{"id":147757,"date":"2018-10-22T02:00:41","date_gmt":"2018-10-22T04:00:41","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=147757"},"modified":"2018-10-21T20:59:56","modified_gmt":"2018-10-21T22:59:56","slug":"armazenamento-de-co2-no-fundo-do-mar-ganha-forca-na-noruega","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/10\/22\/147757-armazenamento-de-co2-no-fundo-do-mar-ganha-forca-na-noruega.html","title":{"rendered":"Armazenamento de CO2 no fundo do mar ganha for\u00e7a na Noruega"},"content":{"rendered":"
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No litoral da Noruega, captura e armazenamento de CO2 funcionam desde 1996<\/figcaption><\/figure>\n

Para aqueles que pensavam que instalar pain\u00e9is solares, plantar \u00e1rvores e comprar um carro el\u00e9trico bastaria, o\u00a0relat\u00f3rio do Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas (IPCC)\u00a0da ONU, publicado este m\u00eas, foi um impressionante grito de alerta.<\/p>\n

O mundo est\u00e1 enfrentando uma cat\u00e1strofe clim\u00e1tica, e mudan\u00e7as urgentes e in\u00e9ditas s\u00e3o necess\u00e1rias, diz o documento. Isso inclui o processo de captura e armazenamento de g\u00e1s carb\u00f4nico\u00a0(CCS, em ingl\u00eas), uma tecnologia repleta de problemas no passado.<\/p>\n

O CCS \u00e9 extremamente caro,\u00a0e\u00a0cr\u00edticos afirmam que ele\u00a0n\u00e3o passa de uma desculpa para\u00a0a ind\u00fastria de combust\u00edveis f\u00f3sseis continuar\u00a0operando normalmente, em detrimento da evolu\u00e7\u00e3o de alternativas renov\u00e1veis. Por\u00e9m, na Noruega, a tecnologia vem ganhando impulso \u2013 o\u00a0que n\u00e3o surpreende, dados os cont\u00ednuos planos do pa\u00eds de explorar suas enormes reservas de petr\u00f3leo.<\/p>\n

“O desafio do clima \u00e9 t\u00e3o grande que temos de usar todas as ferramentas \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o”, afirma\u00a0Trude Sundset, presidente da Gassnova, a companhia estatal norueguesa respons\u00e1vel pela busca de solu\u00e7\u00f5es de CCS para o futuro.<\/p><\/blockquote>\n

A\u00a0produ\u00e7\u00e3o de energias renov\u00e1veis cresce rapidamente, mas muitas ind\u00fastrias, como as de cimento e a\u00e7o, emitem vastas quantidades de di\u00f3xido de carbono em seus processos produtivos. \u00c9 a\u00ed que a tecnologia de captura e armazenamento de carbono aparece como a \u00fanica solu\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que a\u00a0outra alternativa seria\u00a0encerrar completamente a produ\u00e7\u00e3o, argumenta Sundset.<\/p>\n

“Podemos colocar quantos pain\u00e9is solares quisermos em todas as f\u00e1bricas de cimento que quisermos \u2013 ainda assim teremos emiss\u00f5es de CO2 muito altas nessa ind\u00fastria”, constata. “E a \u00fanica solu\u00e7\u00e3o que conhecemos hoje \u00e9 capturar o di\u00f3xido de carbono e armazen\u00e1-lo no subterr\u00e2neo”, explica.<\/p><\/blockquote>\n

Com apoio do governo noruegu\u00eas, a Gassnova agora est\u00e1 nos est\u00e1gios finais de um projeto piloto que poder\u00e1 concluir as primeiras unidades de captura completa de carbono numa f\u00e1brica de cimento, assim como a primeira unidade de incinera\u00e7\u00e3o de lixo. Cada unidade capturaria 400 mil toneladas anuais de CO2, o equivalente \u00e0s emiss\u00f5es de 171 mil autom\u00f3veis.<\/p>\n

“O pr\u00f3prio processo de fabricar cimento emite muito CO2, e a produ\u00e7\u00e3o total de cimento no mundo representa entre 5% e 7% do total anual de emiss\u00f5es de carbono”, calcula Per Brevik, diretor de sustentabilidade e combust\u00edveis alternativos na Heidelberg Cement Northern Europe, f\u00e1brica que faz parte do projeto piloto da Gassnova.<\/p>\n

A f\u00e1brica, que fica a duas horas de carro da capital norueguesa, Oslo, j\u00e1 testou v\u00e1rios m\u00e9todos de captura de g\u00e1s carb\u00f4nico e espera que uma solu\u00e7\u00e3o completa esteja funcionando at\u00e9 2024. “Tiraremos o CO2 do g\u00e1s da chamin\u00e9, o condicionaremos e armazenaremos no fundo do Mar do Norte”, detalha Brevik.<\/p>\n

A ideia de remover CO2 do ar para armazen\u00e1-lo em rochas porosas sob o leito marinho\u00a0n\u00e3o \u00e9 nova. A empresa estatal de energia da Noruega, Equinor, opera uma unidade de CCS numa de suas plataformas de g\u00e1s natural no Mar do Norte desde 1996, provando que a tecnologia funciona.<\/p>\n

Esse projeto espec\u00edfico faz sentido economicamente gra\u00e7as ao imposto de 52 euros por tonelada de CO2 emitida em instala\u00e7\u00f5es de petr\u00f3leo e g\u00e1s\u00a0offshore<\/em>. A Equinor teria pagar\u00a0105 mil euros por dia para poder liberar\u00a0o g\u00e1s carb\u00f4nico na atmosfera, o que faz\u00a0da tecnologia CCS uma alternativa mais barata.<\/p>\n

“O problema \u00e9 que n\u00e3o existe um modelo de neg\u00f3cios para isso em terra firme”, diz Sverre Overa, diretor de projetos na Equinor. O imposto europeu atual de CO2 \u00e9 de menos de 20 euros por tonelada, apesar de haver previs\u00f5es de que o valor dever\u00e1 aumentar em 2019.<\/p>\n

Talvez de forma um pouco paradoxal, a experi\u00eancia da Noruega com a explora\u00e7\u00e3o offshore de petr\u00f3leo e g\u00e1s poder\u00e1 trazer benef\u00edcios para o meio ambiente. A Gassnova est\u00e1 usando esse conhecimento tecnol\u00f3gico para preparar uma infraestrutura de armazenamento de CO2 que poderia ser implementada em toda a Europa.<\/p>\n

O di\u00f3xido de carbono capturado ser\u00e1 liquefeito e transportado por navio para uma unidade na costa oeste da Noruega. De l\u00e1, poder\u00e1 ser canalizado para o Mar do Norte e bombeado cerca de 3 mil metros abaixo, para dentro de forma\u00e7\u00f5es rochosas porosas.<\/p>\n

“Se conseguirmos estabelecer nossa pr\u00f3pria infraestrutura, ind\u00fastrias no Reino Unido, na Alemanha e em outros lugares ver\u00e3o que, se capturarem as suas emiss\u00f5es, poder\u00e3o realmente envi\u00e1-las para algum lugar e algu\u00e9m garantir\u00e1 que o CO2 est\u00e1 armazenado de forma segura”, diz Sundset, da Gassnova.<\/p><\/blockquote>\n

Insiders<\/em>\u00a0da ind\u00fastria afirmam que j\u00e1 existe interesse no modelo de CCS noruegu\u00eas em outras empresas por toda a Europa. “A Noruega \u00e9, certamente, uma das pioneiras do CCS na Europa, e realmente mostrou que CCS pode ser usado como tecnologia que ajuda a reduzir emiss\u00f5es de CO2 em escala industrial”, pondera Luke Warren, da Zero Emission Platform (Plataforma Zero Emiss\u00f5es, em tradu\u00e7\u00e3o livre), uma organiza\u00e7\u00e3o que defende os interesses da ind\u00fastria de CCS e de grupos de pesquisa sobre o assunto e que tamb\u00e9m aconselha a Comiss\u00e3o Europeia sobre a tecnologia.<\/p>\n

Governos anteriores na Noruega arquivaram projetos de CCS em larga escala, mas o governo atual forneceu os fundos necess\u00e1rios para os projetos piloto at\u00e9 agora. Em sua \u00faltima proposta de or\u00e7amento, em outubro, o governo separou mais 71 milh\u00f5es de euros para duas unidades completas de captura de CO2 e para a infraestrutura de\u00a0armazenamento de di\u00f3xido de carbono sob o fundo do Mar do Norte at\u00e9 2021.<\/p>\n

O custo total foi estimado em 1,6 bilh\u00e3o\u00a0de euros. As empresas de energia Equinor, Shell e Total j\u00e1 est\u00e3o envolvidas no desenvolvimento do projeto de CCS da Noruega, arcando com parte dos custos, em conjunto com o Estado noruegu\u00eas. Mas ainda \u00e9 preciso esperar para ver quem pagar\u00e1 a maior parte da conta.<\/p>\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Captura e armazenamento de g\u00e1s carb\u00f4nico, ou CCS, \u00e9 criticada por ser cara e vista como mera desculpa para continuar explora\u00e7\u00e3o de combust\u00edveis f\u00f3sseis. Mas h\u00e1 quem aposte na tecnologia. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":147759,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[1309,1315,276,1060],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/147757"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=147757"}],"version-history":[{"count":3,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/147757\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":147761,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/147757\/revisions\/147761"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/147759"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=147757"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=147757"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=147757"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}