{"id":149526,"date":"2019-01-04T01:00:49","date_gmt":"2019-01-04T03:00:49","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=149526"},"modified":"2019-01-03T20:43:00","modified_gmt":"2019-01-03T22:43:00","slug":"o-que-e-o-lado-escuro-da-lua-e-por-que-a-china-quis-chegar-la","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/01\/04\/149526-o-que-e-o-lado-escuro-da-lua-e-por-que-a-china-quis-chegar-la.html","title":{"rendered":"O que \u00e9 o ‘lado escuro da Lua’ e por que a China quis chegar l\u00e1"},"content":{"rendered":"
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A China j\u00e1 compartilhou as primeiras imagens da superf\u00edcie o lado desconhecido da Lua<\/figcaption><\/figure>\n

A China anunciou que chegou ao “lado escuro da Lua”. Uma sonda chinesa pousou com sucesso \u00e0s 10h26 do hor\u00e1rio de Pequim, ou pouco depois de meia-noite de Bras\u00edlia, segundo informou a m\u00eddia estatal chinesa.<\/p>\n

A sonda n\u00e3o tripulada Chang’e-4, uma esp\u00e9cie de “rover”, pousou na Bacia do Polo Sul-Aitken, como \u00e9 conhecida uma enorme cratera que fica no lado oculto da Lua. A sonda carrega instrumentos consigo para analisar a geologia de uma regi\u00e3o nunca explorada antes e conduzir experimentos biol\u00f3gicos.<\/p>\n

As primeiras fotos da superf\u00edcie foram enviadas pelo rover e compartilhadas pela m\u00eddia estatal. Sem comunica\u00e7\u00e3o direta poss\u00edvel, todas as fotos e informa\u00e7\u00f5es tiveram que ser enviadas por meio de um outro sat\u00e9lite antes de chegarem \u00e0 Terra.<\/p>\n

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China faz as primeiras imagens de perto do lado oculto da Lua<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/figure>\n

O pouso est\u00e1 sendo visto como um marco na explora\u00e7\u00e3o espacial.<\/p>\n

Mas o que \u00e9 o ‘lado escuro da Lua’?<\/h2>\n

O “lado escuro” da Lua n\u00e3o tem nada a ver com “falta de luz” – os dois lados da Lua experimentam o dia e a noite. Na verdade, a express\u00e3o se refere ao lado da Lua que nunca foi visto da Terra.<\/p>\n

Por causa de um fen\u00f4meno chamado “rota\u00e7\u00e3o sincronizada” n\u00f3s s\u00f3 conseguimos ver uma face da Lua. Isso quer dizer que o tempo de rota\u00e7\u00e3o da Lua \u00e9 igual ao seu per\u00edodo orbital. Ou seja, o tempo em que a Lua gira em torno de seu pr\u00f3prio eixo \u00e9 igual ao tempo que ela leva para girar ao redor da Terra. Ent\u00e3o essa sincronia entre rota\u00e7\u00e3o e transla\u00e7\u00e3o faz com que s\u00f3 possamos observar um lado da Lua.<\/p>\n

O outro lado da Lua tem uma crosta mais grossa, com mais crateras. Tamb\u00e9m h\u00e1 menos “mares” – plan\u00edcies bas\u00e1lticas escuras formadas pelo impacto de meteoritos na superf\u00edcie lunar.<\/p>\n

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\u00c0 esquerda, o lado da lua que j\u00e1 conhecemos e vemos da Terra; \u00e0 direita, o “novo” lado da Lua, que nunca vemos da Terra<\/figcaption><\/figure>\n

E por que a China quis chegar l\u00e1?<\/h2>\n

Houve diversas miss\u00f5es \u00e0 Lua nos \u00faltimos anos, mas a grande maioria foi em sua \u00f3rbita. A \u00faltima miss\u00e3o a pousar no sat\u00e9lite foi a Apollo 17 em 1972.<\/p>\n

Miss\u00f5es pr\u00e9vias \u00e0 Lua pousaram na parte vis\u00edvel para a Terra, mas essa \u00e9 a primeira vez que uma sonda pousou na parte inexplorada e “escura”.<\/p>\n

Ye Quanzhi, astr\u00f4nomo do Instituto de Tecnologia da Calif\u00f3rnia, disse \u00e0 BBC que essa foi a primeira vez que a China “tentou algo que outras pot\u00eancias espaciais nunca tinham tentado antes”.<\/p>\n

O Chang’e-4 foi lan\u00e7ado do Centro de Lan\u00e7amentos de Sat\u00e9lites de Xichang no dia 7 de dezembro. A sonda chegou \u00e0 \u00f3rbita lunar no dia 12 de dezembro com foco em explorar um lugar chamado Von K\u00e1rm\u00e1n, uma cratera localizada na Bacia do Polo Sul-Aitken. Acredita-se que a cratera tenha sido formada por um impacto gigante.<\/p>\n

“A estrutura gigante tem mais de 2,5 mil km de di\u00e2metro e 13 km de profundidade, uma das crateras de maior impacto no sistema solar e a maior, mais profunda e mais velha bacia da Lua”, afirma Andrew Coates, professor de f\u00edsica no Laborat\u00f3rio de Ci\u00eancias Espaciais de Mullard, em Surrey, no Reino Unido.<\/p>\n

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Primeiras imagens captadas pela sonda chinesa mostram a superf\u00edcie do lado que n\u00e3o podemos ver da Terra, por caisa da ‘rota\u00e7\u00e3o sincronizada’<\/figcaption><\/figure>\n

O evento que formou a bacia \u00e9 tido como um fen\u00f4meno que deve ter sido t\u00e3o poderoso que atingiu e penetrou a crosta da Lua at\u00e9 a zona chamada de manto. Pesquisadores pretendem usar seus instrumentos nas pedras expostas nessa \u00e1rea.<\/p>\n

A equipe tamb\u00e9m espera estudar partes de rocha derretida que pode ter preenchido a bacia, permitindo com que eles identifiquem varia\u00e7\u00f5es em sua composi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Um terceiro objetivo \u00e9 estudar o chamado “regolito” desse “novo” lado da lua – rochas quebradas e poeira que ficam na superf\u00edcie lunar – que nos ajudar\u00e1 a entender a forma\u00e7\u00e3o da Lua.<\/p>\n

O que mais poderemos aprender com essa miss\u00e3o?<\/h2>\n

O Chang’e-4 est\u00e1 carregando duas c\u00e2meras, um experimento alem\u00e3o com radia\u00e7\u00e3o chamado LND e um espetr\u00f4metro que vai fazer observa\u00e7\u00f5es astron\u00f4micas de baixas frequ\u00eancias.<\/p>\n

Cientistas acreditam que o “lado escuro” pode ser um lugar excelente para praticar astronomia porque est\u00e1 protegido de ru\u00eddos da Terra. O espectr\u00f4metro vai mirar nessa ideia.<\/p>\n

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Um modelo do Chang’e-4 em Dongguan, na China<\/figcaption><\/figure>\n

A sonda carrega um cont\u00eainer de 3 kg com sementes de batatas e\u00a0Arabidopsis<\/i>(planta da mesma fam\u00edlia da mostarda e da couve) – al\u00e9m de ovos de bicho-da-seda para experimentos biol\u00f3gicos. O experimento da “mini biosfera lunar” foi criado por 28 universidades chinesas.<\/p>\n

Outro equipamentos\/experimentos incluem:<\/p>\n