A Embrapa vai elaborar o zoneamento agr\u00edcola de risco clim\u00e1tico (ZARC) para sistemas integrados ou consorciados, tais como agroflorestas e Integra\u00e7\u00e3o Lavoura Pecu\u00e1ria (ILP). O trabalho visa atender a uma grande demanda de produtores que adotam esses sistemas e n\u00e3o contam com o seguro rural, nem com a prote\u00e7\u00e3o oferecida pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecu\u00e1ria (Proagro) e Proagro Mais, do governo federal. Em todos esses casos o zoneamento \u00e9 exigido.\u00a0 Nas \u00faltimas ter\u00e7a (25) e quarta (26) houve um workshop na Embrapa Pesca e Aquicultura com pesquisadores de v\u00e1rios centros de pesquisa da empresa ligados ao tema, al\u00e9m de representantes de seguradoras e do Minist\u00e9rio da Agricultura, Pecu\u00e1ria e Abastecimento (MAPA). Na ocasi\u00e3o, foram discutidas metodologias para a execu\u00e7\u00e3o do zoneamento.<\/p>\n
Inicialmente ser\u00e3o realizados estudos em plantios consorciados de milho com braqu\u00e1ria e de soja com braqui\u00e1ria cultivados no sistema ILP. “J\u00e1 na pr\u00f3xima safra, de 2019\/2020, devemos publicar os primeiros resultados”, planeja Balbino Antonio Evangelista, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, respons\u00e1vel pela an\u00e1lise ao lado de Fernando Macena, da Embrapa Cerrados. Eles estar\u00e3o \u00e0 frente no desenvolvimento e aperfei\u00e7oamento de metodologias para esse tipo de zoneamento.<\/p>\n
H\u00e1 mais de 20 anos o ZARC \u00e9 adotado pela Secretaria de Pol\u00edtica Agr\u00edcola do MAPA como um instrumento de pol\u00edtica p\u00fablica orientador na libera\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito agr\u00edcola em subs\u00eddio aos seguros Proagro e Proagro Mais \u2013 voltado ao pequeno produtor. H\u00e1 tr\u00eas anos a Embrapa assumiu essa atividade, criando um grupo gestor para representar a empresa e responder por essa demanda junto ao MAPA. “Precisamos avan\u00e7ar no desenvolvimento de tecnologias para gest\u00e3o de risco e resili\u00eancia na agricultura. Nesse sentido, a rede Embrapa de Risco Clim\u00e1tico vem se empenhando para desenvolver novos projetos e atender \u00e0s demandas sobre o tema”, detalha Eduardo Monteiro, pesquisador da Embrapa Inform\u00e1tica Agropecu\u00e1ria.<\/p>\n
Proagro \u2013\u00a0<\/strong>Visando dar suporte aos pequenos e m\u00e9dios produtores, o Proagro garante a exonera\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es financeiras relativas a opera\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito rural de custeio, cuja liquida\u00e7\u00e3o seja dificultada pela ocorr\u00eancia de fen\u00f4menos naturais, pragas e doen\u00e7as que atinjam rebanhos e planta\u00e7\u00f5es. Na pr\u00e1tica, o governo federal d\u00e1 a garantia de pagamento aos bancos em caso de quebra de safra, desonerando o produtor da d\u00edvida.<\/p>\n No in\u00edcio da d\u00e9cada de 1990 o Proagro passava por grandes preju\u00edzos at\u00e9 que em 1996 o governo passou a adotar o zoneamento agr\u00edcola como balizador de informa\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do seguro. “Hoje o ZARC promove uma economia de R$ 750 milh\u00f5es aos cofres p\u00fablicos”, calcula Monteiro.<\/p>\n O Sistema Embrapa de Avalia\u00e7\u00e3o de Riscos e Resili\u00eancia Agroclim\u00e1tica (Sierra) \u00e9 baseado em uma rede de pesquisadores englobando 31 centros de pesquisa. S\u00e3o gerados zoneamentos de quatro culturas por ano, mas a demanda \u00e9 muito maior. “Temos demanda para mais de 60 culturas, tais como feij\u00f5es, lentilha, gr\u00e3o de bico, ervilhas \u2013 que s\u00e3o importados pela \u00c1sia \u2013 al\u00e9m de zoneamentos em \u00e1reas abandonadas na Amaz\u00f4nia, para sistemas integrados de produ\u00e7\u00e3o e sistemas agroflorestais”, enumera Monteiro.<\/p>\n Se de um lado h\u00e1 grande demanda pelo zoneamento agr\u00edcola de risco clim\u00e1tico, por outro a subven\u00e7\u00e3o federal no setor tamb\u00e9m precisa avan\u00e7ar. Durante o workshop, Hugo Borges Rodrigues, do MAPA, revelou que o Programa de Subven\u00e7\u00e3o ao Pr\u00eamio do Seguro Rural (PSR) n\u00e3o cobre nem 8% de toda \u00e1rea segurada no pa\u00eds. Pelo programa, o governo ajuda o produtor a custear o seguro rural, pagando at\u00e9 40% do pr\u00eamio. Este ano ser\u00e3o destinados 380 milh\u00f5es de reais para essa finalidade.\u00a0 Segundo dados do Minist\u00e9rio, de toda \u00e1rea plantada de gr\u00e3os, apenas 12% contam com seguro. Em outros mercados mais maduros essa taxa pode chegar a 80%.<\/p>\n Fonte: Embrapa<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"