{"id":148131,"date":"2018-10-31T11:43:37","date_gmt":"2018-10-31T13:43:37","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=148131"},"modified":"2018-10-30T23:44:00","modified_gmt":"2018-10-31T01:44:00","slug":"olhando-para-o-coracao-do-sol","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/10\/31\/148131-olhando-para-o-coracao-do-sol.html","title":{"rendered":"Olhando para o cora\u00e7\u00e3o do sol"},"content":{"rendered":"

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O interior do nosso sol ainda \u00e9 um mist\u00e9rio para a ci\u00eancia. Protegido pelas camadas externas da estrela, o n\u00facleo nunca foi completamente compreendido. Ele est\u00e1 constantemente colidindo seus \u00e1tomos dentro de si mesmo para produzir a luz ardente e brilhante que emana de l\u00e1.<\/p>\n

Estudo descobre que o sol muda de forma a cada 11 anos<\/p>\n

Uma forma de tentar entender o que acontece dentro do sol \u00e9 coletando neutrinos, part\u00edculas min\u00fasculas que quase n\u00e3o interagem com outras formas de mat\u00e9ria. Por causa dessa caracter\u00edstica, os neutrinos podem trafegar diretamente para fora do centro do sol. Um novo estudo, baseado neste princ\u00edpio, mostra que os pesquisadores produziram uma das imagens mais detalhadas j\u00e1 feitas do misterioso interior do sol.<\/p>\n

Os pesquisadores criaram a imagem usando o enorme detector de neutrinos no centro do experimento internacional Borexino, que fica dentro de uma cadeia montanhosa na It\u00e1lia para ajudar a proteg\u00ea-lo da radia\u00e7\u00e3o interferente. A cada segundo, 420 bilh\u00f5es de neutrinos do sol atingem qualquer \u00e1rea de tamanho de um selo postal da superf\u00edcie da Terra. No entanto, a maioria desses neutrinos passa pelo planeta como raios de luz atrav\u00e9s de uma janela.<\/p>\n

Mesmo que normalmente n\u00e3o interajam com a mat\u00e9ria, \u00e0s vezes os neutrinos interagem. O Borexino aproveita o fato de que, de vez em quando, um neutrino tem alguma chance de interagir com um el\u00e9tron. O detector do projeto consiste em 100 toneladas de uma subst\u00e2ncia ultrapura que produz um pequeno clar\u00e3o de luz se um neutrino atingir um dos el\u00e9trons do instrumento. Ao redor do detector est\u00e3o 2.000 c\u00e2meras supersens\u00edveis que podem registrar a intensidade dos flashes de luz, revelando quanta energia o neutrino carregava quando colidia com o el\u00e9tron.<\/p>\n

Enquanto a maioria dos experimentos pr\u00e9vios com neutrinos solares detectava apenas neutrinos de alta energia, o Borexino pode detectar neutrinos com uma vasta gama de energias, fornecendo um melhor exame das rea\u00e7\u00f5es nucleares no interior do sol. O experimento coletou dados por 10 anos para fornecer a nova imagem altamente precisa de neutrinos emergindo do sol.<\/p>\n

\u201cEstamos basicamente olhando para o cora\u00e7\u00e3o do sol\u201d, celebra Andrea Pocar, f\u00edsico da Universidade de Massachusetts Amherst e co-autor do estudo, em entrevista ao site Live Science.<\/p>\n

Uma foto da floresta toda<\/h2>\n

Pocar diz que os resultados fornecer\u00e3o dados valiosos para os cientistas que fazem modelos do sol. A imagem pode, por exemplo, ajudar a determinar as quantidades precisas de elementos relativamente pesados, como carbono, nitrog\u00eanio e oxig\u00eanio, no centro do Sol.<\/p>\n

\u201cA novidade (dessa pesquisa) \u00e9 incremental, n\u00e3o \u00e9 um salto, mas \u00e9 a coroa\u00e7\u00e3o de mais de 10 anos de coleta de dados com o experimento para mostrar todo o espectro de energia do Sol. Nossos resultados reduzem a incerteza, o que talvez n\u00e3o seja chamativo, mas \u00e9 um tipo de avan\u00e7o que muitas vezes n\u00e3o \u00e9 reconhecido o suficiente na ci\u00eancia. O valor \u00e9 que as medi\u00e7\u00f5es se tornam mais precisas porque, com mais dados e gra\u00e7as ao trabalho de jovens f\u00edsicos dedicados, temos uma melhor compreens\u00e3o do aparato experimental\u201d, aponta o pesquisador em mat\u00e9ria publicada no\u00a0site Eurekalert.<\/p>\n

A vista do sol a partir de cada um dos planetas do nosso sistema solar<\/p>\n

Em pesquisas anteriores sobre as part\u00edculas do sol que chegam at\u00e9 n\u00f3s, os pesquisadores haviam tentado estudar os tipos de part\u00edculas de maneira individual. \u201cEra como tentar caracterizar uma floresta tirando uma foto de cada tipo individual de \u00e1rvores\u201d, observa Pocar. \u201cM\u00faltiplas fotos d\u00e3o uma id\u00e9ia de uma floresta, mas n\u00e3o \u00e9 o mesmo que a foto de toda a floresta. O que fizemos agora foi tirar uma \u00fanica foto que mostre toda a floresta, todo o espectro de todos os diferentes neutrinos em um. Em vez de dar zoom para ver pequenos peda\u00e7os, vemos tudo de uma vez. Entendemos nosso detector t\u00e3o bem agora que estamos confort\u00e1veis e confiantes de que nossa \u00fanica imagem \u00e9 v\u00e1lida para todo o espectro de energias de neutrinos\u201d, completa.<\/p>\n

Fonte: Hypescience<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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