{"id":149471,"date":"2019-01-02T11:55:40","date_gmt":"2019-01-02T13:55:40","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=149471"},"modified":"2019-01-01T22:06:17","modified_gmt":"2019-01-02T00:06:17","slug":"o-dia-em-que-a-terra-ficou-liquida-como-foi-o-impacto-colossal-que-dizimou-os-dinossauros","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/01\/02\/149471-o-dia-em-que-a-terra-ficou-liquida-como-foi-o-impacto-colossal-que-dizimou-os-dinossauros.html","title":{"rendered":"O dia em que a Terra ficou l\u00edquida: como foi o impacto colossal que dizimou os dinossauros"},"content":{"rendered":"
\"Ilustra\u00c3\u00a7\u00c3\u00a3o
O impacto do asteroide liberou uma energia equivalente a 10 bilh\u00f5es de bombas de Hiroshima<\/figcaption><\/figure>\n

\u00c9 dif\u00edcil imaginar como bilh\u00f5es de toneladas de rocha podem de repente se comportar como um l\u00edquido, mas foi exatamente o que aconteceu quando um asteroide atingiu a Terra h\u00e1 66 milh\u00f5es de anos.<\/p>\n

Assim afirmam cientistas americanos que conseguiram reconstruir em detalhes cada passo do impacto colossal que dizimou os\u00a0dinossauros.<\/p>\n

Amostras obtidas da cratera formada ap\u00f3s a colis\u00e3o permitiram concluir que as rochas sofreram um processo de “fluidifica\u00e7\u00e3o”.<\/p>\n

Em outras palavras, o material pulverizado come\u00e7ou a se comportar como uma subst\u00e2ncia semelhante \u00e0 \u00e1gua.<\/p>\n

Cratera de 200 km<\/h2>\n

Modelos de computador permitiram determinar o que aconteceria se um objeto rochoso de 12 quil\u00f4metros de di\u00e2metro vindo do espa\u00e7o colidisse com a superf\u00edcie da Terra.<\/p>\n

Inicialmente, seria criado quase instantaneamente um espa\u00e7o c\u00f4ncavo de cerca de 30 quil\u00f4metros de profundidade e 100 quil\u00f4metros de di\u00e2metro.<\/p>\n

A instabilidade do terreno causaria mais tarde o colapso para dentro das margens da cratera. E esse colapso geraria, por sua vez, uma rea\u00e7\u00e3o de rebote do fundo da cratera a alturas superiores ao Himalaia.<\/p>\n

\"Rocha
Os cientistas conseguiram perfurar as rochas para obter amostras de mais de 1,3 mil metros de profundidade sob o fundo do mar<\/figcaption><\/figure>\n

Esses movimentos gigantescos se estabilizariam em um determinado momento, e o que restaria seria uma cratera de cerca de 200 quil\u00f4metros de di\u00e2metro e 1 quil\u00f4metro de profundidade.<\/p>\n

Essa cratera \u00e9 precisamente a que se encontra hoje enterrada sob uma camada de sedimentos no Golfo do M\u00e9xico, perto do porto de Chicxulub.<\/p>\n

Como na Lua<\/h2>\n

O modelo \u00e9 chamado de “modelo de colapso din\u00e2mico de forma\u00e7\u00e3o de cratera”, e o impacto que descreve s\u00f3 \u00e9 poss\u00edvel se as rochas, por um curto per\u00edodo, perdem sua solidez e fluem sem atrito.<\/p>\n

Um novo estudo, publicado na revista cient\u00edfica Nature, apresenta evid\u00eancias deste processo, baseado em material de perfura\u00e7\u00e3o de rochas de um anel de pico no centro da depress\u00e3o de Chicxulub. Os an\u00e9is de pico s\u00e3o forma\u00e7\u00f5es t\u00edpicas de grandes crateras de impacto, criadas pela eleva\u00e7\u00e3o do solo ap\u00f3s as colis\u00f5es.<\/p>\n

“O que descobrimos ao examinar o material da rocha \u00e9 que ela havia fragmentado”, disse \u00e0 BBC Ulrich Riller, pesquisador da Universidade de Hamburgo, na Alemanha.<\/p>\n

\"Cenote\"
Os famosos cenotes mexicanos, depress\u00f5es geol\u00f3gicas inundadas<\/figcaption><\/figure>\n

“A rocha foi esmagada e quebrada em fragmentos min\u00fasculos que tinham inicialmente mil\u00edmetros. Isso produziu comportamento semelhante a um fluido que explica a base plana da cratera, algo que caracteriza o Chicxulub e outros casos de grandes impactos, como o que vemos na Lua.”<\/p>\n

A fluidifica\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 um processo de derretimento da rocha, mas da fragmenta\u00e7\u00e3o da mesma por imensas for\u00e7as de vibra\u00e7\u00e3o, explica Sean Gulick, da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos, e um dos l\u00edderes da equipe de perfura\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

“\u00c9 um efeito de press\u00e3o, um dano\u00a0mec\u00e2nico. A quantidade de energia que passa por essas rochas \u00e9 equivalente a terremotos de magnitude 10 ou 11. Estima-se que todo o impacto teve uma energia equivalente a 10 bilh\u00f5es de bombas de Hiroshima.”<\/p>\n

Ap\u00f3s sua fragmenta\u00e7\u00e3o e fluidifica\u00e7\u00e3o, as rochas recuperaram sua solidez para formar o anel da cratera. Esse retorno ao estado s\u00f3lido pode ser visto nas amostras obtidas.<\/p>\n

“Ela se manifesta em descontinuidades que mostram como as rochas deslizam em rela\u00e7\u00e3o a outras rochas. Essas estruturas planas s\u00e3o evid\u00eancias de que a rocha deve ter recuperado a for\u00e7a no fim da forma\u00e7\u00e3o da cratera”, disse Riller.<\/p>\n


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Cratera de Chicxulub – a colis\u00e3o que mudou a vida na Terra<\/h2>\n

– O asteroide de 12 quil\u00f4metros de di\u00e2metro fez um buraco de 100 quil\u00f4metros de di\u00e2metro e 30 quil\u00f4metros de profundidade na crosta terrestre.<\/p>\n

– Na sequ\u00eancia, a \u00e1rea impactada colapsou, deixando a cratera com 200 quil\u00f4metros de di\u00e2metro.<\/p>\n

– O centro da cratera colapsou de novo, produzindo um anel interno.<\/p>\n

– Hoje, grande parte da cratera est\u00e1 no mar, sob 600m de sedimentos.<\/p>\n

– Em terra, a cratera \u00e9 coberta por calc\u00e1rio, mas suas bordas podem ser identificadas ao longo de um arco de cenotes – cavidades naturais nas rochas dissolvidas pela passagem da \u00e1gua e que acabaram virando atra\u00e7\u00f5es tur\u00edsticas.<\/p>\n


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‘N\u00e3o apenas no nosso sistema solar’<\/h2>\n

A pesquisa n\u00e3o s\u00f3 lan\u00e7a uma nova luz sobre alguns dos dias mais catastr\u00f3ficos da hist\u00f3ria da Terra e sobre a extin\u00e7\u00e3o em massa produzida pelo impacto. Ela tamb\u00e9m contribui para o estudo de grandes crateras em outros corpos planet\u00e1rios.<\/p>\n

\"Cratera
A cratera de Schr\u00f6dinger na superf\u00edcie da Lua, com seus an\u00e9is internos, se formou em um processo semelhante ao que ocorreu na cratera de Chicxulub<\/figcaption><\/figure>\n

“Estamos explicando um processo fundamental que pode ocorrer em qualquer corpo rochoso”, afirmou Gulick.<\/p>\n

“Pela primeira vez temos amostras de rochas que evidenciam o processo de deforma\u00e7\u00e3o que permitiu que elas se comportassem temporariamente como l\u00edquido antes de voltarem a ser rochas, sem derreter.”<\/p>\n

“Este processo resulta da superposi\u00e7\u00e3o de mecanismos de deforma\u00e7\u00e3o. \u00c9 um processo fundamental que pode mudar a superf\u00edcie dos planetas, n\u00e3o apenas em nosso sistema solar, mas provavelmente em outros sistemas solares”.<\/p>\n

Riller e Gulick integraram a chamada expedi\u00e7\u00e3o 364 de perfura\u00e7\u00e3o, que aconteceu entre abril e maio de 2016.<\/p>\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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