{"id":148534,"date":"2018-11-19T01:33:46","date_gmt":"2018-11-19T03:33:46","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=148534"},"modified":"2018-11-18T21:34:19","modified_gmt":"2018-11-18T23:34:19","slug":"grupo-indigena-do-brasil-aposta-em-fruta-dourada-para-fazer-chocolates-finos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/11\/19\/148534-grupo-indigena-do-brasil-aposta-em-fruta-dourada-para-fazer-chocolates-finos.html","title":{"rendered":"Grupo ind\u00edgena do Brasil aposta em ‘fruta dourada’ para fazer chocolates finos"},"content":{"rendered":"
\"Menina
Segundo estudioso sobre cacau, a variedade encontrada em comunidade ind\u00edgena \u00e9 de alta qualidade<\/figcaption><\/figure>\n

Estima-se que 15% da popula\u00e7\u00e3o local nessa \u00e1rea no extremo norte do Brasil morreu de mal\u00e1ria e outras doen\u00e7as levadas para a \u00e1rea pelos garimpeiros.<\/p>\n

Julio testemunhou como o influxo de estranhos rapidamente destruiu o mundo de seus pais e av\u00f3s.<\/p>\n

\"Homem
Garimpeiros invadiram a comunidade ind\u00edgena de Waikas na d\u00e9cada de 1980<\/figcaption><\/figure>\n

Ele diz que a experi\u00eancia o ensinou que ele deveria ser capaz de falar a l\u00edngua e entender a cultura dos rec\u00e9m-chegados para saber como lidar com eles.<\/p>\n

Ent\u00e3o, Julio, como outros jovens membros do grupo Ye’kwana, foi morar em Boa Vista, a capital do estado de Roraima, onde nasceu.<\/p>\n

\"Aldeias
Minera\u00e7\u00e3o de ouro deixou a terra marcada<\/figcaption><\/figure>\n

L\u00e1, ele se formou em administra\u00e7\u00e3o de territ\u00f3rios ind\u00edgenas e mais tarde tornou-se presidente da Associa\u00e7\u00e3o do Povo Ye’kwana, que representa seu grupo ind\u00edgena em n\u00edvel nacional.<\/p>\n

Ainda em Boa Vista, Julio teve ideia do pre\u00e7o que os chocolates finos podem ter no mercado internacional, e viu uma chance para o seu povo.<\/p>\n

\"Crian\u00c3\u00a7as
Comunidades antes remotas hoje t\u00eam que lidar com o fluxo causado pelo garimpo<\/figcaption><\/figure>\n

Ele tirou fotos do que seu povo chama de “fruta dourada” e levou para o Instituto Socioambiental, uma organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o governamental que promove produtos ind\u00edgenas.<\/p>\n

A “fruta dourada” da floresta nativa de Waikas era a Theobroma cocoa, cujas sementes s\u00e3o usadas para fazer cacau em p\u00f3 e chocolate.<\/p>\n

\"Julio
Julio deixou sua comunidade para estudar na capital do estado<\/figcaption><\/figure>\n

Mas n\u00e3o \u00e9 qualquer cacau. Um especialista em cacau do Instituto AT\u00c1, que trabalha em colabora\u00e7\u00e3o com a ONG que Julio havia originalmente se aproximado, descobriu que o fruto da floresta de Waikas tinha um formato diferente de todas as outras variedades que ele conhecia.<\/p>\n

O especialista Roberto Smeraldi achava que poderia ser uma variedade pura at\u00e9 ent\u00e3o desconhecida, que oferecia um grande potencial.<\/p>\n

Para tentar obter essa confirma\u00e7\u00e3o, ele se aproximou de Cesar de Mendes, um chocolatier que estuda o cacau.<\/p>\n

\"Colheita
As vagens de cacau nas florestas Waikas s\u00e3o diferentes de outras variedades<\/figcaption><\/figure>\n

Mendes, que desistiu de sua carreira acad\u00eamica como qu\u00edmico em 2010 para criar sua pr\u00f3pria marca de chocolates da Amaz\u00f4nia, ficou intrigado e concordou em participar de uma expedi\u00e7\u00e3o \u00e0 floresta de Waikas para testar a teoria de Smeraldi.<\/p>\n

Na floresta de Waikas, o chocolatier – que viaja pela regi\u00e3o em busca de variedades raras de cacau para produzir chocolates de origem \u00fanica – teve sorte.<\/p>\n

Ele encontrou duas variedades distintas, uma com caracter\u00edsticas que ele diz ser diferentes de todas as outras que ele conhece.<\/p>\n

\"Crian\u00c3\u00a7as
Crian\u00e7as brincam com o cacau ind\u00edgena<\/figcaption><\/figure>\n

Ele tamb\u00e9m organizou um workshop para ensinar os l\u00edderes das comunidades Ye’kwana e Yanomami como processar as cascas de cacau e as sementes para fazer chocolates finos.<\/p>\n

\u00c9 um processo que leva 10 dias, mas, no final, os participantes puderam experimentar a primeira barra de chocolate amargo feita a partir de sua “fruta dourada”.<\/p>\n

Onde essa barra poder\u00e1 chegar depender\u00e1 da qualidade do produto final.<\/p>\n

\"Cesar
Cesar Mendes desistiu de sua carreira acad\u00eamica para se tornar um chocolatier – estudioso do cacau<\/figcaption><\/figure>\n

Mendes levou as sementes que encontrou para sua cidade natal, no estado do Par\u00e1, para tentar identificar suas esp\u00e9cies, origem e caracter\u00edsticas.<\/p>\n

A esperan\u00e7a \u00e9 que o cacau se mostre t\u00e3o raro e de alta qualidade quanto Mendes acredita que ele possa ser, j\u00e1 que isso pode aumentar seu valor de maneira significativa.<\/p>\n

\"Floresta
Mendes foi em uma expedi\u00e7\u00e3o para a floresta de Waikas para analisar a qualidade do cacau<\/figcaption><\/figure>\n
\"\u00c3\u008dndios
Ind\u00edgenas em expedi\u00e7\u00e3o na mata para encontrar a fruta dourada<\/figcaption><\/figure>\n

Um cacau de baixa qualidade vendido como commodity no mercado de a\u00e7\u00f5es vale cerca de R$ 5,80, enquanto uma variedade de qualidade superior usada para fazer chocolates finos pode chegar a R$ 53.<\/p>\n

Julio diz que a diferen\u00e7a que o cacau pode trazer \u00e0 sua comunidade \u00e9 enorme: “Hoje, n\u00e3o vivemos sem roupas e outros bens que v\u00eam das cidades”.<\/p>\n

\"Bicho
A comunidade Waikas precisa de dinheiro e a venda de cacau pode ser uma fonte de renda<\/figcaption><\/figure>\n
\"Crian\u00c3\u00a7as
Julio espera que a venda de cacau impe\u00e7a que mais jovens entrem na minera\u00e7\u00e3o de ouro<\/figcaption><\/figure>\n
\"Homens
L\u00edderes comunit\u00e1rios de Waikas ficaram otimistas ap\u00f3s a visita de C\u00e9sar de Mendes<\/figcaption><\/figure>\n

“Precisamos de dinheiro, j\u00e1 que atualmente n\u00e3o temos nenhuma das nossas atividades tradicionais, e o cacau parece ser uma possibilidade”, diz ele.<\/p>\n

“Temos muito conhecimento sobre a floresta, fazemos muitas coisas que pessoas n\u00e3o ind\u00edgenas vendem nas cidades. N\u00f3s as fabricamos para venderem l\u00e1”, explica.<\/p>\n

\"Cacau\"
Pasta feita com a ‘fruta dourada’<\/figcaption><\/figure>\n

“Se este projeto for bem sucedido, n\u00e3o teremos que ir \u00e0 cidade ou trabalhar na mina de ouro para ganhar dinheiro.”<\/p>\n

\u00c9 um raio de esperan\u00e7a para sua comunidade em um momento de renovada amea\u00e7a. Nos \u00faltimos anos, o n\u00famero de garimpeiros voltou a aumentar.<\/p>\n

\"Ind\u00c3\u00adgenas
Moradores da comunidade experimentam chocolate amargo feito com cacau colhido na regi\u00e3o<\/figcaption><\/figure>\n
\"Cacau
Moradores da aldeia aprenderam a processar cacau e fazer chocolate fino, que tem alto valor no mercado internacional<\/figcaption><\/figure>\n

Julio e seus colegas l\u00edderes comunit\u00e1rios esperam que suas “frutas douradas” em breve sejam uma alternativa \u00e0 atra\u00e7\u00e3o da minera\u00e7\u00e3o ilegal de ouro.<\/p>\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Julio Rodrigues ainda era crian\u00e7a quando os territ\u00f3rios ind\u00edgenas Ye’kwana e Yanomami, onde cresceu, foi invadido por garimpeiros nos anos 1980. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":148535,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[313,774,2856,461],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/148534"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=148534"}],"version-history":[{"count":2,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/148534\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":148537,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/148534\/revisions\/148537"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/148535"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=148534"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=148534"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=148534"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}