{"id":148747,"date":"2018-11-26T11:59:59","date_gmt":"2018-11-26T13:59:59","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=148747"},"modified":"2018-11-25T23:42:17","modified_gmt":"2018-11-26T01:42:17","slug":"como-reduzir-o-impacto-ambiental-de-viajar-de-aviao","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/11\/26\/148747-como-reduzir-o-impacto-ambiental-de-viajar-de-aviao.html","title":{"rendered":"Como reduzir o impacto ambiental de viajar de avi\u00e3o?"},"content":{"rendered":"
\"Avi\u00c3\u00a3o
Avia\u00e7\u00e3o \u00e9 respons\u00e1vel por 2% das emiss\u00f5es de gases do efeito estufa<\/figcaption><\/figure>\n

Uma nova hashtag lan\u00e7ada na Su\u00e9cia sintetiza um mal-estar t\u00edpico do s\u00e9culo 21: #flygskam<\/em>, ou vergonha de voar devido \u00e0 grande quantidade\u00a0de CO2 emitida por avi\u00f5es.<\/p>\n

Cientistas calcularam que, para manter em dois graus cent\u00edgrados o aquecimento global m\u00e9dio em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 era pr\u00e9-industrial, cada ser humano pode ser respons\u00e1vel pela emiss\u00e3o de cerca de duas toneladas de di\u00f3xido de carbono (CO2) por ano. Na Alemanha, a m\u00e9dia \u00e9 cerca de 4,5 vezes esse limite, e nos Estados Unidos, de oito vezes.<\/p>\n

O ex-atleta ol\u00edmpico e comentarista de esportes sueco Bj\u00f6rn Ferry \u00e9 um dos pioneiros do movimento Flygskam. Sua meta pessoal \u00e9, at\u00e9 o ano 2025, estar vivendo totalmente livre de combust\u00edveis f\u00f3sseis.<\/p>\n

Isso significou passar a comprar mais de segunda m\u00e3o, comer menos carne e cultivar seus pr\u00f3prios vegetais. Por\u00e9m a maior mudan\u00e7a foi em sua forma de viajar. “Decidi parar de voar quase dois anos atr\u00e1s”, revela \u00e0 DW. “No momento, \u00e9 imposs\u00edvel viajar de avi\u00e3o e abandonar os combust\u00edveis f\u00f3sseis.”<\/p>\n

Para uma viagem recente \u00e0 Eslov\u00eania, ele levou dois dias de trem. Por sorte, seus patr\u00f5es t\u00eam sido compreensivos com a dieta anticarb\u00f4nica de Ferry. Ele n\u00e3o \u00e9 do tipo de protestar nas ruas, mas “se a TV sueca n\u00e3o tivesse aceitado minha forma de viajar, a\u00ed \u00e9 prov\u00e1vel que eu tivesse abandonado o emprego”.<\/p>\n

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Combust\u00edvel PtL: sa\u00edda poss\u00edvel para a avia\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

A postura de Bj\u00f6rn Ferry \u00e9 admir\u00e1vel, e provavelmente todo ser humano ecologicamente consciente gostaria de seguir seu exemplo. Entretanto, “voar \u00e9 um assunto muito dif\u00edcil e desconfort\u00e1vel”, reconhece Magdalena Heuwieser, da rede internacional Stay Grounded (literalmente: fique com os p\u00e9s no ch\u00e3o). “Para muitos de n\u00f3s, tornou-se normal. Mas a quest\u00e3o \u00e9: como vamos dar conta da mudan\u00e7a clim\u00e1tica?”<\/p>\n

A avia\u00e7\u00e3o \u00e9 respons\u00e1vel por 2% das emiss\u00f5es de gases do efeito estufa, mas, levando-se em considera\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m outros impactos prejudiciais dos avi\u00f5es sobre o clima, a avia\u00e7\u00e3o civil responde por cerca de 5% do aquecimento global. Al\u00e9m disso, enquanto outros setores est\u00e3o sendo radicalmente reformulados, h\u00e1 poucos sinais de mudan\u00e7a na avia\u00e7\u00e3o civil \u2013 atualmente a fonte de CO2 que cresce mais rapidamente.<\/p>\n

Ent\u00e3o, ser\u00e1 que a abordagem “tudo ou nada” de Ferry \u00e9 a \u00fanica resposta? Ou novas tecnologias ser\u00e3o capazes de proporcionar voos ecol\u00f3gicos, do mesmo modo como a transi\u00e7\u00e3o para as fontes renov\u00e1veis vai reabilitando o setor de energia?<\/p>\n

Os avi\u00f5es movidos a bateria ainda se encontram nos est\u00e1gios iniciais de desenvolvimento, e especialistas n\u00e3o preveem que entrem em escala industrial antes das pr\u00f3ximas duas d\u00e9cadas. No entanto j\u00e1 \u00e9 poss\u00edvel produzir combust\u00edvel com energia renov\u00e1vel: basta eletrolisar \u00e1gua para gerar hidrog\u00eanio, acrescentar CO2 da atmosfera e j\u00e1 se tem querosene de avia\u00e7\u00e3o sint\u00e9tico.<\/p>\n

Esse m\u00e9todo, denominado\u00a0power-to-liquid\u00a0<\/em>\u00a0(eletricidade para l\u00edquido \u2013 PtL), \u00e9 prefer\u00edvel aos biocombust\u00edveis, os quais acarretam seus pr\u00f3prios custos ambientais, sobretudo devido \u00e0s vastas extens\u00f5es de terra necess\u00e1rias a gerar a mat\u00e9ria prima.<\/p>\n

No momento, contudo, os combust\u00edveis PtL s\u00e3o caros. Segundo especialistas, o que poderia inverter a matem\u00e1tica seria colocar um pre\u00e7o nas emiss\u00f5es carb\u00f4nicas, permitindo assim aos fabricantes de pa\u00edses grandes produtores de energia solar, e\u00f3lica e h\u00eddrica competirem com os velhos e sujos combust\u00edveis f\u00f3sseis. Na Noruega, cuja energia \u00e9 basicamente hidrel\u00e9trica, uma f\u00e1brica come\u00e7ar\u00e1 a fornecer combust\u00edvel PtL em grande escala j\u00e1 em 2020.<\/p>\n

Despropor\u00e7\u00e3o entre custos ambientais e das passagens a\u00e9reas<\/strong><\/p>\n

Por\u00e9m as emiss\u00f5es de CO2 n\u00e3o s\u00e3o a \u00fanica raz\u00e3o por que os avi\u00f5es agravam o aquecimento global. Os voos de grande altitude deixam rastros de condensa\u00e7\u00e3o (contrails<\/em>, em ingl\u00eas) formados por cristais de gelo e oz\u00f4nio. Eles refletem os raios solares de volta para o espa\u00e7o, causando impacto clim\u00e1tico duas vezes maior do que o das emiss\u00f5es carb\u00f4nicas das turbinas, quer se use combust\u00edvel f\u00f3ssil ou sint\u00e9tico.<\/p>\n

Otimizando-se as rotas de voo, \u00e9 poss\u00edvel reduzir esse efeito \u2013 ou at\u00e9 mesmo “revert\u00ea-lo”, segundo Stefanie Meilinger, docente de tecnologia sustent\u00e1vel na Escola Superior Bonn-Rhein-Sieg.<\/p>\n

Junto ao Centro Aeroespacial Alem\u00e3o (DLR) e o Servi\u00e7o Meteorol\u00f3gico Nacional, ela est\u00e1 trabalhando para otimizar as rotas da Lufthansa Systems, com medidas como adotar altitudes menores durante certas horas do dia, ou voar \u00e0 noite, assim como optar por rotas mais curtas e possivelmente mais baratas.<\/p>\n

Na Europa, as passagens a\u00e9reas se tornaram absurdamente baratas, sobretudo considerando-se o alto pre\u00e7o pago pelo meio ambiente. Como o combust\u00edvel de avia\u00e7\u00e3o \u00e9 isento de taxas, muitas vezes voar \u00e9 a op\u00e7\u00e3o mais barata, mesmo para trechos breves.<\/p>\n

Se as passagens refletissem o dano ambiental, por exemplo com um pre\u00e7o efetivo sobre o CO2 emitido ou tributa\u00e7\u00e3o pesada, seu custo dispararia, voltando a tornar os \u00f4nibus e trens muito mais atraentes. Mas a Stay Grounded lembra que essas op\u00e7\u00f5es mais limpas necessitam de investimentos para poder competir com a veloz e poluente\u00a0viagem a\u00e9rea.<\/p>\n

A rede internacional tamb\u00e9m reivindica uma suspens\u00e3o global da constru\u00e7\u00e3o de aeroportos, pol\u00edticas para promover economias mais localizadas e proibi\u00e7\u00e3o de publicidade de viagens a\u00e9reas, a exemplo da que diversos pa\u00edses j\u00e1 imp\u00f5em aos produtos de tabaco.<\/p>\n

Arne Fellermann, da Amigos da Terra Alemanha, que integra a rede Stay Grounded, tamb\u00e9m defende uma proibi\u00e7\u00e3o dos voos de curta dist\u00e2ncia em seu pa\u00eds. At\u00e9 porque, at\u00e9 o momento, a ind\u00fastria de avia\u00e7\u00e3o deu poucos sinais de estar disposta a tomar qualquer iniciativa por conta pr\u00f3pria.<\/p>\n

Em 2016, a Organiza\u00e7\u00e3o Internacional de Avia\u00e7\u00e3o Civil (Icao), das Na\u00e7\u00f5es Unidas, lan\u00e7ou um acordo com o fim de tornar o setor mais verde. Entretanto ele n\u00e3o continha qualquer medida para substituir os combust\u00edveis f\u00f3sseis ou reduzir as emiss\u00f5es de gases do efeito estufa.<\/p>\n

O pior de tudo, talvez, \u00e9 que o documento parte do princ\u00edpio que a avia\u00e7\u00e3o civil continuar\u00e1 a crescer sem freios. Em vez disso, a partir de 2021 o setor dever\u00e1 compensar uma pequena parcela de suas emiss\u00f5es investindo em projetos de prote\u00e7\u00e3o, no \u00e2mbito do Esquema de Redu\u00e7\u00e3o de Emiss\u00f5es da Avia\u00e7\u00e3o Civil Internacional (Corsia\/Icao).<\/p>\n

Vergonha de voar como sinal positivo<\/strong><\/p>\n

Em contrapartida, nos dois anos desde a aprova\u00e7\u00e3o do Corsia, Ferry conseguiu reduzir suas emiss\u00f5es de CO2, de espantosas 15 toneladas por ano para apenas quatro. Ou seja: mesmo sem voar, ainda consome o dobro da parcela que tecnicamente lhe caberia no or\u00e7amento carb\u00f4nico global.<\/p>\n

Mas ele segue se empenhando para reduzir sua pegada clim\u00e1tica e se recusa a se deixar abater pela escala do desafio. “N\u00e3o quero ser aquele cara que simplesmente diz: ‘Parem de viver'”, afirma.<\/p>\n

Em vez disso, o ex-atleta ol\u00edmpico considera significativas todas as decis\u00f5es relativas ao estilo de vida, independente do que a ind\u00fastria fa\u00e7a para reduzir as emiss\u00f5es ou os pol\u00edticos empreendam para for\u00e7\u00e1-la a agir. E, no esp\u00edrito do #flygskam<\/em>, ele v\u00ea como sinal positivo at\u00e9 mesmo a vergonha que os habitantes do planeta come\u00e7am a sentir por seus pecados clim\u00e1ticos.<\/p>\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A avia\u00e7\u00e3o civil \u00e9 a fonte de emiss\u00f5es de CO2 que vem crescendo mais rapidamente. Solu\u00e7\u00f5es propostas para contornar o problema v\u00e3o de combust\u00edveis sint\u00e9ticos a otimiza\u00e7\u00e3o de rotas e abrir m\u00e3o de voar.A avia\u00e7\u00e3o civil \u00e9 a fonte de emiss\u00f5es de CO2 que vem crescendo mais rapidamente. Solu\u00e7\u00f5es propostas para contornar o problema v\u00e3o de combust\u00edveis sint\u00e9ticos a otimiza\u00e7\u00e3o de rotas e abrir m\u00e3o de voar.
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