escala regional ou de bioma, mas milhares de eventos de extin\u00e7\u00f5es locais\u201d, explica o bi\u00f3logo Carlos Peres, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, e um dos autores do trabalho.<\/p>\n

Os pesquisadores, liderados por Juliano Bogoni, hoje p\u00f3s-doutorando na Esalq\/USP, trabalharam com um \u201c\u00edndice de defauna\u00e7\u00e3o\u201d para examinar a perda de esp\u00e9cies entre quase 500 conjuntos de esp\u00e9cies de mam\u00edferos de m\u00e9dio a grande porte ao longo e observaram que os \u00edndices s\u00e3o altos \u2013 mais de 50% \u2013 para a maior parte da Mata Atl\u00e2ntica.<\/p>\n

O cen\u00e1rio \u00e9 pior no norte do Nordeste, onde a defauna\u00e7\u00e3o chega a 90%. Em seguida vem a por\u00e7\u00e3o mais ao sul do Nordeste, com 85%. O melhor \u00e9 no Sudeste, com 49% \u2013 justamente onde est\u00e3o os principais remanescentes da floresta no Pa\u00eds, em especial os n\u00facleos da Serra do Mar.<\/p>\n

\u201cMas mesmo na Serra do Mar, falar em metade das esp\u00e9cies \u00e9 um quadro grave. Hoje temos uma p\u00e1lida sombra do que j\u00e1 foi a majestosa diversidade da Mata Atl\u00e2ntica\u201d, diz Bogoni. Segundo ele, os locais mais defaunados se sobrep\u00f5em com as \u00e1reas mais antropizadas do interior, pressionadas por atividades como\u00a0agricultura e silvicultura.<\/p>\n

Os grupos mais impactados s\u00e3o os predadores de topo de cadeia e grandes carn\u00edvoros em praticamente todo o Pa\u00eds, como on\u00e7as-pintadas e on\u00e7as-pardas; os meso-predadores \u2013 carn\u00edvoros menores, como jaguatirica e gato-maracaj\u00e1, que ocupam o lugar quando as on\u00e7as somem; e os grandes herb\u00edvoros, como as antas.<\/p>\n

Peres afirma que os dados mais uma vez refor\u00e7am a necessidade urgente de a\u00e7\u00f5es para proteger o bioma. \u201c\u00c9 preciso fortalecer o sistema de unidades de conserva\u00e7\u00e3o, que s\u00e3o ainda os \u00faltimos ref\u00fagios de toda essa fauna. N\u00e3o h\u00e1 conserva\u00e7\u00e3o sem um voto de compromisso do governo e da sociedade em manter as nossas \u00e1reas protegidas\u201d, defende.<\/p>\n

Fonte: Conte\u00fado Estad\u00e3o<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"