{"id":147218,"date":"2018-10-05T00:00:33","date_gmt":"2018-10-05T03:00:33","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=147218"},"modified":"2018-10-04T21:55:18","modified_gmt":"2018-10-05T00:55:18","slug":"mecanismos-de-resistencia-do-carrapato-bovino","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/10\/05\/147218-mecanismos-de-resistencia-do-carrapato-bovino.html","title":{"rendered":"Mecanismos de resist\u00eancia do carrapato bovino a pesticidas s\u00e3o identificados"},"content":{"rendered":"
Em 2017, o rebanho bovino brasileiro era composto por 217,7 milh\u00f5es de animais, segundo o\u00a0Minist\u00e9rio da Agricultura, Pecu\u00e1ria e Abastecimento. O Brasil \u00e9 o maior exportador mundial de carne bovina, com vendas de\u00a0US$ 6,28 bilh\u00f5es em 2017.<\/p>\n
Tais cifras poderiam ser ainda maiores, n\u00e3o fosse a imensa perda econ\u00f4mica anual causada por parasitas, estimada em ao menos\u00a0US$ 13,9 bilh\u00f5es em 2014. Em outras palavras, as perdas com mortalidade, queda de peso, redu\u00e7\u00e3o na fertilidade e perda de produtividade provocadas por parasitas equivalem a mais do que o dobro de tudo o que \u00e9 exportado.<\/p>\n
Os maiores causadores de preju\u00edzos s\u00e3o os parasitas internos, como vermes gastrintestinais, respons\u00e1veis por perdas de US$ 7,1 bilh\u00f5es (51%). Em seguida v\u00eam os parasitas externos, que se instalam fora do corpo do hospedeiro. Nenhum causa mais preju\u00edzos do que o carrapato bovino (Rhipicephalus (Boophilus) microplus<\/i>), respons\u00e1vel por perdas de US$ 3,2 bilh\u00f5es ao ano (23,2%). A mosca-dos-chifres custa perdas de US$ 2,5 bilh\u00f5es (18,3%), enquanto o berne, a mosca-da-bicheira e a mosca-dos-est\u00e1bulos somam perdas de US$ 1 bilh\u00e3o (7,5%).<\/p>\n
O controle do carrapato bovino \u00e9 feito por meio da aplica\u00e7\u00e3o de pesticidas, o que conduz, invariavelmente, a sele\u00e7\u00e3o de linhagens resistentes. Hoje, no Brasil, o carrapato bovino apresenta resist\u00eancia, em maior ou menor grau, a todos os pesticidas comerciais empregados no controle da praga.<\/p>\n
Em um trabalho publicado na\u00a0Scientific Reports<\/i>, pesquisadores do Departamento de Gen\u00e9tica e Biologia Evolutiva do Instituto de Bioci\u00eancias da Universidade de S\u00e3o Paulo (IB-USP) e do Instituto de Pesquisas Veterin\u00e1rias Desid\u00e9rio Finamor (IPVDF), em Eldorado do Sul (RS), identificaram mecanismos de resist\u00eancia do carrapato bovino contra a a\u00e7\u00e3o da ivermectina, uma das drogas mais utilizadas no combate \u00e0s infesta\u00e7\u00f5es por\u00a0R. microplus<\/i>. A pesquisa teve\u00a0apoio da FAPESP\u00a0e do CNPq.<\/p>\n
\u201cA infesta\u00e7\u00e3o ocorre no momento em que o carrapato se alimenta com sangue do animal. \u00c9 quando o inseto inocula subst\u00e2ncias anti-hemost\u00e1ticas, anti-inflamat\u00f3rias e imunomodulat\u00f3rias contidas em sua saliva\u201d, disse\u00a0Tatiana Teixeira Torres, que conduziu a pesquisa com os geneticistas Val\u00e9ria Lis Le Gall e Guilherme Marcondes Klafke.<\/p>\n
Segundo Torres, essas subst\u00e2ncias modificam a fisiologia no local da picada, causando perda de sangue, redu\u00e7\u00e3o na imunidade do hospedeiro e irrita\u00e7\u00e3o. \u201cO estresse do animal causado pelas infesta\u00e7\u00f5es conduz a interrup\u00e7\u00e3o na alimenta\u00e7\u00e3o e, consequentemente, \u00e0 perda de peso e \u00e0 redu\u00e7\u00e3o da fertilidade\u201d, disse \u00e0\u00a0Ag\u00eancia FAPESP.<\/p>\n
A droga de refer\u00eancia no combate ao carrapato bovino \u00e9 a ivermectina, com propriedades anti-helm\u00ednticas, acaricidas e inseticidas. A ivermectina \u00e9 antiparasita de amplo espectro, usado tanto no tratamento de humanos como dos animais de cria\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
\u201cA ivermectina atua como um an\u00e1ogo de um neurotransmissor chamado GABA, existente em vertebrados e invertebrados. No caso do carrapato, esse neurotransmissor atua nos canais de cloro ligantes de glutamato, que s\u00e3o neurorreceptores exclusivos dos invertebrados. Atuando em n\u00edvel molecular, a droga se liga aos canais de cloro dos neur\u00f4nios da jun\u00e7\u00e3o neuromuscular do inseto, bloqueando a neurotransmiss\u00e3o, o que paralisa a musculatura do inseto, levando-o \u00e0 morte\u201d, disse Torres.<\/p><\/blockquote>\n
A ivermectina foi descoberta em 1975 e vem sendo usada comercialmente desde 1981. Isso significa que, no caso do carrapato bovino, ao longo das \u00faltimas tr\u00eas d\u00e9cadas in\u00fameras gera\u00e7\u00f5es de\u00a0R. microplus<\/i>\u00a0foram expostas \u00e0 a\u00e7\u00e3o da droga. Da\u00ed que a esp\u00e9cie acabou por desenvolver resist\u00eancia \u00e0 ivermectina.<\/p>\n
De acordo com Torres, em\u00a0R. microplus<\/i>\u00a0v\u00e1rios mecanismos podem estar envolvidos na resist\u00eancia \u00e0 ivermectina, incluindo a capacidade fisiol\u00f3gica de desintoxicar ou tolerar subst\u00e2ncias t\u00f3xicas. \u201cOs mecanismos metab\u00f3licos da desintoxica\u00e7\u00e3o s\u00e3o mediados por fam\u00edlias de enzimas e tamb\u00e9m por prote\u00ednas espec\u00edficas, que foram sendo selecionadas pelo mecanismo da sele\u00e7\u00e3o natural\u201d, disse.<\/p>\n
Os carrapatos que n\u00e3o contavam com a a\u00e7\u00e3o de tais enzimas e prote\u00ednas morriam em presen\u00e7a da ivermectina. J\u00e1 aqueles que produziram essas subst\u00e2ncias sobreviveram e produziram mais descendentes, que acabaram por formar as linhagens resistentes.<\/p>\n
Segundo Torres, os mecanismos metab\u00f3licos nos carrapatos respons\u00e1veis pela desintoxica\u00e7\u00e3o s\u00e3o mediados por fam\u00edlias de enzimas, incluindo o citocromo P450, esterase e glutationa-S-transferases (GST).<\/p>\n
\u201cOutras prote\u00ednas, como os transportadores ABC, tamb\u00e9m contribuem para os processos de desintoxica\u00e7\u00e3o, transportando subst\u00e2ncias t\u00f3xicas para fora das c\u00e9lulas, com consumo de ATP\u201d, disse.<\/p><\/blockquote>\n
Bioensaios letais<\/b><\/p>\n
A desintoxica\u00e7\u00e3o de pesticidas pelo aumento de atividade das enzimas citocromo P450, esterases, GST e transportadores ABC \u00e9 bem conhecida em v\u00e1rios grupos de artr\u00f3podes, incluindo o carrapato bovino\u00a0R. microplus<\/i>.<\/p>\n
“Em nosso estudo, investigamos os mecanismos de desintoxica\u00e7\u00e3o operantes em uma cepa do carrapato\u00a0R. microplus<\/i>\u00a0resistente \u00e0 ivermectina, comparada com uma cepa suscet\u00edvel ao pesticida”, disse Torres.<\/p>\n
“Analisamos a desintoxica\u00e7\u00e3o da ivermectina em ambas as cepas utilizando bioensaios de tempo letal na presen\u00e7a de inibidores que bloqueiam a atividade enzim\u00e1tica ou transportadora das prote\u00ednas, permitindo que os efeitos t\u00f3xicos da ivermectina prevale\u00e7am e, consequentemente, aumentem a taxa de mortalidade”, disse.<\/p><\/blockquote>\n
A meta do trabalho foi identificar quais prote\u00ednas teriam papel predominante na desintoxica\u00e7\u00e3o da ivermectina em uma linhagem multirresistente do carrapato bovino. Para testar a influ\u00eancia dessas prote\u00ednas na resist\u00eancia, os pesquisadores utilizaram inibidores espec\u00edficos para cada uma das fam\u00edlias proteicas e compararam as taxas de mortalidade em tratamentos com ivermectina na presen\u00e7a e na aus\u00eancia dos inibidores.<\/p>\n
Foram empregados como inibidores subst\u00e2ncias com capacidade de induzir mudan\u00e7as que impedem sua atividade de desintoxica\u00e7\u00e3o. Para inibir a a\u00e7\u00e3o do citocromo P450 foi utilizado but\u00f3xido de piperonila (PBO). Contra a esterase, empregou-se s,s,s-tributil fosforotritioato (DEF). Para inibir a GST, escolheu-se o maleato de dietila (DEM). Por fim, contra os transportadores ABC, usou-se ciclosporina A (CsA).<\/p>\n
Com essa finalidade, foram usadas duas cepas de carrapatos bovinos. A Mozo, origin\u00e1ria do Uruguai, \u00e9 a cepa suscet\u00edvel usada nos estudos e diagn\u00f3stico de resist\u00eancia na Am\u00e9rica Latina. Essa cepa \u00e9 mantida sem contato com acaricidas no IPVDF.<\/p>\n
Torres conta que a cepa Juarez foi isolada no ano 2010 no munic\u00edpio de Jacare\u00ed\u00c2\u00c2\u00c2\u0081 (SP), coletada em uma fazenda de gado com relato de falha da efic\u00e1cia da ivermectina no controle do carrapato. Juarez \u00e9 uma cepa multirresistente que, al\u00e9m da ivermectina, apresenta mortalidade reduzida para outros pesticidas: cipermetrina, amitraz, clorpirif\u00f3s e fipronil. O estudo feito no Instituto de Bioci\u00eancias da USP \u00e9 restrito \u00e0 ivermectina.<\/p>\n
Foram realizadas separadamente duas baterias de bioensaios letais. Na primeira bateria, buscou-se determinar a a\u00e7\u00e3o letal da ivermectina, sozinha, na cepa suscet\u00edvel Mozo e na cepa resistente Juarez. Foram colocados em um envelope cerca de 100 a 150 larvas de carrapato. A seguir, o envelope foi mergulhado por 10 minutos em uma solu\u00e7\u00e3o contendo ivermectina.<\/p>\n
Segundo a pesquisadora do IB-USP, ao retirar o envelope da solu\u00e7\u00e3o, passou-se a contar a porcentagem de larvas de cada amostra que morria ap\u00f3s um determinado tempo de exposi\u00e7\u00e3o ao veneno. Foi checada a mortalidade decorridos 10 minutos, 2 horas, 3 horas, 4 horas e 24 horas.<\/p>\n
“Os resultados da primeira bateria de bioensaios letais revelaram uma clara diferen\u00e7a na resposta ao tratamento das larvas apenas com ivermectina ao longo do tempo\u201d, disse Torres.<\/p>\n
“Ap\u00f3s quatro horas de exposi\u00e7\u00e3o, todas as larvas da cepa suscet\u00edvel (Mozo) haviam morrido, enquanto a mortalidade de larvas da cepa resistente (Juarez) havia atingido apenas 40%, resultado que se manteve constante decorridas 24 horas da exposi\u00e7\u00e3o. A mesma dose que mata a linhagem suscet\u00edvel n\u00e3o mata a linhagem resistente”, disse.<\/p><\/blockquote>\n
Na segunda bateria de testes, foi repetido o experimento com a cepa suscet\u00edvel e a resistente, por\u00e9m, al\u00e9m do pesticida ivermectina, foi introduzido na solu\u00e7\u00e3o letal um dos quatro inibidores que bloqueiam a a\u00e7\u00e3o das enzimas e do transportador desintoxicante.<\/p>\n
Todos os quatro inibidores foram testados individualmente, e em cinco concentra\u00e7\u00f5es diferentes, entre 1,88 e 30 micromolar (\u03bcM). Buscou-se assim identificar quais as concentra\u00e7\u00f5es ideais (n\u00e3o t\u00f3xicas) dos inibidores na aus\u00eancia da ivermectina. Uma vez determinada a maior concentra\u00e7\u00e3o n\u00e3o letal dos inibidores, cada um deles foi utilizado em ensaios independentes em combina\u00e7\u00e3o com a ivermectina.<\/p>\n
A ideia do teste foi revelar o papel das prote\u00ednas na resist\u00eancia por meio de sua inibi\u00e7\u00e3o. Por exemplo, se uma enzima \u00e9 respons\u00e1vel pela desintoxica\u00e7\u00e3o do pesticida e leva \u00e0 redu\u00e7\u00e3o da mortalidade em uma cepa de carrapatos, sua inibi\u00e7\u00e3o implicar\u00e1 um aumento da mortalidade, que pode chegar a n\u00edveis de mortalidade similares aos da linhagem suscet\u00edvel.<\/p>\n
Os pesquisadores constataram que a inibi\u00e7\u00e3o das quatro fam\u00edlias proteicas resultava no aumento da mortalidade das larvas de carrapato em diferentes graus.<\/p>\n
“Observamos que os transportadores ABC tinham um papel mais importante na resist\u00eancia apresentada pela linhagem Juarez. Quando era inibido com a ciclosporina A, os n\u00edveis de mortalidade ficavam muito parecidos com aqueles observados na linhagem suscet\u00edvel. O uso dos outros inibidores [PBO, DEF e DEM] tamb\u00e9m levou a aumentos na mortalidade da linhagem, mas as enzimas inibidas desempenham pap\u00e9is menos importantes na desintoxica\u00e7\u00e3o\u201d, disse Torres.<\/p><\/blockquote>\n
Durante os bioensaios letais com a cepa resistente Juarez, os melhores resultados foram obtidos quando as larvas foram mergulhadas numa solu\u00e7\u00e3o contendo invermectina associada \u00e0 ciclosporina A em concentra\u00e7\u00e3o de 12 \u03bcM.<\/p>\n
Ap\u00f3s a exposi\u00e7\u00e3o das larvas resistentes apenas \u00e0 ivermectina, foi preciso aguardar quatro horas para verificar a morte de 40% dos indiv\u00edduos, porcentagem que n\u00e3o se modificou decorridas 24 horas. J\u00e1 a exposi\u00e7\u00e3o das larvas ao pesticida mais ciclosporina A resultou na mortalidade de 50% da amostra em 3 horas e 20 minutos. Decorridas 24 horas, a mortalidade se aproximou de 100% da amostra.<\/p>\n
“Curiosamente, o tempo letal para matar 50% da amostra da cepa resistente, quando exposta \u00e0 combina\u00e7\u00e3o ivermectina e ciclosporina A, se aproximou do tempo letal para eliminar 50% da amostra da cepa suscet\u00edvel Mozo, fornecendo evid\u00eancias de uma revers\u00e3o quase completa do fen\u00f3tipo resistente da cepa Juarez\u201d, disse Torres \u00e0\u00a0Ag\u00eancia FAPESP.<\/p>\n
“O efeito sin\u00e9rgico da ciclosporina A foi demonstrado por um aumento de 60% na mortalidade da cepa exposta \u00e0 combina\u00e7\u00e3o ivermectina e CsA quando comparada com a mesma cepa exposta somente \u00e0 ivermectina ap\u00f3s 24 horas\u201d, disse.<\/p><\/blockquote>\n
Os resultados fornecem evid\u00eancias da a\u00e7\u00e3o dos mecanismos de desintoxica\u00e7\u00e3o em\u00a0R. microplus<\/i>\u00a0resistentes \u00e0 ivermectina, contribuindo para o entendimento da base molecular do fen\u00f3tipo resistente \u00e0 ivermectina.<\/p>\n
“Tal conhecimento pode auxiliar na busca de novas estrat\u00e9gias para lidar com a resist\u00eancia \u00e0 ivermectina no campo. Por exemplo, os inibidores testados, ou outras mol\u00e9culas de efeito an\u00e1logo, poderiam ser introduzidos em formula\u00e7\u00f5es comerciais de ivermectina\u201d, disse Torres.<\/p><\/blockquote>\n
As diferen\u00e7as nas atividades das prote\u00ednas estudadas podem ser causadas por varia\u00e7\u00f5es na estrutura, sequ\u00eancia ou express\u00e3o dos genes que codificam essas prote\u00ednas entre as cepas suscet\u00edvel e resistente. Ainda como parte do projeto, os pesquisadores agora investigam as substitui\u00e7\u00f5es nas sequ\u00eancias codificantes de genes pertencentes a essas quatro fam\u00edlias, bem como seus n\u00edveis de express\u00e3o. \u201cA an\u00e1lise nos ajudar\u00e1 a estabelecer as rela\u00e7\u00f5es causais entre a fun\u00e7\u00e3o do gene e a resist\u00eancia metab\u00f3lica \u00e0 ivermectina\u201d, disse Torres.<\/p>\n
O artigo\u00a0Detoxification mechanisms involved in ivermectin resistance in the cattle tick, Rhipicephalus (Boophilus) microplus\u00a0<\/i>(doi: 10.1038\/s41598-018-30907-7), de Valeria Lis Le Gall, Guilherme Marcondes Klafke e Tatiana Teixeira Torres, pode ser lido em\u00a0www.nature.com\/articles\/s41598-018-30907-7<\/a><\/b>.<\/p>\n
Fonte: FAPESP<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Na semana em que se reuniu o 8\u00ba F\u00f3rum Mundial da \u00c1gua, em Bras\u00edlia, a FAPESP e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) anunciaram o lan\u00e7amento de uma chamada de propostas para apoiar o desenvolvimento, por pequenas empresas paulistas, de produtos, processos e servi\u00e7os inovadores em ecotoxicologia, contamina\u00e7\u00e3o de \u00e1guas e uso de dados de precipita\u00e7\u00e3o. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":147220,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[405,36,3847,2366],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/147218"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=147218"}],"version-history":[{"count":3,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/147218\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":147221,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/147218\/revisions\/147221"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/147220"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=147218"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=147218"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=147218"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}