{"id":147478,"date":"2018-10-11T00:00:39","date_gmt":"2018-10-11T03:00:39","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=147478"},"modified":"2018-10-10T21:35:59","modified_gmt":"2018-10-11T00:35:59","slug":"genes-que-tornam-a-cana-mais-resistente-a-seca-sao-identificados","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/10\/11\/147478-genes-que-tornam-a-cana-mais-resistente-a-seca-sao-identificados.html","title":{"rendered":"Genes que tornam a cana mais resistente \u00e0 seca s\u00e3o identificados"},"content":{"rendered":"
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Pesquisadores brasileiros e belgas descobriram cinco genes que, ao serem permanentemente ativados em variedades transg\u00eanicas, tornam a planta mais tolerante ao estresse h\u00eddrico (foto:Leo Ramos Chaves)<\/figcaption><\/figure>\n

A falta de disponibilidade de \u00e1gua durante o desenvolvimento da cana \u00e9 um dos tipos de estresse ambiental que causam maiores efeitos negativos na planta. A fim de torn\u00e1-la mais resistente, pesquisadores de diferentes institui\u00e7\u00f5es no Brasil buscam desenvolver variedades de cana mais bem adaptadas a condi\u00e7\u00f5es de seca.<\/p>\n

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com colegas do Vlaams Instituut voor Biotechnologie (VIB), da B\u00e9lgica, liderado pelo pesquisador Dirk Inz\u00e9, identificaram um conjunto de cinco genes que, ao serem permanentemente ativados, podem tornar a cana mais tolerante \u00e0 seca.<\/p>\n

Os resultados do estudo, no \u00e2mbito do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), foram apresentados em uma palestra na segunda-feira (08\/10), na\u00a0FAPESP Week Belgium. O encontro, que foi realizado em Bruxelas at\u00e9 dia 09 de outubro, e que tamb\u00e9m acontece em Li\u00e8ge e Leuven, no dia10, re\u00fane pesquisadores brasileiros e belgas com o objetivo de estreitar parcerias em pesquisa.<\/p>\n

\u201cSubmetemos a patente desses genes no m\u00eas passado. Queremos, agora, analis\u00e1-los em plantas transg\u00eanicas de cana e, posteriormente, licenci\u00e1-los para empresas interessadas\u201d, disse Marcelo Menossi Teixeira, professor do IB-Unicamp e coordenador do projeto.<\/p>\n

A pesquisa come\u00e7ou em 2007. Naquele ano, um grupo de pesquisadores do Instituto de Qu\u00edmica da Universidade de S\u00e3o Paulo (IQ-USP), coordenado pela professora Gl\u00e1ucia Mendes Souza, iniciou um estudo com o intuito de analisar genes expressos em uma variedade de cana plantada em Alagoas em condi\u00e7\u00f5es de seca. O experimento foi conduzido pela equipe do professor Laur\u00edcio Endres, da Universidade Federal de Alagoas.<\/p>\n

As an\u00e1lises de express\u00e3o g\u00eanica revelaram centenas de genes diferentemente expressos na cana em resposta ao estresse h\u00eddrico. Ao caracteriz\u00e1-los, os pesquisadores identificaram alguns genes que eram mais ativados.<\/p>\n

Seriam necess\u00e1rios v\u00e1rios anos para confirmar o papel dos genes candidatos em variedades transg\u00eanicas de cana em campo, mas os pesquisadores tiveram a ideia de testar alguns dos genes em tabaco, tamb\u00e9m plantado sob condi\u00e7\u00f5es de seca: a planta leva apenas entre sete e oito meses para crescer e \u00e9 mais f\u00e1cil de manipular, em compara\u00e7\u00e3o com a cana, explicou Menossi.<\/p>\n

Por meio da parceria com os colegas belgas, os pesquisadores brasileiros tamb\u00e9m testaram os genes em mostarda selvagem (Arabidopsis thaliana<\/i>), muito usada como planta-modelo em estudos de gen\u00e9tica.<\/p>\n

As an\u00e1lises das plantas transg\u00eanicas cultivadas com os genes superexpressos confirmaram que eles conferiam maior resist\u00eancia ao estresse oxidativo e \u00e0 seca.<\/p>\n

\u201cConstatamos que esses cinco genes s\u00e3o ativados pela cana quando a planta se encontra em condi\u00e7\u00e3o de estresse h\u00eddrico a fim de proteg\u00ea-la da situa\u00e7\u00e3o de seca\u201d, afirmou Menossi.<\/p>\n

\u201cNossa ideia \u00e9 fazer modifica\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas na planta para tornar esses genes permanentemente ativados e, dessa forma, deixar a planta preparada para uma situa\u00e7\u00e3o de seca de modo que apresente desempenho melhor sob essa condi\u00e7\u00e3o\u201d, explicou.<\/p>\n

Em testes em laborat\u00f3rio, os pesquisadores j\u00e1 confirmaram que variedades transg\u00eanicas de cana com alguns desses genes em constante estado de ativa\u00e7\u00e3o apresentaram maior toler\u00e2ncia \u00e0 seca.<\/p>\n

\u201cNosso objetivo \u00e9 chegar a uma cana-de-a\u00e7\u00facar transg\u00eanica capaz de suportar longos per\u00edodos sem irriga\u00e7\u00e3o e de crescimento r\u00e1pido\u201d, disse Menossi.<\/p>\n

Fonte: FAPESP<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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