{"id":147341,"date":"2018-10-09T00:09:01","date_gmt":"2018-10-09T03:09:01","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=147341"},"modified":"2018-10-08T21:09:33","modified_gmt":"2018-10-09T00:09:33","slug":"ipcc-faz-alerta-para-a-urgencia-de-medidas-de-reducao-do-ritmo-das-mudancas-climaticas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/10\/09\/147341-ipcc-faz-alerta-para-a-urgencia-de-medidas-de-reducao-do-ritmo-das-mudancas-climaticas.html","title":{"rendered":"IPCC faz alerta para a urg\u00eancia de medidas de redu\u00e7\u00e3o do ritmo das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas"},"content":{"rendered":"
\"IPCC
Entre as determina\u00e7\u00f5es para limitar o aquecimento global est\u00e3o banir os combust\u00edveis f\u00f3sseis e o desmatamento (foto: Desmatamento na Amaz\u00f4nia 1975 (esquerda) e 2012\/Nasa)<\/figcaption><\/figure>\n

Limitar o aquecimento global a 1,5\u00b0C em rela\u00e7\u00e3o aos n\u00edveis pr\u00e9-industriais exige mudan\u00e7as imediatas e sem precedentes na economia mundial. Essa \u00e9 a avalia\u00e7\u00e3o do novo relat\u00f3rio do Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas (IPCC, na sigla em ingl\u00eas), da Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas (ONU), publicado neste domingo (7\/10).<\/p>\n

Produzido por 91 cientistas e revisores de 40 pa\u00edses para guiar l\u00edderes globais, o relat\u00f3rio detalha \u2013 com base em 6 mil estudos cient\u00edficos \u2013 a diferen\u00e7a que o impacto do aumento de 1,5\u00b0C ou 2\u00b0C nas temperaturas teria para o planeta. Atualmente, a a\u00e7\u00e3o do homem j\u00e1 provocou o aumento m\u00e9dio de 1,1\u00b0C na temperatura global.<\/p>\n

Diplomatas de v\u00e1rios pa\u00edses do mundo se reuniram na semana passada em Incheon, na Coreia do Sul, para negociar o relat\u00f3rio preparado por cientistas do IPCC. De acordo com\u00a0Paulo Artaxo, professor do Instituto de F\u00edsica da Universidade de S\u00e3o Paulo e membro do IPCC, houve uma forte rea\u00e7\u00e3o dos Estados Unidos e dos Emirados \u00c1rabes em defesa dos combust\u00edveis f\u00f3sseis, at\u00e9 que finalmente se chegasse a um consenso no s\u00e1bado (6).<\/p>\n

\u201cO relat\u00f3rio diz com todas as letras que se quisermos limitar o aumento da temperatura em 2\u00b0C, n\u00e3o tem jeito, vai ter que ser emiss\u00e3o zero de carbono at\u00e9 2050 e emiss\u00f5es negativas, ou seja, al\u00e9m de n\u00e3o emitir carbono, tamb\u00e9m sequestrar [retirar] carbono da atmosfera ao longo dos \u00faltimos 50 anos deste s\u00e9culo. Essa seria hoje a \u00fanica maneira de conseguirmos isso, uma tarefa praticamente imposs\u00edvel\u201d, disse Artaxo \u00e0 Ag\u00eancia FAPESP.<\/p>\n

Outro ponto destacado no relat\u00f3rio \u00e9 que muitos dos efeitos do aquecimento global j\u00e1 s\u00e3o percebidos e ser\u00e3o intensificados antes mesmo de atingir o limite de 1,5\u00b0C. Caso o aquecimento global continue no mesmo ritmo de hoje, a temperatura global deve aumentar 1,5\u00b0C (em compara\u00e7\u00e3o com os n\u00edveis pr\u00e9-industriais) at\u00e9 2040.<\/p>\n

Isso acarretaria piora da escassez de alimentos, secas, enchentes, na redu\u00e7\u00e3o da biodiversidade e a mortalidade em massa de recifes de corais. Outros impactos em destaque s\u00e3o o aumento do n\u00edvel do mar, dos casos de doen\u00e7as transmitidas por vetores, de ondas de calor e de ciclones tropicais.<\/p>\n

Por\u00e9m, a diferen\u00e7a de 0,5\u00b0C, al\u00e9m de diminuir o impacto das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, impediria, por exemplo, que os corais fossem completamente erradicados e tamb\u00e9m aliviaria a press\u00e3o sobre o \u00c1rtico, reduzindo o aumento do n\u00edvel do mar.<\/p>\n

De acordo com o relat\u00f3rio, o que acontecer entre 2018 e 2030 ser\u00e1 determinante, especialmente para as emiss\u00f5es de CO2. Entre as determina\u00e7\u00f5es para limitar o aquecimento global em 1,5\u00b0C est\u00e3o banir os combust\u00edveis f\u00f3sseis e o desmatamento.<\/p>\n

\u201cEstamos em uma encruzilhada. Aquilo que for feito nos pr\u00f3ximos cinco e 10 anos ser\u00e1 determinante para o clima no planeta neste e nos pr\u00f3ximos s\u00e9culos. Se n\u00e3o agirmos agora e conseguirmos obter redu\u00e7\u00f5es substanciais nas emiss\u00f5es ao longo da pr\u00f3xima d\u00e9cada, ser\u00e1 muito dif\u00edcil manter o aquecimento global em apenas 1,5\u00b0C\u201d, disse.<\/p>\n

Desmatamento na Amaz\u00f4nia<\/b><\/p>\n

A necessidade de emiss\u00f5es negativas aumenta automaticamente a import\u00e2ncia do combate ao desmatamento da Amaz\u00f4nia e a promo\u00e7\u00e3o de iniciativas de reflorestamento em larga escala visando aumentar o armazenamento de carbono. As florestas s\u00e3o capazes de armazenar carbono da atmosfera, quest\u00e3o fundamental para as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n

\u201cCom a necessidade de estocar carbono, aumenta a preocupa\u00e7\u00e3o com a Amaz\u00f4nia e outras \u00e1reas de florestas tropicais que est\u00e3o em risco. Temos que parar 100% com o desmatamento de \u00e1reas tropicais. Parar de destruir floresta \u00e9 a maneira mais barata e eficiente para reduzir emiss\u00f5es e que s\u00f3 traz benef\u00edcios. \u00c9 mais f\u00e1cil e barato, por exemplo, que mudar a estrutura energ\u00e9tica de um pa\u00eds e, al\u00e9m disso, \u00e9 o que traz retorno imediato\u201d, disse.<\/p>\n

Artaxo ressalta que a necessidade de desmatamento zero deixa o Brasil em posi\u00e7\u00e3o delicada. \u201cDesmatamento \u00e9 basicamente uma quest\u00e3o de legisla\u00e7\u00e3o e de fazer cumprir essa legisla\u00e7\u00e3o. Isso deixa o Brasil em situa\u00e7\u00e3o delicada, j\u00e1 que nos \u00faltimos quatro anos o desmatamento aumentou de 5 mil km\u00b2 para 8 mil km\u00b2. \u00c9 um valor absurdamente alto\u201d, disse.<\/p>\n

Intensifica\u00e7\u00e3o do Acordo de Paris<\/b><\/p>\n

O relat\u00f3rio do IPCC ser\u00e1 pe\u00e7a-chave para a 24\u00aa Confer\u00eancia das Partes (COP-24) da Conven\u00e7\u00e3o-Quadro das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Mudan\u00e7a do Clima (UNFCCC) que ser\u00e1 realizada em Katowice, na Pol\u00f4nia, em dezembro. Na confer\u00eancia, os governos v\u00e3o revisar o Acordo de Paris (2015) para combater as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n

\u201cL\u00e1 ser\u00e1 discutida a intensifica\u00e7\u00e3o do Acordo de Paris, com metas mais altas de redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es de gases do efeito estufa. Mas a Alemanha, por exemplo, j\u00e1 falou que n\u00e3o vai conseguir atingir as metas volunt\u00e1rias do Acordo de Paris. Os Estados Unidos n\u00e3o querem que a opini\u00e3o p\u00fablica da ind\u00fastria do carv\u00e3o se vire contra eles. Pa\u00edses como a Pol\u00f4nia, por exemplo, com 70% da energia gerada por carv\u00e3o, afirmam tamb\u00e9m que n\u00e3o v\u00e3o conseguir atingir as metas\u201d, disse Artaxo.<\/p>\n

O Acordo de Paris adotado por 195 na\u00e7\u00f5es na 21\u00aa Confer\u00eancia das Partes (COP-21) da UNFCCC, em dezembro de 2015, incluiu o objetivo de fortalecer a resposta global \u00e0 amea\u00e7a das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas “mantendo o aumento na temperatura m\u00e9dia global menor que o aumento de 2\u00b0C do n\u00edvel pr\u00e9-industrial (1750) e esfor\u00e7os para limitar o aumento da temperatura a 1,5\u00b0C \u201d.<\/p>\n

Como parte da decis\u00e3o de adotar o Acordo de Paris na COP-21, o IPCC foi convidado para produzir, em 2018, o Relat\u00f3rio Especial\u00a0Global Warming of 1.5\u00b0C<\/i>, sobre o aquecimento global de 1,5\u00b0C acima dos n\u00edveis pr\u00e9-industriais e vias de emiss\u00e3o de gases de efeito estufa. O relat\u00f3rio tem como objetivo examinar a quest\u00e3o para o fortalecimento da resposta global \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, desenvolvimento sustent\u00e1vel e esfor\u00e7os para erradicar a pobreza.<\/p>\n

Fonte: FAPESP<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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