{"id":147072,"date":"2018-10-02T02:28:21","date_gmt":"2018-10-02T05:28:21","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=147072"},"modified":"2018-10-01T22:30:42","modified_gmt":"2018-10-02T01:30:42","slug":"particulas-sao-emitidas-no-gelo-na-antartida","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/10\/02\/147072-particulas-sao-emitidas-no-gelo-na-antartida.html","title":{"rendered":"Part\u00edculas s\u00e3o emitidas no gelo na Ant\u00e1rtida e elas pode acabar com a f\u00edsica moderna"},"content":{"rendered":"

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Mas as part\u00edculas que os f\u00edsicos conhecem \u2014 a cole\u00e7\u00e3o de part\u00edculas que comp\u00f5em o que os cientistas chamam de modelo padr\u00e3o (SM) da f\u00edsica de part\u00edculas \u2014 n\u00e3o deveriam ser capazes de fazer isso. Claro, h\u00e1 neutrinos de baixa energia que podem perfurar quil\u00f4metros de rocha sem sofrerem nenhuma altera\u00e7\u00e3o. Mas neutrinos de alta energia, bem como outras part\u00edculas de alta energia, t\u00eam \u201cgrandes se\u00e7\u00f5es cruzadas.\u201d Isso significa que eles quase sempre v\u00e3o colidir com algo logo depois de entrarem na Terra e nunca conseguiriam sair do outro lado.<\/p>\n

No entanto, desde mar\u00e7o de 2016 os pesquisadores t\u00eam ficado intrigados sobre dois acontecimentos na Ant\u00e1rtida, onde os raios c\u00f3smicos sa\u00edram da terra. Eles foram detectados pelo infer\u00f4metro NASA Anita, uma antena de bal\u00e3o que sobrevoa o continente.<\/span><\/p>\n

<\/span>De baixo para cima<\/h2>\n

Anita foi projetado para procurar raios c\u00f3smicos do espa\u00e7o sideral, ent\u00e3o a comunidade de pesquisadores especializados em neutrinos de alta energia pulou de emo\u00e7\u00e3o quando o instrumento detectou part\u00edculas que pareciam estar partindo da pr\u00f3pria Terra em vez de vir do espa\u00e7o. Uma vez que os raios c\u00f3smicos n\u00e3o deveriam fazer isso, os cientistas come\u00e7aram a se perguntar se esses feixes misteriosos s\u00e3o feitos de part\u00edculas desconhecidas.<\/p>\n

Desde ent\u00e3o, os f\u00edsicos t\u00eam proposto todos os tipos de explica\u00e7\u00f5es para estes raios c\u00f3smicos \u201cque v\u00e3o para cima\u201d, de neutrinos est\u00e9reis (neutrinos que raramente nunca batem em mat\u00e9ria) para \u201cdistribui\u00e7\u00e3o de mat\u00e9ria escura at\u00edpica dentro da Terra\u201d, referenciando a misteriosa forma de mat\u00e9ria que n\u00e3o interage com a luz.<\/p>\n

Todas as explica\u00e7\u00f5es s\u00e3o intrigantes, e sugerem que Anita poderia ter detectado uma part\u00edcula n\u00e3o contabilizada no modelo padr\u00e3o. Mas nenhuma das explica\u00e7\u00f5es demonstrou conclusivamente que algo mais simples n\u00e3o pudesse ter causado o sinal em Anita.<\/p>\n

V\u00e1rios eventos<\/h2>\n

Um novo artigo publicado nesta quarta-feira (26) no\u00a0arXiv<\/em>\u00a0muda tudo. Nele, uma equipe de astrof\u00edsicos da Universidade Estadual Pensilv\u00e2nia (EUA) mostrou que outras part\u00edculas de alta energia foram lan\u00e7adas para cima al\u00e9m das detectadas durante os dois eventos captados por Anita. O maior observat\u00f3rio de neutrinos na Ant\u00e1rtida, IceCube, detectou tamb\u00e9m part\u00edculas similares em tr\u00eas outras ocasi\u00f5es.<\/p>\n

Combinando os dados de IceCube com Anita, os pesquisadores da universidade calcularam que, seja qual for a part\u00edcula que est\u00e1 surgindo da Terra, tem muito menos de uma chance de 1 em 3,5 milh\u00f5es de ser parte do modelo padr\u00e3o.<\/span><\/p>\n

<\/span>Quebrando a f\u00edsica<\/h2>\n
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Equipe recupera Anita depois de um voo de sucesso<\/figcaption><\/figure>\n
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Derek Fox, o autor principal do artigo, disse que ele se deparou com os eventos Anita em maio de 2018. \u201cEu pensei: \u2018bem, este modelo n\u00e3o faz muito sentido, mas o resultado \u00e9 muito intrigante\u2019. Ent\u00e3o eu comecei a investig\u00e1-lo\u201d, afirmou Fox ao Live Science.<\/span><\/p>\n

Fox foi trocar ideias com seu vizinho de escrit\u00f3rio, Steinn Sigurdsson, e ali surgiu uma parceria para propor explica\u00e7\u00f5es mais plaus\u00edveis para os eventos. Fox, Sigurdsson e seus colegas come\u00e7aram a procurar eventos semelhantes em dados coletados por outros detectores. Quando eles se depararam com poss\u00edveis eventos ascendentes em IceCube, ele percebeu que poderia ter se deparado com algo que poderia mudar a f\u00edsica.<\/span><\/p>\n

A f\u00edsica de part\u00edcula de alta energia n\u00e3o tem avan\u00e7ado muito nos \u00faltimos anos. Quando Grande Colisor de H\u00e1drons (LHC) foi conclu\u00eddo na fronteira entre a Fran\u00e7a e a Su\u00ed\u00e7a em 2009, os cientistas pensaram que ele poderia desbloquear os mist\u00e9rios da supersimetria, a misteriosa classe te\u00f3rica de part\u00edculas que os cientistas suspeitam que podem existir, mas nunca a detectaram.<\/p>\n

<\/span>De acordo com a supersimetria, cada part\u00edcula existente no modelo padr\u00e3o tem um parceiro supersim\u00e9trico.<\/p>\n

Em vez disso, o LHC confirmou o b\u00f3son de Higgs, a parte final n\u00e3o detectada do modelo padr\u00e3o, em 2012. E ent\u00e3o ele parou de detectar qualquer outra coisa importante. Os pesquisadores come\u00e7aram a questionar se qualquer experimento de f\u00edsica existente poderia detectar uma part\u00edcula supersim\u00e9trica.<\/span><\/p>\n

Part\u00edculas supersim\u00e9tricas<\/h2>\n

Se a part\u00edcula modelo padr\u00e3o criou essas anomalias, elas deveriam ter sido neutrinos. Os pesquisadores sabem disso porque nenhuma outra part\u00edcula modelo padr\u00e3o teria qualquer chance de atravessar a Terra.<\/p>\n

<\/span>Mas detectores de neutrinos como Anita e IceCube n\u00e3o detectam neutrinos diretamente. Em vez disso, eles detectam as part\u00edculas que os neutrinos decomp\u00f5em depois de colidir na atmosfera da Terra ou gelo ant\u00e1rtico. E h\u00e1 outros eventos, possivelmente supersim\u00e9tricos, que podem gerar essas part\u00edculas, desencadeando a detec\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\n

Fox e seus colegas passaram a argumentar que as part\u00edculas s\u00e3o mais suscept\u00edveis de ser uma esp\u00e9cie de part\u00edcula supersim\u00e9trica chamada \u201cstau sleptons\u201d. Os stau sleptons s\u00e3o vers\u00f5es supersim\u00e9tricas de uma part\u00edcula modelo padr\u00e3o chamado \u201cTau l\u00e9pton\u201d.<\/p>\n

Os autores apontam que nenhuma part\u00edcula convencional conseguiria viajar atrav\u00e9s da Terra desta forma, mas ainda n\u00e3o h\u00e1 dados suficientes para ter certeza. E n\u00e3o h\u00e1 como comprovar que a part\u00edcula fez essa viagem.<\/span><\/p>\n

Agora, os pesquisadores s\u00f3 sabem que o que quer que esta part\u00edcula seja, ela interage muito fracamente com outras part\u00edculas, ou ent\u00e3o ela nunca teria sobrevivido a viagem atrav\u00e9s da massa densa do planeta.<\/p>\n

O que vem a seguir<\/h2>\n

\u00c9 poss\u00edvel, disse Fox, que quando os pesquisadores IceCube esmiu\u00e7arem os arquivos de dados do IceCube, encontrem mais eventos semelhantes que j\u00e1 tinham passado despercebido.<\/p>\n

As anomalias Anita poderiam oferecer aos cientistas a informa\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria para sintonizar adequadamente o LHC para desbloquear mais sobre a supersimetria. Estes experimentos podem at\u00e9 fornecer uma explica\u00e7\u00e3o para a mat\u00e9ria escura.<\/span><\/p>\n

Agora, Fox disse, ele est\u00e1 com fome para mais dados.<\/p>\n

Fonte: Hypescience<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

F\u00edsicos identificaram uma part\u00edcula de alta energia muito estranha vindo da Ant\u00e1rtida. Ela \u00e9 uma esp\u00e9cie de raio c\u00f3smico e atravessa a Terra. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":147074,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[17,2490,1295,3604],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/147072"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=147072"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/147072\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":147073,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/147072\/revisions\/147073"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/147074"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=147072"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=147072"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=147072"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}