{"id":149060,"date":"2018-12-07T01:01:08","date_gmt":"2018-12-07T03:01:08","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=149060"},"modified":"2018-12-06T21:18:46","modified_gmt":"2018-12-06T23:18:46","slug":"25-milhoes-de-animais-marinhos-sao-impactados-por-pesca-fantasma-no-brasil-por-ano-estima-relatorio","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/12\/07\/149060-25-milhoes-de-animais-marinhos-sao-impactados-por-pesca-fantasma-no-brasil-por-ano-estima-relatorio.html","title":{"rendered":"25 milh\u00f5es de animais marinhos s\u00e3o impactados por pesca fantasma no Brasil por ano, estima relat\u00f3rio"},"content":{"rendered":"
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Rede de emallhe atinge peixe na ilha do Arvoredo em Florian\u00f3polis, Santa Catarina.<\/figcaption><\/figure>\n

O primeiro relat\u00f3rio produzido no Brasil sobre a pesca fantasma ser\u00e1 apresentado nesta sexta-feira (7\/12) e traz dados alarmantes. Por pesca fantasma, entende-se o impacto dos equipamentos, ou petrechos de pesca (redes de emalhar e de arrasto, varas, linhas, anz\u00f3is, espinh\u00e9is, armadilhas de covos, potes, entre outros), abandonados ou descartados no oceano. Eles s\u00e3o respons\u00e1veis pela morte de diversas esp\u00e9cies de peixes, crust\u00e1ceos, baleias, tartarugas, tubar\u00f5es e outros animais \u2013 n\u00e3o apenas no mar, mas tamb\u00e9m nos rios amaz\u00f4nicos.<\/p>\n

Os petrechos de pesca ficam centenas de anos vagando nas \u00e1guas dos mares e capturando involuntariamente os animais. E, depois que esse material, essencialmente feito de pl\u00e1stico, se decomp\u00f5e, surge outro problema: a prolifera\u00e7\u00e3o do micropl\u00e1stico nos oceanos.<\/p>\n

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Pescador maneja rede de pesca identificada, uma das solu\u00e7\u00f5es encontradas pela Iniciativa Global de Combate \u00e0 Pesca Fantasma. (FOTO DE PROTE\u00c7\u00c3O ANIMAL MUNDIAL\/DIVULGA\u00c7\u00c3O)<\/figcaption><\/figure>\n

O estudo\u00a0Mar\u00e9 Fantasma<\/strong>, conduzido pela\u00a0Organiza\u00e7\u00e3o Prote\u00e7\u00e3o Animal Mundial, estima que, em um ano, 25 milh\u00f5es de animais marinhos na costa brasileira podem ter sido impactados pelos petrechos, causando morte, mutila\u00e7\u00e3o, ferimentos ou aprisionamento. Isso quer dizer que \u00e9 poss\u00edvel que, por dia, pelo menos 69 mil animais marinhos cruzem com essas equipamentos de pesca nos mais de 7 mil quil\u00f4metros de nosso litoral.<\/p>\n

\u201cQuando relacionamos o impacto das redes fantasmas, estamos falando de um grau de sofrimento do animal e de mortalidade em uma escala importante. Atinge praticamente todas as esp\u00e9cies em qualquer ambiente marinho\u201d, explica Jo\u00e3o Almeida, gerente de Campanha de Vida Silvestre da Prote\u00e7\u00e3o Animal Mundial.<\/p>\n

O maior vil\u00e3o destacado pelo estudo Mar\u00e9 Fantasma \u00e9 a rede utilizada tanto na pesca artesanal quanto na pesca industrial. Considerando o volume produzido e importado desse petrecho e uma taxa global de descarte ou perda das redes, chegou-se \u00e0 estimativa para o Brasil: aproximadamente 580 kg de redes s\u00e3o perdidas na costa brasileira diariamente.<\/p>\n

\u201cO animal que vive livre n\u00e3o deveria interagir com os petrechos. Toda vez que se encontram, de alguma forma, h\u00e1 um impacto na fauna marinha\u201d, diz Maur\u00edcio Forlani, gerente de Pesquisa da Prote\u00e7\u00e3o Animal Mundial.<\/p>\n

Dados fantasmas<\/strong><\/h3>\n

Existe uma enorme falta de informa\u00e7\u00f5es sobre a atividade pesqueira no Brasil, ent\u00e3o, n\u00e3o seria exagero pensar que a situa\u00e7\u00e3o da fauna marinha pode ser ainda pior.<\/p>\n

Apesar da grande extens\u00e3o da costa brasileira, h\u00e1 pouca pesquisa dedicada \u00e0 pesca fantasma, por isso a Prote\u00e7\u00e3o Animal Mundial precisou fazer estimativas nesse estudo in\u00e9dito. Por exemplo: somente tr\u00eas estados, S\u00e3o Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro, t\u00eam estudos consistentes, de cunho cient\u00edfico, com registros sobre a retirada de petrechos fantasmas. A somat\u00f3ria de dados dispon\u00edveis nessa pesquisa, al\u00e9m de relatos de ag\u00eancias de mergulho e limpeza de praia, aponta que, em pelo menos 70% do litoral brasileiro, h\u00e1 relatos de petrechos abandonados ou perdidos.<\/p>\n

O impacto chega tamb\u00e9m \u00e0 Amaz\u00f4nia. Apesar da inexist\u00eancia de dados sistem\u00e1ticos, o relat\u00f3rio aponta que a intensifica\u00e7\u00e3o do uso de redes de emalhe j\u00e1 \u00e9 o fator de maior press\u00e3o para as duas esp\u00e9cies de botos da regi\u00e3o: o boto-cor-de-rosa e o tucuxi, provavelmente sendo o principal motivo da dr\u00e1stica redu\u00e7\u00e3o dessas popula\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

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Peixe emaranhado em rede na Praia Vermelha, Rio de Janeiro. (FOTO DE \u00c1THILA BERTONCINI\/DIVULGA\u00c7\u00c3O)<\/figcaption><\/figure>\n

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