{"id":149395,"date":"2018-12-23T13:06:16","date_gmt":"2018-12-23T15:06:16","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=149395"},"modified":"2018-12-23T13:06:16","modified_gmt":"2018-12-23T15:06:16","slug":"como-um-tsunami-golpeou-indonesia-sem-registro-de-terremoto-antes","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/12\/23\/149395-como-um-tsunami-golpeou-indonesia-sem-registro-de-terremoto-antes.html","title":{"rendered":"Como um tsunami golpeou Indon\u00e9sia sem registro de terremoto antes?"},"content":{"rendered":"
\"Um
As popula\u00e7\u00f5es costeiras do noroeste da ilha de Java foram golpeadas por duas ondas<\/figcaption><\/figure>\n

O fot\u00f3grafo de vulc\u00f5es Oystein Lund Andersen estava na ilha de Java, na Indon\u00e9sia, quando um tsunami mortal varreu sua costa noroeste.<\/p>\n

Sem que tivesse havido um tremor, a costa da ilha foi golpeada por duas ondas, relatou o noruegu\u00eas \u00e0 BBC.<\/p>\n

“De repente vi essa onda vir e tive que correr. Havia duas ondas. A primeira n\u00e3o foi t\u00e3o forte, pude fugir dela”, contou.<\/p>\n

A segunda foi devastadora: causou a morte de dezenas de pessoas e centenas de feridos, al\u00e9m de ter deixado casas e edif\u00edcios destru\u00eddos nas cidades pr\u00f3ximas ao chamado Estreito de Sunda, entre as ilhas Java e Sumatra.<\/p>\n

\"Mapa<\/p>\n

O fen\u00f4meno deixou ao menos 222 mortos, 843 feridos e 28 desaparecidos, segundo as autoridades do pa\u00eds do sudeste asi\u00e1tico. Elas recomendaram que a popula\u00e7\u00e3o n\u00e3o fique na costa, com medo de outro tsunami. Na televis\u00e3o, o presidente Joko Widodo lamentou as v\u00edtimas causadas pelo tsunami e pediu “paci\u00eancia” aos sobreviventes.<\/p>\n

\n

N\u00e3o houve terremoto, o que normalmente d\u00e1 as autoridades tempo para transmitir um alerta de tsunami. Todos foram pegos de surpresa.<\/p>\n

O vulc\u00e3o Anak Krakatoa havia registrado explos\u00f5es durante a sexta e o s\u00e1bado. Mas, de acordo com Andersen, “justo antes das ondas golpearem a praia, n\u00e3o havia nenhuma atividade (vulc\u00e2nica)”.<\/p>\n

O golpe da onda se deu \u00e0s 21h30 locais (14:30 GMT).<\/p>\n

\"Vulc\u00c3\u00a3o
O vulc\u00e3o Anak Krakatoa fica no meio do oceano, a noroeste da ilha de Java<\/figcaption><\/figure>\n

O que causou ent\u00e3o essa gigante onda com consequ\u00eancias devastadoras para a Indon\u00e9sia?<\/p>\n

Buscando a causa<\/h2>\n

Especialistas est\u00e3o tentando determinar com exatid\u00e3o, mas uma primeira avalia\u00e7\u00e3o aponta para um evento desencadeado pelo vulc\u00e3o Krakatoa.<\/p>\n

As autoridades indicam que houve um deslizamento de terra sob a \u00e1gua no Estreito de Sunda, que divide as ilhas de Java e Sumatra, e que isso gerou as ondas arrasadoras.<\/p>\n

O chefe da Ag\u00eancia para o Controle de Desastres da Indon\u00e9sia, Sutopo Purwo Nugroho, deu essa primeira explica\u00e7\u00e3o baseado na informa\u00e7\u00e3o de atividade geol\u00f3gica registrada antes do tsunami.<\/p>\n

Por meio do Twitter, ele atribiu a “uma combina\u00e7\u00e3o” do deslizamento de terras submarino provocado por uma erup\u00e7\u00e3o do Krakatoa com a mar\u00e9 alta durante a lua cheia.<\/p>\n

Nugroho assegurou que tsunamis no Estreito de Sunda n\u00e3o s\u00e3o comuns. Tampouco erup\u00e7\u00f5es grandes do Krakatoa, que costuma ter apenas temores de baixa intensidade.<\/p>\n

“N\u00e3o houve nenhum terremoto que desencadearia o tsunami depois. Essa \u00e9 a dificuldade de determinar sua causa”, disse.<\/p>\n

\"Ruas
As ruas ficaram inundadas com a chegada do tsunami<\/figcaption><\/figure>\n

Como aconteceu, ent\u00e3o?<\/h2>\n

O vulcan\u00f3logo Jess Phoenix disse \u00e0 BBC que quando os vulc\u00f5es entram em erup\u00e7\u00e3o, o magma quente cria um impulso embaixo da terra.<\/p>\n

Pode mover e quebrar rochas mais frias, o que em algumas ocasi\u00f5es genera grandes deslizamentos.<\/p>\n

Como o vulc\u00e3o Anak Krakatoa est\u00e1 parcialmente debaixo da \u00e1gua, em vez de s\u00f3 causar um deslizamento superficial, “gerou-se um deslizamento de terra submarino”.<\/p>\n

\"O
O Krakatoa entrou em atividade durante o s\u00e1bado no fim da tarde, mas n\u00e3o no momento do tsunami. O fot\u00f3grafo Oystein Lund Andersen captou a imagem<\/figcaption><\/figure>\n

O fen\u00f4meno “empurra” a \u00e1gua \u00e0 medida que se desenvolve – com potencial de gerar um tsunami.<\/p>\n

Como todo tsunami, \u00e9 uma quest\u00e3o de minutos ou horas para que as ondas cheguem \u00e0s costas. Al\u00e9m disso, a mar\u00e9 alta da lua cheia de agora provavelmente contribuiu, sim, para a for\u00e7a das ondas.<\/p>\n

\"Infogr\u00c3\u00a1fico<\/p>\n

Especialista em tsunamis do Earth Observatory de Cingapura, Adam Switzer, disse \u00e0 BBC que \u00e9 prov\u00e1vel que o tsunami tenha sido causado por um deslizamento.<\/p>\n

Ele diz que os deslizamentos podem passar despercebidos: “N\u00e3o h\u00e1 explos\u00e3o. Os deslizamentos s\u00f3 escorregam no oceano, geram a onda e a onda chega na costa em quest\u00e3o de minutos”.<\/p>\n

\"Foi
Foi quest\u00e3o de tempo para que as ondas geradas por um evento vulc\u00e2nico no Anak Krakatoa golpeassem as costas<\/figcaption><\/figure>\n

Nos \u00faltimos meses, a atividade do vulc\u00e3o Anak Krakatoa havia crescido.<\/p>\n

A ag\u00eancia geol\u00f3gica indon\u00e9sia disse que o vulc\u00e3o entrou em erup\u00e7\u00e3o durante dois minutos e 12 segundos na sexta-feira, criando uma nuvem de cinzas que se elevou 400 metros sobre a montanha.<\/p>\n

No s\u00e1bado, houve mais atividade, como pode constatar o fot\u00f3grafo noruegu\u00eas.<\/p>\n

Na hora do tsunami, ele conseguiu escapar porque viu a primeira grande onda.<\/p>\n

“Corri diretamente ao hotel onde minha esposta e meu filho dormiam. Acordei eles e ouvi que vinha uma onda maior. Olhei pela janela quando chegou a segunda onda. Era muito maior”, disse ele \u00e0 BBC.<\/p>\n

“A onda passou o hotel e levou os carros das ruas. N\u00f3s e outras pessoas do hotel fomos diretamente a um terreno mais alto ao lado do hotel. E ainda estamos na colina agora”, disse Andersen.<\/p>\n

\"Centenas
Centenas de pessoas tiveram suas casas destru\u00eddas<\/figcaption><\/figure>\n

A Indon\u00e9sia est\u00e1 em uma \u00e1rea propensa a terremotos – est\u00e1 no que se chama de “C\u00edrculo de Fogo”, uma regi\u00e3o de terremotos e erup\u00e7\u00f5es vulc\u00e2nicas que se estende pela borda do Oceano Pac\u00edfico.<\/p>\n

No \u00faltimo 28 de setembro o pa\u00eds havia sofrido com um terremoto devastador seguido de um tsunami que havia deixado mais de 1.300 v\u00edtimas fatais na ilha de C\u00e9lebes.<\/p>\n

Foi tamb\u00e9m em dezembro, dia 26, em 2004, que uma s\u00e9rie de ondas enormes provocadas por um poderoso terremoto no Oceano \u00cdndico matou cerca de 228 mil pessoas em 14 pa\u00edses, incluindo a Indon\u00e9sia.<\/p>\n

Vulc\u00e3o mortal<\/h2>\n

Antes do Anak Krakatoa, havia o Krakatoa, seu antecessor.<\/p>\n

Em agosto de 1883, o antigo Krakatoa causou uma das erup\u00e7\u00f5es vulc\u00e2nicas mais violentas de que se tem registro, provocando tsunamis massivos com ondas de at\u00e9 41 metros que mataram mais de 30 mil pessoas em Java e Sumatra, segundo uma reportagem da revista The Atlantic.<\/p>\n

\"Autoridades
Autoridades da Indon\u00e9sia temem que o n\u00famero de mortes aumente conforme atendam os locais afetados<\/figcaption><\/figure>\n<\/div>\n

As erup\u00e7\u00f5es tiveram for\u00e7a equivalente a 13 mil vezes a da bomba nuclear lan\u00e7ada sobre Hiroshima em 1945.<\/p>\n

As erup\u00e7\u00f5es foram ouvidas a milhares de quil\u00f4metros de dist\u00e2ncia e as temperaturas mundiais foram reduzidas em mais de 1 grau no ano seguinte a esse acontecimento.<\/p>\n

A ilha vulc\u00e2nica praticamente desapareceu e, em 1927, surgiu uma nova ilha, Anak Krakatoa (filho do Krakatoa).<\/p>\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O fot\u00f3grafo de vulc\u00f5es Oystein Lund Andersen estava na ilha de Java, na Indon\u00e9sia, quando um tsunami mortal varreu sua costa noroeste. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":149397,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[372,46,125],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/149395"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=149395"}],"version-history":[{"count":2,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/149395\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":149399,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/149395\/revisions\/149399"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/149397"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=149395"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=149395"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=149395"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}