{"id":148120,"date":"2018-10-31T02:45:38","date_gmt":"2018-10-31T04:45:38","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=148120"},"modified":"2018-10-30T23:31:50","modified_gmt":"2018-10-31T01:31:50","slug":"desmatamento-amazonia-perdeu-20-e-cerrado-50-desde-1970-aponta-relatorio-do-wwf","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/10\/31\/148120-desmatamento-amazonia-perdeu-20-e-cerrado-50-desde-1970-aponta-relatorio-do-wwf.html","title":{"rendered":"Desmatamento: Amazonia perdeu 20% e Cerrado, 50%, desde 1970, aponta relat\u00f3rio do WWF"},"content":{"rendered":"
\"Desmatamento
Desmatamento da Amaz\u00f4nia, em foto de 2007; floresta brasileira perdeu 20% de sua \u00e1rea desde 1970<\/figcaption><\/figure>\n

O Fundo Mundial para a Natureza (WWF, da sigla em ingl\u00eas), ONG de defesa do\u00a0meio ambiente, acaba de divulgar a vers\u00e3o 2018 do seu relat\u00f3rio Planeta Vivo. E as conclus\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o nada boas, principalmente para o Brasil.<\/p>\n

A an\u00e1lise, feita por 50 pesquisadores em todo o mundo com base em pesquisas de 19 organiza\u00e7\u00f5es, apontou para um desmatamento intenso, que reduziu, de 1970 para c\u00e1, 20% da Floresta Amaz\u00f4nica e 50% do Cerrado, biomas bastante representativos do pa\u00eds.<\/p>\n

A redu\u00e7\u00e3o das \u00e1reas verdes acaba trazendo uma implica\u00e7\u00e3o direta na vida de esp\u00e9cies, aumentando ainda mais a lista daquelas que est\u00e3o amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

O relat\u00f3rio atual, que traz um cen\u00e1rio desolador, confirma uma curva de desgaste ambiental que vem se acentuando nos \u00faltimos anos.<\/p>\n

A WWF divulga o relat\u00f3rio a cada dois anos. Nesta edi\u00e7\u00e3o, o levantamento cita animais brasileiros entre os amea\u00e7ados em fun\u00e7\u00e3o dessa perda de ambiente natural. Na lista est\u00e3o a jandaia-amarela (Aratinga solstitialis<\/i>), o tatu-bola (Tolipeutes tricinctus<\/i>), o uacari (Cacajao hosomi<\/i>), o boto (Inia geoffrensis<\/i>) e o muriqui-do sul (Brachyteles aracnoides<\/i>).<\/p>\n

No caso dos botos, a explora\u00e7\u00e3o \u00e9 tida como involunt\u00e1ria: os animais acabam sendo presos em redes de pesca, mesmo n\u00e3o sendo alvo de pesca predat\u00f3ria.<\/p>\n

De acordo com a WWF, que monitora, desde 1970, 16.704 popula\u00e7\u00f5es animais, decl\u00ednio de popula\u00e7\u00f5es de vertebrados no per\u00edodo em todo o mundo \u00e9 de 60% – mam\u00edferos, peixes, aves, r\u00e9pteis e anf\u00edbios. De l\u00e1 para c\u00e1, houve um decl\u00ednio de 83% das popula\u00e7\u00f5es de \u00e1gua doce. No caso dos mam\u00edferos, a redu\u00e7\u00e3o total foi de 22%.<\/p>\n

Para efeitos comparativos, entre 1970 e 2010, esse decl\u00ednio foi de 52%. Ou seja: n\u00e3o estamos conseguindo conter o estrago, quanto menos recuper\u00e1-lo. Um dos exemplos mais cr\u00edticos trazidos pelo relat\u00f3rio \u00e9 a popula\u00e7\u00e3o de elefantes na Tanz\u00e2nia, que reduziu em 86% desde os anos 1970.<\/p>\n

Para se recuperar sozinha do estrago causado pela humanidade, a natureza precisaria de 6 milh\u00f5es de anos, diz o documento.<\/p>\n

Nos tr\u00f3picos, principalmente nas Am\u00e9ricas Central e do Sul, a deteriora\u00e7\u00e3o do ecossistema \u00e9 ainda mais grave – com redu\u00e7\u00e3o de 89% dessas popula\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

A regi\u00e3o entre os tr\u00f3picos \u00e9 onde est\u00e1 a maior parte da vida do planeta, justamente por conta da quest\u00e3o clim\u00e1tica. Ao mesmo tempo, \u00e9 nesta faixa onde est\u00e3o tamb\u00e9m as maiores \u00e1reas de uso de solo e dos recursos naturais – as \u00e1reas cultivadas para a produ\u00e7\u00e3o de alimentos.<\/p>\n

\"Desmatamento
Amaz\u00f4nia perdeu 50 mil km\u00b2 de terra nos \u00faltimos 7 anos<\/figcaption><\/figure>\n

O desmatamento para o uso intenso da terra tem afetado drasticamente os ecossistemas do planeta.<\/p>\n

Segundo a WWF, a taxa de extin\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies hoje – n\u00famero que indica o risco de desaparecimento das mesmas – \u00e9 de 100 a 1.000 vezes maior do que era antes de as atividades humanas come\u00e7arem a alterar a biologia e a qu\u00edmica do planeta.<\/p>\n

Isso significa que a Terra vive seu sexto processo de extin\u00e7\u00e3o em massa nos \u00faltimos 500 milh\u00f5es de anos. Desta vez, o culpado \u00e9 uma esp\u00e9cie que habita o planeta – n\u00f3s, os humanos.<\/p>\n

“Preservar a natureza n\u00e3o \u00e9 apenas proteger os tigres, pandas, baleias e animais que apreciamos. \u00c9 muito mais: n\u00e3o pode haver um futuro saud\u00e1vel e pr\u00f3spero para os homens em um planeta com o clima desestabilizado, os oceanos sujos, os solos degradados e as matas vazias, um planeta despojado de sua biodiversidade”, declarou o diretor-geral da WWF, Marco Lambertini.<\/p>\n

Ambientes brasileiros<\/h2>\n

Em junho, dados divulgados pelo Minist\u00e9rio do Meio Ambiente indicavam que a devasta\u00e7\u00e3o do Cerrado, a savana brasileira, era 60% a mais do que a perda na Amaz\u00f4nia nos \u00faltimos sete anos.<\/p>\n

No total, foram 80 mil km\u00b2 de terras devastadas, contra 50 mil km\u00b2 da Amaz\u00f4nia.<\/p>\n

A regi\u00e3o do Cerrado \u00e9 onde mais se expande o agroneg\u00f3cio brasileiro. Em coletiva de imprensa realizada em junho, o pesquisador Claudio Almeida, respons\u00e1vel por divulgar os dados, ressaltou que na parte mais ao norte do bioma, em especial nos estados do Maranh\u00e3o, Tocantins, Piau\u00ed e Bahia, foi observada a maior incid\u00eancia do desmatamento nos \u00faltimos anos – os Estados respondem por 62% do total perdido.<\/p>\n

E \u00e9 justamente essa regi\u00e3o apontada como a nova fronteira do agroneg\u00f3cio brasileiro – dedicada sobretudo \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de soja, \u00f3leo de palma e cria\u00e7\u00e3o de gado.<\/p>\n

Os n\u00fameros s\u00e3o do monitoramento chamado Prodes do Cerrado, feito por sat\u00e9lite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Quando os dados foram divulgados, o Instituto de Pesquisas Ambientais da Amaz\u00f4nia divulgou nota afirmando que a “savana consolida-se como o bioma mais amea\u00e7ado do Brasil atualmente”.<\/p>\n

O desmatamento ocorrido no Brasil tem afetado, de acordo com o WWF, n\u00e3o s\u00f3 a vida dos animais. Mas tamb\u00e9m a oferta de \u00e1gua doce – o que ajuda a explicar as recorrentes crises h\u00eddricas que t\u00eam ocorrido, como a que deixou em risco o abastecimento da regi\u00e3o Sudeste nos \u00faltimos anos.<\/p>\n

\"Macaco
Decl\u00ednio de vertebrados – mam\u00edferos, peixes, aves, r\u00e9pteis e anf\u00edbios – \u00e9 uma das preocupa\u00e7\u00f5es levantadas pelo relat\u00f3rio<\/figcaption><\/figure>\n

Isto porque as regi\u00f5es mais afetadas, onde est\u00e3o Cerrado e Amaz\u00f4nia, s\u00e3o justamente as que abrigam os principais mananciais da malha hidrogr\u00e1fica brasileira.<\/p>\n

De acordo com as metas da conven\u00e7\u00e3o da Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a biodiversidade, pelo menos 17% dos ecossistemas de cada pa\u00eds precisariam estar em \u00e1reas protegidas para a conserva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

O Brasil, pa\u00eds que tem a maior biodiversidade do planeta, est\u00e1 distante desse n\u00famero. Apenas 8% do cerrado est\u00e1 protegido. No Pantanal, apenas 2% das \u00e1reas est\u00e3o protegidas.<\/p>\n

Planeta<\/h2>\n

O relat\u00f3rio mostra que tr\u00eas quartos do planeta j\u00e1 foi impactado pela a\u00e7\u00e3o humana. H\u00e1 uma proje\u00e7\u00e3o que, em 2050, apenas 10% da Terra esteja livre da interfer\u00eancia humana.<\/p>\n

O WWF aponta que os seres humanos j\u00e1 ultrapassaram os limites de seguran\u00e7a quanto \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e n\u00edveis de interfer\u00eancia no sistema terrestre. Integridade da biosfera e fluxos biogeoqu\u00edmicos de f\u00f3sforo e nitrog\u00eanio tamb\u00e9m j\u00e1 sofreram interfer\u00eancias humanas tidas como irrevers\u00edveis – sobretudo por conta do uso de fertilizantes na agricultura e do manejo da pecu\u00e1ria intensiva.<\/p>\n

Segundo o texto, isto representa um decl\u00ednio acentuado da “sa\u00fade da planet\u00e1ria”, da “natureza” e da “biodiversidade”. “Prejudicando a sa\u00fade o bem-estar das pessoas, esp\u00e9cies, sociedades e economias em todos os lugares”, ressalta.<\/p>\n

\"Amaz\u00c3\u00b4nia\"
WWF aponta que os seres humanos j\u00e1 ultrapassaram os limites de seguran\u00e7a quanto \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e n\u00edveis de interfer\u00eancia no sistema terrestre<\/figcaption><\/figure>\n
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A organiza\u00e7\u00e3o emitiu um alerta vermelho para a degrada\u00e7\u00e3o do solo e ressaltou que est\u00e1 perto de fazer o mesmo em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 acidifica\u00e7\u00e3o das reservas de \u00e1gua doce e dos oceanos.<\/p>\n

Uma poss\u00edvel solu\u00e7\u00e3o apontada para tentar reduzir esses estragos seria o emprego mais eficiente de tecnologias j\u00e1 dispon\u00edveis para a produ\u00e7\u00e3o de alimentos. Embora tenha havido avan\u00e7os por conta dos equipamentos e t\u00e9cnicas mais modernas, a WWF acredita que as melhorias cresceram de forma menor do que o potencial de dano.<\/p>\n

A pegada ecol\u00f3gica do homem, conclui o relat\u00f3rio, est\u00e1 hoje tr\u00eas vezes mais degradante do que era em 1970.<\/p>\n

Um exemplo est\u00e1 no desperd\u00edcio. Atualmente, cerca de 40% do que \u00e9 produzido acaba sendo descartado por conta de falhas no processo de produ\u00e7\u00e3o, transporte e mesmo dentro das resid\u00eancias.<\/p>\n

O relat\u00f3rio frisa que \u00e9 preciso “elevar o n\u00edvel de alerta” para provocar um amplo e consciente movimento, chamando a aten\u00e7\u00e3o “suficiente dos l\u00edderes mundiais”.<\/p>\n

Segundo a ONG, \u00e9 preciso uma a\u00e7\u00e3o consistente antes de 2020, porque, ao contr\u00e1rio, “uma porta sem precedentes se fechar\u00e1 rapidamente”.<\/p>\n

“Somos a primeira gera\u00e7\u00e3o que tem uma vis\u00e3o clara do valor da natureza e do nosso impacto nela. Poderemos tamb\u00e9m ser a \u00faltima capaz de inverter esta tend\u00eancia”, adverte o relat\u00f3rio.<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n

Fonte: BBC<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O Fundo Mundial para a Natureza (WWF, da sigla em ingl\u00eas), ONG de defesa do meio ambiente, acaba de divulgar a vers\u00e3o 2018 do seu relat\u00f3rio Planeta Vivo. E as conclus\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o nada boas, principalmente para o Brasil. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":148122,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[276,46,461],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/148120"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=148120"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/148120\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":148123,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/148120\/revisions\/148123"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/148122"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=148120"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=148120"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=148120"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}