{"id":149457,"date":"2018-12-28T01:00:31","date_gmt":"2018-12-28T03:00:31","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=149457"},"modified":"2018-12-25T23:56:57","modified_gmt":"2018-12-26T01:56:57","slug":"niveis-dos-mares-podem-aumentar-muito-mais-rapido-do-que-se-esperava","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2018\/12\/28\/149457-niveis-dos-mares-podem-aumentar-muito-mais-rapido-do-que-se-esperava.html","title":{"rendered":"N\u00edveis dos mares podem aumentar muito mais r\u00e1pido do que se esperava"},"content":{"rendered":"
\"OS
OS CUBOS DE GELO” DA ANT\u00c1RTIDA EM FOTO CLICADA PELO ECOLOGISTA PETER CONVEY (FOTO: PETER CONVEY\/DIVULGA\u00c7\u00c3O)<\/figcaption><\/figure>\n

H<\/span>\u00e1 125 mil anos, em um breve per\u00edodo entre eras glaciais, a temperatura era apenas um pouco maior que hoje. O n\u00edvel do mar, no entanto, era entre seis e nove metros mais alto, deixando submersas muitas \u00e1reas que hoje conhecemos como terra firme.<\/p>\n

Segundo um\u00a0documento\u00a0divulgado durante uma reuni\u00e3o da Uni\u00e3o Geof\u00edsica Americana, em Washington, nos Estados Unidos, esse volume de \u00e1gua extra do per\u00edodo Eemiano veio do colapso do manto de gelo no oeste da Ant\u00e1rtida. Por ter base abaixo do n\u00edvel do mar, o aquecimento das \u00e1guas oce\u00e2nicas tem forte influ\u00eancia sobre essa parte do manto de gelo, que derrete rapidamente.<\/p>\n

O problema \u00e9 que a temperatura global est\u00e1 cada vez mais pr\u00f3xima da de 125 mil anos atr\u00e1s. \u201cO grande aumento na perda de massa observado na \u00faltima d\u00e9cada ou duas talvez seja o come\u00e7o desse processo, e n\u00e3o um acontecimento de curto prazo\u201d, afirmou Jeremy Shakun, paleoclimatologista do Boston College.<\/p>\n

Se for assim, o mundo talvez precise se preparar para o aumento n\u00edvel do mar mais r\u00e1pido do que o esperado: uma vez que o antigo colapso da camada de gelo come\u00e7ou, as \u00e1guas oce\u00e2nicas subiram cerca de 2,5 metros por s\u00e9culo.<\/p>\n

Durante o Eemiano, a temperatura global era 2\u00b0C acima dos n\u00edveis pr\u00e9-industriais (em compara\u00e7\u00e3o com 1\u00b0C hoje). Os gases de efeito estufa n\u00e3o foram os respons\u00e1veis pelo aquecimento, e sim as pequenas mudan\u00e7as na \u00f3rbita e no eixo de rota\u00e7\u00e3o da Terra. A Ant\u00e1rtida era, inclusive, mais fria do que \u00e9 hoje. O mist\u00e9rio era o que teria causado o aumento do n\u00edvel do mar, descoberto por meio de f\u00f3sseis de corais em \u00e1reas secas.<\/p>\n

A pesquisa<\/strong><\/em>
\nUm grupo de ge\u00f3logos glaciais da Universidade Estadual de Oregon, tamb\u00e9m nos Estados Unidos, focou seus esfor\u00e7os de pesquisa no extremo sul do planeta. Os cientistas come\u00e7aram usando n\u00facleos de sedimentos marinhos ao longo da borda do manto de gelo ocidental. Estudando 29 n\u00facleos, identificaram assinaturas geoqu\u00edmicas para tr\u00eas diferentes regi\u00f5es de origem: a montanhosa Pen\u00ednsula Ant\u00e1rtica; a prov\u00edncia de Amundsen, perto do mar de Ross; e a \u00e1rea intermedi\u00e1ria, ao redor da geleira Pine Island, que \u00e9 bastante vulner\u00e1vel ao degelo.<\/p>\n

Com essas impress\u00f5es digitais, a equipe analisou os sedimentos marinhos de um \u00fanico n\u00facleo, perfurados mais longe no mar de Bellingshausen, a oeste da Pen\u00ednsula Ant\u00e1rtica. Uma corrente est\u00e1vel circula ao longo da plataforma continental da Ant\u00e1rtida Ocidental, coletando sedimentos pelo caminho.<\/p>\n

A corrente despeja grande parte desse lodo perto do local do n\u00facleo, onde se acumula rapidamente e captura microorganismos com casca chamados foramin\u00edferos, que podem ser datados comparando suas propor\u00e7\u00f5es de is\u00f3topos de oxig\u00eanio com aquelas em n\u00facleos com datas conhecidas. Ao longo de um trecho de 10 metros, o n\u00facleo continha 140 mil anos de sedimentos.<\/p>\n

Durante a maior parte desse per\u00edodo, esses sedimentos continham assinaturas geoqu\u00edmicas de todas as tr\u00eas regi\u00f5es do leito da Ant\u00e1rtica Ocidental, relatou a equipe, sugerindo eros\u00e3o cont\u00ednua por gelo. Mas em uma se\u00e7\u00e3o datada do in\u00edcio do Eemiano, as impress\u00f5es digitais se apagaram: primeiro da geleira Pine Island, depois da prov\u00edncia de Amundsen.<\/p>\n

Suas conclus\u00f5es, no entanto, ainda s\u00e3o preliminares. A data\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 precisa, significando que a eros\u00e3o pode ter ocorrido em outra \u00e9poca, e as pr\u00f3prias correntes oce\u00e2nicas podem ter mudado temporariamente ao longo dos mil\u00eanios, o que acabaria com toda a hip\u00f3tese.
\nPara tirar a prova, um navio parte em janeiro para uma nova rodada de pesquisas com dura\u00e7\u00e3o de tr\u00eas meses. A ideia \u00e9 fazer a perfura\u00e7\u00e3o de mais cinco n\u00facleos marinhos ao largo da Ant\u00e1rtida Ocidental.<\/p>\n

O objetivo \u00e9 que os resultados fiquem prontos antes da conclus\u00e3o do pr\u00f3ximo relat\u00f3rio clim\u00e1tico do Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas. Nos relat\u00f3rios de 2001 e 2007, o colapso da Ant\u00e1rtida Ocidental n\u00e3o foi sequer considerado em estimativas do n\u00edvel do mar no futuro. Suas descobertas podem indicar que, se a temperatura do planeta chegar pr\u00f3xima da que era durante o Eemiano, o n\u00edvel do mar tamb\u00e9m acompanhe o aumento, com consequ\u00eancias ainda pouco exploradas pela ci\u00eancia.<\/p>\n

Fonte: Revista Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O aquecimento global pode levar a temperatura do planeta a n\u00edvel semelhante de 125 mil anos atr\u00e1s, quando os oceanos eram at\u00e9 nove metros mais altos <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":149459,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[17,476,1242],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/149457"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=149457"}],"version-history":[{"count":2,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/149457\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":149461,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/149457\/revisions\/149461"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/149459"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=149457"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=149457"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=149457"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}