{"id":148890,"date":"2018-11-30T12:00:23","date_gmt":"2018-11-30T14:00:23","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=148890"},"modified":"2018-11-29T21:19:35","modified_gmt":"2018-11-29T23:19:35","slug":"cuba-investe-em-energia-de-biomassa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/11\/30\/148890-cuba-investe-em-energia-de-biomassa.html","title":{"rendered":"Cuba investe em energia de biomassa"},"content":{"rendered":"
\"Usina
Usina de cana-de-a\u00e7\u00facar em Cuba, de onde sai o baga\u00e7o da cana<\/figcaption><\/figure>\n

Gerar eletricidade verde a partir de res\u00edduos agr\u00edcolas, criar novos empregos e, ao mesmo tempo, combater um arbusto invasor\u00a0\u2013 tudo soa at\u00e9 bom demais quando o empres\u00e1rio Wolfgang Krug fala sobre o projeto energ\u00e9tico planejado em Cuba. Ele \u00e9 diretor administrativo da empresa alem\u00e3 Prolignis, sediada em Ingolstadt e especializada em desenvolvimento de projetos de energia renov\u00e1vel.<\/p>\n

Juntamente com a companhia engenharia mec\u00e2nica Lawi Engineering, de Kiel, norte da Alemanha, Krug fundou o cons\u00f3rcio Enercu, destinado a construir uma usina de biomassa neutra em CO2 na prov\u00edncia cubana de Cienfuegos.<\/p>\n

Cuba tem investido sistematicamente no setor de energia renov\u00e1vel nos \u00faltimos anos. Foram criados v\u00e1rios parques e\u00f3licos e usinas solares. Especialmente a ind\u00fastria da cana-de-a\u00e7\u00facar produz toneladas de res\u00edduos org\u00e2nicos \u2013 biomassa que pode ser utilizada para fins energ\u00e9ticos.<\/p>\n

“J\u00e1 hoje em dia, eletricidade e vapor produzidos por baga\u00e7o de cana s\u00e3o aproveitados nas usinas de cana-de-a\u00e7\u00facar”, relata Krug. Baga\u00e7o \u00e9 a massa fibrosa que permanece depois da moagem da cana. “Mas as velhas caldeiras s\u00f3 funcionam durante os seis meses da colheita. No per\u00edodo em que n\u00e3o h\u00e1 colheita, elas ficam paradas.”<\/p>\n

A\u00a0Enercu quer mudar essa situa\u00e7\u00e3o e ampliar o funcionamento da unidade para o ano todo. Al\u00e9m do baga\u00e7o da cana-de-a\u00e7\u00facar, tamb\u00e9m deve ser aproveitado como combust\u00edvel adicional o marabu. Esse arbusto espinhoso n\u00e3o \u00e9 nativo do pa\u00eds, mas cobre quase 18% do territ\u00f3rio cubano e\u00a0\u00e9 considerado uma praga na ilha.<\/p>\n

O excedente da eletricidade produzida deve ser destinado \u00e0 rede p\u00fablica. “Nossa usina pode fornecer eletricidade a algumas dezenas de milhares de resid\u00eancias, durante todo o ano”, destaca Krug.<\/p>\n

\"Arbustos
Arbusto que prejudica a agricultura cubana, o marabu pode ser aproveitado para produ\u00e7\u00e3o de energia<\/figcaption><\/figure>\n

Isso \u00e9 algo de que Cuba precisa com urg\u00eancia. A\u00a0gera\u00e7\u00e3o de energia cubana se baseia principalmente nas importa\u00e7\u00f5es de petr\u00f3leo da Venezuela. Mas o fornecimento entrou em colapso devido \u00e0 crise econ\u00f4mica venezuelana. H\u00e1 anos, Cuba vem tentando, atrav\u00e9s de programas de racionamento, reduzir o consumo de energia e tamb\u00e9m sua depend\u00eancia de combust\u00edveis f\u00f3sseis.<\/p>\n

O governo cubano definiu\u00a0a independ\u00eancia energ\u00e9tica como uma de suas prioridades. At\u00e9 2030, o pa\u00eds quer aumentar a parcela de fontes renov\u00e1veis em sua matriz energ\u00e9tica \u200b\u200bdos atuais 4% para 24%. Destes, quase 60% devem ser obtidos a partir da biomassa. Por essa raz\u00e3o, o governo planeja construir cerca de 20 novas usinas de biomassa nas proximidades de usinas de a\u00e7\u00facar.<\/p>\n

O modelo de neg\u00f3cios \u00e9 simples: o governo cubano disponibiliza antigas \u00e1reas de plantio de cana-de-a\u00e7\u00facar,\u00a0emite concess\u00e3o para desmatamento dessas \u00e1reas, hoje tomadas pelo marabu, e tamb\u00e9m disponibiliza o baga\u00e7o de cana. J\u00e1 as empresas de m\u00e9dio porte alem\u00e3s\u00a0entram com tecnologia e investimentos.\u00a0Em troca, recebem mais\u00a0tarde uma tarifa fixa pela eletricidade fornecida. Krug considera o neg\u00f3cio justo.<\/p>\n

No Brasil, onde a Prolignis tamb\u00e9m est\u00e1 em atividade, o pre\u00e7o \u00e9 constantemente redefinido atrav\u00e9s de um processo de leil\u00e3o. A\u00a0tarifa fixa dos cubanos d\u00e1 mais seguran\u00e7a de planejamento, destaca Krug. “A usina de a\u00e7\u00facar precisa de n\u00f3s, e n\u00f3s precisamos da usina de a\u00e7\u00facar.”<\/p>\n

Grandes corpora\u00e7\u00f5es, como a espanhola Gamesa e a alem\u00e3 Siemens, t\u00eam demonstrado interesse no setor cubano de energia. H\u00e1 dois anos, a Gamesa assinou um contrato para construir sete turbinas e\u00f3licas, e a Siemens negociou com o governo cubano uma coopera\u00e7\u00e3o para expans\u00e3o da defasada rede el\u00e9trica do pa\u00eds. Tamb\u00e9m est\u00e1 sendo negociada a constru\u00e7\u00e3o de uma usina a g\u00e1s com a francesa Total.<\/p>\n

Em\u00a0pouco tempo\u00a0entrar\u00e1 em funcionamento a primeira usina de biomassa da Biopower, uma\u00a0joint venture<\/em>\u00a0com capital escoc\u00eas, chin\u00eas e cubano, em Ciro Redondo, na prov\u00edncia de Ciego de \u00c1vila.<\/p>\n

Mas n\u00e3o \u00e9 raro que projetos parem ainda na fase de desenvolvimento, sobretudo devido \u00e0s frequentemente dif\u00edceis condi\u00e7\u00f5es de financiamento.<\/p>\n

Cuba vem sofrendo h\u00e1 quase 60 anos com o bloqueio econ\u00f4mico, financeiro e comercial dos EUA, cujas disposi\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m afetam outros pa\u00edses e fazem com que potenciais investidores atuem com cautela.<\/p>\n

\"O
O empres\u00e1rio alem\u00e3o Wolfgang Krug<\/figcaption><\/figure>\n

O\u00a0pa\u00eds caribenho enfrenta dificuldades financeiras, e o lado alem\u00e3o tamb\u00e9m est\u00e1 carente de financiamento p\u00fablico para o desenvolvimento. Neste ano, atrasos de pagamento pelo lado cubano levaram duas vezes ao cancelamento de um\u00a0aumento da\u00a0quantia\u00a0m\u00e1xima\u00a0at\u00e9 a\u00a0qual\u00a0a\u00a0seguradora de cr\u00e9dito Euler Hermes pode\u00a0emitir garantias em nome do governo alem\u00e3o, segundo Gunther Neubert, representante em Havana das C\u00e2maras de Com\u00e9rcio e Ind\u00fastria da Alemanha (AHK). Ele\u00a0esperan\u00e7a que o teto seja logo elevado,\u00a0“para dar uma chance \u00e0s\u00a0pequenas e m\u00e9dias empresas de\u00a0entrar nos\u00a0neg\u00f3cios em Cuba”.<\/p>\n

Esse \u00e9 um desafio que Krug e seus parceiros tamb\u00e9m enfrentam: eles precisam de cerca de 70 milh\u00f5es de d\u00f3lares em investimentos para poderem concluir o projeto. “Estamos negociando com investidores no mundo todo para conseguir atrair investimentos\u00a0para esse projeto”, diz.<\/p>\n

Apesar de todos os obst\u00e1culos, o empres\u00e1rio alem\u00e3o n\u00e3o pensa em desistir\u00a0do investimento em Cuba. “\u00c9 um plano inteligente, baseado num acordo justo”, avalia Krug. “E al\u00e9m do mais, tem tamb\u00e9m o charme de um neg\u00f3cio no\u00a0exterior.”<\/p>\n

Ele explica que, como pequena empresa, \u00e9 necess\u00e1rio procurar nichos nos lugares aonde os grandes n\u00e3o v\u00e3o. E Cuba, na opini\u00e3o dele, \u00e9 um nicho de mercado muito especial, al\u00e9m de\u00a0um desafio. “Tudo demora um pouco mais por aqui. Nosso projeto poderia ter sido\u00a0implementado logo”. Krug passou tr\u00eas anos batendo de porta em porta em Havana.<\/p>\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Alem\u00e3es cooperam com governo do pa\u00eds caribenho em projeto de usina de biomassa que usa baga\u00e7o da cana e arbusto invasor. Havana quer elevar parcela de fontes renov\u00e1veis \u200b\u200bde 4% para 24% at\u00e9 2030. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":148891,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[232,3254,35,815],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/148890"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=148890"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/148890\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":148892,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/148890\/revisions\/148892"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/148891"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=148890"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=148890"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=148890"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}