{"id":147095,"date":"2018-10-02T15:03:57","date_gmt":"2018-10-02T18:03:57","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=147095"},"modified":"2018-10-02T15:10:05","modified_gmt":"2018-10-02T18:10:05","slug":"cidade-canadense-tenta-enterrar-passado-toxico","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/10\/02\/147095-cidade-canadense-tenta-enterrar-passado-toxico.html","title":{"rendered":"A cidade canadense que tenta enterrar seu passado t\u00f3xico"},"content":{"rendered":"
\"Vista
Pesquisas mostraram que o amianto \u00e9 altamente cancer\u00edgeno<\/figcaption><\/figure>\n

Em meio \u00e0 paisagem verde do sudeste de Quebec, existe um lugar que j\u00e1 foi descrito como a cidade mais perigosa do Canad\u00e1.<\/p>\n

O pacato povoado, \u00e0s margens do rio Nicolet, prosperou por mais de 110 anos gra\u00e7as a um mineral valioso escondido em suas rochas.<\/p>\n

A minera\u00e7\u00e3o era t\u00e3o importante para a economia local que a cidade adotou seu nome: Asbestos (ou seja, amianto).<\/p>\n

Lar da maior mina de amianto do mundo at\u00e9 2012, a cidade mudou para sempre quando a natureza cancer\u00edgena do material obrigou a mina a encerrar de vez suas atividades.<\/p>\n

O fechamento da mina Jeffrey marcou o fim de uma ind\u00fastria que proporcionou emprego est\u00e1vel e seguro por gera\u00e7\u00f5es, mas tamb\u00e9m prejudicou a sa\u00fade e o bem-estar da popula\u00e7\u00e3o local.<\/p>\n

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O encerramento das opera\u00e7\u00f5es transformou a mina Jeffrey em atra\u00e7\u00e3o tur\u00edstica<\/figcaption><\/figure>\n

A mina tamb\u00e9m deixou outro legado quase t\u00e3o controverso quanto o mineral que extra\u00eda – o nome da pr\u00f3pria cidade. As empresas locais, por exemplo, encontravam dificuldades ao tentar cruzar a fronteira dos EUA com produtos ou ve\u00edculos que estampavam a palavra “asbestos”.<\/p>\n

Mesmo assim, em 2006, a C\u00e2mara Municipal votou, de forma un\u00e2nime, para manter o nome da cidade.<\/p>\n

Para um lugar que deve sua exist\u00eancia a uma subst\u00e2ncia t\u00f3xica, sair da sombra da mina requer imagina\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de assumir certos riscos. Mas Asbestos pode finalmente estar deixando para tr\u00e1s seu passado.<\/p>\n

Mineral m\u00e1gico<\/h2>\n

Asbesto ou amianto \u00e9 o nome dado \u00e0 ocorr\u00eancia natural de minerais \u00e0 base de silicato que apresentam forma cristalina longa e fibrosa. Desde os tempos antigos, ele \u00e9 extra\u00eddo no mundo todo devido a suas propriedades resistentes ao fogo.<\/p>\n

Durante o s\u00e9culo 19, colonos descobriram que o sudeste de Quebec tinha uma reserva significativa de amianto. Perto da fronteira entre os EUA e o Canad\u00e1, as jazidas eram grandes o suficiente para justificar a minera\u00e7\u00e3o em larga escala.<\/p>\n

A maior opera\u00e7\u00e3o de minera\u00e7\u00e3o aconteceu na cidade de Asbestos e nos arredores de Thetford Mines.<\/p>\n

\"Mina
No auge, a mina Jeffrey fornecia cerca de metade da demanda mundial do pol\u00eamico mineral<\/figcaption><\/figure>\n

A mina Jeffrey, em Asbestos, era respons\u00e1vel pelo fornecimento de metade do suprimento mundial de amianto. E ajudou a tornar o Canad\u00e1 o maior exportador do mineral do mundo na d\u00e9cada de 1970.<\/p>\n

Conhecido na \u00e9poca como “mineral m\u00e1gico”, o amianto se tornou um recurso utilizado em diversas ind\u00fastrias, principalmente na constru\u00e7\u00e3o civil – onde costumava ser usado como isolante – e na constru\u00e7\u00e3o naval.<\/p>\n

At\u00e9 2008, a \u00cdndia ainda importava amianto em grandes quantidades das minas canadenses.<\/p>\n

No entanto, nas \u00faltimas d\u00e9cadas, surgiram sucessivas evid\u00eancias da letalidade do amianto. A exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 subst\u00e2ncia, sabe-se hoje, est\u00e1 intimamente associada ao desenvolvimento de doen\u00e7as pulmonares e mesotelioma, uma forma agressiva de c\u00e2ncer.<\/p>\n

Atualmente, a enorme mina a c\u00e9u aberto de Asbestos repousa em sil\u00eancio, mas deixou uma cicatriz de cerca de 350 metros de profundidade e mais de 6 quil\u00f4metros quadrados.<\/p>\n

O Canad\u00e1 ainda luta contra o legado mort\u00edfero da subst\u00e2ncia que era extra\u00edda desta cavidade. Anos ap\u00f3s o fim da minera\u00e7\u00e3o, Quebec ainda \u00e9 l\u00edder no n\u00famero de notifica\u00e7\u00f5es de mesotelioma no pa\u00eds.<\/p>\n

Neste ano, o governo canadense finalmente proibir\u00e1 “fabrica\u00e7\u00e3o, uso, importa\u00e7\u00e3o e exporta\u00e7\u00e3o” de amianto e produtos que contenham a subst\u00e2ncia.<\/p>\n

O fato de o mineral letal s\u00f3 estar sendo completamente banido neste ano, d\u00e9cadas ap\u00f3s outros pa\u00edses terem tomado a mesma decis\u00e3o, indica como o amianto era importante para a economia de exporta\u00e7\u00e3o do Canad\u00e1.<\/p>\n

Privada de sua principal fonte de renda, a cidade de Asbestos teve de encontrar outras formas de sustentar a popula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Cerveja da mina<\/h2>\n

Mas esse \u00e9 um desafio que os moradores da cidade est\u00e3o dispostos a vencer.<\/p>\n

A hist\u00f3ria de Danick Pellerin representa a de muitos jovens de Asbestos. Integrante de uma gera\u00e7\u00e3o que testemunhou os \u00faltimos anos da ind\u00fastria na cidade, ele partiu em busca de trabalho.<\/p>\n

Mas, em 2014, a cerveja o levou de volta a Asbestos, assim como a vontade de ajudar a revitalizar a cidade. Em parceria com Yan St-Hilaire, outro nativo, ele fundou a microcervejaria Moulin 7 com ajuda de financiamento p\u00fablico.<\/p>\n

\"Yan
Yan St-Hilaire (\u00e0 esquerda) e Danick Pellerin (\u00e0 direita) fundaram uma microcervejaria bem-sucedida, a poucos metros da borda da mina<\/figcaption><\/figure>\n

“Sempre trabalhamos fora de Asbestos, por isso nossa prioridade era fazer uma cerveja boa e fabric\u00e1-la localmente”, conta Pellerin.<\/p>\n

“Algumas pessoas podem ter uma vis\u00e3o obscura da nossa comunidade, achar entediante, ou que n\u00e3o tem muita coisa acontecendo. Mas \u00e9 \u00f3bvio que h\u00e1 muita coisa acontecendo. Tem um clima novo aqui.”<\/p>\n

A princ\u00edpio, montar uma cervejaria em uma cidade chamada “amianto” pode n\u00e3o parecer um neg\u00f3cio muito inteligente.<\/p>\n

Especialmente porque o empreendimento est\u00e1 localizado a pouco mais de 100 metros da borda de entrada da mina.<\/p>\n

Mas em vez de esconder o fato, Pellerin e St-Hilaire comemoram a conex\u00e3o com o patrim\u00f4nio de minera\u00e7\u00e3o da cidade.<\/p>\n

O pai de St-Hilaire, Normand, trabalhou na mina Jeffrey, e os dois tentaram evocar a hist\u00f3ria da cidade por meio dos r\u00f3tulos das cervejas. Entre os produtos, h\u00e1 cervejas chamadas Mineur (Minerador) e Spello (termo que indica uma pequena pausa na minera\u00e7\u00e3o), por exemplo.<\/p>\n

A dupla fabrica, inclusive, uma cerveja chamada La Ciel Ouvert (C\u00e9u Aberto), usando a \u00e1gua retirada do lago que se formou no fundo da mina.<\/p>\n

\"Uma
Uma das cervejas produzidas pela microcervejaria Moulin 7 utiliza a \u00e1gua que se acumulou no fundo da mina<\/figcaption><\/figure>\n

Quando a cerveja foi lan\u00e7ada, surgiram algumas cr\u00edticas, mas Pellerin n\u00e3o se deixou abalar.<\/p>\n

“N\u00f3s analisamos a \u00e1gua e estava perfeita”, diz ele.<\/p>\n

“As pessoas queriam provar isso.”<\/p>\n

A cervejaria premiada atrai agora muitos ciclistas de Quebec que param em Asbestos quando pedalam pela regi\u00e3o.<\/p>\n

“N\u00e3o estamos na rota tur\u00edstica principal, mas as pessoas v\u00eam de qualquer maneira”, explica Pellerin.<\/p>\n

“Atualmente, empregamos cerca de 19 funcion\u00e1rios, no bar e na cervejaria. Tivemos um bom crescimento e esperamos aumentar a produ\u00e7\u00e3o em 30% no pr\u00f3ximo ano.”<\/p>\n

Pellerin est\u00e1 confiante de que a cidade est\u00e1 encontrando seu eixo novamente, apesar de manter o nome t\u00f3xico.<\/p>\n

“As pessoas est\u00e3o voltando, trazendo sua experi\u00eancia das cidades e de outros lugares”, diz ele.<\/p>\n

“Acho que est\u00e3o voltando para um lugar que mudou, e que \u00e9 muito mais aberto, com uma mentalidade menos fechada.”<\/p>\n

\u00c0 altura do desafio<\/h2>\n

Hugues Grimard, prefeito de Asbestos, reconhece que os cerca de 7 mil habitantes da cidade enfrentaram um grande desafio quando um controverso empr\u00e9stimo do governo central para apoiar a mina foi cancelado em 2012, levando ao seu fechamento.<\/p>\n

A cidade viveu um \u00eaxodo de d\u00e9cadas \u00e0 medida que a ind\u00fastria esmorecia. Sua popula\u00e7\u00e3o caiu de mais de 10 mil habitantes no auge da minera\u00e7\u00e3o, na d\u00e9cada de 1970, para pouco mais de 6 mil em 1999, ano em que o Reino Unido proibiu totalmente as importa\u00e7\u00f5es de amianto.<\/p>\n

O fechamento da mina foi o golpe derradeiro, mas n\u00e3o resultou em uma nova onda de emigra\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\"Placa
Placa do lado de fora da f\u00e1brica Canards du Lac Brome informa que eles est\u00e3o contratando<\/figcaption><\/figure>\n

“Para n\u00f3s, o importante era ser otimista”, diz Grimard. “Para vencer o desafio que o governo nos deixou. Trabalhamos para manter todos (na comunidade) unidos – ind\u00fastria, parceiros econ\u00f4micos e autoridades – para formar uma base s\u00f3lida “.<\/p>\n

E t\u00eam surgido not\u00edcias animadoras desde o \u00faltimo censo em 2011 – o desemprego na cidade caiu de 12,4% para 7,6% em 2016.<\/p>\n

A cidade contava com outros ativos al\u00e9m da mina que ajudaram a dar in\u00edcio \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o – a proximidade da fronteira com os EUA permitia abrigar v\u00e1rias empresas de transporte, enquanto a agricultura representava uma fonte de emprego.<\/p>\n

A capacidade de resposta tamb\u00e9m faz parte da estrat\u00e9gia da cidade agora.<\/p>\n

“Dessa forma, se a oportunidade surgir, podemos responder como uma prioridade”, diz Grimard.<\/p>\n

“Atualmente, posso dizer que enfrentamos esse desafio ao diversificar nossa economia.”<\/p>\n

Uma grande vit\u00f3ria desde o fechamento da mina foi o estabelecimento de um centro de processamento regional para um dos produtos aliment\u00edcios mais gourmet do Canad\u00e1: o pato.<\/p>\n

A unidade emprega mais de cem funcion\u00e1rios e uma placa de “estamos contratando” ainda est\u00e1 pendurada do lado de fora da f\u00e1brica, apesar da inaugura\u00e7\u00e3o ter sido em 2016.<\/p>\n

A associa\u00e7\u00e3o da cidade com o amianto n\u00e3o impediu a Brome Lake Ducks, dona do empreendimento, de abrir a unidade.<\/p>\n

Com a crescente demanda dos consumidores canadenses e o acesso a um novo mercado para as vendas de carne de pato no M\u00e9xico, a empresa pretende produzir quatro milh\u00f5es de patos por ano at\u00e9 2020.<\/p>\n

Neve, uma aliada<\/h2>\n

Mas o esfor\u00e7o para reconstruir a economia da cidade n\u00e3o est\u00e1 restrito \u00e0 comida e \u00e0 bebida. Nas montanhas que cercam Asbestos, h\u00e1 outro recurso, al\u00e9m do outrora valioso mineral: a neve.<\/p>\n

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A esta\u00e7\u00e3o de esqui Mont Gleason faz uso de outro recurso valioso no inverno: a neve<\/figcaption><\/figure>\n

Poucos minutos ao norte da cidade, est\u00e1 a esta\u00e7\u00e3o de esqui Mont Gleason, um importante empregador sazonal da regi\u00e3o durante o inverno em Quebec. Em opera\u00e7\u00e3o desde 1968, o resort vai completar 100 anos em dezembro.<\/p>\n

A Mont Gleason difere de outras esta\u00e7\u00f5es de esqui comerciais europeias, por ser uma iniciativa sem fins lucrativos, com ra\u00edzes profundas nas comunidades pr\u00f3ximas, incluindo Asbestos. Tem quatro telef\u00e9ricos e quase 10 km de pistas.<\/p>\n

Enquanto os empregos em Mont Gleason tendem a sumir na primavera, assim como a neve, a esta\u00e7\u00e3o oferece trabalho regular durante o inverno.<\/p>\n

“Temos mais de 250 pessoas trabalhando na temporada de inverno”, explica Maryse Gingras, da cidade vizinha Victoriaville, que lidera o desenvolvimento sustent\u00e1vel na esta\u00e7\u00e3o de esqui.<\/p>\n

\"Maryse
Maryse Gingras \u00e9 respons\u00e1vel pelo desenvolvimento sustent\u00e1vel na esta\u00e7\u00e3o de esqui, que emprega de estudantes a aposentados<\/figcaption><\/figure>\n

“Muitos s\u00e3o funcion\u00e1rios recorrentes, mas tamb\u00e9m empregamos estudantes e aposentados. Eles atuam em diversas fun\u00e7\u00f5es – tem gente trabalhando nos telef\u00e9ricos, nas escolas de esqui, no restaurante. Estamos muito ocupados de dezembro a mar\u00e7o.”<\/p>\n

Gingras aponta o constante reinvestimento como a principal raz\u00e3o pela qual a Mont Gleason se manteve rent\u00e1vel, mesmo durante per\u00edodos econ\u00f4micos dif\u00edceis e invernos rigorosos.<\/p>\n

“[Este ano] tivemos um bom crescimento em n\u00fameros”, observa.<\/p>\n

\"Esta\u00c3\u00a7\u00c3\u00a3o
A esta\u00e7\u00e3o de esqui Mont Gleason funciona desde 1968<\/figcaption><\/figure>\n

“Estamos planejando adquirir um novo telef\u00e9rico e reformar os chal\u00e9s nos pr\u00f3ximos dois anos. Voc\u00ea precisa reinvestir todos os anos.”<\/p>\n

Res\u00edduos reaproveit\u00e1veis<\/h2>\n

Ao passear por Asbestos e seus arredores, \u00e9 dif\u00edcil n\u00e3o notar as marcas do passado que se misturam \u00e0 paisagem – principalmente as imensas pilhas de detritos deixados pela atividade de minera\u00e7\u00e3o. Os amontoados de rochas e minerais est\u00e3o aglomerados perto de casas e pr\u00e9dios.<\/p>\n

Houve tentativas no passado de reutilizar os res\u00edduos da minera\u00e7\u00e3o. Os rejeitos foram usados, por exemplo, na cidade de Thetford Mines para proporcionar maior ader\u00eancia \u00e0s estradas durante o inverno.<\/p>\n

Mas a pr\u00e1tica foi rapidamente interrompida em meio a preocupa\u00e7\u00f5es sobre seu impacto na qualidade do ar.<\/p>\n

H\u00e1, no entanto, um interesse renovado das ind\u00fastrias por esses rejeitos – a ideia \u00e9 “miner\u00e1-los” para aproveitar outras subst\u00e2ncias qu\u00edmicas valiosas.<\/p>\n

Os res\u00edduos de amianto cont\u00eam um alto teor de magn\u00e9sio, usado na fabrica\u00e7\u00e3o de bens de consumo, como celulares e carros el\u00e9tricos. E, por isso, h\u00e1 uma alta demanda.<\/p>\n

\"Mina
Mais de um s\u00e9culo de minera\u00e7\u00e3o em Asbestos deixou uma enorme cicatriz na paisagem da cidade<\/figcaption><\/figure>\n

Diante da guerra comercial entre os EUA e a China – principal fornecedora de magn\u00e9sio do mundo atualmente -, Asbestos poderia encontrar um novo mercado lucrativo para os res\u00edduos deixados por sua antiga ind\u00fastria.<\/p>\n

Um projeto novo foi desenvolvido pela empresa Alliance Magnesium (AMI), que instalou uma unidade piloto perto da cidade, para testar a viabilidade de extrair magn\u00e9sio de rejeitos da regi\u00e3o.<\/p>\n

A companhia espera criar 70 postos de trabalho se houver produ\u00e7\u00e3o comercial.<\/p>\n

Se vai realmente resultar na gera\u00e7\u00e3o de empregos de longo prazo, ainda n\u00e3o d\u00e1 para saber.<\/p>\n

Um projeto semelhante, criado antes do fechamento da mina Jeffrey, acabou ficando sem dinheiro. Mas a Alliance Magnesium insiste que tecnologias de extra\u00e7\u00e3o aperfei\u00e7oadas e mais ecol\u00f3gicas a diferenciam dos empreendimentos anteriores.<\/p>\n

Minera\u00e7\u00e3o de criptomoedas<\/h2>\n

Outro tipo muito diferente de minera\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m tem potencial para beneficiar Asbestos.<\/p>\n

Na cidade universit\u00e1ria de Sherbrooke, a uma hora de viagem de Asbestos, surgiu uma das maiores opera\u00e7\u00f5es de minera\u00e7\u00e3o de Bitcoin da prov\u00edncia, avaliada em 250 milh\u00f5es de d\u00f3lares canadenses. E a empresa de criptomoedas BitFarms est\u00e1 se expandindo para o sul de Quebec.<\/p>\n

Em mar\u00e7o, a imprensa local divulgou a exist\u00eancia de poss\u00edveis planos para a inaugura\u00e7\u00e3o de uma opera\u00e7\u00e3o de criptomoedas nas minas abandonadas de Thetford Mines. Eletricidade barata, al\u00e9m de instala\u00e7\u00f5es amplas e conex\u00f5es el\u00e9tricas pr\u00e9-existentes, a tornam um local atraente.<\/p>\n

Mas o prefeito de Asbestos, Hugues Grimard, \u00e9 cauteloso:<\/p>\n

“Se um desenvolvedor nos abordar, analisaremos o projeto”, diz ele, acrescentando que a prioridade precisa ser dada a iniciativas que estimulem a economia local.<\/p>\n

Enquanto isso, Philippe Couillard, primeiro-ministro de Quebec, expressou ceticismo em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 prolifera\u00e7\u00e3o de instala\u00e7\u00f5es de minera\u00e7\u00e3o de criptomoedas ao redor da prov\u00edncia, duvidando do benef\u00edcio real para as comunidades.<\/p>\n

Mas, mesmo sem ind\u00fastrias de tecnologia de ponta como essa, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que Asbestos est\u00e1 passando por uma transforma\u00e7\u00e3o, que pode fazer a cidade emergir do rastro de poeira deixado pelo amianto.<\/p>\n

Para os moradores, o nome da cidade \u00e9 algo de que eles pretendem se orgulhar, e n\u00e3o mais ter vergonha.<\/p>\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"