{"id":147658,"date":"2018-10-17T15:22:58","date_gmt":"2018-10-17T18:22:58","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=147658"},"modified":"2018-10-17T15:22:58","modified_gmt":"2018-10-17T18:22:58","slug":"nova-especie-de-mini-sapo-e-descoberta-em-santa-catarina","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/10\/17\/147658-nova-especie-de-mini-sapo-e-descoberta-em-santa-catarina.html","title":{"rendered":"Nova esp\u00e9cie de mini sapo \u00e9 descoberta em Santa Catarina"},"content":{"rendered":"
\""Brachycephalus
“BRACHYCEPHALUS MIRISSIMUS” \u00c9 NOVA ESP\u00c9CIE DE SAPO (FOTO: LUIZ FERNANDO RIBEIRO )<\/figcaption><\/figure>\n

U<\/span>ma nova esp\u00e9cie de mini sapos foi descoberta no Morro Santo Anjo, em Massaranduba, no norte de Santa Catarina, em janeiro deste ano. O projeto que percorre a Mata Atl\u00e2ntica, na regi\u00e3o da Serra do Mar brasileira, \u00e9 comandada por tr\u00eas pesquisadores do Mater Natura e conta com o patroc\u00ednio da Funda\u00e7\u00e3o Grupo Botic\u00e1rio de Prote\u00e7\u00e3o \u00e0 Natureza.<\/p>\n

Batizado de\u00a0Brachycephalus mirissimus<\/em>, o animal foi oficialmente descrito em um artigo veiculado no in\u00edcio deste m\u00eas na publica\u00e7\u00e3o cient\u00edfica internacional\u00a0PeerJ. \u201c\u00c9 uma sorte, mas tamb\u00e9m \u00e9 o fruto de um trabalho de anos\u201d, declara Marcos Bornschein, pesquisador do Mater Natura e professor da Universidade Estadual Paulista, Campus do Litoral, primeiro a encontrar a nova esp\u00e9cie.<\/p>\n

Segundo o pesquisador, o novo sapinho possui entre 10 a 13 mil\u00edmetros, o que corresponde ao tamanho de uma unha. \u201cN\u00e3o est\u00e1 muito claro o motivo desse processo de miniaturiza\u00e7\u00e3o, porque isso \u00e9 algo que j\u00e1 ocorre h\u00e1 milhares de anos. Por\u00e9m, existem algumas peculiaridades nesse sapo, como a redu\u00e7\u00e3o do n\u00famero de dedos, que tamb\u00e9m s\u00e3o menores\u201d, explica Bornschein. “Essa diminui\u00e7\u00e3o aconteceria em raz\u00e3o do ambiente em que o sapo vive, com grandes altitudes e cercado por muitas folhas, mas isso ainda \u00e9 algo especulativo.”<\/p>\n

A pele do animal tem tom alaranjado vivo e uma mancha branca tanto na cabe\u00e7a, quanto nas costas. Para o especialista, as cores fortes podem significar a presen\u00e7a de neurotoxinas que funcionam como uma defesa natural contra ataques (inclusive de aves). Segundo ele, algumas outras esp\u00e9cies encontradas de sapinhos tamb\u00e9m apresentaram esse tipo de mecanismo. \u201cPor ser uma quantidade pequena, a pessoa que entrar em contato n\u00e3o corre risco de morte, apenas de ficar com as pontas dos dedos amortecidas por um tempo, por exemplo\u201d, explica o professor.<\/p>\n

No total, 15 esp\u00e9cies de mini sapos foram descobertas pelo projeto ao longo dos \u00faltimos cinco anos. Bornschein diz que o trabalho continuar\u00e1, j\u00e1 que a equipe acredita que existam ainda muitas outras esp\u00e9cies a serem descobertas morando naquela regi\u00e3o.<\/p>\n

\""Brachycephalus
“BRACHYCEPHALUS MIRISSIMUS” \u00c9 NOVA ESP\u00c9CIE DE SAPO (FOTO: LUIZ FERNANDO RIBEIRO )<\/figcaption><\/figure>\n

Por que a Mata Atl\u00e2ntica?<\/strong><\/p>\n

Segundo o pesquisador, o mundo passou, ao longo de sua hist\u00f3ria, por v\u00e1rios momentos em que se intercalou um clima mais \u00famido e quente com outro mais seco e frio. Isso faz com que, em tempos de maior calor, as florestas se expandam para \u00e1reas de campos (que preferem um clima mais gelado). Isso existe h\u00e1 muito tempo, desde que existiam as megafaunas (com seus\u00a0bichos-pregui\u00e7as gigantes\u00a0e os tatus gigantes).<\/p>\n

\u201cA hip\u00f3tese \u00e9 que existiam esp\u00e9cies ancestrais a esses sapinhos que foram subindo junto com a floresta para o topo do morro\u201d, explica Bornschein. \u201cIsso fez com que essas esp\u00e9cies hoje vivam isoladas no topo da montanha e, por isso, elas s\u00e3o t\u00e3o diversificadas hoje.\u201d<\/p><\/blockquote>\n

O especialista tamb\u00e9m diz que, se fossem maiores, o mini sapos teriam conseguido migrar para outros lugares, mas pelo seu tamanho e dificuldade por ter dedos menores e em menor quantidades, eles permaneceram onde estavam, cruzando entre eles pr\u00f3prios. Esse \u00e9 o motivo de serem encontrados atualmente na regi\u00e3o da Mata Atl\u00e2ntica, com mais morros e clima \u00famido e quente.<\/p>\n

\""Brachycephalus
“BRACHYCEPHALUS MIRISSIMUS” \u00c9 NOVA ESP\u00c9CIE DE SAPO (FOTO: LUIZ FERNANDO RIBEIRO )<\/figcaption><\/figure>\n

Sapinhos em risco<\/strong><\/p>\n

O desmatamento na regi\u00e3o \u00e9 proibido, por\u00e9m, o aumento das monoculturas juntamente com a expans\u00e3o das fronteiras agr\u00edcolas est\u00e3o prejudicando a regi\u00e3o da Mata Atl\u00e2ntica. Segundo Bornschein, a regi\u00e3o onde est\u00e1 o\u00a0Brachycephalus mirissimus\u00a0<\/em>\u00e9 equivalente a quase 57 hectares, o que daria em torno de oito Maracan\u00e3s. \u201cEssa \u00e1rea \u00e9 muito pequena e representa uma das menores disposi\u00e7\u00f5es geogr\u00e1ficas de esp\u00e9cies ao redor do mundo. Isso torna esses sapinhos muito vulner\u00e1veis\u201d, explica o professor.<\/p>\n

O especialista ainda acrescenta que esse dano \u00e0 Serra do Mar aumenta o desmatamento e a queda das \u00e1rvores, dando oportunidade a ventos quentes ressecarem mais o terreno \u2013 aumentando, assim, o risco de inc\u00eandios.<\/p>\n

Agora, imagine s\u00f3: se houver um inc\u00eandio na regi\u00e3o do Morro Santo Anjo, os mini sapos com suas perninhas curtas n\u00e3o conseguir\u00e3o sair do local e, por estarem em uma \u00e1rea relativamente pequena, acabar\u00e3o sendo totalmente extintos. \u201cNa nossa avalia\u00e7\u00e3o, a esp\u00e9cie sofre sim amea\u00e7a de extin\u00e7\u00e3o, pois est\u00e1 muito vulner\u00e1vel\u201d, afirma Bornschein.<\/p>\n

Fonte: Revista Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"