{"id":147776,"date":"2018-10-22T01:27:10","date_gmt":"2018-10-22T03:27:10","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=147776"},"modified":"2018-10-21T21:58:21","modified_gmt":"2018-10-21T23:58:21","slug":"a-caminhada-que-esta-reescrevendo-a-historia-do-egito","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/10\/22\/147776-a-caminhada-que-esta-reescrevendo-a-historia-do-egito.html","title":{"rendered":"A caminhada que est\u00e1 reescrevendo a hist\u00f3ria do Egito"},"content":{"rendered":"
\"Montanha
O Monte Sinai \u00e9 o \u00edcone da trilha do Egito<\/figcaption><\/figure>\n

N\u00e3o havia sinaliza\u00e7\u00e3o no deserto, mas Faraj Mahmoud sabia o caminho. Guia veterano da montanha, origin\u00e1rio da tribo Jebeleya, ele me acompanhava – em um saltitante 4×4 – pelo Deserto Azul, ao sul do Sinai, no\u00a0Egito. Fomos chacoalhando pela plan\u00edcie que ganhou esse nome por conta de suas rochas da cor do c\u00e9u, agora desbotadas, pintadas pelo artista belga Jean Verame, em 1980, para marcar o tratado de paz firmado no ano anterior entre Egito e Israel.<\/p>\n

Eu faria parte de um grupo que havia se formado oito dias antes na costa de Nuweiba e cruzado as terras de Tarabin e Muzeina, duas tribos bedu\u00ednas fundadoras da Trilha do Sinai – a primeira caminhada de longa dist\u00e2ncia do Egito. Eu come\u00e7aria por um trecho de 50 quil\u00f4metros, guiado por Jebeleya, at\u00e9 o cl\u00edmax do “Telhado do Egito”, que abrange os picos mais emblem\u00e1ticos da Pen\u00ednsula do Sinai e o Mosteiro de Santa Catarina, patrim\u00f4nio da Unesco.<\/p>\n

Depois de uma espera felizmente curta sob o ardente sol do fim da manh\u00e3, as silhuetas difusas dos andarilhos surgiram como uma miragem no horizonte.<\/p>\n

A trilha do Sinai foi apontada como uma das novas melhores caminhadas do mundo pela revista Wanderlust e premiada em 2016 como a melhor nova iniciativa tur\u00edstica pela organiza\u00e7\u00e3o brit\u00e2nica British Guild of Travel Writers. Embora existam percursos mais longos e dif\u00edceis, nenhum \u00e9 t\u00e3o rico em hist\u00f3ria – nem surgiu de la\u00e7os t\u00e3o improv\u00e1veis.<\/p>\n

Por muito tempo, as tribos bedu\u00ednas acompanharam peregrinos de todos os cantos pelo Sinai, desde mu\u00e7ulmanos rumo \u00e0 Meca a crist\u00e3os para Jerusal\u00e9m. Cada guia percorria um trecho e entregava os visitantes \u00e0 tribo da fronteira seguinte. “Da\u00ed vieram os carros e avi\u00f5es, e as pessoas esqueceram esse caminho”, lamentou Mahmoud.<\/p>\n

Como n\u00e3o puderam continuar trabalhando como guias, muitos bedu\u00ednos buscaram emprego na cidade. A Trilha do Sinai, uma fus\u00e3o de rotas antigas de peregrina\u00e7\u00e3o, com\u00e9rcio e contrabando, combate essa migra\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\"Homens
Membros de tribos bedu\u00ednas por muito tempo acompanharam peregrinos pelo Sinai<\/figcaption><\/figure>\n

O pico de granito do Monte Sinai \u00e9 o marco mais ic\u00f4nico da trilha, pois foi onde Mois\u00e9s recebeu os Dez Mandamentos, segundo o Livro do \u00caxodo, do Antigo Testamento. Foi tamb\u00e9m onde, muito tempo depois, Ben Hoffler encontrou Mahmoud. O primeiro era um jovem e determinado ge\u00f3grafo brit\u00e2nico ansioso por desbravar a regi\u00e3o; o segundo, um um montanhista mal-humorado d\u00e9cadas mais velho, assistente de document\u00e1rio da BBC, que conhecia o Sinai como ningu\u00e9m.<\/p>\n

Sem perceber, a improv\u00e1vel dupla abriria caminho para a cria\u00e7\u00e3o da Trilha do Sinai.<\/p>\n

A hist\u00f3ria do encontro de 2008 \u00e9 contada pelos dois como imagens sobrepostas. “Num dia, estou no topo do Monte de Mois\u00e9s (como tamb\u00e9m \u00e9 conhecido o Monte Sinai) esperando o sol nascer”, come\u00e7a Mahmoud. “Percebo um homem tirando v\u00e1rias fotos e sinto que ele tem algo, como algo perdido. E sinto que posso ajud\u00e1-lo”.<\/p>\n

Mudan\u00e7a de rumo<\/h2>\n

N\u00e3o era algo perdido, e sim achado. P\u00f3s-graduado pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, Hoffler trabalhara por um ano no Cairo e, mas decidira mudar de rumo, n\u00e3o atra\u00eddo pelo caminho de comprar uma casa e formar uma fam\u00edlia. Da\u00ed entra a epifania do Monte Sinai.<\/p>\n

“Assim que eu via o sol nascendo, algo despertava em mim”, contou Hoffler. “Precisava voltar e escalar uma montanha diferente. E toda vez que chegava a um novo cume, via outras tr\u00eas montanhas que queria escalar”.<\/p>\n

Naquele dia, o guia de Hoffler parecia n\u00e3o querer fazer muito esfor\u00e7o, por isso Mahmoud respondeu a v\u00e1rias perguntas do ingl\u00eas sobre a paisagem ao seu redor. Trocaram telefones e passaram a se encontrar para caminhar quando Hoffler vinha do Cairo. Depois Hoffler se mudou para Santa Catarina, cidade eg\u00edpcia que se formou no entorno do mosteiro de mesmo nome, o que cimentou a amizade entre os dois.<\/p>\n

\"vista
A Trilha do Sinai, fundada pelas tribos bedu\u00ednas da regi\u00e3o, foi intitulada como uma das melhores do mundo<\/figcaption><\/figure>\n

O que era apenas um interesse em montanhas se transformou em fasc\u00ednio pelos caminhos n\u00f4mades dos bedu\u00ednos, e Hoffler passou uma d\u00e9cada percorrendo 10 mil quil\u00f4metros pela pen\u00ednsula (o que resultou no livro-guia da regi\u00e3o\u00a0Sinai – The Trekking Guide<\/i>). Mahmoud fez boa parte do percurso em sua companhia ou indicou conhecidos para orient\u00e1-lo. “N\u00e3o sei bem por que Faraj me ajudou”, confessa Hoffler, com vergonha de perguntar. “Talvez ele tenha achado que \u00e9ramos parecidos de alguma forma”.<\/p>\n

Ap\u00f3s a Primavera \u00c1rabe, iniciada em 2011, o turismo do Sinai entrou em colapso, o que preocupou a dupla. Mahmoud sentiu que os guias bedu\u00ednos deveriam se unir para sobreviver. E Hoffler lembrou do sucesso de trilhas de longa dist\u00e2ncia, como a Trilha da Jord\u00e2nia, uma rota de 650 quil\u00f4metros pela na\u00e7\u00e3o \u00e1rabe. Eles ent\u00e3o decidiram reunir esfor\u00e7os em um \u00fanico percurso, agregando as comunidades em seu entorno.<\/p>\n

Mahmoud, um respeitado l\u00edder Jebeleya na pen\u00ednsula, abordou as duas tribos pr\u00f3ximas \u00e0 Trilha do Sinai e selecionou representantes para fazer as coisas andarem. “Ele \u00e9 o her\u00f3i desconhecido da Trilha do Sinai”, disse Hoffler, que \u00e9 cofundador (mas n\u00e3o recebe o cr\u00e9dito) do site da Trilha do Sinai. Mahmoud tem o cr\u00e9dito, mas \u00e9 reticente sobre seu papel.<\/p>\n

Eu tive que pression\u00e1-los a contar a hist\u00f3ria da funda\u00e7\u00e3o da trilha, pois ela n\u00e3o aparece em lugar algum.<\/p>\n

\"Monte
O Monte Sinai, onde Mois\u00e9s teria recebido os Dez Mandamentos, \u00e9 o marco mais ic\u00f4nico da Trilha do Sinai<\/figcaption><\/figure>\n

A trilha foi inaugurada em 2015, semanas antes de terroristas abaterem um avi\u00e3o russo sobre o Sinai, o que acabou aumentando os problemas j\u00e1 existentes ali (a regi\u00e3o ainda figura na lista vermelha da maioria dos governos). Mas os pr\u00eamios trouxeram esperan\u00e7a – impulsionada pelos aventureiros do Cairo, que com suas fotos de viagem abriram uma trilha virtual que acabou gerando um tr\u00e1fego real de andarilhos.<\/p>\n

Juntar-me aos 16 excursionistas, que em comum s\u00f3 tinham bolhas nos p\u00e9s, era desorientador para mim. Mas logo fui absorvido pela paisagem rochosa implac\u00e1vel que come\u00e7ava a tamb\u00e9m se chocar com meus sapatos. A primeira noite, a 1.670 metros, nos reunimos ao redor de uma fogueira em um vale varrido pelo vento e coberto de estrelas.<\/p>\n

A rotina rapidamente foi estabelecida para os tr\u00eas dias seguintes: acordar ao nascer do sol, caminhar por quatro horas ou mais, encolher-se sob as escassas sombras para o almo\u00e7o – com\u00edamos wraps de queijo feta e salada, enquanto gotas de azeite e suco pingavam sobre as pedras escaldantes – e, em seguida, tirar um cochilo.<\/p>\n

Hist\u00f3rias e fogueira<\/h2>\n

Ap\u00f3s v\u00e1rias horas extenuantes de caminhada, n\u00f3s nos aproxim\u00e1vamos dos camelos que carregavam nosso material de acampamento, jant\u00e1vamos e ouv\u00edamos hist\u00f3rias ao redor da fogueira contadas pelo carism\u00e1tico guia da tribo Jebeleya, Nasser Mansour. Fech\u00e1vamos nossas tendas quando ainda eram 20h.<\/p>\n

H\u00e1 20 anos que Mansour tem mostrado a visitantes o quintal da Jebeleya (seus antepassados chegaram na regi\u00e3o no s\u00e9culo 6\u00ba para proteger o mosteiro). Ao tirar a responsabilidade log\u00edstica de suas m\u00e3os, seu trabalho na trilha ficou bem mais f\u00e1cil. “Queria que isso tivesse sido feito h\u00e1 dez anos”, disse.<\/p>\n

Com a cultura bedu\u00edna se perdendo, os contos noturnos de Mansour, transmitidos por seus antepassados, pareciam testemunhos. “As pessoas precisam conhecer nossa hist\u00f3ria”, disse Mansour. “Apenas ver n\u00e3o \u00e9 suficiente; voc\u00ea tem de ouvir”.<\/p>\n

Embora pudesse identificar outras tribos \u00e0 dist\u00e2ncia, eles pouco se comunicavam antes da Trilha do Sinai. Agora, correm como um time de revezamento. “Quando trabalhamos juntos, somos mais fortes”, comentou.<\/p>\n

\"Homem
Nasser Mansour: ‘Quando trabalhamos juntos, somos mais fortes’<\/figcaption><\/figure>\n

Yalla bina<\/i>“, Mansour chegou gritando enfadonhamente pela manh\u00e3. “Vamos”.<\/p>\n

Num almo\u00e7o, acampamos pr\u00f3ximo \u00e0 Bacia de Elias e nos banhamos em um dos poucos po\u00e7os da \u00e1rea usando uma lata de azeite de Creta (Gr\u00e9cia). Naquela noite, acima de nossas tendas, minha tocha iluminou um par de olhos. Congelei de horror, mas foi o camelo que me encarou sem entusiasmo com seus longos c\u00edlios: a cena n\u00e3o era novidade para ele.<\/p>\n

Mas ningu\u00e9m desdenhou, horas antes, quando tr\u00eas cabras selvagens apareceram no meio trajeto dos 750 torturantes “Passos do Arrependimento”, no final do Monte Sinai, inaugurados por um monge pecador do s\u00e9culo 6\u00ba. And\u00e1vamos na ponta dos p\u00e9s at\u00e9 que elas fugiram, e logo fomos consolados pelo cume, que formava sobre n\u00f3s uma sombra em forma de Toblerone.<\/p>\n

Caminhando rumo ao Monte Santa Catarina, pegamos uma antiga rota deixada pelos bizantinos – os primeiros patronos do mosteiro – que queriam pagar suas d\u00edvidas \u00e0 santa. A constru\u00e7\u00e3o supostamente abriga a Sar\u00e7a Ardente – o arbusto em chamas de onde Deus se revelou a Mois\u00e9s.<\/p>\n

“As pessoas dizem que n\u00e3o h\u00e1 mais lugares como este no mundo”, orgulha-se Mansour. Novamente caminhando pelas ardentes encostas atr\u00e1s dos camelos, chegamos e nos empilhamos em um estreito cume, o mais alto de todo o Egito.<\/p>\n

\"Mosteiro
O Mosteiro de Santa Catarina, patrim\u00f4nio da Unesco, seria a sede da Sar\u00e7a Ardente, de onde Deus se revelou para Mois\u00e9s<\/figcaption><\/figure>\n

Uma cabana de tijolos vazia com um telhado de metal semiaberto para as estrelas abrigou nosso \u00faltimo jantar: sopa de lentilhas quente, massa com vegetais e um queijo inesquec\u00edvel. Depois de uma hist\u00f3ria da santa sobre cuja montanha nos sentamos (monges encontraram seu corpo ap\u00f3s um sonho), uma pessoa do grupo perguntou a Mansour se ele tinha um sonho. “Sim”, respondeu, sem elaborar. E finalmente: “De continuar a viver nas montanhas, da mesma forma que hoje”.<\/p>\n

E parece que seu sonho se tornar\u00e1 realidade. Tr\u00eas semanas depois, no in\u00edcio de maio, a Trilha do Sinai foi expandida de 220 para 550 quil\u00f4metros, com outras cinco tribos bedu\u00ednas se unindo \u00e0 cooperativa. Os fundadores quiseram ampliar os benef\u00edcios do projeto e fazer justi\u00e7a aos lend\u00e1rios pontos tur\u00edsticos do Sinai. Ao reviver a chamada Alian\u00e7a Towarah, uma milenar uni\u00e3o de oito tribos ao sul do Sinai, a trilha abriu uma rota de viagem que n\u00e3o era percorrida h\u00e1 mais de um s\u00e9culo, segundo Hoffler. E refor\u00e7ou a heran\u00e7a bedu\u00edna, mudando a perspectiva negativa que o visitante tinha da regi\u00e3o.<\/p>\n

Nossa caminhada seria a \u00faltima na trilha original; agora, \u00e9 poss\u00edvel cruzar em 42 dias toda a Pen\u00ednsula do Sinai, do Golfo de Aqaba a Suez. O primeiro grupo organizado para percorrer a nova rota – que \u00e9 a op\u00e7\u00e3o mais vi\u00e1vel para quem viaja sozinho – est\u00e1 programado para a pr\u00f3xima sexta-feira (26\/10). O programa ter\u00e1 dura\u00e7\u00e3o de 24 dias, com a op\u00e7\u00e3o de come\u00e7ar na metade da rota. J\u00e1 a caminhada da trilha completa est\u00e1 prevista para 2019.<\/p>\n

“As pessoas parecem diferentes quando chegam do deserto”, Hoffler tinha me dito atentamente, e aquela rom\u00e2ntica proposi\u00e7\u00e3o se instalou na minha cabe\u00e7a. Agora, como um eco, ou\u00e7o Mahmoud: “Para algumas pessoas, o Sinai \u00e9 como rem\u00e9dio, pode resolver seus problemas”, afirmou. “Quarenta e dois dias no deserto n\u00e3o s\u00e3o f\u00e1ceis (\u00e9 mais tempo do que Mois\u00e9s passou em sua jornada), mas algumas pessoas precisam disso, eu acho”.<\/p>\n

Para mim, quatro dias n\u00e3o foi suficiente. Eu voltaria e, na pr\u00f3xima vez, faria a trilha longa.<\/p>\n

As op\u00e7\u00f5es de percursos<\/h2>\n

Fora de grupos de caminhada organizados, indiv\u00edduos podem caminhar qualquer trecho dos 550km, de um a 42 dias, em qualquer per\u00edodo. Um guia \u00e9 obrigat\u00f3rio. Estas tr\u00eas caminhadas s\u00e3o as que guardam paisagens mais belas da trilha:<\/p>\n

-Jebel Serbal (3-4 dias; 25km)<\/strong><\/p>\n

Com cumes imponentes e depress\u00f5es profundas, Jebel Serbal tem a reputa\u00e7\u00e3o de ser a montanha mais bonita do Sinai – e, h\u00e1 muito tempo, foi considerado o verdadeiro Monte Sinai descrito na B\u00edblia.<\/p>\n

-Serabit el-Khadem e El Ramla (4-5 dias; 65km)<\/strong><\/p>\n

Uma trilha acidentada de uma antiga \u00e1rea de minera\u00e7\u00e3o de turquesas – que abriga o \u00fanico templo fara\u00f4nico remanescente do sul do Sinai – ao maior deserto de areia da regi\u00e3o.<\/p>\n

-Jebel el-Gunna e Jebel Hazeem (4-5 dias; 75km)<\/strong><\/p>\n

Estes dois planaltos altos e varridos pelo vento s\u00e3o ideais para observa\u00e7\u00e3o de estrelas e fazem parte de uma terra remota onde, como diz no \u00caxodo, Mois\u00e9s e seu povo se perderam por 40 anos.<\/p>\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

N\u00e3o havia sinaliza\u00e7\u00e3o no deserto, mas Faraj Mahmoud sabia o caminho. Guia veterano da montanha, origin\u00e1rio da tribo Jebeleya, ele me acompanhava – em um saltitante 4×4 – pelo Deserto Azul, ao sul do Sinai, no Egito. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":147779,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[870,3590,461],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/147776"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=147776"}],"version-history":[{"count":3,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/147776\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":147778,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/147776\/revisions\/147778"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/147779"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=147776"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=147776"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=147776"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}